Queda livre.

A dois dias de completar um mês no cargo, o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão nesta sexta-feira (15), informou o próprio ministério. Em sua breve passagem pelo cargo, Teich teve seu poder como ministro minimizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A divergência sobre o protocolo do uso da cloroquina no combate ao coronavírus, porém, foi considerada a gota d’água para a queda dele. LINK


Segundo ministro da Saúde que cai durante uma pandemia. O achismo vence a ciência mais uma vez, e a crise aumenta. Desfavor da semana.

SALLY

Quando a gente pensa que não pode piorar, piora. Quando a gente pensa que se for dado um passo a mais, haverá algum tipo de intervenção ou freio, mais um degrau da falta de noção é galgado. O Brasil, meus amigos, é um ônibus indo a toda velocidade em direção a um precipício e, enquanto os passageiros berram para parar, o motorista acelera cada vez mais.

Todo mundo aqui deve conhecer uma pessoa que foi contratada para fazer figuração. Uma pessoa que, em busca de fama, status, dinheiro ou qualquer outro ganho secundário, aceita trabalhar para um idiota e aplaudir o idiota, não importa as imbecilidades que ele diga ou faça. Um capachão, que desde o dia 1 sabia que receberia para bater palma para maluco dançar e se sujeitou a isso, ciente de que não teria voz, autonomia nem dignidade.

Pois bem, ESSA pessoa, esse capacho contratado abertamente para concordar com o chefe, pediu demissão, por achar que o que estava sendo proposto era absurdo demais. Bolsonaro tentou impor o uso de Cloroquina ao Ministro da Saúde Nelson Teich, aquela criatura que mal tem energia vital para respirar, e ele pediu demissão ontem dizendo “Não vou manchar a minha história por causa de Cloroquina”. Quando ESSA pessoa paga para concordar joga tudo pro alto e grita “chega dessa merda”, algo grave demais está acontecendo.

Não tenho a menor intenção de desfiar um rosário de razões científicas pelas quais a Cloroquina não funciona e ainda por cima é nociva e letal. Não é essa a intenção do texto. Existem infinidades de estudos científicos que provam a ineficácia e os danos que causa ao organismo (e pouquíssimos e refutados que dizem o contrário). Prefiro apelar para os exemplos concretos, que podem ser avaliados por qualquer pessoa.

Vejam como evoluíram países que utilizaram a Cloroquina. EUA, por exemplo, caminha firme e forte para passar das cem mil mortes, apesar do massivo investimento financeiro que vem fazendo (algo que o Brasil não ter condições de realizar). Virou o epicentro mundial da pandemia. Pessoas morreram e estão morrendo como moscas.

O próprio Brasil, não tá muito legal essa coisa de mais de 800 mortos por dia, não é mesmo? Sabe quem mais defende Cloroquina com unhas e dentes? Nicolás Maduro. Pois é, meu amigo, se você tinha medo do Brasil virar uma Venezuela, saiba que o primeiro passo já foi dado. América ultrapassou a Europa em número de mortos. Cadê a Cloroquina?

Se Cloroquina funcionasse, os países que a utilizam não estariam perdendo centenas de vida por dia. Se Cloroquina funcionasse, países civilizados como a Suécia não proibiriam seu uso. Se Cloroquina funcionasse, um cara que entrou declaradamente para ser pau mandando não jogaria tudo para o alto pelo medo do dano que prescrever esse remédio vai causar ao seu nome.

Estamos vendo mais uma vez o Brasil virar as costas para a ciência. É muito triste ver isso. Muito mesmo. Não é um discurso de ciência como única verdade, e sim de ciência sendo aplicada em seu campo de atuação. Quando um cano de água estoura na sua casa, você chama um advogado para fazer o reparo? Quando seu cachorro adoece você o leva a um contador para que ele seja medicado? Uma pandemia deve ser conduzida por epidemiologistas no que diz respeito às restrições sociais e por médicos no que diz respeito ao tratamento clínico.

