FAQ: Coronavírus – 10

Pode vacinar criança? Pode vacinar grávida?

Eu não sei. A Fiocruz não sabe. O Butantan não sabe. O mundo não sabe.

Como não foram realizados testes em crianças e gestantes, ninguém tem muita certeza do que aconteceria na prática. Pode ser que seja segura, pode ser que não. Na dúvida, enquanto não forem realizados os testes de segurança, a vacina não será aplicada nesses grupos.


Como me proteger da nova variante, que é mais transmissível?

Do mesmo jeito que antes, mas tomando ainda mais cuidado.

A nova variante não fura a máscara, não ficou imune a água e sabão e não vai atrás de você na sua casa. Ela é apenas mais contagiosa, ou seja, a forma de contágio é a mesma, mas os cuidados têm que ser perfeitos, qualquer vacilo seu pode acarretar um contágio.

Coçou o nariz e tirou a máscara do lugar? Usou a máscara com o nariz de fora? Usou uma máscara de pano muito fino? Coçou o olho na rua? Vacilou em alguma medida de proteção? Se você estiver diante da cepa da Manaus, basta um vacilo e o bicho entra. Não é à toa que a Europa se fechou toda, eles sabem que as pessoas vacilam, é questão de tempo. Por isso, a forma mais segura de se proteger é ficar em casa.

Por mais que você ache que toma todos os cuidados direitinho, é praticamente impossível encontrar uma pessoa leiga que de fato escolha uma boa máscara, a use da forma correta, proteja os olhos, lave as mãos com a frequência e da forma correta e demais medidas. As pessoas fazem pouco, as pessoas fazem insuficiente, as pessoas fazem mal feito. Mesmo quem é mais cuidadoso em algum momento relaxa e faz uma besteirinha. E agora, uma pisada de bola basta.

Daqui pra frente, quem fizer mal feito tem grandes chances de ser contaminado. Mesmo quem já teve o vírus. Manaus foi um dos maiores índices de contaminados do Brasil, pelo menos 50% da população foi contaminada em 2020 e, em 2021, boa parte da população está contaminada novamente, então, não vai achando que recontágio é algo raro, algo quase impossível de acontecer. Manaus mostra o contrário.

Essas novas cepas receberam o nome de “variantes preocupantes”, não fica difícil de imaginar o motivo. O estrago que elas estão causando já foram sentidos em Manaus e agora migram para outros estados (já começou a faltar oxigênio no Pará). Como são extremamente transmissíveis, é questão de tempo até chegar no seu estado, então, não adianta achar que não vai chegar. Vai chegar sim.

Um dos relatos mais recorrentes dos médicos de Manaus é a surpresa de ver uma quantidade muito grande de jovens sendo hospitalizados e também ficando em um estado muito grave. É como a gente disse: qualquer vacilo, você se contamina, e ninguém vacila mais do que gente jovem. Essa certeza 2020 de que se uma pessoa jovem pegasse o vírus ficaria bem não pode ser trazida para 2021 (mais contágios, mais chances de dar problema grave). A realidade mudou.

Assim como aumentou violentamente o percentual de contágio, aumentou, como consequência, a quantidade de internados e mortos. Quem mais vacilar será quem mais vai pegar e quem mais vai morrer. No momento, quem mais vacila são os jovens, por isso eles estão lotando os CTIs e cemitérios de Manaus. Mas, pode acontecer de que, em um segundo momento, a irresponsabilidade desses jovens que pegam o vírus hoje afete os mais velhos, 15 a 20 dias depois. E se isso acontecer, vai ser um massacre.

Se com muitos jovens (em tese, mais resistentes) contaminados temos esse colapso no sistema de saúde e essa mortalidade, imagina qual será a demanda por camas de hospitais e respiradores quando essa nova versão mais contagiosa chegar nos idosos. Tomara que não, mas a situação ainda pode ficar muito pior em Manaus.

Acompanhem a matemática: adolescentes idiotas vão a festas + se contaminam em massa pela nova variável mesmo sendo mais resistentes ao vírus = falta oxigênio e camas em Manaus. Adolescentes que moram ou visitam pais e avós os contaminam e os sintomas aparecem 20 dias depois + por serem menos resistentes quase todos os mais velhos adoecem e precisam de hospital = colapso total do sistema de saúde.

Posso ser bem sincera? Nada é bem feito no Brasil. Nem a máscara, nem o distanciamento na fila da padaria, nem o álcool gel (diluído e ineficaz) que colocam nos estabelecimentos. Não dê mole, não vacile, não saia de casa a menos que seja extremamente necessário. O que estamos vendo hoje é a tsunami se formando, vai ficar muito mais feio do que isso.


