O grupo que prega a abstinência sexual de adolescentes, ouvido pelo ministério de Damares Alves na formulação de políticas públicas, já prepara material didático sobre o tema para escolas. O movimento estava paralisado até o ano passado, quando foi reativado com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República e a defesa do governo da abstinência como instrumento para prevenção da gravidez na adolescência. LINK


Política pública pregando abstinência? Não fode! Desfavor da semana.

SALLY

Tá cada vez mais difícil escolher o Desfavor da Semana. Sempre os mesmos pensamentos obtusos: falta de preparo, desprezo pela ciência, corrupção descarada, Judiciário de merda. Nos perguntamos o que mais pode ser dito a respeito desses assuntos, que todos vocês estão mais do que cientes do quanto são nocivos e vergonhoso.

Aconteceu esta semana novamente: uma semana onde fomos obrigados a defender Porta dos Fundos e concordar com uma decisão do Toffoli. É insalubre viver no Brasil. Vamos dizer o quê? Que é imbecil censurar piada? Que é duplamente imbecil quando a censura vem de um juiz do Rio de Janeiro, capital mundial da putaria, baixaria e corrupção? Não precisa, né?

Então, estamos bem cientes de que muitas outras coisas graves estão acontecendo, porém todas elas já foram tratadas aqui, exaustivamente, em outros momentos. Vamos falar de uma aberração sobre a qual nunca nos aprofundamos e que, francamente, também é uma obviedade: abstinência sexual como política pública.

Ao que tudo indica, o Governo pretende prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada com a maravilhosa política pública de abstinência. Quem quer evitar doença e gravidez não deve fazer sexo. Bacana, né? Jogar a responsabilidade para uma faixa etária que é conhecida por não ter responsabilidade alguma. Mais bacana ainda se a gente pensar que as pessoas que apoiam isso acreditam que seu messias nasceu de uma mulher que praticava abstinência sexual.

Juro para vocês que não sei bem o que motiva isso. Se é contenção de despesas, se é burrice, se é incompetência, se é bajulação para agradar religiosos ou qualquer outro motivo tosco. Não sei mesmo. Parece que essas pessoas desconhecem o país em que vivem. Um país onde fazer sexo é status, é valorizado, te coloca em um patamar social superior. Um país onde as pessoas acham mérito fazer muito sexo, sobretudo adolescentes. Como protegê-los de doenças e gravidez? Colocando a responsabilidade e uma grande privação nas costas deles: não façam.

Isso não funciona nem em países desenvolvidos, muito menos aqui, onde além dessa promiscuidade recompensada socialmente não há a possibilidade de aborto e um procedimento extremamente burocrático para adoção de bebês indesejados. Não vai funcionar. A questão é: por qual motivo o brasileiro não está revoltado com isso, exigindo uma política pública melhor? E é aí que reside o maior perigo dessa palhaçada toda.

O brasileiro está paralisado, atônito, chocado com o grau de baixaria, sexualização e promiscuidade que aqueles que o pessoal “liberal” está promovendo. Cada vez que um debilóide faz um ato de conotação sexual ostensivo para “chocar a família brasileira” e vai se gabar disso em redes sociais, ele contribuí para que a mente (já pequena) do povo encolha ainda mais, retroceda e tolere esse tipo de solução conservadora e ineficiente. O povo reage recuando, recuando e recuando, a ponto de achar que pedir a seus filhos abstinência sexual é legal, é a favor da moral e dos bons costumes.

Entre o estilo de vida tradicional/hipócrita e o modernoso/agressivo, sabemos de qual é a preferência nacional. Não se muda antagonizando, chocando, enfrentando, esse tipo de postura só causa resistência, medo e atrasa eventuais mudanças. Mas, ao que tudo indica, esses símios no cio continuam precisando esfregar atitudes chocantes na cara dos outros para não se sentirem tão desempoderados e acreditarem que estão combatendo algo, afetando alguém, tendo alguma relevância. Não estão, estão dando mais e mais poder para Bolsonaro e cia.

