Semana Pandêmica: Poliomielite

Abrimos a semana pandêmica com uma doença conhecida de todos os brasileiros, graças a um mascote de vacinação que parece um membro da Ku Klux Klan: poliomielite, uma doença que causou muitos estragos na humanidade, mas também é uma das principais responsáveis para que tantas vidas sejam salvas na atual pandemia de covid-19.

A ficha técnica é extensa: poliomielite é uma doença infectocontagiosa, viral, aguda, provocada por um vírus, transmitida de pessoa a pessoa pela via fecal-oral (levar à boca ou comer algo contaminado). A doença também é conhecida como “paralisia infantil”, “doença de Heine-Medin” ou simplesmente “pólio”, para os íntimos. O vírus que a causa (papo técnico: poliovírus) foi identificado em 1908, mas há evidências de casos de poliomielite desde a pré-história.

O nome vem do grego. Em uma simplificação grosseira: Polio = cinza, Mielos = Medula espinhal , Ite = Inflamação. Inflamação da matéria cinzenta da medula espinhal. Apesar do nome a doença pode atacar mais para cima da coluna (papo técnico: tronco cerebral).

A contaminação se dá, normalmente, pela via oral, entrando em contato com secreções de pessoas infectadas, geralmente saliva ou fezes, que contaminam a água ou a comida. O tempo entre a exposição ao vírus e os primeiros sintomas (papo técnico: período de incubação) normalmente ocorre entre 6 a 20 dias depois da exposição ao vírus.

O vírus da poliomielite normalmente se aloja no intestino humano e fica por lá, sem causar grandes complicações, por isso cerca de 90% dos casos são assintomáticos. Parece inofensivo, porém, em alguns casos ele acaba saindo do intestino, caindo na corrente sanguínea circulando pelo corpo.

E, em alguns poucos casos, ele acaba atingindo o sistema nervoso, infectando e destruindo neurônios motores, o que causa diversos tipos de paralisia muscular, dependendo dos nervos envolvidos. Quando isso acontece, a poliomielite espinhal costuma ser a mais comum, afetando principalmente as pernas. O pior dos cenários é a poliomielite bulbar, quando afeta o tronco cerebral, com uma paralisia muito mais extensa que pode levar à morte, pois causa dificuldade para respirar, falar e engolir.

Acho que todos aqui estão cientes da importância de tomar todos os cuidados para que seus filhos não peguem paralisia infantil, certo? Sabe-se que é uma doença assustadora e preocupante, pelo numero de crianças que aleijou no mundo todo. O mundo passou horrores, perdeu muitas vidas, teve e ainda tem muitas pessoas com sequelas por causa da doença.

O ponto que chama a atenção é: em apenas 1% dos casos o vírus consegue sair do intestino e ir para o sistema nervoso e, desses casos, 0,5% precisam de internação hospitalar para sobreviver. Eu disse 0,5%, ou seja metade da taxa de letalidade da covid-19. Então, se com o passar dos anos 0,5%, fez um estrago tão traumático na humanidade fica o alerta para o que o coronavírus pode fazer com a sociedade, com o dobro de chances de causar um problema sério.

O pior cenário é essa versão neurológica da doença, onde o vírus entra, infecta e inflama o sistema nervoso. Dependendo de onde essa inflamação aconteça, há uma paralisia na alguma parte do corpo controlada pela região, muitas vezes irreversível. Talvez muitos aqui conheçam adultos ou idosos que foram vítimas da pólio e carregam sequelas até hoje.

Foi uma pandemia especialmente triste, pois quando as vítimas são crianças a dor e a desesperança parecem ser maiores. Suponho que o maior pesadelo dos pais não é morrer e sim ver seu filho morrer ou amargar graves limitações para o resto da vida. Mas, até mesmo a pandemia de pólio teve seu lado positivo: não fosse por ela, nossa situação hoje seria muito mais complicada. Muitas vidas que estão sendo salvas hoje só estão sendo salvas graças à pandemia de pólio.