Não percam tempo com quem não quer tomar a vacina. Toma você e deixa o resto morrer.

Já falamos sobre isso em outra edição desta coluna, explicando que existem um grupo enorme de pessoas que não podem ser vacinadas (crianças, grávidas, pessoas em tratamento quimioterápico, pessoas com doenças autoimunes e muitos outros), por isso, para proteger essas pessoas, todo o resto precisa se vacinar. Mas agora tem mais um motivo: tentar preservar ao máximo a eficácia das vacinas.

Como falamos na semana passada, quanto mais o vírus circula, maiores as chances dele sofrer mutações. Quanto mais mutações o vírus sofre, maiores as chances de que as vacinas que nós tomamos se tornem ineficazes para eventuais novas variantes do vírus.

Então, é um problema coletivo, não individual: cada filho da puta que pode tomar a vacina mas não o faz aumenta as chances de que o vírus sofra uma mutação que escape da vacina que vamos tomar e obrigue o mundo inteiro a se revacinar, algo que não será nem rápido nem barato.

Acho desproporcional fazer com que 8 bilhões de pessoas (= 16 bilhões de doses de vacina) tenham que se revacinar em um processo que vai durar mais ou menos dois anos. Faz muito mais sentido que quem pode tomar seja obrigado a tomar, para que o mundo inteiro não tenha que passar por esta merda novamente: fecha comércio, faz quarentena, distribuí vacina… Não, obrigada. Não quero isso novamente.

Hoje, se calcula que (e pode variar conforme a vacina aplicada) que seria necessário que 80% da população e vacine para alcançar uma imunidade que faça o vírus circular menos e reduzir drasticamente as chances de uma mutação que cague as vacinas que já temos. E, que fique claro, o grande desafio não é fazer uma nova vacina, ela sairia relativamente rápido, o grande desafio é vacinar 8 bilhões de pessoas.

Se a gente fizer as contas de quantas pessoas não podem tomar a vacina, para termos uma relativa segurança, é preciso que praticamente todos os que podem tomar a tomem, caso contrário, corremos o risco da humanidade toda ter que ser revacinada, morrendo e ficando em quarentena enquanto isso não acontece. Então, não é problema do outro não tomar a vacina, é problema de todos.

É como se seu vizinho te dissesse: “o terreno é meu, eu faço o que quiser com ele, vou deixar pneus cheios de água dentro e se o mosquito da dengue se reproduzir, se reproduziu, paciência”. Não. Não pode. Se você deixa pneu cheio de água no seu quintal o Poder Público pode intervir, pois você coloca em risco a todos.

Por sinal, nem sei qual é o dilema ou a surpresa, já que existem vacinas obrigatórias no Brasil desde sempre e só agora isso é visto como uma “coerção” ou um cerceamento de liberdade individual. Dica: na lei, o bem-estar coletivo se sobrepõe ao individual. Não adianta ficar gritando “MEU direito”. Não, não é o seu direito. Quem não se vacinar vai sofrer sanções, não importa o quanto grite ou esperneie.

E o resto, que faça sua parte e contribua para que a pessoa se vacine ou para que ela seja penalizada por não se vacinar. É interesse de todos preservar a eficácia das vacinas desenvolvidas.


Quando vou poder tomar a vacina? Quando as vacinas vão chegar? Quando o Brasil vai começar a produzir as vacinas?

Depende. Quem é você? Qual é a sua idade? Você é de grupo de risco? Para saber quando cada um vai tomar a vacina, vocês terão que: 1) descobrir em qual fase da vacinação vocês se encaixam; 2) calcular quantas pessoas existem na sua frente para se vacinar e 3) calcular quantas vacinas já foram aplicadas.

Simplificando a coisa, há 5 fases de vacinação:

FASE 1 – Destinada a vacinar os profissionais de saúde e as pessoas acima de 80 anos (4,26 milhões de pessoas), pessoas com idade entre 75 e 79 (3,5 milhões de pessoas) indígenas com mais de 18 anos (400 mil pessoas). Portanto, são mais de 8 milhões de pessoas, ou seja para completar a fase 1 serão necessárias mais de 16 milhões de vacinas (já que são aplicadas duas doses). O Brasil está bem longe de completar essa fase.

FASE 2 – Pessoas com idade entre 70 e 74 anos (5 milhões de pessoas), pessoas com idade entre 65 a 69 anos (7,8 milhões de pessoas) e pessoas de 60 a 64 anos (9 milhões de pessoas). Totalizando 21 milhões de pessoas, que demandam 42 milhões de doses.

