Processo Eleitoral dos EUA.

Reunimos em um texto tudo que você precisa saber para entender e participar de qualquer conversa sobre as eleições dos EUA. Nossa intenção não é te dar uma aula técnica, apenas uma base para que você esteja por dentro dos pontos mais importantes. Esperamos que seja de alguma utilidade.

As eleições presidenciais dos EUA acontecerão na semana que vem, no dia 03 de novembro. Nos EUA, dois partidos se alternam no poder há mais de 150 anos: os Democratas (Bill Clinton e Barack Obama, por exemplo) e os Republicanos (Ronald Regan e pai e filho Bush, por exemplo). Atualmente os Democratas são representados por Joe Biden e os Republicanos por Donald Trump.

Normalmente os Republicanos são mais conservadores e os Democratas são menos conservadores. Pode acontecer de candidatos independentes tentarem a sorte nas eleições, mas eles não terão a menor chance de ganhar. A eleição é feita em turno único, ou seja, não há segundo turno.

O voto não é obrigatório, isto é, vota quem quer, desde que tenha a idade mínima de 16 anos. Se você não quiser votar, tá tudo bem, não precisa justificar e não vai ter qualquer punição. Por isso as pesquisas de intenção de voto erram muito feio às vezes: não basta saber o candidato predileto da pessoa, é preciso ter a certeza de que aquela pessoa vai sair de casa para votar, caso contrário, sua opinião vai levar a um resultado falso.

O processo eleitoral se divide em duas fases: as Eleições Prévias e as Eleições Gerais. As Prévias acontecem entre os meses de janeiro a junho do ano da eleição (cada estado a faz em uma data) e seu objetivo é decidir quem serão os candidatos. Nessa fase os pré-candidatos não estão competindo pelo cargo de Presidente da República e sim pela possibilidade de disputar as eleições representando seu partido.

As Prévias são organizadas por estado e são bem complexas. Como esse trem já partiu, não vale a pena aborrecê-los com essas regras. Já sabemos que o candidato dos Republicanos é Donald Trump e o candidato dos Democratas é Joe Biden. Vamos partir para as Eleições Gerais, que acontecerão na semana que vem.

A eleição nos EUA é indireta, ou seja, o voto do eleitor (chamado “voto popular”) não é computado diretamente para o seu candidato e sim para pessoas que terão o poder de escolher o Presidente. Estas pessoas são chamadas de “Colégio eleitoral”. Os votos dos eleitores de cada estado têm a possibilidade de eleger os chamados “Delegados”, que compõe o Colégio Eleitoral e são eles quem escolherão o Presidente (chamado “voto eleitoral”). Cada delegado tem um voto e eles votam diretamente no candidato à Presidência.

Por questões didáticas, vou evitar usar a palavra “Delegados” no texto, pois, para nós, ela tem um significado diferente e pode gerar confusão na explicação. Mas você já fica sabendo que os Membros do Colégio Eleitoral são chamados de “Delegados”, assim se sair alguma notícia dizendo que “Os Delegados fizeram tal coisa” você sabe que não estão falando da polícia.

Então, já sabemos que o voto popular não é computado diretamente para o candidato e sim para pessoas membros de um Colégio Eleitoral que terão o poder de votar nesse candidato. Para complicar um pouco mais, não é como se cada estado dos EUA tivesse a mesma quantidade de membros do Colégio Eleitoral. Não, eles estão distribuídos pelo país conforme uma série de critérios sobre os quais falaremos mais adiante e pode acontecer de um estado ter três e o outro ter cinquenta.

Ao todo, o Colégio Eleitoral (as pessoas nas quais o povo vota para que votem no Presidente) é composto por 538 pessoas em todo o país. Para ganhar uma eleição, o candidato precisa ter pelo menos 270 votos, ou seja, dessas 538 pessoas, pelo menos 270 tem que votar nele.

E para complicar mais ainda, o Colégio Eleitoral não é composto de forma proporcional aos votos do cidadão americano. Na maior parte dos estados americanos (48 estados + a capital), o candidato que obtiver a maioria simples dos votos do povo (ou seja, metade mais um) ganha TODOS os representantes do Colégio Eleitoral. É um sistema chamado “The winner takes it all”, ou, em uma tradução livre, “O vencedor leva tudo”. Vamos explicar esse sistema com calma e exemplos já já.