Tudo começou em 1952, quando uma pandemia de poliomielite bulbar acometeu o mundo, começando pela Europa e pelos EUA. Médicos perceberam que estavam chegando muitas crianças com um tipo específico de paralisia (papo técnico: paralisia bulbar) aos hospitais. Vocês lembram do 0,5%? Parece pouco, né? Mas, para vocês terem uma ideia da dimensão, nos EUA, que já era desenvolvido, essa epidemia foi considerada o pior surto da história do país. Dos aproximadamente 58 000 casos relatados naquele ano, 3 145 originaram a morte e 21 269 paralisia. Não dava para ignorar os 0,5% da pólio, assim como não dá para ignorar o 1% do covid.

Essa paralisia afetava o sistema nervoso das crianças de tal forma que, por consequência, acabava afetando os músculos responsáveis pela respiração. Ao perder a força dos músculos respiratórios, as crianças iam perdendo a capacidade de respirar e acabavam morrendo em decorrência desse sintoma. Uma morte lenta, sofrida e dolorosa de se ver. A situação comoveu médicos do mundo todo, que decidiram unir esforços para tentar resolver o problema.

O grande insight veio da Dinamarca. Médicos começaram a observar que isso estava se repetindo com mais frequência e, comovidos com a morte sofrida de tantas crianças, decidiram que não podiam mais assistir isso de braços cruzados, era preciso fazer o que fosse, improvisar, mas não deixar mais essas crianças morrerem dessa forma. Fizeram uma reunião em um hospital na capital do país se propondo a tentar estratégias diferentes até que uma funcionasse.

Quando chegou mais uma criança nessas condições, uma menina chamada Vivi, os médicos se reuniram com médicos de outros hospitais (inclusive com médicos que haviam estudado em outros países) e fizeram um “brainstorm” sobre o que poderia ser feito, dispostos a tentar novas abordagens. Vivi foi um marco para a doença, pois foi a partir dela que os médicos abriram a cabeça e resolveram inovar, combinar e até criar técnicas diferentes.

Ao perceberem que Vivi não tinha mais força muscular para respirar sozinha, decidiram colocá-la em um aparelho chamado “pulmão de aço”, que simulava o processo de respiração através de pressão no corpo do paciente. Era um grande tubo que deixava apenas a cabeça da menina fora, onde os médicos controlavam a pressão do ar no interior do tubo: pouca pressão fazia os pulmões se expandirem permitindo que o ar exterior entre e mais pressão fazia com que o ar saísse. É como um embolo de seringa: fica expandindo e contraindo para o ar entrar e sair.

Em tese, Vivi deveria melhorar, afinal, eles estavam fazendo o ar entrar e sair de seus pulmões mecanicamente, permitindo que ela respire. Mas Vivi piorou, pois graças à sua dificuldade em engolir, estava com os pulmões cheios de fluidos. Se nada mais fosse feito, ela morreria em questão de horas.

Como último recurso, decidiram cortar sua garganta e colocar um tubo que levasse o ar direto a seus pulmões (papo técnico: traqueostomia). O ar começou a ser jogado diretamente nos pulmões da menina através de um mecanismo manual, onde médicos e enfermeiros se revezavam para apertar uma “bomba” que empurrava o ar para dentro, o que ajudou a limpar os pulmões da menina. Ao que tudo indicava, haviam descoberto uma forma eficiente de ajudar pacientes como Vivi a respirar.

Todos comemoraram. Porém, mais e mais crianças chegavam e, fazer esse procedimento manual em cada uma delas tomava toda a equipe do hospital, uma vez que era necessária a presença de alguém constantemente bombeando o ar para dentro dos pulmões das crianças. Demandava, no mínimo, cinco pessoas se revezando durante as 24h, para assegurar manualmente a respiração de cada criança.

Começaram a recrutar todas as pessoas que podiam para ajudar. Inicialmente eram alunos de medicina ou familiares, mas a demanda aumentou tanto que no final estavam aceitando até voluntários de toda a cidade. Muita gente se ofereceu, a “causa” comoveu e mobilizou os moradores e profissionais de diversas áreas.