Damares disse que também vão falar, utilizar e disponibilizar outros métodos contraceptivos, que a abstinência é apenas mais um que foi incluído. Ela trata uma campanha para valorizar a abstinência como algo inofensivo, mas, neste cenário polarizado, não é. O grande problema de fazer campanha “didática” pela abstinência é conquistar os pais desses adolescentes (acho que sabemos que a maioria dos brasileiros votou no Bolsonaro e está alinhada com uma visão mais conservadora), fazendo com que estes pais tratem a abstinência como a solução.

É cômodo para os pais também. Não tem que comprar anticoncepcional para a filha, não tem que ter conversa constrangedora, não tem que levar no ginecologista. Obviamente, estes mesmos pais vão querer que seus filhos homens sejam comedores, como é típico do brasileiro. Façam as contas: meninas tendo que esperar para fazer sexo e meninos pressionando.

Eu sei que quase todo brasileiro é ou já foi promíscuo, mas sei também como são hipócritas. Um pai que comeu meio mundo e ainda tem um caso com a secretária, com a estagiária e canta a garçonete do lugar onde almoça é bem capaz de exigir que sua filha faça abstinência sexual se isso for pintado como uma “coisa de gente correta”. Sim, o medo que a filha apareça de cabelo colorido e peito de fora na marcha das vadias faz o brasileiro médio orientar a filha da forma mais conservadora possível.

A decisão será dos pais, esses hipócritas que de uns tempos para cá vestiram a máscara de conservadores para não serem confundidos com pessoas que fazem Golden Shower no meio da rua. Quando se trata de filha mulher, o brasileiro não é muito moderninho.

E sabemos muito bem que o pai brasileiro tem zero autoridade com seus filhos, até mesmo os que tem uma melhor condição financeira. Por mais que todo adolescente seja difícil, o grau de mentira, desrespeito e falta de consideração do adolescente brasileiro para com os pais é assustador. Vender a ideia da abstinência para os pais (ninguém quer uma “filha piranha”) é empurrar adolescentes para fazer sexo inseguro, escondido e descontrolado, pois não vão deixar de fazer.

O entorno empurra o adolescente para o sexo: publicidade, entretenimento e até mesmo essa crença de que sexo é muito importante e que quem não faz sexo feito um babuíno no cio é errado, é inferior, é ridicularizado. A mulher/menina brasileira tem uma autoestima no chão, vemos até mãe de família fazer atrocidades para não “perder um homem”, imagina se uma adolescente vai ter culhões de bancar isso e ver o namoradinho que ela acha que ama profundamente ir embora. Não vai. Vai mentir pros pais e fazer escondido, da forma mais precária possível.

E essa conta todos nós vamos pagar. Descontrole de natalidade afeta o país todo, sobretudo um país fodido que, hoje, já não tem escola para todos, hospital para todos, que já não consegue atender a todos os brasileiros como deveria. Pois é, vai piorar. Pedir por abstinência sexual para reduzir gravidez na adolescência não é política pública, é negligência.

Não dá para empurrar abstinência como opção na sociedade atual. É preciso realismo, conhecer o povo que se está governando e dizer “não vão fazer abstinência de jeito nenhum, melhor nem levantar essa lebre”, pois vender essa ideia para pais que estão conservadores pelo medo e pela resistência vai funcionar… apenas para os pais, para os filhos não. Além de aumentar o problema, ainda vão criar conflitos familiares sem precedentes.

Como eu disse, uma das coisas que mais me assusta é não entender muito bem de onde essa decisão infeliz veio. Isso indica que há uma série de fatores muito ruins coexistindo: burrice, hipocrisia, interesses, economia porca e tantos outros. A coisa é tão grave, tão tosca, que nem ao menos sabemos o erro que a originou. Isso dificulta bastante traçar um plano para tentar solucionar o problema.

Mas, vamos lá: minha teoria. A culpa não é de Fulano ou Sicrano, na verdade, Fulano chegou ao poder como um sintoma (e não causa) de tudo isso que está acontecendo. Se eu tivesse que apontar um “responsável” seria essa polarização.