E, já tivemos dois médicos que se dispuseram a ser Ministros do Bolsonaro (ou seja, pessoas que, no mínimo, estavam alinhadas com ele), peitando a aplicação da Cloroquina. Quem é da área, quem entende, quem deveria ser ouvido neste momento, se recusa terminantemente a endossar a Cloroquina, mesmo sendo bolsonarista. Resultado? São eliminados, para colocar um militar no cargo e, na prática, quem vai tomar a decisão médica do que receitar para um doente vai ser o Bolsonaro.

E a Cloroquina é a ponta de iceberg. Quem vai tomar medidas que deveriam ser decididas por epidemiologistas e infectologistas será Bolsonaro. Quem vai decidir toda a parte técnica, sem qualquer preparo para isso, será o Bolsonaro. E o Ministro que não estiver de acordo com isso será fritado de tal forma que terá que pedir demissão ou acabará demitido. Se preparem para ver Bolsonaro tentando acabar com o isolamento social e canetando pela reabertura do comércio.

Aí vocês podem pensar que os Governadores segurarão tudo fechado. Não é tão simples. Sem verba federal não dá para fiscalizar e punir quem fura quarentena, nem para se manter isolado por muito tempo. Sem apoio federal, vai ser esse isolamento social merda, abaixo de 70%, que continua propagando o contágio e matando o sistema de saúde. É o preço de um povo sem consciência. Na Suécia, não havia obrigação de cumprir quarentena, ainda assim, 70% das pessoas ficaram em casa.

Então, já que o Brasil tem esse povo bunda, irresponsável e incapaz de compreender a realidade, para uma quarentena eficiente seria indispensável muita fiscalização e punição. E não vai acontecer, pois os Governadores estão remando sozinhos. Por causa do isolamento não cumprido, os casos vão piorar e o Bolsonaro ainda vai ter a cara de pau de dizer que ele sempre avisou que lockdown não funcionava. Realmente, quando não é bem feito, não funciona mesmo.

Além disso, mesmo que os Governadores mantenham tudo fechado na raça, ainda que operem esse milagre, basta um que decida não aderir (na real, serão muitos) que o contágio continua. É o que já falamos outras vezes: para combater esse vírus é indispensável união, que todos colaborem.

Não adianta que no seu estado todo mundo faça lockdown bonitinho e no estado vizinho não façam, pois o vírus é altamente contagioso e a coisa vai chegar até você novamente. Veja bem, saiu da China e chegou no Brasil, o que te faz pensar que não pode sair do Pará e chegar em Santa Catarina? É como passar remédio para piolho em metade da cabeça da criança e achar que ela não será reinfestada pela outra metade.

O que está acontecendo no Brasil é assustador. Eu jogo ralo abaixo tudo que sempre defendi sobre estado democrático de direito, leis, ética e etc. É guerra. Estão colocando em risco a vida de pessoas que eu amo. Acabou valores, acabou moral, acabou qualquer barreira que impeça de cessar esse massacre. O Brasil caminha para os mil mortos por dia, isso tem que parar, já não me importa mais o meio.

Como venho dizendo, a péssima condução desta pandemia me tornou uma pessoa pior. Quando a vida das pessoas que você ama está ameaçada, fica muito fácil cruzar a linha da ética, da moral e da lei. Hoje eu toparia qualquer forma de fazer esse absurdo cessar. E não, não estou falando em golpe militar, pois são justamente eles a causa do problema. Não resolveria e ainda pioraria.

Chega de negação, Brasil. Chega. É hora de tomar atitudes. Quando, para sustentar uma narrativa, você tem que refutar todos à sua volta (médicos, epidemiologistas, infectologistas, OMS, imprensa, 300 países no mundo que mandam fazer diferente), o errado é você. Não tá todo mundo errado, não é todo mundo comunista, não é questão de patente de remédio mais caro. Cloroquina é um veneno. Você pode descobrir isso através da ciência ou pode descobrir da pior forma, na prática, quando ministrado a uma pessoa que você ama.

Lutem com todas as forças para que esse veneno não vire protocolo, façam o que precisar ser feito. Não é mais sobre ideologia, é sobre salvar a vida das pessoas que você ama.