FASE 3 – Pessoas com mais de 18 anos com comorbidades (12 milhões de pessoas), podendo variar conforme o que se entenda como comorbidade que justifique a vacina.

FASE 4 – Professores de ensino básico ao superior, profissionais de segurança e funcionários do sistema prisional (13,34 milhões de pessoas).

FASE 5 – O resto

Soma aí todos os prioritários e multiplica por dois (pois são duas doses de vacina). Só depois dessas vacinas aplicadas é que as “pessoas comuns” serão vacinadas. Se você não está dentro de nenhum desses grupos, faça as contas à medida que forem chegando vacinas: só dá para começar a pensar na sua vez quando mais de 90 milhões de doses de vacinas forem aplicadas (e aplicadas nos grupos certos, não em filhos de políticos).

Spoiler: o Brasil não estará completamente vacinado em 2021. E se você não estiver dentro de um grupo desses, grandes chances de não receber vacina ainda este ano. Isso, é claro, se a ordem for respeitada. Já vimos gente que não estava em grupos prioritários sendo vacinada, logo na primeira semana.

Sobre quando o Brasil vai fabricar ou importar as vacinas, eu não tenho essa resposta e, francamente, não sei se alguém tem. Há questões políticas e diplomáticas envolvidas que podem complicar muito a situação.

O Brasil tem duas opções: importar vacinas prontas ou fabricar vacinas no país para não precisar importá-las. Porém, mesmo para fabricar as vacinas no país se depende de material importado, os insumos, os reagentes, precisam vir de outros países. No caso, da China.

A China está bastante chateada com o Brasil por tudo que foi falado a seu respeito por autoridades, diplomatas e pelo próprio brasileiro em redes sociais. Lembra quando a gente adotou tolerância zero com falas como “o vírus foi criado em um laboratório da China e espalhado de propósito”? Pois é, se as redes sociais tivessem feito o mesmo, talvez o Brasil estivesse recebendo os insumos agora.

Ficaram difamando, xingando “chinês que comeu morcego”, afirmando que espalharam um vírus de propósito e coisas piores… Bem, agora vocês dependem da boa vontade da China para enviar esses insumos. E, pelo que foi sinalizado até aqui, a boa vontade é pouca. É bem provável que enviem primeiro para outros países. Fica a lição: não escrotizar parceiros comerciais em redes sociais.

A outra opção seria comprar as vacinas prontas da Índia, porém, o Brasil conseguiu se indispor com a Índia também. Em uma votação da ONU, onde se discutia a produção de genéricos, o Brasil se aliou aos EUA e votou contra, sacaneando diretamente a Índia, da qual ele sempre foi aliado. A Índia é muito forte na produção de genéricos, sua indústria farmacêutica se montou toda para produzir insumos para medicamentos genéricos, portanto, como vocês podem imaginar, eles estão muito chateados pelo Brasil ter mudado seu voto do dia para a noite, apenas para lamber o cu do Trump, prejudicando sua indústria. Talvez a boa vontade (e a quantidade de vacina) seja pouca

Os outros países que podem produzir insumos, como os EUA, já avisaram que não vão compartilhar com o Brasil (que conseguiu se indispor com o Biden também). Quem podia compartilhar algo com o Brasil está bem puto com o Brasil. Por isso, pode ser que o país não consiga as doses de vacinas que precisa tão cedo quando poderia e pode ser que demore mais do que se pensava para vacinar sua população. Vamos torcer para que não, mas o panorama no momento é o de países chave putaços com o Brasil.

Por essas malcriações infantis, não temos como contabilizar quantas vacinas serão recebidas ou fabricadas, nem quando. Então, a única forma de ter uma perspectiva de quando você será vacinado é ir contabilizando as vacinas aplicadas x número de pessoas que ainda faltam nos grupos prioritários.


Assim como aconteceu com a Gripe Espanhola, que virou uma gripe comum, o covid pode ficar mais leve com o tempo?

Não. E isso não aconteceu com a Gripe Espanhola. O vírus não ficou mais leve com o tempo.

Já explicamos em outro texto que esse papo de vírus ficar mais leve para não matar o hospedeiro é balela. O vírus só quer uma coisa: infectar o máximo de pessoas que conseguir. Não é como uma lombriga, que precisa manter o hospedeiro vivo para se alimentar dele por anos.