Em função desse “entra e sai” de gente para ajudar a ventilar as crianças, e em função da constante vigilância que elas demandavam (se alguém tivesse uma câimbra ou pegasse no sono, uma criança morria), resolveram isolar todas essas crianças com pólio em uma ala específica do hospital. Um andar inteiro foi destinado a elas, assim, se alguém tivesse dificuldade na ventilação era só dar um grito que havia enfermeiras, médicos e até voluntário por perto que tinham prática no procedimento e sabiam o que fazer. Nascia então a primeira UTI do mundo.

Apesar de toda a ajuda de profissionais e voluntários, o número de crianças aumentava. Isso fez com que o resto da sociedade se mobilize também, desta vez para tentar encontrar uma solução para a situação precária que mantinha essas crianças vivas. Em meio a muitas sugestões, uma acabou se mostrando certeira: empresas que fabricavam equipamentos de respiração para mergulho submarino tentaram, com a ajuda de médicos, adaptar seus aparelhos para manter as crianças respirando de forma automática. Em um trabalho conjunto, surgiram os primeiros ventiladores mecânicos, os popularmente chamados “respiradores”, tão necessário hoje em dia, no meio da atual pandemia.

Percebeu-se que essa ideia de isolar quem está em uma situação muito crítica em uma ala específica, onde essas pessoas têm que ser monitoradas por alguém 24h por dia e com aparelhos que ajudem o doente a realizar funções vitais importantes majorava muito suas chances de sobrevivência. Nascia então, além da UTI, uma especialidade médica chamada “medicina intensiva” e a prática passou a ser implementada no resto do mundo.

A humanidade correu atrás de uma vacina para a pólio com muito empenho e esforço conjunto, mas, ainda assim, ela demorou para sair. Levou décadas e ocorreram acidentes no processo, pela pressa em realizar testes, queimando algumas etapas de segurança. O clamor social por uma vacina era tão grande que a pesquisa foi apelidada de “A Grande Corrida” (por uma vacina).

Em 1952 começou a ser testada a primeira vacina que foi colocada no mercado, a vacina Salk (papo técnico: vacina do poliovírus inativado – IPV), apelido dado em homenagem a seu criador, Jonas Salk. Era uma vacina “inativada”, o que quer dizer que nesta vacina o vírus está morto. Você injeta (papo técnico: injeção intramuscular) o “cadáver do vírus” no corpo da pessoa.

Esse vírus destruído fica depositado no músculo, o que permite que o sistema imunológico vá até ele, reconheça e “treine” como atacá-lo, assim quando o vírus vivo entrar, o sistema imune o reconhece como um “inimigo” e está treinado para combatê-lo. O lado bom dessa vacina era o baixo risco, uma vez que há zero chances de um vírus morto causar algum dano a alguém.

Mas, esta vacina não foi a solução ideal. Primeiro por serem necessárias várias doses, o que complicava e encarecia o processo de distribuição. É mais difícil conseguir levar várias doses de uma vacina injetável pelo mundo. Segundo por ser injeção para crianças, o que provoca uma resistência enorme no público alvo, à qual muitas vezes seus pais acabam cedendo. Terceiro pela forma de imunidade que ela provocava.

Já falamos lá na primeira página que é um vírus se aloja no intestino. Por isso, ele pode ser encontrado também pela superfície da mucosa intestinal. Para que ele seja alcançado ali, é preciso que exista um tipo muito específico de anticorpo (papo técnico: IGA), que vai busca-lo nesse lugar específico. Essa vacina só desperta os anticorpos que estão no sangue (papo técnico: IGM e IGG). Ou seja, matava o vírus que circulava no sangue (impedindo que ele chegue no sistema nervoso e cause danos), mas o deixava vivo no intestino, onde ele é inofensivo para a criança.

O efeito prático disso é: a criança fica imune, ela está protegida, mas o vírus ainda consegue sobreviver no intestino dela. Não causa qualquer problema para essa criança imunizada, pois não consegue sair do intestino para o sangue, uma vez que chegando lá encontra anticorpos que a matam, mas pode sair pelas fezes da criança.