Para dizer que vão jogar Cloroquina no Aquífero Guaraní, para dizer que você, mesmo sendo leigo, se sente avalizado a desmentir todo mundo da área de saúde ou ainda para dizer que não sabe o que dizer: sally@desfavor.com

SOMIR

Não que seja uma novidade ou mesmo uma surpresa, mas cai por terra a promessa de campanha de indicar ministros por capacidade técnica. Na prática, Bolsonaro descobriu que suas opiniões leigas de quem se informa por WhatsApp não condizem com as decisões tomadas por especialistas na área. Num mundo ideal, aprenderia com isso. No mundo em que vivemos, torna impossível a permanência daqueles que o contrariam.

Como já tinha dito no texto de quarta-feira, Bolsonaro tem um plano e vai segui-lo não importam as consequências. Tem a certeza que só ele está certo ao ser contra o isolamento social, e agora está até receitando remédios. Que se explodam as opiniões de quem realmente trabalha na área de saúde, ele quer estar certo e então… está certo.

Teich foi uma tentativa de colocar um poste no ministério da Saúde, alguém que só assinaria embaixo das suas decisões, como fazem os ministros do Meio Ambiente e da Educação, por exemplo. Ministro bom no governo atual é ministro que passa o dia inteiro na rede social, sem ficar tendo ideias subversivas. Teich tinha o potencial: sua completa falta de carisma e aversão aos holofotes poderia tornar o ministério da Saúde em mais uma fachada do Palácio do Planalto.

O problema é que a ignorância medicinal de Bolsonaro foi demais até para esse poste. Teich se viu diante da destruição completa do currículo se aceitasse os desígnios presidenciais. Não que saia por cima, o Brasil vai lembrar dele como um médico que não fez nada durante uma crise de saúde pública e parecia confuso o tempo todo numa posição gerencial. Esse último ato de pedir demissão foi uma forma de salvar o que restava da reputação.

E agora, com um militar interino no cargo, não há mais muita resistência: Bolsonaro pode finalmente empurrar sua visão das coisas goela abaixo do país. Mesmo que os estados possam resistir por algum tempo, o dinheiro só pode ser levantado e liberado pelo governo federal. Logo logo vai ser questão de sobrevivência aceitar as ordens que vem da presidência, sob o risco de ficar sem verba nenhuma para cuidar dos doentes.

A cloroquina foi a gota d’água para Teich. Como deveria ser para qualquer médico que respeita a ciência vigente: depois de pelo menos dois estudos grandes não comprovarem a eficácia da substância no combate aos sintomas do coronavírus, o resto do mundo colocou o remédio em último plano. Com a quantidade de efeitos colaterais, alguns fatais, não parece uma relação aceitável de risco e recompensa. Trump também falou do remédio alguns meses atrás, quando muita gente ainda estava disposta a ouvir mais. Mas, recentemente, preferiu sugerir até desinfetante do que cloroquina para o povo…

Os primeiros médicos que sugeriram e testaram a cloroquina com certeza tinham seus motivos. É uma doença nova, e usar um remédio já conhecido ajudaria muito, mas depois de fazer o necessário dos testes, a imensa maioria da comunidade médica não via mais vantagem em seguir esse caminho. Se ajuda, não ajuda o suficiente para compensar os efeitos colaterais. Mas os resultados são ainda piores do que isso: não tem comprovação de ajudar. Até por isso ninguém ficou parado na cloroquina, já tem muita gente pesquisando coisas novas. Até mesmo um time brasileiro chamou atenção recentemente pesquisando o potencial de usar anticoagulantes para reduzir o tempo de hospitalização e salvar casos graves.

Não é como se a cloroquina fosse um tratamento controverso atualmente: é algo que salvo uma imensa surpresa no futuro, deu errado. Quase todo mundo seguiu em frente. Quer dizer, quase todo mundo menos Bolsonaro e seus médicos malucos de confiança. Sim, porque Bolsonaro diz ter apoio de vários médicos na sua insistência com a cloroquina, mas não podemos esquecer que a classe médica engloba muita gente, tem gente formada em medicina que vai virar homeopata! É por isso que buscamos grandes sensos comuns na área: se você ficar na mão só de um pequeno grupo, vai achar que vacina causa autismo. A força da medicina está no consenso: quanto mais gente pensa e testa uma coisa, maior a chance de encontrar a verdade sobre ela.