É dela, da dualidade, da rivalidade, da polarização, a culpa de quase tudo que está acontecendo: idiotas fazem coisas para chocar e outros idiotas dão importância a eles e reagem no sentido oposto. Daí os idiotas que queriam chocar ficam com raiva dos conservadores, vão lá e fazem algo ainda mais chocante, para afrontá-los. Os conservadores se retraem ainda mais e vão se tornando doentiamente conservadores.

Enquanto essa for a dinâmica vigente, vai dar merda, não importa qual “lado” esteja no poder, pois sempre teremos uma sociedade em embate, mas preocupada em duelas do que em buscar soluções e estar bem. Só vamos alternar o tipo de merda à qual sujeitamos o país. A culpa não é do lado, é da divisão, e quanto antes isso for percebido, menores os danos.

Vai ser percebido? Não. Brigar é muito conveniente para ambos os lados, pois eles se distraem e não são obrigados a olhar para si mesmos e para suas questões, estão sempre olhando e apontando o erro alheio. No Brasil isso não muda tão cedo. Que venha o descontrole de natalidade…

Para dizer que se abstinência funcionasse não existira Jesus, para dizer que quer mais é que o circo pegue fogo ou ainda para dizer que se querem abstinência sexual na adolescência deveriam liberar o casamento aos 12 anos: sally@desfavor.com

SOMIR

O Brasil flertou com o desastre nesta semana. Sim, a censura do especial do Porta dos Fundos tinha tudo para ser o Desfavor da semana, mas parece que ainda tem uma linha que não se cruza nesse país: se a retirada do especial tivesse sido mantida no STF, poderíamos todos nos preparar para ir até o aeroporto, porque o país tinha acabado. Mas, a linha ainda está lá e até o Ministro que mandou a PF bater na porta de quem o criticou na internet achou excessivo. Podemos respirar um pouco… e observar outros absurdos.

O preço de evitar que o Lula voltasse para transformar esse país em escombros com certeza não foi barato: temos uma corja de evangélicos no poder. No pacote de não quebrar totalmente as finanças públicas, veio de presente um presidente que acha que é síndico de prédio, Ministro da Educação analfabeto, Ministro do Meio-Ambiente que acha que o Leonardo DiCaprio queima a Amazônia… e a nossa querida ladra de índias Damares Alves. É dose. Mas era o preço. O que não quer dizer que não podemos criticar. Afinal, não é demais exigir pelo menos alguma moderação nas maluquices sub 80 pontos de Q.I. do ministro médio brasileiro.

E um dos problemas mais comuns de pessoas limitadas é a incapacidade de entender contextos. Contextualizar uma informação significa usar seu cérebro para relacionar suas ideias com os dados apresentados. E isso, como muito o que fazemos com nossos cérebros, é questão de treinamento. Ou você passa um bom tempo da sua vida exercitando a capacidade de contextualizar informações, ou você vai viver num mundo muito confuso, onde coisas que parecem certas dão errado e coisas que parecem absurdas funcionam. E talvez depois de muitos anos sufocado por essa incapacidade de prever os resultados de suas ações e ações de terceiros, a pessoa crie uma espécie de alergia à lógica.

Porque isso explica muito bem a ideia de usar abstinência como política pública para evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. É o tipo da coisa que sem contexto parece excelente: sem sexo, sem os riscos relacionados com sexo. Perfeito! E se você encontrar um proponente da ideia e começar a apontar os problemas óbvios, a pessoa vai entrar na defensiva imediatamente. Se tiver que fazer pose, talvez tente falar da santidade do matrimônio, mas se estiver brava com você ou sem testemunhas, pode ter certeza que vai te chamar de depravado para baixo. É a alergia em ação: quando você contextualiza a ideia simplória da pessoa, ela se sente mal, tem alguma coisa dentro da cabeça dela avisando que a ideia é estúpida, mas ela está tão cansada de sofrer pela própria burrice que prefere sufocar esse resquício de racionalidade do cérebro e atacar quem quer que esteja “causando” esse sofrimento.