Mas, antes, é preciso dizer que existem exceções. Como lá cada estado pode fazer suas regras próprias (por exemplo, alguns tem pena de morte e outros não), existem estados que se regem por regras diferentes: Nebraska e Maine não usam esse sistema do vencedor levar tudo. Lá a coisa funciona da seguinte forma: ganha dois representantes do Colégio Eleitoral quem vencer na contagem geral e um delegado por cada vitória distrital. Mas não precisa se preocupar com isso, dificilmente vá fazer a diferença para eleger alguém.

Então, vamos tentar entender, na prática, esse sistema que rege a maior parte dos estados americanos, onde o vencedor leva tudo.

Vamos imaginar, apenas para fins didáticos, um estado qualquer com 150 habitantes e 3 representantes do Colégio Eleitoral. Nesse estado, o Candidato A consegue 100 votos e o Candidato B consegue 50 votos. Pela lógica, o Candidato A deveria ganhar 2 representantes no Colégio Eleitoral e o Candidato B deveria ganhar 1 representante.

Mas não é assim que funciona. Quem obtém a maioria ganha todos os representantes do Colégio eleitoral, portanto, o Candidato A ficaria com os três. Basta que um candidato obtenha a maioria dos votos mais um voto (no caso, 75 + 1) para que ele leve todos os representantes do Colégio Eleitoral que aquele estado tem direito. Não é proporcional, é tudo ou nada.

Isso explica o motivo pelo qual sempre se diz que determinados estados são essenciais para vencer uma eleição. São estados-chave aqueles que possuem um número alto de representantes do Colégio Eleitoral. Quanto mais estados com expressividade de membros do Colégio Eleitoral um candidato conquista, mais perto ele fica da vitória. Não adianta vencer em 20 estados que tem poucos membros do Colégio Eleitoral (3, por exemplo), é melhor vencer em menos estados, mas com muitos membros: alguns chegam a ter mais de 50.

Graças a esse sistema, é possível que um candidato obtenha a maioria dos votos populares no país, mas não vença as eleições. Foi o que aconteceu no ano de 2000, com Al Gore. Mais americanos votaram nele do que no Bush, mas Bush conseguiu vencer nos estados que tinham mais membros do Colégio Eleitoral, então ganhou as eleições.

Novamente, vamos para os exemplos, pois a situação é complicada. Vamos imaginar três estados: A, com 2000 pessoas e 2 representantes do Colégio Eleitoral ; B com 5000 pessoas e 3 representantes do Colégio Eleitoral e C, com 2000 pessoas e 2 representantes do Colégio Eleitoral. Se um candidato ganha nos estados A e C, ele terá 4 mil votos populares e 4 representantes no Colégio Eleitoral. Mesmo que seu rival tenha todos os votos no estado B, 5 mil votos, ele só terá 3 representantes no colégio eleitoral e vai perder as eleições. Teve mais votos, porém teve menos Delegados. O que conta são os Delegados, que são os que fazem o voto direto para Presidente.

Agora vamos tentar entender com quais critérios se distribuem esses representantes do Colégio Eleitoral (aquele nos quais o povo vota para que eles votem no Presidente). Talvez seja a parte mais complicada, acredite, nem mesmo os americanos entendem direito, em sua maioria. Respira fundo e concentra.

Os EUA são divididos em estados, certo? Cada estado tem um número de representantes do Conselho Eleitoral. Em um primeiro momento esse número parece bem aleatório e discrepante, já que alguns estados têm pouquíssimos e outros tem muitos. Porém, existe uma equação para chegar nesse número de Delegados por estado: é proporcional à representação do no Congresso. Isso quer dizer que o número de Delegados (membros do Conselho Eleitoral) será igual ao número de Senadores e Deputados que aquele estado tem.

Nos EUA, cada estado, independente do seu tamanho ou população, tem sempre dois Senadores. Já o número de Deputados é determinado pelo volume da população de cada estado: quanto mais gente, mais Deputados. Caso você tenha curiosidade de saber quantos membros do Conselho Eleitoral tem em cada estado, é bem fácil achar no Google um mapa especificando. Aí você poderá visualizar a importância de cada estado na disputa presidencial: quanto mais Delegados, mais importante vencer naquele estado.