Pode ser até injustiça com os médicos que sugeriram o tratamento inicialmente, mas cloroquina é a Terra Plana do tratamento do coronavírus atualmente. Se os terraplanistas no fundo só acreditam nisso por questões religiosas, os cloroquinistas atuais se importam com as implicações políticas do tratamento, não com a parte medicinal. Na cabeça dessa gente, cloroquina é um remédio contra o comunismo. Bolsonaro está cagando e andando para a eficácia do remédio, só quer ter algo para politizar e enfrentar seus opositores nesse campo. Não adianta mostrar resultado de testes, pois não é uma questão de acreditar no mais provável, é sobre acreditar no que prefere acreditar. Cem estudos mostrando que cloroquina mata mais do que salva são ignorados por um caso de pessoa que estava meio doente e melhorou depois de tomar o remédio.

É mentalidade extremista, e quem não comungar com as propriedades “endireitadoras” da cloroquina obviamente é um comunista safado. Vão ser expulsos do governo e achincalhados pelo culto Bolsonarista. Se posso deixar uma sugestão neste texto, que seja essa: não aceite cloroquina para você ou seus parentes, a medicina já seguiu em frente. Essa história foi politizada, e a queda de Teich é a prova cabal disso.

Para dizer que acha uma boa dar uma limpada no pool genético, para dizer que nem sabia que Teich era ministro, ou mesmo para dizer vai valer a pena quando Dr. Rey assumir: somir@desfavor.com

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Comments (28)

  • Concordo que o grande problema são os militares. Há uma intimidação ou conivência estranha tanto do presidente do STF quanto da Câmara diante de tantos estupros do Bolsonaro na Constituição. Há uma infestação de militares no meio ambiente e agora, pasme no ministerio da Saude, onde trocaram 37 técnicos por militares. A Venezuelização a todo vapor. Ou os civis reagem contra os militares agora ou ja era, primeiro muita gente vai morrer e continuar morrendo, segundo o Brasil se acabará de vez.

    • Curioso que um Presidente que teme que o Brasil vire uma Venezuela esteja super alinhado com o país na defesa pela Cloroquina

  • O que está me preocupando mais do que esta postura horrenda do Bolsonaro é o Brasil ter ficado de fora – por opção – do tratado de acesso a EPIs e eventuais vacinas e medicamentoa contra o corona. Tanto que a farmacêutica que produz um dos medicamentos mais promissores – acredito que o nome seja Remdisivir – abriu mão da patente para 127 países, e o BR não foi um deles.
    Só quero que as pesquisas das vacinas cheguem logo a um bom resultado, até me inscrevi na plataforma que lançaram para voluntários que queiram testá-las. Acho que será o melhor caminho, já que esta quarentena de meia dúzia não vai fazer o vírus parar de circular. Para quem também se interessar, o nome do projeto é 1 Day Sooner.

  • É simplesmente inacreditável como tem gente que prefere foder com um país inteiro só pra não dar o braço a torcer e admitir que estava – muito – errado. Desesperador! E eu sempre abominei quem faz questão de ter sempre a última palavra em tudo…

    • Pior é que nem isso. Ele é um idiota gritando com mais meia duzia de idiotas que ninguém leva a sério… O que vai ferrar com o país são os Alicates fazendo festas, a Dona Maricota que acha que um almoço de familia não faz mal, a Dona Fulaninha que acha que se chamar alguém para cortar o cabelo na sua casa usando máscara não tem perigo…

  • Se mandasse, meu anjo, o país já tinha implodido. Quem manda no Brasil é o STF. Mas pelo visto você não é capaz de interpretar um texto.

  • “São eliminados, para colocar um militar no cargo e, na prática, quem vai tomar a decisão médica do que receitar para um doente vai ser o Bolsonaro”.