Sally é uma santa por sequer explicar os motivos pelos quais essa é uma péssima estratégia, pessoas como eu já estão muito cansadas de lidar com esse tipo de burrice. Evidente que adolescentes vão cagar e andar para isso e vão simplesmente fazer sexo sem camisinha ou qualquer outra forma de proteção, hormônios são poderosos assim. Acho impressionante como esse mentalidade religiosa bota a pressão do autocontrole em cima de quem tem menos ferramentas para se defender de necessidades naturais. Se alguém precisa de toda ajuda possível para não sair esfregando a genitália em lugares aleatórios, são os adolescentes. É meio que o cio do ser humano.

Mas a ideia não é ajudar os adolescentes a “sobreviverem” até a vida adulta sem problemas mais sérios que um coração partido, é sobre o bem estar mental de gente que ficou presa nessa mentalidade absolutista por se borrar de medo de lidar com lógica e contextos. A corda estoura do lado mais fraco. Para Damares e os imbecis desse grupo que pregam abstinência, estragar a vida de vários adolescentes é um preço barato pela paz mental de não ter de lidar com sua burrice galopante.

Por isso que não adianta nem chegar com dados de outros países que tentaram essa política pública e tiveram um aumento considerável de adolescentes grávidas. Não é sobre os adolescentes, é sobre o conforto pessoal de acreditar que está certo. E isso se espalha por vários outros temas: aborto, eutanásia… esse tipo de gente aceita estragar a vida de qualquer um que entrar no seu caminho exigindo pensamento mais complexo.

E aqui eu tento ser um pouco mais compreensivo: deve ser terrível mesmo quando seu cérebro não te fornece ferramentas básicas para lidar com a realidade. Deve ser sofrido para os defensores da abstinência sexual de adolescentes manter essa mentalidade mesmo diante dos fracassos constantes da política e das vidas que estragam. Então imagina quão horrível deve ser olhar para um gráfico, ouvir um argumento e não ter nada na cabeça que consiga tratar essas informações… a pessoa deve se sentir um desperdício de oxigênio completo. E pior, é muito provável que depois de uma certa idade, ela não tenha mais como reverter esse processo: o cérebro atrofiou. Eu sei que essa gente faz mal para a sociedade, mas eu sou humano e ainda tenho um pouco de sentimentos. É triste ver uma Damares da vida falando e pensando: é um arremedo de ser humano.

Pode ser que ela tenha a melhor das intenções, que quem a conheça de perto a ache uma pessoa muito boa, mas por causa das suas deficiências no raciocínio crítico, não deveria ter um lugar à mesa nas decisões que impactam outros seres humanos. E pode colocar junto nesse barco toda essa gente que defende abstinência: são seres humanos que falharam numa questão básica do funcionamento da mente. Mas para a sorte deles e o azar de quem tem esse mínimo de desenvolvimento, gente problemática assim parece ser a maioria em países muito pobres como o Brasil. Espero que você viva numa bolha que tenha te impedido de ver isso, mas o brasileiro médio concorda com a ideia de abstinência e… voltando ao primeiro parágrafo deste texto: achou LINDA a censura ao Porta dos Fundos.

É essa gente que nos cerca. E se acontecer (eu aposto que acaba acontecendo eventualmente) deles deixarem de ser maioria, ainda vai demorar várias gerações. Talvez algumas mais se a política do governo virar abstinência mesmo, porque filho de mãe adolescente já nasce com uma desvantagem das grandes…

Para dizer que otimismo sempre vai bem, para dizer que quase sente dó dessa gente, ou mesmo para dizer que a culpa é do funk: somir@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Desfavores relacionados:

Etiquetas: , ,

Comments (20)

  • Pelo que eu vejo, este programa será inspirado no “eu escolhi esperar” de onde mesmo? Dos EUA – país com uma das mais altas (senão a mais alta) taxas de gravidez adolescente do mundo desenvolvido. Brejil sempre importanto o pior de fora.

