As ruas americanas ficaram cheias durante a semana, vários outros países começaram a aderir às manifestações. O Brasil, que já é o epicentro da pandemia de coronavírus, começa a se agitar para entrar no mesmo caminho. Desfavor da semana.

SALLY

Vamos começar arrancando o band-aid com um único puxão: nada, causa alguma, injustiça alguma, indignação alguma justifica ir para e rua se aglomerar em meio a uma pandemia. Nada te protege em uma aglomeração: nem máscara, nem luva, nem escafandro de armadura medieval. Sair para manifestações neste momento é inadmissível, infantil e irresponsável. É colocar a sua vida e a vida das pessoas que você ama em risco.

Esta semana o Brasil chegou ao pavoroso número de 1473 mortes por dia, o que equivale a mais de uma morte por minuto. A menos que você esteja morrendo de fome, situação que vai culminar em morte de qualquer forma, é muito idiota sair para protestar quando tem um vírus mortal circulando pelo ar na rua. É coisa de adolescente retardado que sente algum tipo de orgulho em ser intenso, passional e se posicionar ostensivamente. Não, não é problema seu, quem faz isso não apenas se coloca em risco, como arrisca toda a sociedade.

Entendo a luta contra o racismo, mas não vai adiantar nada que pessoas em massa adoeçam, não vai fazer qualquer bem pela causa. E, convenhamos, matam negros de forma injusta, violenta e cruel faz muito tempo no Brasil. AGORA as pessoas resolveram ir para as ruas se indignar? Assim fica parecendo que a pessoa só queria um pretexto socialmente válido ou não-criticável para ir para a rua.

Não tem dessa falsa premissa felipenética de que se você fica calado você é a favor. Você pode não ir a uma manifestação e, ainda assim, ser contra racismo, violência policial e desigualdade social. Você pode não ficar bradando em público e, ainda assim, fazer muito mais pela causa do que qualquer manifestante.

Essa palhaçada de obrigar pessoas a se posicionarem e a compartilhar do modo adolescente-histérico de ser é muito babaca. Quando um “branco” fala alguma coisa sobre racismo em rede sociais não demora para que um negro venha esculachar, dizer que ele não tem lugar de fala e mandar calar a boca. Bem, sendo assim, me parece que, pela lógica do movimento negro, também não deveriam estar em manifestações. Mas estão, por sinal, compostas quase em sua totalidade por brancos, que mais tarde serão esculachados se falarem de racismo. O Brasil de fato é um país de palhaços.

Mas, independentemente da cor de quem se manifesta, um spoiler: não tem efetividade, ao menos não da forma como é feito no país. Vamos olhar um pouco para a história do Brasil. Vocês sinceramente acham que manifestante na rua adianta de alguma coisa? Não venham me falar em impeachment, pois quem caiu, caiu por desavenças políticas internas, se não fosse desejo nem do Congresso nem do STF, o brasileiro poderia sair às ruas pelado e gritando que nada teria acontecido.

Por qual motivo continuam indo gritar feito uns doidos varridos na rua? Para sair de casa com a consciência tranquila? Para se sentirem rebeldões? Para terem a falsa sensação de que estão fazendo algo pelo país? Não estão. Não dá certo, nunca deu certo, é insanidade fazer sempre a mesma coisa esperando resultados diferentes. Talvez estejam indo às ruas pelos mesmos motivos que fazem basicamente tudo: necessidade insana de alimentar o ego e de ter uma sensação de pertinência.

Sim, eu sei. Feio de se dizer e provavelmente horrível de se escutar. Desqualificar um grupo que supostamente luta por um país melhor é digno de pedrada. Só que eu não compro esse discurso. Quem sai às ruas no meio de uma pandemia onde a única forma de controlar as mortes é ficando em casa não luta por um país melhor, contribuí ativamente para um país pior, com mais casos, com sistema de saúde colapsado e arriscando a vida das pessoas que eu amo. E, por sinal, arriscando a vida dos negros também, que adoram alardear como são o grupo mais vulnerável à covid.

O manifestante branquinho provavelmente vai ter plano de saúde pago pelo papai e vai ter mais chances de tratamento se adoecer. Os negros que eles pretendem “defender” não. Ou seja, manifestante pode acabar funcionando como um catalisador, um acelerador para a morte de negros. O Brasil, meus amigos, não é para amadores.