    O Exército está produzindo quantidades cavalares da cloroquina desde o mês passado pelo menos. Meldels…

    • Quem quiser usar, que use. O médico que quiser prescrever, que prescreva. Só não pode ser algo imposto, sobretudo por ser ineficiente e causar sequelas gravíssimas!

  • “Bolsonaro está cagando e andando para a eficácia do remédio, só quer ter algo para politizar e enfrentar seus opositores nesse campo.”

    Bolsonaro tá cagando e andando para a crise sanitária como um todo. Tudo o que ele faz ultimamente tem como motivação manter minimamente viável a reeleição em 2022. Não que ele esteja se atrapalhando em conter o coronavírus, pois pra estar atrapalhado nisso ele teria que estar fazendo isso pra começo de conversa. O objetivo dele é manter o mandato minimamente estável correndo atrás de apoio do centrão, pra não virar o que virou a Dilma em 2016. E não aparecer desautorizado/contrariado: fritar ministros que apontam as cagadas que ele comete, e vendê-los como “traidores”, como aconteceu com o Moro. Creio que se ele chegar elegível em 2022, restem apenas os votos do culto fanático, que por sinal já cruzou faz tempo a linha do ridículo. Verde e amarelo se tornou o novo vermelho internet afora

    • Bolsonaro é um merdão que acha que manda em alguma coisa. Foi peitado pelos Governadores, tomou um freio do STF e ficou altamente desmoralizado.

  • Gostaria de em algum momento ler opiniões da Sally, do Somir (o corretor mudou para “dormir”, talvez eu deva ir mesmo) ou dos Impopulares sobre se temos alguma alternativa viável de pelo menos minimizar esse buraco que estamos cavando durante a pandemia. Não entendo muito de articulação política, e as discussões aqui são sempre enriquecedoras.

    Por exemplo, impeachment do Bolsonaro é algo realista neste cenário? Caso acontecesse, pelo perfil do Mourão seria o mesmo caos, ou talvez um pouco menor? Não sendo pela intervenção militar, há alguma forma de algo ser feito “na força” para minimizar os danos?

    É desalentador não ter perspectivas pela frente…

    • Impeachment é um processo demorado, se considerarmos a urgência da situação. Não acho que seja necessário tirar o Bolsonaro, ele já não manda porra nenhuma faz tempo. O pouco poder que ele tem, é ceifado pelo STF sem pudor. Por exemplo, nessa questão da quarentena, o STF delegou poderes aos Governadores para decidirem, algo que, em tese é uma aberração, mas na prática foi necessário. E assim o fará, cada vez que Bolsonaro fizer uma loucura. Ele sabe que não manda nada, tanto é que o tempo todo está reforçando um discurso de que é ele quem manda.

      O grande problema é: depender do STF também é uma bela bosta. Assim como depender de qualquer instância de poder. São todos escrotos, corrompidos, imorais. Eu não vejo outra solução a não ser deixar tudo ruir e recomeçar do zero depois. Ao menos nisso Bolsonaro está fazendo o que se esperava dele…

      • Então tu acha, Sally, na tua perspectiva, que vai continuar essa mesma merda de ele dizer asneiras e não mandar me porra nenhuma até 2021? Poxa…

          • Pensando aqui: se tirar ele, vem o Mourão e periga de vir uma ditadura. Se deixar, do jeito que as coisas estão caminhando, aí sim vem o colapso, vem a ruína total e tal. Difícil lidar!

            Outro dia uma amiga comentou algo que achei interessante: Bolsonaro é lá um fantoche, um personagem contratado (mas por quem?) pra desestabilizar o país e justamente pra vir intervenção internacional querer mandar na porra toda (EUA?). É uma boa hipótese, não duvido, mas…

    • “Aí vocês podem pensar que os Governadores segurarão tudo fechado. Não é tão simples. Sem verba federal não dá para fiscalizar e punir quem fura quarentena, nem para se manter isolado por muito tempo”.

      Desde o dia 7 de maio, o presidente está segurando sancionar um projeto de ajuda de R$ 125 bilhões para os Estados e municípios combaterem o coronavírus, aprovado pelo Senado.