Então, recapitulando: são 538 membros do Colégio Eleitoral espalhados pelos estados, que serão eleitos pelo povo – o candidato que vence em cada estado leva todos os Delegados daquele estado. Uma vez eleitos, cada um deles terá direito a um voto, portanto, são 538 votos direitos partindo do Conselho Eleitoral para escolher o novo Presidente. Para vencer as eleições um candidato precisa de 270 votos dos membros do Conselho Eleitoral.

Daí vocês imaginam a vantagem na qual sai um candidato que ganha as eleições de voto popular na Califórnia, por exemplo: ele leva nada mais, nada menos, que 55 membros do Colégio Eleitoral. Tem candidato que ganha em dez estados e não consegue essa quantidade de membros.

Existem estados que são tradicionalmente Republicanos (os chamados “estados vermelhos”), onde, salvo um desastre muito grande, Republicanos costumam vencer sempre. Também existem os estados tradicionalmente Democratas (os chamados “estados azuis”), onde, salvo um desastre muito grande, Democratas costumam vencer sempre.

Também existem estados sem um padrão (os chamados “estados roxos”), conhecidos como “Swing States”, onde o vencedor costuma variar. Geralmente são esses “Swing States” que definem as eleições e é neles que os candidatos mais focam suas campanhas. Faz sentido não perder energia em lugares onde eles sabem que ganham sempre e focar todo seu empenho nos “indecisos”.

Então, se você quiser acompanhar ou até apostar um palpite nas eleições presidenciais de 2020 dos EUA, foco nos Swing States. Mais da metade do país já tem seu voto definido, o resultado provavelmente sai desses Swing States, que vão “desempatar” a contagem.

Estima-se que nesta eleição sejam 11 Swing States: Texas, Flórida, Pensilvânia, Ohio, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona, Michigan, Minnesota, Wisconsin, Nevada e Iowa. Destes, segundo analistas políticos, os mais importantes devem ser Flórida e Pensilvânia.

Parece que a história se repete: boa parte da responsabilidade pela eleição do Trump em 2016 foi da Pensilvânia (vitória que garante 20 representantes do Colégio Eleitoral) e normalmente votava nos Democratas, mas em 2016, em um grande susto, deu a vitória aos Republicanos. Pesquisas colocam Biden em vantagem na Pensilvânia, mas, como sabemos, pesquisas não são muito eficientes nesse sistema eleitoral.

A vitória na Flórida também é muito importante (garante 29 representantes do Colégio Eleitoral). Você pode pensar “Na Flórida o Biden ganha com certeza, muitos latinos, negros e imigrantes que odeiam o Trump”. Mas, na Flórida está a maior concentração de idosos dos EUA, é o lugar para onde as pessoas vão para se aposentar, então, também tem muito tiozinho que lutou na guerra e quer ver a “America Great Again”.

A Flórida é um grande mistério, ninguém se atreve a bater o martelo sobre quem vai ganhar lá, mas se sabe que 29 representantes no Colégio Eleitoral podem fazer muita diferença e ser a responsável pela vitória de um ou de outro.

O Texas também é expressivo, é o segundo maior estado americano (garante 38 representantes no Colégio Eleitoral). Costuma ter tradição em eleger Republicanos, pois são uns tiozões mais caipiras, que andam armados e não tem a cabeça muito aberta. Mas, ao que tudo indica, está pendendo mais para o Biden nestas eleições, provavelmente pela má condução do Trump na pandemia. O mesmo acontece no Arizona e em outros estados. Vamos analisar com calma.

Os idosos costumam ser mais conservadores, por isso tendem a votar nos Republicanos. Mas os idosos também são os mais afetados pela pandemia e não estão nada contentes com a forma com a qual a pandemia foi conduzida. Quase todos tem algum parente ou amigo que morreu nesta pandemia e isso abalou a confiança deles no Trump. E, reforço, essa é a opinião de especialistas nas eleições americanas, não a minha. A minha opinião vocês já viram em outro texto.

A questão racial também pode ser um problema. Um dos Swing States é Minnesota, onde ocorreu o assassinato de George Floyd, aquele caso chocante do policial que o matou asfixiado e eclodiu uma série de protestos. É bem possível que Trump não vença em estados onde os conflitos raciais estão acirrados. Outro Swing State importante é Wisconsin, que também viveu um evento similar, que repercutiu no mundo todo, após a morte de Jacob Blake, baleado pelas costas na frente de seus três filhos.

Analistas políticos dizem que, analisando os 11 Swing States, Biden leva, pelo contexto atual: má condução da pandemia, racismo, inquietação social e outros fatores. Mas, existem outras possibilidades, que discutimos na coluna “Ele Disse, Ela Disse” da semana passada.

Então, se tudo correr dentro da normalidade, o que se espera é que os estados decisivos sejam Flórida e Pensilvânia (29 + 20 representantes no Colégio Eleitoral).

Estados que também serão importantes, mas talvez não sejam decisivos: Carolina do Norte, Ohio, Wisconsin (15 + 19 + 10 representantes do Colégio Eleitoral).

Possíveis zebras que podem fugir ao seu padrão de voto e bagunçar todas as previsões: Arizona, Georgia, Michigan, Minnesota e Texas (11 + 16 + 16 + 10 + 38 representantes no Colégio Eleitoral).

Estados que ninguém tem a menor ideia do que vai acontecer: Iowa, Maine, Nebraska, Nevada e New Hampshire. Mas são anões eleitorais, acrescentam poucos representantes ao Colégio Eleitoral. Só seriam decisivos no caso de um empate muito apertado.

E, no topo de tudo isso, temos mais um fator de incerteza que pode mudar o rumo do resultado: os votos pelo correio.

Para completar a já complexa situação, a pandemia fora de controle pode fazer com que muitos eleitores tenham medo de sair para votar e optem por votar pelos correios. Em especial os Democratas, já que os Republicanos parecem continuar acreditando que o vírus não existe ou é uma gripezinha. O problema é: cada um dos 50 estados tem uma regra para que o voto seja válido pelos correios. E fiscalizar isso vai ser um inferno e vai levar tempo.

Só para citar um exemplo dos entraves que podem surgir: em boa parte dos estados, o voto pelo correio só pode ser aberto depois que a votação nas urnas for encerrada. Estamos falando de, provavelmente, mais de cem milhões de votos para serem abertos, verificados e computados. Trump já anunciou que entende ilegal a apuração dos votos após o dia das eleições, ou seja, os milhões de votos pelos correios teriam que ser apurados e computados em poucas horas, caso contrário, terão sua validade questionada.

Como a maioria desses votos pelo correio deve ser de Democratas (que acreditam na existência do covid-19 e se cuidam mais), se Trump conseguir invalidar esses votos, pode conseguir uma vitória. Ainda que se ignore esse devaneio do Trump de ter que fazer a apuração no mesmo dia, vai ser muito difícil e trabalhoso apurar votos pelos correios atentando para as regras diferentes dos 50 estados, obtendo a concordância de todos quanto à legalidade do procedimento. Não importa o que se faça, virá uma alegação de fraude.

Considerando a quantidade recorde de votos pelo correio, é bem possível que não se saiba o resultado das eleições tão rápido quanto nos outros anos. Aliás, é possível que essa incerteza se alongue bastante, já que Trump se mostra disposto a impugnar tudo e levar a questão até a Suprema Corte se perder. Preparem-se, vai ser uma eleição complicada e com muitas surpresas, onde cada regrinha vai ser discutida à exaustão. Ou Biden ganha de lavada nas urnas, ou pode ser que a coisa se arraste por semanas ou até meses. E agora você já sabe o porquê.

Para dizer que conseguiram a proeza de fazer um sistema complicado e injusto, para ir comprando um estoque de pipoca na intenção de acompanhar o Barraco do Tio Sam ou ainda para dizer que continua sem entender porra nenhuma: sally@desfavor.com

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Comments (16)

  • Interessante. Agora entendi porque dizem que muitos votos populares não significam nada lá. Pensando melhor talvez Biden leve essa… Mas como foi dito em outro comentário, tem muito latino/afro/imigrante que votará em Trump. BR nem se fala, depois que conseguem sair do país negam as suas origens até a morte e prejudicam outros imigrantes, incluindo aos próprios brasileiros (como se não fossem a mesma merda).

  • Sally, moro na Flórida e te digo que Cubanos em peso são Republicanos(por serem Católicos e contra o aborto). Fico chocado com a quantidade de Brasileiros “Evanjégues” que vão votar em peso no Trump também. A maioria deles são pobres de direita(doméstica, Uber, segurança, garçom, limpador de piscina, cortador de grama, secretária, recepcionista, atendente de callcenter) mas como tem um padrão de vida superior aqui ao que levam no Brasil, se sentem por cima da carne seca(além é claro de quererem dificultar a entrada de mais imigrantes aqui para não dar concorrência para eles).

    • Que lamentável… É como brasileiro cor de papelão que aponta para outro um pouquinho mais escuro e fala algo racista!

    • “pobre de direita”
      Por que a esquerda ama pobre né? Inventam um monte de lei impedindo pequenos negócios, tratam criminosos como coitados e promovem o desencarceramento, prendem quem tenta reagir a assalto e não quem fez o assalto, chamam pobres de nazistas por ter religião, comer carne e não querer que seus filhos virem ratos de laboratório pra pessoas com parafilias.
      Nossa, o fenômeno do “pobre de direita” é tão difícil de entender…

  • Sempre se critica o Brasil por ser um país de contradições e incoerências, mas os EUA também não ficam atrás. A terra que se canta em seu hino nacional como “The land of the free and The home of the brave” é admirável sob muitos aspectos, mas, em outros, é um desastre completo.

  • Sisteminha eleitoral complicado esse. Aliás, complicadíssimo. Difícil de entender, difícil de colocar em prática, difícil de fiscalizar, dá margem a todo tipo de interpretação e injustiça… Por que diabos eles não simplificam isso? Em algum outro país do mundo as regras também são assim tão confusas? Me surpreendeu que o Texas, sempre tão republicano, esteja agora na lista dos “Swing States”. Já sobre a Flórida ser o “lar dos aposentados dos EUA” eu achava que isso fosse só um estereótipo, mas, pelo visto, é mesmo um fato.

    • “Me surpreendeu que o Texas, sempre tão republicano, esteja agora na lista dos ‘Swing States'”

      Aí resta interferir nas regras para dificultar o voto ou táticas para desestimular o voto, principalmente de minorias. No primeiro caso, lá mesmo no Texas, saiu na imprensa que os republicanos fizeram lobby para que fossem considerados documentos válidos para votação porte de armas e não carteiras de estudante.

      Já no segundo caso, um canal britânico descobriu que Trump tinha dados suficientes dos cerca de 200 milhões de eleitores para direcionar campanhas nas redes sociais para desestimular o voto de minorias em localidades específicas, especialmente cerca de 4 milhões de negros nos swing states. Tanto que, com a eleição definida, Trump abertamente creditou sua vitória aos “milhões de negros que não tinham ido votar” em um comício.

      (Swing states é uma coisa tão…Flordelis /turun tss/)

  • https://www.npr.org/2020/10/28/928359082/many-latino-men-are-supporting-president-trump-in-tuesdays-vote
    https://veja.abril.com.br/mundo/por-que-um-terco-dos-latinos-deve-votar-em-donald-trump/
    Aparentemente, votos de latinos também podem ser um swing. Não é de se surpreender levando em conta o perfil do latino médio: cristão (e cada vez mais protestante), se opõe a temas progressistas, não gosta de migrantes ilegais e não quer ser vinculado a eles, não sente tanta repulsa por privatizações pois os serviços públicos aqui não costumam ser grande coisa, se preocupa com a criminalidade, etc.

      • latino é tão acostumado a ser maltratado pelos seus próprios governantes, pelos seus próprios conterrâneos (criminalidade, malandragem e tal), que umas frases bestas não são nada.

  • “É bem possível que Trump não vença em estados onde os conflitos raciais estão acirrados.”
    Mas essas instabilidades não levariam as pessoas desses estados a votar nele? Uma pauta que pesa muito em favor de políticos conservadores é a segurança.

    • Depende. Tratar mal os negros faz com que eles se revoltem, saiam às ruas e protestem. Se a pessoa quer paz social, o inteligente seria buscar uma sociedade mais igualitária. Mas pode ter tiozão que ache que certos grupos tem que ser silenciados e ponto final. Porém, é mais difícil encontrar pessoas jovens com essa mentalidade.

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