Uma vez infectado, o ser humano passa o vírus para outras pessoas por duas semanas em média. O que acontece depois disso tanto faz para o vírus. Se a pessoa fica saudável ou morre, é indiferente. O importante é que ela infectou no período de contágio, então, não há qualquer entrave evolutivo para que o covid mate seu hospedeiro.

Dito isso, vamos à Gripe Espanhola. Em 1918 o vírus matava 5% da população. Hoje a gripe mata, em média, uma pessoa a cada 10 mil. O que mudou?

Alguns pesquisadores resolveram desenterrar corpos de vítimas da Gripe Espanhola que estavam em solo congelado para tentar encontrar vírus preservados. Encontraram um corpo de Esquimó (Inuit) preservada, pegaram um pedaço do seu pulmão e analisaram em laboratório. Ao analisar o vírus da Gripe Espanhola, encontraram o H1N1, que é basicamente o vírus da gripe comum de hoje em dia. Conclusão: mesmo vírus. Não mudou o vírus, mudamos nós.

Quando a Gripe Espanhola pulou de porcos para humanos, zero humanos tinham defesas, anticorpos ou contato com o vírus. Logo, o corpo humano não sabia se defender bem dele, que entrava e matava com facilidade. Alguns organismos conseguiam se defender melhor do que os outros. Os organismos que não conseguiram se defender bem, morreram. Quem sobrou de 1918 até agora, teve um melhor sistema imune para esse vírus e passou essas características para seus descendentes.

Além disso, geração após geração, pessoas foram pegando essa gripe, desde a infância (fase em que esse vírus não causa tanto efeito no corpo), acabando ainda mais protegidas. Não foi o vírus que ficou mais leve, foi o ser humano que ficou mais resistente e foi desenvolvendo anticorpos.

Provavelmente a maior parte dos vírus assim que chegaram, fizeram uma limpa nos humanos, causando muitas mortes. Os humanos que sobreviveram, foram ficando mais resistentes, geração após geração, até que o vírus não cause mais tantos estragos. Calhou da gente ter o azar de pegar um vírus que estava zerado no corpo humanos, estávamos virgens para esse coronavírus, então, estamos passando pela fase do grande estrago.

Provavelmente, o que aconteceu com o H1N1 vai acontecer com o coronavírus: a coisa piora antes de melhorar. Assim como na Gripe Espanhola, veremos uma segunda onda ainda mais contagiosa (o vírus se adaptando melhor aos humanos) e depois um progressivo declínio de seu poder nos humanos (estamos falando de décadas ou séculos), onde os humanos que sobreviveram serão menos suscetíveis a ele.

Provavelmente em algumas décadas pessoas tomem uma vacina anual contra covid assim como hoje nós tomamos vacina anual para gripe. Felizmente hoje sabemos o que não se sabia em 1918. Sabemos que é um vírus respiratório, sabemos como se transmite, sabemos como tentar evitar essa transmissão, conseguimos desenvolver vacinas de forma mais rápida, etc. Com sorte não demora 100 anos para que o coronavírus se torne mais uma gripe para a qual tomamos vacina anual.

Para dizer que é contra fura fila pois não conhece ninguém que possa te ajudar a furá-la, para dizer que se a Europa não consegue conter não será o Brasil a conseguir ou ainda para dizer que vai continuar xingando a China, dessa ver por não mandar os insumos: sally@desfavor.com

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Comments (12)

  • A pandemia vai continuar, estamos na segunda onda com uma mutação onde o virus sem vergonha está 85% mais periculoso.
    Os desempregados aumentaram muito muito, por enquanto dizem não haver verba para continuar com o auxílio à estes e aos de baixíssima renda.
    Que se tire essa verba com corte sumário no funcionalismo público federal em todas as suas esferas, onde pouco retorno há e muito se ganha sentados com suas bundas gordas e fedidas em suas cadeiras de eternos empregados que sugam as mesmas tetas do governo que condenam, ou, sejam de quaisquer partido político forem, (no fundo sao todos farinha do mesmo saco, só mudam as moscas)
    Tem que haver verba para as vacinas, se não houver pra já, que se priorize o auxílio aos menos favorecidos, e que se possibilite também, além do SUS, que as vacinas possam ser compradas para o caos diminuir significativamente mais rápido.
    Que se coloque TODOS os laboratórios em atividade em 3 turnos e as vacinas serão produzidas para o nosso povo sair desse sufoco rapidamente.
    Porque só Fiocruz e Butantã podem fazer as vacinas? Abre o leque, solte a formulação e teremos uma produção em massa.
    Mãos à obra Brasil.