Manifestação, neste momento, é um desrespeito com todos os trabalhadores de serviços essenciais que arriscam a vida diariamente para manter o país funcionando. Quando a coisa chega a um grau de danação que a OMS te coloca como epicentro de uma pandemia, quando a porra do país é o primeiro colocado mundial em número de mortes diárias e em números de contágios, acho que temos uma prioridade bem clara.

Não é possível que o brasileiro ainda não entendeu o quão grave é o que está acontecendo. Não é possível que não percebam que, quanto mais cavarem esse buraco, mais difícil vai ser sair dele. Quanto mais vidas perdidas, quanto mais sistemas de saúde colapsados, quanto mais essa ferida estiver aberta, pior para todo mundo, inclusive para a geração de empregos e para a economia. Quem acha que basta um comando para reabrir que tudo se reestabelece é um débil mental.

O brasileiro é o lobo do brasileiro. Até quando tenta fazer coisas supostamente boas, faz uma merda federal. É um grau de incompetência e burrice nunca visto. Vê se qualquer outro país, quando estava no auge da pandemia, quando estava perdendo mais de 1400 pessoas por dia, fez ou permitiu que se faça manifestações nas ruas. É demente, é coisa de gente que tem titica de sabiá amarelo na cabeça.

E ai de quem apontar isso: fascista, racista, antidemocrático, opressor e mais uma meia dúzia de nomes mal utilizados. O Brasil tem uma dúzia de “instituições” sagradas, imexíveis e incriticáveis e, quando você critica, automaticamente se pressupõe que você é contra elas. Desde a sagrada instituição da maternidade (boa sorte mamães em quarentena) até manifestantes. Geralmente são pessoas que perpetram desfavores, mas estão protegidos pela histeria coletivo que recai sobre aqueles que ousam criticá-los.

Outro ponto: mesmo quando as manifestações não eram contra racismo, a vergonha também se fez presente. só eu sinto vergonha de ver manifestante de torcida organizada? Só eu sei que é tudo bandido? Só eu acho patético ver bandido protestando contra bandido, onde o único resultado prático vai ser a contaminação massiva de pessoas com coronavírus, que depois passarão adiante para pessoas inocentes que estavam tentando se cuidar?

Está cada vez mais difícil não achar que a única forma de aprendizado será pela dor. Toda semana o brasileiro faz uma cagada nova para piorar sua situação. Estão pedindo aos berros que aconteça um holocausto sanitário daqueles que entram para os livros de história. Quando acontecer, espero que não venha nenhum tipo de vitimização, pois o povo também foi um grande responsável por isso, saindo em inúmeras ocasiões nas quais poderia sim ficar em casa.

E se ainda fosse algo capaz de mudar a realidade… mas não é! Manifestação meia-bomba, onde militante de all star dá umas pedradas na polícia, não muda nada. O imbecil até sai com algum suposto heroísmo, mas apenas na sua bolha. Que bosta precisar avacalhar com a saúde pública para se sentir um pouco melhor consigo mesmo, hein? O que se quer não é uma mudança e sim o status de ser um manifestante.

Curioso que em outros países manifestações funcionam. Claro, são de verdade. Nos EUA está todo mundo com o cu na mão, mas manifestante lá não é imbecil com mascara da Osklen que recebe mesada do pai e fica berrando feito um idiota. Não tem procuração para manifestar, os que são os reais interessados vão e, não apenas vão, como fazem acontecer atos com peso suficiente para promover uma mudança. Não vão para postar foto ou vídeo em rede social, ou para conquistar aprovação da sua bolha.

Negros continuarão sendo brutalizados e políticos continuarão sacaneando o povo. As manifestações não mudaram absolutamente nada do que pretendiam mudar, a única mudança real que vão gerar é um aumento no número de contágios de uma doença que pode ser letal. Parabéns aos envolvidos.

Para dizer que eu sou racista, para dizer que eu sou fascista ou ainda para dizer que eu sou taxista: sally@desfavor.com

SOMIR

No meio da semana, eu resolvi focar minha atenção na lógica das manifestações americanas. Se queriam conquistar alguma coisa, que pelo menos fosse algo palpável. Enfrentar o racismo abertamente numa era onde o racismo age de forma velada e indireta não me parece muito produtivo. Sugeri até a ideia de reparações, que mesmo sem saber se teria como ser aplicado ou se resolveria muita coisa, pelo menos criaria um objetivo único e prático.

Mas é claro, isso não atende aos interesses de quem já tem dinheiro e poder. Muito disruptivo. Bem mais simples postar imagem toda preta no Instagram e se dizer aliado de uma boa causa. O povo se une num canto de “tem que ver isso aí, hein?” e as elites respondem com “verdade, né?”. Até o momento, os únicos resultados das manifestações americanas são a criação de um bode expiatório na polícia, que em algumas cidades pode até deixar de existir como conhecemos.

Se isso vai dar certo ou não, o tempo nos dirá. Uma coisa é ter uma polícia desarmada no Japão, outra completamente diferente é fazer o mesmo nos EUA. Países com polícias menos agressivas dependem de costumes da população que podem demorar séculos para se estabelecer. E não costumam funcionar bem em conjunto com um grande influxo de imigrantes sem a mesma cultura. Polícia comunitária desarmada funciona quando a comunidade se conhece e a população local não tem muita desigualdade social. Esse tipo de sistema falha quando muita gente não se sente parte integrante da comunidade. Para uma gangue de imigrantes muito pobres, policiais desarmados são uma oposição fraca. Para populações muito carentes vivendo às margens de condomínios e subúrbios de ricos, menos supervisão policial é terreno fértil para organizações criminosas.

Esse tipo de discurso não chama muita atenção no Brasil, pois a maioria da população convive com a violência urbana, mas o parágrafo anterior já seria suficiente para me considerarem um nazista em boa parte dos países ricos desse mundo. Séculos de estabilidade social moldam gerações que exigem padrões cada vez mais altos de tolerância com os menos favorecidos. São povos que se construíram sob a ideia de que podemos fazer melhor e que devemos esperar o melhor de outros seres humanos. Por isso, não me incomoda ser criticado por quem não quer seguir pelo caminho mental de que tem gente que simplesmente não está preparada (ainda) para altos padrões de responsabilidade pessoal e convivência pacífica: eu queria que eles estivessem certos. Eu queria esse mundo.

Mas não vivemos nesse mundo. E a cada dia que passa, nem mesmo os países ricos podem continuar acreditando nisso. Há uma conta enorme para pagar pela quantidade imensa de gente que foi explorada ao redor do mundo nos últimos séculos. A globalização fez a conta chegar. As hordas estão nos portões do castelo, batendo cada vez mais forte. Não existe uma solução simples: não dá para colocar todo mundo para dentro, não dá para ignorar que eles estão lá. Estou fazendo todo esse caminho para chegar à conclusão que não tem uma ação que resolva racismo e desigualdade social, não importa o quanto se grite nas ruas.

É claro que é válido protestar sobre todos esses temas e exigir melhor tratamento para públicos marginalizados, mas são centenas de anos de problemas condensados em poucas palavras de ordem. Nem mesmo uma revolução sangrenta com guilhotinas e incêndios muda essa lógica. Não estamos à espera de uma grande revolta popular para resolver os problemas, estamos falando de milhares delas pelos próximos séculos, numa longa guerra de atrição. Muito se fala hoje em dia de outras revoluções que mudaram as coisas para melhor, mas não podemos esquecer que seres humanos continuam sendo seres humanos depois delas.

A revolução francesa derruba uma monarquia abusiva, sim, mas demora séculos para se reorganizar sem tirania. E o país tinha riqueza e aliados para desenvolver, lentamente, padrões de organização social que ajudaram a definir os conceitos de liberdade e igualdade que temos na maioria das democracias modernas. Mas pouco se lembra do Haiti nessas conversas: os escravos se rebelaram por lá e tomaram conta do país. Em tese, algo que parece muito justo. Mas na prática o Haiti não tinha uma economia forte ou aliados para gerar essa evolução social. Acabou como acabou. Revoluções pontuais não mudam países para melhor, só o tempo alimentado por recursos suficientes e aliados é capaz disso.

Revoluções criam Franças e criam Haitis. Criam os EUA e criam Cuba. Virtualmente todos os países com as piores economias e índices de qualidade de vida do mundo também já passaram por revoltas populares grandiosas. O povo ficou furioso o suficiente para cortar cabeças em muitos lugares que nem mesmo um brasileiro estaria disposto a viver. Não tem atalho: ou você tem os recursos necessários para melhorar o país, ou só grita e quebra coisas por um tempo até ter que voltar a se preocupar com as mazelas locais.

É um processo longo, e nenhuma mudança radical pode ser mantida por uma população cheia de problemas além dos protestados. Não adianta defender a democracia enquanto uma pandemia coloca o sistema de saúde de um país de joelhos. Ninguém resolve os problemas de um país numa cama de hospital lutando por oxigênio. Não é hora de protestar, por mais que precisemos protestar. Isso não é uma final de campeonato, não tem hora certa para entrar em campo e ganhar o jogo. É um campeonato de pontos corridos: quem conseguir ser mais consistente nos vários jogos e ganhar mais do que perder que consegue ganhar o título.

Querer escapar de casa e se sentir bem por apoiar uma causa justa é totalmente compreensível, mas não é motivo para criar mais problemas para um país sem condição de ter mais problemas. Até porque não vai ser uma ou outra manifestação que vai finalmente resolver o que se protesta. Se você quer defender democracia e direitos humanos, eu concordo com você. Até por isso não quero que o resultado disso seja um colapso completo do sistema de saúde, que vai atrasar tudo por sabe-se lá quanto tempo. Revoluções são muito mais longas do que a maioria de nós acredita, ou você sabe pensar no longo prazo, ou acaba piorando tudo.

Para dizer que só quer tentar pegar alguém na manifestação, para dizer que esse é o plano das elites, ou mesmo para dizer que não existe resultado sem sacrifício: somir@desfavor.com

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Comments (20)

  • Revoluções que mudaram a coisa para melhor ???? É exatamente esse que é o problema o pensamento revolucionário

  • “Não tem dessa falsa premissa felipenética de que se você fica calado você é a favor.”

    Explicar isso pra jovem lacreiro e adultinho emocionado, infelizmente, é perda de tempo. A histeria corroeu os neurônios dessa galera de tal maneira que eu nem me atrevo a entrar em rede social alguma quando algum assunto “polêmico” vem à tona. Essa necessidade exacerbada de mostrar “olha como eu me importo com tal grupo/minoria” sempre me soou muito fake (por isso não consigo levar a sério protestinho de Instagram e Twitter).

  • Muito obrigada a vocês pelo texto de hoje. Extremamente necessário abordar este tremendo desfavor que é sair às ruas em meio de uma peste sem vacina e que mata milhares de pessoas rapidamente.

    E tem um desdobramento desta insanidade toda que os manifestantes da pandemia se esquecem: Que a manifestação deles pode dar a entender a toda uma população que isolamento é desnecessário — e com isto,como uma consequência, como um efeito colateral ruim, pode fazer com que patrões obriguem seus empregados a voltar ao trabalho pois, teoricamente, “o perigo já passou, já que pode manifestação de rua, então pode trabalhar também”.

    Um desserviço, no final das contas, e em nome da lacração de alguns, muitos outros sofrerão.

  • Pensei brevemente que o desfavor da semana seria sobre o caso lá do Miguel que caiu do apartamento. Afinal, foi racismo, não foi? Fiquei intrigado com isso, já que deu a parecer que aproveitaram da situação dos protestos sobre racismo pra botar mais lenha na fogueira.

    Aliás, eu achei muito louco tudo isso, em plena pandemia de repente surgir esse assunto de racismo e esses protestos. Quer dizer, não que não seja importante, vá lá, mas poxa, um problema por vez, né?

    • Zoomers são apressadinhos, acham que tudo na vida vai se resolver apertando uma tecla no touchscreen. Acho que vamos morrer sem ver um mundo próximo ao ideal de igualitário, se esse dia chegar.

      • “Zoomers são apressadinhos, acham que tudo na vida vai se resolver apertando uma tecla no touchscreen.” Não poderia ter resumido melhor…

  • A estratégia de atacar a polícia e diminuir sua verba já acontece há anos em cidades comandadas por esquerdistas nos EUA. Não por acaso, essas são as cidades com maior taxa de crimes violentos no país. Quais são as principais vítimas? Os negros pobres.