    Ensinar moderação sexual é uma boa, se acompanhado de noções sobre prevenção, profilaxia de doenças e gravidez indesejada, para que o adolescente faça uso desta informação quando dar aquela escorregadinha. Se este programa de abstinência fosse baseado no programa ABC de Uganda, que foi/é muito mais efetivo do que o dos EUA, seria muito melhor, mas a moda aqui é copiar tudo dos EUA (e do Chile, no caso da economia)…

  • Sally, você tocou num ponto fulcral: A sexualização precoce de crianças, pré púberes e púberes – inclusive pela própria família. Um exemplo? O que mais eu vejo nas ruas e nas praias de Valsador são mini paredões de som potente de carro com a mala aberta com música da mais extrema e hedionda baixaria de cunho pornográfico tocando no último volume e… CRIANÇAS e pré adolescentes no meio daquilo tudo – e pior, dançando igual aos adultos. Isso fora a questão de criarem especialmente os meninos para serem os “pegadores” sem a menor responsabilidade (e mais recentemente, as meninas, pra arrumarem namorado e em algumas situações, serem as “piriguetes” “novinhas” famosinhas e “miseravonas” dos pagodões e dos bailes funk). Lógico que isso não dá certo a curto e médio prazo né… Mas isso aí passa pela família, e pelo que eu vejo, não vai adiantar política pública de abstinência (nem a educação sexual que conhecemos dá conta quando a própria família não colabora, imagine), se a própria família incentiva o comportamento promíscuo e irresponsável desde cedo (irresponsabilidade não apenas no sexo, como também em vários outros aspectos da vida e da sociedade humanas). Enfim, tá tudo errado e penso que é aí que o trabalho deve começar, dentro de casa – e/ou políticas públicas voltadas para as famílias (o que vai muito além de “ain, não faça sexo”, o buraco é mais embaixo, é um problema social e familiar).

  • Já que pedir pra jovem parar de dar/meter desenfreadamente é uma batalha praticamente perdida, bem que poderiam voltar com aqueles comerciais estilo anos 80/90 sobre AIDS, pelo menos o tema era tratado com mais seriedade e a galera “se preservava” na marra (já que ter DST naquela época era quase um atestado de óbito).

  • Comuno-fascista liberal

    Religião é o de menos, que esses políticos são todos sociopatas. Provavelmente estão tentando reverter a redução da taxa de fertilidade do Brasil atual (1,7 filhos por mulher, de acordo com o Google). Por isso que também não descriminalizam aborto e eutanásia. Sem população, sem gente pra roubar.

  • E Sally, você já conhece a cabeça do BM. Políticas de adoção facilitadas iriam dar muito errado, não duvide que adotariam crianças para servirem de empregados ou até escravos sexuais. Infelizmente tudo no Brasil precisa ser burocrático.

  • É impressão minha ou quanto mais uma pessoa fala de sexo, seja conservadora ou liberal, mais vazia de conteúdo ela é? Mesmo assim, não me arrependo de ter votado no Bolsonaro. Cada chacoalhada nesse sistema podre vai valer a pena num futuro distante.

  • Nas igrejas já pregam a abstinência a muito tempo e pelo q sei não funcionou muito bem. Enfim … na verdade pouco me importa .

  • O povo trocou uma bosta pra outra bosta. *pretends to be shocked
    Essa mulher devia instalar o Tinder e buscar um cara pra se satisfazer, isso sim.

  • Não é a Antita que tem uma musica chamada Faz gostoso?
    Já ouvi falar que tocam musicas dela em festa de criança. Ou seja, o pequeno br médio cresce bombardeado de referências sexuais e quando chega na adolescência não pode transar. Incoerente no mínimo.
    Parece que não estão preocupados em diminuir a taxa de natalidade das classes mais baixas, afinal precisa de gente que aceite trabalhar como manobrista, call center e entregador de comida. É politica de longo prazo.

    • Daniele, eu acho que vc não deve morar no Brasil pq tá beeem por fora das profissões. Hj em dia até trampo de call center tá difícil. Já levei pau em algumas entrevistas pra tlmkt. Menos difícil ser ifood ou rappi entregador e mesmo assim cuidado pra não roubarem a bike.