  • “Como não foram realizados testes em crianças e gestantes, ninguém tem muita certeza do que aconteceria na prática. Pode ser que seja segura, pode ser que não. Na dúvida, enquanto não forem realizados os testes de segurança, a vacina não será aplicada nesses grupos”.

    Mais um motivo para não se ficar engravidando e botando criança no mundo de forma impensada…

  • OFF: Sally, você sabe se estrangeiras vão poder viajar para a Argentina para fazer abortos? As informações que já vi estão desencontradas.

  • “Não percam tempo com quem não quer tomar a vacina. Toma você e deixa o resto morrer.”
    Se depender do brasileiro, seremos dizimados.

    Moro no estado de São Paulo. Minha cidade está na fase vermelha, onde o comércio está fechado, podendo atender por delivery ou retirada. Só serviços essenciais funcionando.
    Pois bem, seguindo o exemplo da capital, rolou uma manifestação puxada pelos BARES argumentando que eles também são ESSENCIAIS pois geram emprego e que eles não podem ser culpados pela pandemia. Gezuiz… se formos pensar assim, nenhum comércio fecha né? O mais interessante é que algum desses bares simplesmente não aderiu ao delivery ou adaptou o cardápio para tal. Ou seja, estão realmente contando com o “velho normal” de volta para funcionarem.

    Hoje estava programada uma manifestação em frente a prefeitura contra as regras impostas pelo governador… mais ou menos o que rolou em Manaus dias antes do caos que vimos recentemente, sendo que as UTIs aqui já estão perto da capacidade máxima.

    Me compadeço de coração com a dificuldade que esse pessoal está passando, mas é muita cretinice usar um argumento ridículo desses. E muitos destes que querem comércio aberto também não querem se vacinar. É um paradoxo difícil de entender. É quase que um pensamento mágico: “se eu estou trabalhando, se estou sendo útil, o vírus não me pega”

    • Não existe “eu” em pandemia. Estamos todos amarrados uns aos outros, o ato de um influencia a todos.
      Por isso é tão merda estar no Brasil durante uma pandemia.

  • O Macaquistão provavelmente é o país que mais quer o fim do novo normal, e será o que mais amargará com ele. Tão irônico quanto o fato de que qualquer país que o macaquistano médio tenha esculachado agora estar se sobressaindo positivamente de alguma forma. Da próxima vez que o povo inventar de “salvar a economia”, espero que desistam pra mentalizar em como fodê-la de uma vez por todas, quem sabe assim não role uma psicologia reversa e o povo comece a andar numa direção menos pior, ou o país não vá a falência logo e se divida em vários outros menores. E como não duvido que o mundo fará lockdown do Macaquistão em breve, nem ir embora dele será possível (mas, mesmo que seja, a reputação de quem vem dele já tá tão manchada que será tentador mentir de que veio do Suriname).

    • Quando menos sacrifícios as pessoas fizerem agora, mais vai demorar para voltar a terem suas liberdades reastauradas…

    • “O Macaquistão provavelmente é o país que mais quer o fim do novo normal, e será o que mais amargará com ele.”

      Não poderia concordar mais, Ana. E, realmente, não deve demorar muito para que nossa reputação fique tão machada que ficaremos com vontade de mentir que viemos do Suriname. Que merda, hein? Ah, e eu adorei esse termo “Macaquistão”! Espero que seja incorporado ao vocabulário do Desfavor.

  • Sobre mais essa grande merda que o Brasil fez ao se indispor com todos os seus possíveis parceiros comerciais que poderiam ser fornecedores de vacinas e/ou insumos: esta pandemia de Coronavírus, por si só, já é sofrida, penosa, difícil de suportar… Mas o Brasil, com sua incompetência, bagunça, ignorância, leniência, politicagem e corrupção, faz questão de tornar tudo ainda pior!

    • Já é complicado comprar vacinas e insumos pois, literalmente, o mundo inteiro quer. Imagina quando você tem a antipatia de quem vende…

  • Não percam tempo com quem não quer tomar a vacina. Toma você e deixa o resto morrer.
    Quem dera fosse assim tão simples! Mas uma vacina, para ser realmente eficaz contra uma doença, deve ser aplicada no maior número de pessoas possível. E, quanto mais gente estiver vacinada, menos chance o vírus tem de se espalhar e de se modificar para uma cepa mais contagiosa e talvez até mais perigosa. Estou certo?

    • Badalhocas Perdidas

      Sim, está. Até porque, como a própria Sally disse, estamos amarrados uns nos outros e a atitude de cada pessoa afeta a todos.

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