    Numa guerra, que é o extremo da violência, o inimigo é abatido sem julgamento. Numa cidade com alta criminalidade a coisa tende a se aproximar disso. Ou seja, quando o orçamento policial é cortado a criminalidade aumenta, e portanto no longo prazo a violência policial também.

    É um tanto contra-intuitivo, mas se combate a violência policial tendo mais polícia.

    • A resposta é DEPENDE. Não adianta ter uma polícia forte e atuante com um judiciário que trabalha contra ou com uma legislação que além de não ajudar, ainda atrapalha o trabalho policial.
      É todo um sistema envolvido ai e o sistema policial é só a ponta do iceberg. Inclusive faço piada com o pessoal de “Tá achando ruim a polícia… #ÉMelhorJáIrSeAcostumando a lidar com a milícia.”
      Por mais que formalmente estejamos dentro de um pretenso estado democrático de direito, as instituições não se modernizaram e replicam ainda hoje arbitrariedades comuns mesmo nos períodos de autoritarismo.
      É um caldo de cultivo que complica bastante a situação e em certos lugares a situação já beira o incontrolável, justo porque a polícia em si virou o alvo e a cabeça a prêmio pelo simples fato de ser a mão visível do estado no trato para com os pretensos cidadãos e quase sempre agindo no sentido restritivo e punitivo.

  • É no mínimo irônico ver os Estados Unidos se autodestruindo pelas ideologias que eles mesmos produzem e forçam pro resto do mundo, rs.

  • e teve gente achando que esses tempos conturbados iriam deixar as pessoas menos arrogantes e mais compreensivas e unidas, e na realidade foi o contrário, que triste… melhor torcer pra nunca mais haver uma guerra grande, porque se for pra confiar nessa gente pra te ajudar e reconstruir tudo…

  • Tem um livro interessante chamado “Em Defesa do Preconceito”. Apesar do título, ele não aborda que devemos ser nazisto-fascisto-machisto-homofóbics, mas ele revela o truque por detrás de certos rótulos. Quando um pai ensina ao seu filho que não deve aceitar doces de estranhos, ele está ensinando um preconceito.
    Daí fica a pergunta, todos os estranhos são maus? Quantas vezes na vida você já recebeu a ajuda de um estranho? Em momento algum se ensina as crianças como avaliar quem é bom ou mau, apenas se cria uma barreira mental, que realmente irá ajudar as crianças a escaparem de criminosos. Com esse exemplo simples é possível dizer que existem preconceitos que devem ser ensinados e mantidos para o bem da sociedade. Quem você confia mais, em uma pessoa que já cometeu um crime e tem grandes chances de ser reincidente ou na pessoa que tem ficha limpa?

    • Isso é o que chamamos de CONTROLE SOCIAL… E um controle bem falho afinal, mesmo para autistas.
      Ao invés de explicar o funcionamento das artimanhas do jogo social, a pessoa se limita a dar uma ordem fácil de passar, mas difícil de entender… E pior, com argumentos estapafúrdios que tornam a emenda pior que o soneto.
      Na era da informação, este é um artifício ultrapassado que muitos pais ainda aplicam com seus filhos.

      • Crianças pequenas só entendem comandos simples, não dá pra dar uma aula inteira de sociologia e esperar que ela entenda todas as camadas e nuances da sociedade, esse discernimento só começa na adolescência. Depois ela passa a entender que nem todo estranho oferecendo algo é mal intencionado.
        Ensinar que todo mundo é bonzinho resulta em casos como o da Pippa Bacca.

      • Mas se tu prefere teu filho sendo sacrificado feito um frango em prol de ideologias fantasiosas e utópicas de “tolerância”, em vez de protegê-lo dos perigos do mundo, boa sorte.
        Pippa Bacca estaria viva se tivesse um pouco de “preconceito”. Pessoas mortas por pitbulls estariam vivas se tivessem um pouco de “preconceito”. Crianças americanas abusadas por travestis que fazem DragQueen Story Hour não teriam sido abusadas se os pais tivessem um pouco de “preconceito”.

        “Ain isso é culpar a vítima”. Não, isso é ser realista, é ensinar auto preservação. “Preconceituoso” porém vivo.

        • Apesar de achar sua opinião meio extrema, concordo que preconceito no fundo nunca acabará. É algo inerente à natureza humana, contanto que não agrida ninguém na vida real, pensar não é crime.

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