Sem meio termo.

O jornalista Sikêra Jr., que diversas vezes gerou polêmica por minimizar a gravidade da pandemia do novo coronavírus, confirmou que atestou positivo para a Covid-19. (…) Ele está sendo acompanhado por um infectologista está tomando minha medicação em casa. “É pedir a Deus que eu passe por essa, é um vírus novo. Não subestimem a doença como eu fiz, é mais sério do que eu imaginava, se cuidem”, finalizou Sikêra Jr. no bate papo com a jornalista Mayara Rocha. LINK


Não temos a menor vontade de tripudiar, tomara que se recupere logo. Mas serve de exemplo da mentalidade que vai causar problemas sérios na saúde e na economia deste país. Desfavor da semana.

SALLY

Está virando uma rotina, quase uma coreografia: a pessoa que desacreditou o coronavírus e seus impactos é afetada por ele ou tem uma pessoa querida afetada (que, com sorte sai viva e sem sorte é devolvida em um caixão) e tudo muda: a pessoa revê o posicionamento, começa a militar a favor de uma quarentena e grita aos quatro ventos que não é só uma gripezinha. É o clássico Brasil: só aprende a nadar quando a água bate na bunda.

Quanto mais forte a pessoa negava a seriedade da situação, o risco de contágio ou tudo que era dito pela mídia, mais forte é o “desmentido” quando ela cai na real. A jornada dos arrependidos, que enterraram a mãe, o filho, o marido, parece ser uma tentativa de reverter o mal social que causaram ao negar a seriedade de algo altamente nocivo.

Parece bom, certo? Pessoas se conscientizando e percebendo a realidade. Mas pode não ser, pois, como tudo no Brasil, a tendência é ir de um extremo ao outros muito rápido e extremos nunca são bons.

Se analisarmos friamente os números, é perceptível que o Brasil já teria que ter entrado em lockdown ou, ao menos, em quarentena. Ainda assim, parece existir um temor em dar esse passo. Não sei dizer se é um temor eleitoral, um temor de mera popularidade, um temor em contrariar o Presidente ou qualquer outra razão, mas fica a impressão de que, por mais que sobrem motivos, há receio em dar esse passo, ou melhor, em ser “o responsável” por dar esse passo.

Se eu tivesse que chutar algo, diria que quem dá esse passo tem medo de entrar para a história como “o responsável” pela derrocada econômica do país. Qualquer pessoa minimamente inteligente sabe que não entrar em quarentena rápido dobra o tempo necessário de quarentena no futuro, logo, dobra o prejuízo financeiro no futuro. Mas, o brasileiro médio não é minimamente inteligente. O prejuízo imediato de entrar em quarentena faria com que o povo se volte contra aquele que foi o responsável. Isso fecharia portas para carreiras, aspirações e vaidades.

Ninguém quer ser essa persona non grata, ao que tudo indica. Não tenho como afirmar nada, apenas dizer que a impressão é a de que estão todos esperando o caldo entornar para que, quando todo mundo tiver perdido alguém para o covid, o próprio povo peça pela quarentena, de modo a que esta possa ser decretada sem manchar o nome, a carreira e a possibilidade de anos de desvio de verba pública de qualquer político.

Muito pelo contrário, os crápulas que estão no poder estão esperando que a quarentena seja desejada para se tornarem os heróis que a decretam. Estão permitindo que um massacre seja levado adiante para não assumir a responsabilidade dos efeitos colaterais negativos de salvar vidas. Estão esperando o desespero das pessoas para se travestirem de salvadores da pátria e declarar um lockdown solicitado.

Só que, quando finalmente acontecer, quando der o strike e a maioria da população estiver apavorada, enterrando filho pequeno, a tendência é que a coisa inverta. Com a mesma força irracional e descompensada que se recusam a fazer quarentena, se recusarão a trabalhar, a sair de casa, a consumir. O brasileiro é assim, de extremos. Adivinhem o que isso vai fazer com a economia?

Espero sinceramente estar errada, mas eu acredito que o Brasil será um dos países que mais vai sofrer financeiramente com esta pandemia, seja pela demora em tomar medidas, seja pelo longo tempo de lockdown e despesas que vai enfrentar, seja pela reação desse povo extremista. Quanto maior o país, maior é a queda. Aproveitem bem para repetir que “a Argentina está quebrada, por isso decretou quarentena”, pois quando tudo isso acabar, provavelmente o Brasil estará pior do que ela.

“Mas Sally, a maior parte das pessoas não pode se dar ao luxo de não ir trabalhar, pois morre de fome”. Não é apenas isso que ferra com uma economia. O medo é um fator importante. As pessoas não gastam, a economia se retrai. O país não vai poder contar com dinheiro de turismo e de oba-oba (carnaval e similares) por algum tempo, se o dinheiro parar de circular, a coisa vai ficar feia. Quando você escuta o guru do Poket dizendo que cogita imprimir dinheiro, já dá para antever o que está por vir. É como ver um acidente de carro em câmera lenta.

O maior desfavor em meio a tanta covardia, paumolescência e ignorância é: pela primeira vez em muito tempo, a vontade do povo (também conhecida como democracia) está sendo feita. O povo, em sua maioria, não quer quarentena. O país não está em quarentena. O abismo está próximo, vai acontecer um massacre. O povo vai querer quarentena, será decretada quarentena, o abismo ficará ainda maior: os danos à economia serão muito maiores do que seriam se a quarentena fosse decretada no centésimo caso confirmado, como fizeram os países precavidos.

Ou seja, quando finalmente a vontade do povo é feita (democracia), dá uma merda federal. Ou seja, se você deixar o que deve ser feito nas mãos do povo, fazem merda, uma merda enorme. Ou seja, o brasileiro não pode ter democracia. Como faz? Ditadura militar é uma barbárie sem precedentes, um retrocesso civilizatório, uma ferida aberta em um país. Democracia também não serve pois o estrago que a vontade do povo faz é gigante. E aí? O que fazer? Fica a impressão de que, não importa o que se faça, sempre vai dar merda no Brasil. Desesperança, essa é a palavra.

Suponho que a maioria das pessoas que ocupa algum cargo de poder hoje no Brasil é a favor da quarentena. Daí se depreende que a vontade do povo consegue ser ainda mais nociva para o país do que a vontade daqueles que detém o poder, que, durante tantas décadas foram esculhambados como pessoas que faziam péssimas escolhas e únicos responsáveis por tudo de ruim que acontece no Brasil. Parece que a vontade do povo é ainda pior. Ainda assim, a culpa de tudo recai nos que detém o poder.

Não. O responsável por tudo que acontece no Brasil é do brasileiro que, em primeira instância, colocou essas pessoas no poder. O brasileiro, que precisa ficar tempo demais com a bunda sentada no prego para, finalmente se mexer e fazer alguma coisa.

Espero estar enganada, mas acho muito provável que, mais uma vez, o brasileiro cague na entrada (resistindo ao isolamento social e saindo, apesar dos apelos) e cague na saída (entrando em pânico quando o caldo entornar, emburacando de vez a economia).

Se a coisa fosse feita de forma planejada, provavelmente os danos seriam menores – e isso vale para quase tudo na vida. Mas não. Tem que esperar o caldo entornar. Tem que surtar quando o caldo entorna. Tem que ser sempre da forma mais precária, mais idiota e mais improvisada possível.

Só espero que, ao final dessa lambança, ninguém que contribuiu para ela tenha a cara de pau de vir reclamar de governo, de político ou de qualquer fator externo. Foram vocês, brasileiros, os maiores responsáveis por isso. Não adianta nada dizer “eu não votei no Bolsonaro” e pedir comida no ifood ou ir ao salão cortar o cabelo. Não adianta nada se dizer contra o Bolsonaro mas ter empregada que vai na sua casa “de máscara” lavar suas cuecas e seus pratos.

Se, em algum momento, você minimizou esta pandemia com palavras ou atos, você é responsável tanto pelos mortos como pela danação econômica que está por vir. Assuma a culpa em vez de delegá-la a pessoas que estão em cargos de poder. Político não é papai de criança pequena que tem obrigação de proibir marmanjo de fazer merda.

Repito, espero de coração estar errada, mas a vida adulta é isso: torcer pela exceção, mas ciente de que o que costuma acontecer é a regra geral.

Para deixar um grande discurso negacionaista e na esperança que eu aprove antes que o Somir rejeite, para dizer que dessa vez nem o aeroporto é uma opção ou ainda para sugerir que façamos uma parceria publicitária com alguma marca de antidepressivo nesta coluna: sally@desfavor.com

SOMIR

A crise de saúde pública e econômica causada pelo Covid-19 é uma novidade no mundo, mas é formada de partes que já conhecemos muito bem. Doenças altamente contagiosas sempre causaram problemas sérios para a humanidade, o grau de interdependência econômica entre povos sempre foi um ponto frágil para devastar nações, a tendência de achar que problemas só acontecem com os outros sempre pegou pessoas desprevenidas…

Por isso, não é tão difícil assim prever o desenrolar da pandemia na sociedade humana. A variável que fica indefinida é a do tratamento ou prevenção da doença, mas a equação pode avançar sem ela no momento. Mesmo que a medicina não consiga ir muito além do que consegue com a gripe comum, por exemplo, ainda temos uma taxa de mortalidade baixa o suficiente para não impedir a continuidade da espécie. Temos um futuro, óbvio.

Mas como estamos vendo nas últimas semanas, um futuro com cada vez mais sequelas. Fazer análises de longo prazo é uma ciência extremamente complexa, pois as possibilidades e o número de fatores interdependentes aumentam sem parar a cada dia, mês ou ano que você tenta prever. Infelizmente, não é muita gente que presume essa complexidade no processo: acham que pensar por cinco minutos no tema é o suficiente para ter confiança numa previsão, ou resolvem viver numa espécie de ignorância autoimposta para não lidar com o medo das coisas darem muito errado.

Somos humanos, somos falíveis. Eu com certeza tenho vários pontos cegos na minha análise do futuro para evitar sofrimento, e posso dizer com um bom grau de confiança que você também. Mas, problema meu, problema seu. A consequência normalmente está restrita às nossas vidas. O problema é quando muita gente entre em consenso sobre ignorar a realidade sobre um determinado problema e as consequências se tornam coletivas.

No caso do Covid-19, muitos parecem fechar os olhos sobre as consequências de ignorar a doença. Pode ser mais conveniente agora, pode ser até uma necessidade no caso de quem não consegue sobreviver sem ir para a rua, mas é ignorar a realidade do mesmíssimo jeito. E isso vai ter um custo. Todos os modelos que vemos atualmente da evolução da doença nos fazem acreditar que o custo não vai ser de falta de ser humanos para manter a sociedade, não é uma taxa de mortes que dizima populações, mas é uma taxa considerável para indivíduos.

E é aqui que vive o maior perigo. Em países onde a resposta do poder público é tão desastrada como a brasileira, a doença vai chegar na maioria das pessoas. Vai chegar sem sintomas para boa parte, vai dar um susto dos grandes em uma pequena parcela, e vai ser a última doença de um grupo ainda menor. Pode parecer pouco, mas o que se ignora é o fator humano. Como vimos no exemplo da notícia que ilustra as colunas de hoje, a pessoa rapidamente acorda para a realidade. O senso de invencibilidade desaba, e algo muda no psicológico dela, talvez para sempre.

Como o Brasil fingiu que não era sério e começou a ignorar a quarentena ao mesmo tempo em que a doença começa a matar mais gente e lotar UTIs ao redor do país, logo teremos um país com muito mais medo do que deveria ter da doença. A desconfiança que o brasileiro tem do Estado só vai aumentar quando perceber que ele não foi capaz de protegê-lo, e quando a pessoa precisar de um leito e não conseguir, vai se sentir totalmente sozinha. O que vai entrar na cabeça da pessoa é que existe uma doença lá fora que consegue chegar nela e que todo mundo ao seu redor parece estar pouco se lixando para o que vai acontecer.

Adivinhem o que acontece com economias de países onde as pessoas perdem completamente a confiança? O ser humano médio gasta seu dinheiro e investe porque acredita que existe um sistema ao seu redor que vai proteger sua propriedade e cobrir despesas para o bem coletivo. O fato do Brasil não ter colocado suas capitais mais atingidas em lockdown total vai ser lembrado por toda essa gente que viu o Covid-19 causar terror ou mesmo matar pessoas ao seu redor.

Gente assustada guarda dinheiro no colchão, estoca mantimentos e fecha a carteira para qualquer coisa que não seja de necessidade básica. As recessões são criadas por falta de confiança, e por consequência, investimento. Eu não ando escrevendo tantos textos de economia à toa: precisamos entender como é a lógica de uma economia capitalista moderna para que o argumento de que “priorizar a economia” agora é de uma estupidez colossal. Perceberam que o Paulo Guedes não está falando bobagem como o Bolsonaro? Que ele calou a boca e colocou uma máscara?

Quem entende de economia está vendo a merda acontecer. Se o governo perde a confiança do povo, a economia desaba. Os países liderados por pessoas com mais de 80 pontos de Q.I. fizeram o diabo a quatro para manter a confiança da população. Torraram trilhões e apresentaram estratégias claras de combate à pandemia. Não é porque tem medo da população morrer inteira, é porque não podem abrir mão de confiança.

E sim, essa ideia é muito complexa para o cidadão médio, não estou exigindo que o babaca do WhatsApp dizendo que o “Brasil não pode parar” é obrigado a entender isso, mas estruturas maiores do Estado tem. Ele existe para suplementar a falta de conhecimento da sua população, tomar decisões difíceis e impopulares pensando no longo prazo.

Trate a Covid-19, trate a economia do país. Ou espere até que cada brasileiro sinta na pele como não deveríamos ter ignorado essa doença e comece a agir por pânico. Já passou da hora de fechar de verdade as cidades mais afetadas. Até quando vamos fingir que está tudo bem e que não estamos infectando o futuro desse país?

Para dizer que com você não vai acontecer, para dizer que somos alarmistas por sugerir a opção mais segura para população e economia, ou mesmo para dar sua opinião sobre o Sikêra Jr. (achamos irrelevante para o texto): somir@desfavor.com

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Comments (15)

  • O texto do Somir é o reflexo do que eu sinto hoje: confiança. Estou morando na Argentina faz alguns anos e olha… Eu nunca gostei da política Kirchnerista daqui, mas o governo com toda a iniciativa pra conter a doença no país me dá a confiança que diz o Somir e me faz acreditar que a gente vai sair vivo dessa (vivo literalmente). A economia vai ir pro buraco (na verdade já estava, vai), mas pelo menos vou estar vivo. Diferente da minha família aí no Brasil, que Deus queria que fique bem. É essa confiança que me faz esquecer o ranço pela política atual e, de verdade, me dá uma sensação de segurança.

  • Tomar atitude depois do centésimo caso confirmado é merda… Deveriam ter tomado atitude de controle de fronteiras antes de aparecer o primeiro caso suspeito. Mas sabe como é, né? Os pimpolhos tudo preocupados com “vai prejudicar o turismo”.
    O turismo foi afetado do mesmo jeito e o brasileiro ligou o modo foda-se porque hospital lotado e burocracia no atendimento médico é ROTINA e não exceção.
    Não esqueçam que tem muita gente que relativiza a questão do coronavírus por conta do explosivo número de casos confirmados de DENGUE por exemplo, que todo ano tem um grande número de notificações e nesse ano não foi exceção.
    Só imaginando a bombástica combinação entre DENGUE e CORONAVÍRUS no mesmo paciente.

    • Se fechasse cedo, o turismo ficaria paralisado apenas alguns meses. Como demoraram a fecha (na real, ainda nem entraram em quarentena), será pelo menos o dobro do tempo parado e um prejuízo muito maior. Mas brasileiro não sabe planejar a longo prazo, é um povo tosco, arrogante e imediatista. Acho que seria o floquinho de neve especial onde o vírus não chegaria. Taí, frigorífico em hospital para armazenar os mortos, pacientes no chão, gente morrendo em casa, covas rasas…

  • “Ditadura militar é uma barbárie sem precedentes, um retrocesso civilizatório, uma ferida aberta em um país. Democracia também não serve pois o estrago que a vontade do povo faz é gigante. E aí? O que fazer? Fica a impressão de que, não importa o que se faça, sempre vai dar merda no Brasil.”

    Eu sinceramente não consigo entender como a maioria das pessoas não gasta 5 minutos por dia refletindo sobre as más escolhas e as consequências destas. E não dá pra dizer que as consequências das más escolhas políticas do Brasil não nos impactam. Mas a culpa é do Bolsonaro, do Lula, dos coxinhas, do diabo e do resto do mundo. Nunca é responsabilidade da criatura que podia ter pensado melhor antes de fazer algo, ou ao menos aprender com as besteiras que já fez.

    • Paula, as pessoas culpam terceiros ou algo externo pelas consequências de suas más escolhas, por isso não refletem e nunca vão melhorar. A culpa é sempre do outro, da inveja, fizeram macumba, do azar, do mercúrio retrógrado… nunca das escolhas que elas fizeram.

  • Brasileiro é meio suicida mesmo, esta semana vi uma notícia de que várias pessoas estão se aglomerando e causando engarrafamentos nas BRs pra chegarem ao litoral (foi no Rio se não me engano, mas certamente está acontecendo em outros lugares também).

      • E sabem do que é pior? Com as UTIs do RJ lotadas, muitos pacientes têm vindo a Minas Gerais buscar atendimento. O número de casos nas cidades da Zona da Mata, mais próximas ao Rio, têm saltado. Não dizendo que deveríamos negar socorro, mas é triste ver que nem assim as pessoas podem segurar a ânsia de ir à praia ou fazer uma festa… quem garante que o pessoal que busca socorro por aqui não vai contaminar ninguém?

        • Olha, eu acho que tinham que negar sim. Eu sei que não é o que a constituição nem o SUS propõem, mas para mim, hospital municipal tinha que ser somente para pessoas daquele município, estaduais somente para aquele estado, posto de saúde somente para aquele bairro. A não ser em casos de emergência, tipo, a pessoa estava passando por ali e sofreu um acidente, está com as tripas todas para fora, coisas que não poderiam esperar pelo risco. Porque daí vira essa bagunça o governo de uma localidade não investe e vão tirar as vagas das pessoas de outra região, principalmente em regiões metropolitanas onde há uma conurbação das cidades. Hospital federal poderia ser uma exceção.

    • Ontem, perto da minha casa, deram uma festa que foi das 15h00 até 01h00 de hoje. Como já dizia Odete Roitman: “Essa terra aqui não tem jeito!”

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