      Convém lembrar que o número de mortes praticamente dobrou desde então, e do infectados subiu exponencialmente. De todo modo, o prazo para sancionar o projeto é até 27 de maio.

      https://www.camara.leg.br/noticias/659714-senado-aprova-ajuda-de-r-125-bi-a-estados-e-municipios-projeto-vai-a-sancao/

      Nesse contexto, foi marcada uma reunião do governo federal com os governadores semana que vem. Na teoria, o único compromisso dos Estados e municípios seria congelar qualquer aumento generalizado a seus servidores. Porém, se o presidente for coerente, bem capaz de atrelar a sanção desse projeto (e de qualquer outra iniciativa) com o compromisso de acabar com a quarentena, sequer cogitar o lockdown e empurrar a produção de cloroquina do Exército.

      Como um termômetro para o clima que é esperado para a reunião, ontem passou uma entrevista na Globo News com quatro governadores: Doria, Zema, Dino (governador do Maranhão, do PC do B) e, como contraponto, o governador de Roraima Antonio Denarium (Dinheiro?), do PSL (último partido do presidente). Para resumir o debate, Doria (o tempo todo com um sorriso do rosto), Dino e Zema desceram o cacete no presidente e o governador de Roraima priorizou a saúde.

      Quem sabe uma tentativa de extorsão estapafúrdia como essa faça com que Rodrigo Maia se mexa e comece a analisar pedidos de impeachment, já que ele declarou não haver prazo na legislação que o obrigue a analisá-los, em resposta ao Ministro Celso de Mello sobre o andamento de um pedido de impeachment feito no fim de março por um grupo de advogados contra Bolsonaro.

      E se, mesmo assim, o presidente da Câmara continuar a achar interessar analisar pedido algum, aí voltamos para o comentário da Sally em resposta a Morgana.

      • É um merda, né?

        O pior de tudo é que a palavra final sobre cloroquina é dos médicos e os médicos não vão prescrever. Bolsonaro está lutando contra moinhos de vento…

  • Eu não entendo essa obsessão toda do Boso por cloroquina. Ao que parece, aí tem coisa! Aposto que a fabricante do remédio deve ter pagado zilhões (e com ctz deve ter lavagem de dinheiro aí por trás tb) pra que Boso enfie guela abaixo esse negócio, não é possível!

    • Certamente tem interesses, mas o Bolso tem um componente lunático, que cisma com uma coisa. É típico de desempoderados. Não sei dizer até onde é teimosia egóica dele ou interesse financeiro. De qualquer forma, vai ser a mesma piromania de sempre: grita, grita, grita e fica por isso mesmo.

      O pronunciamento que ele ia fazer hoje decretando o fim do isolamento já foi abortado. Cutucaram no ombro dele e mandaram o recado de que se fizer isso o STF derruba ele. Bolsonaro é um pincher de pêlo oleoso latindo sem morder ninguém.

      • Isso porque é INCOMPETENTE e não entende patavina nenhuma da área jurídica, porque se entendesse poderia fazer um estrago bem pior, mandando todos os esforços pra conter a situação morro abaixo.
        Pra quem acha que Bolsonaro não é viável politicamente pra 2022, pensa de novo. Graças a gente como o cheirador de saco (o cara de pau de cara pintada), está se rearticulando pra tentar se alavancar em cima do velho que está há mais de 30 anos metendo seu dedo podre na política brasileira.
        E isso, combinado ao fato do brasileiro médio estar ODIANDO essas paradas de “isolamento social” e principalmente os efeitos nefastos de curto prazo (brasileiro médio só olha o curto prazo), garante a reeleição do Bosta N’Água em 2022.
        A tática melhor a esta altura do campeonato seria o Bosta N’Água renunciar, fazendo todo um show de vitimização, se fazendo de perseguido e coisa e tal pra manter e de quebra reforçar o capital eleitoral para o futuro e daí entrar como “oposição” ao Mourão nas eleições de 2022. Assim ele teria condições pra mais adiante garantir o poder de forma personalista como sempre quis.

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