Isso significa que essa criança imunizada tem o potencial de contaminar outras crianças que não estejam imunizadas. O vírus continua circulando na sociedade, podendo atingir crianças que, por algum problema imune, não podem ser vacinadas. Essa vacina salva a criança mas não salva a sociedade, o que, por sinal, é um problema que podemos ter que lidar com a vacina do coronavírus.

Mesmo não sendo a solução ideal, a vacina Salk foi um alívio, pois proteger as crianças já era um grande passo. Ela foi testada entre 1952 e 1955 em mais de 400 mil crianças, antes de receber a autorização definitiva para ser distribuída mundialmente. Isso é algo que deveria ficar claro para a sociedade: mesmo depois de “dar certo” em todos os testes, não se aplica uma vacina em toda a população mundial de imediato. Grupos maiores são testados e só depois ela é distribuída para o mundo todo. E isso leva tempo. Tenham isso em mente, pois vale para o covid-19 também.

A vacina Salk segurou bem a doença até surgir a vacina ideal, a Sabin, aquela do Zé Gotinha, desenvolvida por Albert Sabin, que é utilizada até hoje. A vacina Sabin é oral e produzida com o vírus vivo (papo técnico: vírus atenuado), com “defeito”. Digamos que “aleijam” o vírus, o debilitam, para que ele entre vivo no organismo, porém muito fraco, de modo a que o sistema imunológico tira de letra essa briga e vence o vírus com margem.

A vacina Sabin é mais fácil de aplicar, por ser uma gotinha (tirando o trauma que é ver o mascote no Brasil), é mais barata e gera uma resposta imune melhor, protegendo inclusive a mucosa do intestino. Isso significa que a criança que toma essa vacina não contrai a doença e também não transmite a doença para outras crianças que não puderam ser vacinas, gerando uma imunidade não apenas para ela, como para toda a sociedade. É uma ferramenta capaz de erradicar a doença por completo do mundo.

Há riscos na vacina Sabin? Sim. Há risco de um em mais de um milhão de doses do vírus mutar no organismo da pessoa reverter para seu estado natural e causar paralisia infantil. Porém esse risco é muito menor do que o de não vacinar. Mas, graças a esse risco, pessoas com qualquer problema imunológico costumam tomar a vacina Salk. Também é comum optar pela Salk quando a sociedade toda está imunizada: já que a sociedade não precisa mais de proteção, opta-se pela vacina com zero risco.

Daí você pode se perguntar por qual motivo ainda existem caso de poliomielite no mundo, se temos a vacina Sabin disponível há quase 60 anos, que protege as crianças e a sociedade.

A resposta é muito simples e muito triste: por pura falta de vacinação. Inicialmente era uma questão de infraestrutura: países muito pobres ou de difícil acesso acabaram ficando sem vacina, o que manteve o vírus circulando no mundo.

Mas, um problema mais recente são os antivacinas, que se recusam a vacinar seus filhos, deixando-os expostos à paralisia infantil e expondo todas as outras crianças que, por algum motivo, não podem tomar a vacina. Esse é um problema que podemos enfrentar também com uma eventual vacina contra covid-19. Pessoas que não podem ser vacinadas precisam que todo o resto se vacine para estarem protegidas (papo técnico: imunidade de grupo ou imunidade de rebanho).

Apesar da grande comoção mundial que a doença causou (imaginem milhões de crianças morrendo ou ficando com sérias deficiências de um dia para o outro) e do enorme esforço para erradicação da doença, a poliomielite ainda é endêmica em algumas regiões da África e da Ásia e está reaparecendo no Ocidente. Então, que fique claro, não é uma doença erradicada. Na verdade, só tivemos uma pandemia cuja doença foi considerada erradicada, que foi a Varíola e, mesmo assim, ela ainda voltou para dar uns sustinhos de forma inesperada.

Mesmo lugares civilizados demorou para erradicar a pólio. A Europa, por exemplo, só foi considerada livres de poliomielite pela OMS em 2002. E se a coisa não for muito bem feita, ela pode voltar. Aconteceu em 2011, quando um surto assolou a China. Enquanto todas as crianças não forem vacinadas, isso vai continuar acontecendo. E, pelos mais diversos motivos (contamos um bizarro na segunda pergunta deste texto) ainda tem muita criança no mundo (não apenas em países pobres), sem vacina.

Hoje, o critério da OMS é: se não há um surto de pólio no período de dois anos, o país pode ser declarado livre da doença. Mas, em um mundo como o de hoje, isso pode mudar, do dia para a noite. Segundo dados da OMS, 60% dos casos de pólio registrados em 2013 se trataram de exportação do vírus para territórios livres da doença, ou seja, a qualquer momento pode aparecer um caso no seu país vindo de fora, que pode contaminar alguém se a população toda não estiver vacinada. Fica a dica para papais e mamães que não vacinam os filhos.

Infelizmente, a poliomielite não é coisa do passado. Ela ainda acontece e ainda temos sobreviventes do auge da pandemia vivos. A Organização Mundial da Saúde estima que há de 10 a 20 milhões de sobreviventes de pólio no mundo. A doença gerou um dos maiores grupos de deficientes físicos do mundo, e foram os sobreviventes da pólio os principais responsáveis pelo avanço do movimento pelos direitos das pessoas com deficiência.

Então, nada de relaxar e deixar de vacinar seu filho alegando que “a doença está erradicada”. Não está, e, de tempos em tempos, algum portador assintomático da doença pode viajar para o seu país e contaminar pessoas. Também não vale alegar que a vacina pode causar a doença, pois, estatisticamente, as chances da criança ficar doente se não tomar a vacina são maiores. Ainda assim está com muito medo de que seu filho seja um em um milhão? Dê a vacina Salk, aquela com o vírus morto, que o risco de pegar a doença é zero.

Para dizer que tem mais medo do Zé Gotinha do que da pólio, para dizer que essa semana está chata e volta na semana que vem ou ainda para dizer que é nerd e está amando esta semana temática: sally@desfavor.com

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Comments (40)

    • Ele não renunciou a patentear a vacina e sim aos direitos dessa patente, para facilitar a distribuição da vacina pelo mundo.

  • Ótimo texto Sally. Nem imaginava essa origem dos respiradores.
    E as pessoas parecem que estão emburrecendo msm eu conheço uma enfermeira antivacina. Mas o movimento me parece maior no povo cheio da grana e com tempo pra pensar besteira, talvez pq a vacinação é obrigatória para receber alguns benefícios sociais e matricular as crianças na escola/creche.

    • Deveria ser obrigatório para não perder os filhos. Pais que não vacinam deveriam perder a guarda das crianças. Mas o Brasil não está preparado para essa conversa.

    • “eu conheço uma enfermeira antivacina”

      E eu achando que já tinha visto de tudo…

      “Mas o movimento me parece maior no povo cheio da grana e com tempo pra pensar besteira”

      Também percebo isso. Pode reparar que essa turma toda que vive confortavelmente (e não passa qualquer perrengue na vida) é a que mais inventa teorias mirabolantes e cria problemas inexistentes pra bostejar pro mundo.

  • Eu ia comentar que achava assustador pensar em como o mundo era antes das vacinas, mas aí lembrei que estou socialmente isolada por causa da falta de uma única vacina… (pois é, a tentativa de me manter mentalmente ocupada está funcionando e me fazendo esquecer da pandemia em alguns momentos).
    Os meus pais ainda são da época em que havia poucas vacinas. Minha mãe teve sorte e não pegou muitas doenças, meu pai pegou algumas mas não teve sequelas. O milagre da família foi a minha tia ter tido quase tudo que uma criança nascida na década de 20 poderia ter, inclusive pólio, e não ter tido sequela alguma. Está viva até hoje e em boa saúde, mas ela é uma exceção.
    Espero que as vacinas que estão sendo testadas para proteger do corona tenham sucesso, mas espero mais ainda que a fiscalização em relação a quem toma e quem deixa de tomar seja bem feita. Esse movimento antivax me faz pensar que parte da humanidade está andando pra trás.

    • Paula, já pensou se a vacina chinesa for a que se provar eficiente contra o corona? Já pensou na merda que vai dar no Brasil? Vai ser um tal de gente não querendo tomar, politizando a coisa, surgindo com mil teorias da conspiração… vai ser um inferno. Torço pela de Oxford, só para que vocês tenham um pouco de paz.

  • Muito interessante! Não sabia da origem do respirador ou da UTI… e pobres dessas crianças que passam por isso porque os pais são ignorantes. Coisa horrível. Tinha que ter psicotécnico para poder ter filho.

    • Imagina na época, quando não tinha vacina, o pavor que os pais passavam em saber que os filhos poderiam pegar essa doença e ficar com sequelas graves…

    • É só copiar o link, Roberto. Nosso conteúdo a gente joga pro mundo, se quiser você cita a fonte, se não quiser não precisa citar, o importante é levar conteúdo ao máximo de pessoas que precisem dele.

  • O que mais me entristece sobre os antivaxxers é que quem paga o pato são os filhos deles, tipo, crianças que sequer têm ideia do quão grave é essa merda. Já os pais SABEM bem sabido, mas preferem enterrar o próprio filho e botar os outros em risco do que abrir mão do crossfit mental pra embasar paranoias como “vacina causa autismo”, “chip da besta”, “nova ordem mundial”…

    • Pois é, por isso eu acho que o Estado deveria intervir e obrigar esses pais a vacinar ou então destituir qualquer poder deles como pais das crianças e dar a guarda a outro familiar.

  • Uma história linda de tirar o melhor da adversidade, e transforma-la literalmente em aprendizado permanente, disseminando-o gerações afora.

    Me fez lembrar da luta do Dr. Jonah Folkman de convencer o mundo da existência da angiogenese (o tumor ter a capacidade de se vascularizar) em sua tentativa desesperada de salvar crianças.

    Isso gerou oposição no começo de médicos que não queriam ver crianças sofrendo, mas também um lobby para liberar recursos para pesquisas que levaram a medicamentos que bloquearam os mecanismos químicos do tumor.

    Obrigado por compartilhá-la.

  • Não sabia muito que li aqui. Repassei pra todos os meus Contatos, até para os preguiçosos, já fui mandando ler e repassar também. Obrigada pela informação.
    Io

    • Tomara que seja útil para alguém, que estimule a vacinar um filho ou que traga um pouco de esperança nestes tempos sombrios.

  • Excelente texto, Sally! Dá vontade de sair mandando de forma desenfreada pra todos os “conhecidos” meu (Cortei contato com esse tipo de gente faz tempo) que cisma que vacina causa autismo ou é coisa dos illuminattis pra nos controlar. Parabéns pela pesquisa!

  • Vim comentar que seu texto não foi ofuscado pelo plantão, Sally!

    Aliás, embora eu estivesse curiosa pra ver um plantão do Bolsonaro hoje, não tinha esperança de encontrá-lo, pois só lembro de Plantão Pilha por aqui.

  • Uma vítima de pólio famosa foi o foi o ex-presidente americano Franklin Delano Roosevelt, que governou de 1933 a. 1945. Tendo ficado doente aos 39 anos, “F.D.R.” ficou paralisado da cintura para baixo pelo resto da vida. Eis uma foto dele na cadeira de rodas:

    https://s2.glbimg.com/MNWKH0oHM152FuIbvokN27lFuJs=/0x0:810×1024/984×0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/D/U/TyehcRRiej4em6NBbdRw/5813155742-4926a3e5cd-b.jpg

    Essa foto é rara porque Roosevelt escondia sua condição de paralítico do público para não despertar pena e nem denotar fraqueza. Na época, a opinião pública americana considerava inconcebível que um aleijado pudesse arcar com as responsabilidades de um cargo político. A doença, no entanto, não o impediu de chegar à presidência dos EUA, de minorar a gravíssima crise econômica da Grande Depressão ao implantar seu “New Deal”, e, principalmente, de comandar seu país durante a Segunda Guerra Mundial.

  • Na verdade, só tivemos uma pandemia cuja doença foi considerada erradicada, que foi a Varíola e, mesmo assim, ela ainda voltou para dar uns sustinhos de forma inesperada.
    Varíola não é aquela doença que só tinha exemplares guardados em laboratório?

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