  • Educação sexual sempre, nada a acrescentar aí.
    Porém, uma coisa que você falou não encaixa na minha cabeça, sobre o adolescente ser descontrolado… Porque eu me lembro da minha adolescência e nunca tive obsessão com sexo, só pensava em estudar, jogar videogame, ler meus livros e passear. Até hoje sou assim, na verdade, e olha que minha família nem é conservadora. É que costumam falar de sexo como se falassem de respiração… as pessoas são tão viciadas assim? É tão bom assim? Também não me entra na cabeça pagar pra ter sexo, trair o marido pra ter mais sexo e entrar em desespero por ficar um período de tempo sem sexo…

    • Concordo plenamente, Anônimo. Eu também fui uma adolescente cheia de atividades, tudo bem que tocava siririca todo dia porque sempre fui bem fogosinha, mas minha família me ensinou a mim e a meu irmão o valor da moderação sexual e de esperar um pouco mais para a primeira vez. Fomos adolescentes estudiosos, tive minhas atividades artísticas ao lado dos estudos e cá estou eu, passei dos 30 e não tenho filho adolescente pra criar heheheh

      Creio que isso vai mesmo é dos valores da família. Aqui em Valsador o que eu mais vejo são pais dando mau exemplo com comportamento ruim e ainda por cima incentivando que meninos (e mais recentemente, meninas) ao sexo precoce – como uma forma de serem “homens” (e “mulheres”) e o resultado: Consequências para as quais não estão aptos totalmente para arcar.

      Mais do que hormônios, a questão é de entender que moderação sexual pode ser aprendida sim, inclusive a noção de que aquilo que administramos bem nós desfrutamos melhor e sem consequências ruins

  • Estava demorando. Sério que é esse o desfavor da semana?
    Teve coisa até pior se tratando do direcionamento didático que Bolsonaro e sua turma querem dar, tanto que essa “parceria” da Damares com o movimento “Eu escolhi esperar” é coisa pequena.
    Foi engraçado o Bolsonaro se metendo com a Máfia do Livro Didático (que se aproveita do relativo analfabetismo funcional dos educandos pra tentar forçar posições ideologizados) dizendo que os livros didáticos são um lixo (o que é fato) e querendo que eles sejam ainda mais superficiais do que já são (cagando na forma do que já é ruim).

  • levando em conta o número crescente de jovens virgens, acho que é hora de questionar se uma cultura tão supersexualizada onde tudo pode é realmente um bom caminho… está tudo tão explícito e acessível que tem gente preferindo assistir pornô do que se dar o trabalho de sair de casa e conhecer pessoas.

    • E qual é o problema em optar por pornografia e isolamento? Na verdade, trata-se de uma solução, na exata medida em que diminui a natalidade através de uma opção pessoal não influenciada pela estupidez e hipocrisia religiosas.

  • Vou morrer sem entender essa cultura de funk puritano que impera no Brasil…

    Escola tem que ensinar o básico: sistema reprodutor feminino, sistema reprodutor masculino, fecundação, gravidez, DSTs e anticoncepcionais. Simples. Foi assim nos meus tempos de escola, pelo menos. Mas na minha nada humilde opinião, a normalização da abstinência (da mesma forma que se normalizou relações homossexuais, cada um faz o que quer) não seria ruim, pois além da questão do aborto restrito, não raro alguns jovens confessam se arrepender de terem começado a vida sexual muito cedo por pressão de amigos. Mas sei que a cultura atual e determinados contextos sociais não permitem essa normalização, muito pelo contrário. Então deixa quieto.
    De fato, única forma 100% eficaz de evitar gravidez e DST é a abstinência, não entendo por que tanta gente fica triggada com essa afirmação óbvia. Mas não muda o fato de que essa Damares é meio lelé das ideias, certamente pelo histórico de abuso infantil, e devia estar em qualquer lugar bem longe da política. Pelo bem dela e do país.

    • Estuprador Satânico Pedófilo Nazifascista

      Para a anômala, abstinência pode funcionar quando existe comum acordo das duas partes e nenhum dos lados está blefando. Vai me dizer que esse é o caso da maioria dos relacionamentos? Fala sério.

Deixe um comentário para Comuno-fascista liberal Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: