FAQ: Coronavírus – 12

Tem muitos termos que são usados de forma diferente e eu nunca tenho certeza do que significam. Você pode fazer um rápido dicionário do coronavírus?

Sim. De fato, nós também fazemos isso. Neste momento, a preocupação de qualquer texto não científico é se fazer entender e, para isso, muitas vezes nós ou outros não citamos os termos mais corretos e sim os mais palatáveis e mais fáceis de entender. Vamos a um rápido glossário dos termos corretos:

Sars-CoV-2: É o nome do vírus que causa a doença
Covid-19: É o nome oficial da doença

Normalmente nós nos referimos a ambos pela designação genérica de “Coronavírus”, que não é técnico, mas é o nome que é mais compreendido e buscado pelas pessoas quando querem informações sobre o assunto. E nosso interesse é que as pessoas recebam informações sobre o assunto.

RNA: é o material genético do vírus, também chamado ácido ribonucleico. É como se fosse um DNA, mas, por ser de um vírus, se chama RNA. É a ferramenta usada pelo vírus para se replicar e infectar: ele “sequestra” uma célula humana e introduz seu material genético nela, transformando uma célula nossa em uma “célula do vírus”, espalhando-se pelo nosso organismo.

Mutações: O processo de infecção do vírus, introduzindo seu RNA nas nossas células, é repetido tantas vezes que fatalmente, em algumas delas ocorrem erros: é como se você copiasse um texto milhões de vezes: em algumas delas fatalmente existirão erros de digitação. Isso cria um vírus muito parecido, mas não idêntico ao original. Esses erros na transcrição do RNA viral se chamam “mutações”. As mutações dependendo de onde aconteçam, podem não fazer a menor diferença ou podem fazer toda a diferença.

Variantes: São os novos vírus que contém as mutações acima, ou seja, no exemplo dos textos que eu citei, são os textos que saíram com algum erro de digitação. São muito parecidos com os originais, mas não são iguais.

Cepa: Se uma variante é um erro de digitação, uma cepa é um erro de digitação que muda completamente o sentido do texto que você transcreveu. Por exemplo, se no seu texto você escreveu “bife à mlilanesa”, tem um erro, mas não mudou estruturalmente seu texto. Mas, se você escreve “bife alinamesa” o significado mudou.

Essas são as cepas, são variantes que mostram propriedades físicas diferentes, que se comportam de maneira diferente, que representa uma mudança real e significativa em relação ao vírus original. Algumas não impactam nossa vida, mas outras sim. Todas as cepas são variantes, mas nem todas as variantes são cepas.

Variantes preocupantes: são as cepas que sofreram uma modificação justamente em um ponto onde afeta o ser humano: tornar o vírus mais letal, mais contagioso, menos suscetível a vacinas, etc.

Variante inglesa (ou de qualquer outro país): É um termo considerado incorreto e não deve ser utilizado. Variante da África do Sul, Variante de Manaus… O ideal é usar o nome da variante, geralmente composto pode uma letra e um número: a da Inglaterra é a B117, a de Manaus é a P1 e a da África do Sul é a B1351.

A orientação de chamar as variantes por seus nomes (em vez de vinculá-las a países ou cidades) ocorre por dois motivos: 1) para evitar preconceitos e estigmas em uma época em que o vírus está bastante politizado e 2) para não cometer injustiças, uma vez que a variante pode ser detectada em um país, mas não ser de lá, ter nascido em outro país.

Um exemplo: a variante de Manaus não foi descoberta no Brasil, ela foi detectada no Japão, analisando japoneses infectados que retornavam do Brasil. Felizmente o Japão pescou essa variante antes que ela se espalhe e conseguiu perceber que ela vinha do Brasil, caso contrário, quando ela se alastrasse por lá, acabaria virando a “variante japonesa”.

Em contrapartida, o problema de chamar as variantes pelo nome também são dois: 1) o processo de identificar e dar nome à variante demora (às vezes semanas), e é preciso conversar sobre ela o mais rápido possível, então, para conseguir falar no assunto, se improvisa usa a designação de país e 2) é improvável que leigos lembrem de todas as letras e números das variantes, as pessoas não estão familiarizadas com esse tipo de designação.

Por isso, mesmo sendo “errado” e não recomendado, nós continuamos usando os nomes populares das variantes, relacionados ao local de onde elas surgiram ou foram identificadas.

O nome das vacinas também é um balaio de gatos: hora a gente chama pelo nome do fabricante, hora pelo lugar onde ela foi desenvolvida… uma baita confusão. Vamos estabelecer um critério e explicar quais são as vacinas, partindo do nome oficial de cada uma delas.

  • Vacina Cominarty – Desenvolvida pelas empresas Pfizer(dos EUA), BioNTech (da Alemanha) e Fosun Pharma (China). Conhecida como “Vacina da Pfizer”.
  • Vacina mRNA-1273 – Desenvolvida pela biotecnologia Moderna Therapeutics, Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID) e Autoridade de Pesquisa Avançada e Desenvolvimento Biomédico dos EUA (BARDA), conhecida como “Vacina da Moderna”.
  • Vacina Coronavac – Desenvolvida pela Companhia Biofarmacêutica Sinovac da China, conhecida como “Coronavac”.
  • Vacina Covishield – Desenvolvida pela Universidade de Oxford e a companhia farmacêutica AstraZeneca (Reino Unido), conhecida como “Vacina de Oxford”.
  • Vacina Sputnik V – Desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya da Rússia. Conhecida como “Vacina Russa” ou “Sputnik”.
  • Vacina Covaxin – Desenvolvida pela empresa Bharat Biotech da Índia e o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), conhecida como “Vacina Indiana”.
  • Vacina BBIBP-CorV – Desenvolvida pela Sinopharm da China com o Instituto de Produtos Biológicos de Beijing e o Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, conhecida como “Vacina da Sinopharm”.
  • Vacina Ad26.COV2.S – Desenvolvida pela empresa Janssen-Cilag, empresa farmacêutica que compõe o grupo Johnson & Johnson, conhecida como “Vacina da Johnson” ou “Vacina da Janssen”.

Se ficou faltando alguma coisa, deixa lá nos comentários que a gente responde.


A OMS foi à China investigar o surgimento do vírus. O que eles acharam?

O relatório ainda não foi publicado. Houve apenas uma conferência de imprensa sobre o relatório onde alguns assuntos foram tratados. Vamos resumir aqui para vocês.

A primeira conclusão que foi divulgada é que o coronavírus é de origem animal, ou seja, não foi criado por ninguém em um laboratório, muito menos idealizado por humanos como uma arma química. Veio da natureza.

Sim, conspiradores apegados à sua teoria dirão que a OMS mente, assim como dizem que a Globo mente para justificar a manutenção de suas teorias da conspiração. Só que, quando para sustentar sua teoria, o mundo inteiro tem que estar mentindo o tempo todo, é hora de procurar ajuda psiquiátrica.

Havia cientistas de vários países do mundo nessa investigação (alguns nada amigos da China) e os dados estão todos compilados, explicados e detalhados em um relatório que será disponibilizado para cientistas do mundo todo. É bastante improvável que uma mentira se sustente com esse nível de transparência, sobretudo em um assunto que é de interesse mundial. Então, menos, bem, menos.

Vale fazer uma ressalva aqui: quando dizemos que o coronavírus é de origem animal, isso quer dizer que ele não foi manipulado geneticamente, criado pelo ser humano. Mas isso não significa que não possa ter algum laboratório envolvido. Já aconteceu outras vezes de laboratórios “capturarem” vírus que surgiram na natureza para estudá-los e, por um erro de alguém, esse vírus acaba saindo do laboratório, de forma acidental. Essa hipótese ainda não foi descartada, apesar de ser considerada improvável.

Também se concluiu que o corona não surgiu pela primeira vez no mercado de Wuhan. Não se tem absoluta certeza de onde ele veio, mas se aponta como origem mais provável um “reservatório natural” (o vírus estava originalmente em outros animais e depois pulou para seres humanos). O motivo pelo qual eles acreditam que não veio do mercado de Wuhan é a forma como o vírus já estava adaptado aos humanos quando pulou de bicho para gente.

Normalmente um vírus “novo”, que acabou de pular de um bicho para uma pessoa, não consegue infectar com tanta eficácia, ele precisa de um tempo considerável para se adaptar ao organismo humano. São necessárias muitas mutações (e, consequentemente, muitos contágios), para que o vírus vá se aperfeiçoando e aprendendo a infectar cada vez melhor o hospedeiro humano.

Isso leva tempo. É improvável, segundo o relatório, que logo no primeiro contágio o coronavírus tenha performado tão bem e causado uma pandemia em algumas semanas. Por isso, se acredita que o vírus já estava circulando antes de Wuhan, apenas “ficou famoso” quando chegou à cidade. Na real, ainda não se sabe onde ele surgiu (ou seja, onde foi que ele pulou de um bicho para humanos), pode ser que nem tenha sido na China, mas, pela forma como o bichinho performou, é provável que estivesse em humanos muito antes do que imaginamos.

Então, basicamente, a China não é um país malvado que criou um vírus letal em laboratório como arma biológica. Sim, cometeu muitos erros mentindo e omitindo dados no começo da pandemia (e deve pagar bem caro por eles), mas pode ser que o coronavírus nem seja originário de lá. Agora tem que esperar pela publicação do relatório. Estamos de olho.


O que deu errado em Portugal? É um país europeu que se cuidou muito e agora está enfrentando sérios problemas.

Eu discordo de você em dois pontos: 1) para mim Portugal não é um país europeu, é África do Norte e 2) o país não se cuidou muito, fez uma sequência de escolhas suicidas.

Na primeira onda de covid Portugal fez tudo certo, em parte por consciência, em parte pelo desejo de ser a “Flórida da Europa”, mostrando ao mundo que eles são um país apto a receber aposentados do mundo todo e cuidar bem deles.

Um rápido contexto: o salário-mínimo de Portugal é um dos menores da Europa, então, a maioria dos jovens que pegam o diploma vão para outro país da União Europeia trabalhar, pois ganham muito mais fora do país. Isso fez com que Portugal fique economicamente focado em aposentados e em turismo para conseguir sobreviver. Só que 2020 não era ano para turismo, foda-se o quanto isso fosse importante para a economia. Mas, eles bolsonarizaram e resolveram priorizar a economia, abrindo para turismo.

Não precisa ser gênio para saber que abrir para turismo no verão 2020/2021 ia acabar mal, não venham me dizer que não era previsível o rebosteio que aconteceu. Mas, mesmo assim, Portugal decidiu que não poderia abrir mão do dinheiro dos turistas. Acabou abrindo mais do que deveria para esta atividade.

Some-se a isso o fato do país incentivar a moradia de idosos e ver uma população mais velha (portanto, mais vulnerável ao covid) e você tem um princípio de tsunami se formando. Um país com uma grande parcela da população idosa tem que tomar muito mais cuidado do que os demais e Portugal não o fez, ainda mais quando seus vizinhos estão passando por maus momentos. Uma hora o covid chega até você.

Para colocar uma cereja nesse sundae irresponsável, Portugal não adotou medidas muito rigorosas para conter as aglomerações de final de ano, principalmente do Natal, quando foi permitido transitar por todo o território nacional e não se impôs um limite ao número de pessoas que poderiam se reunir. Também vale lembrar que Natal por lá ocorre durante o inverno, o que obriga as pessoas a estarem em ambientes fechados e sem ventilação.

Para completar, a nova cepa britânica já se espalhou por lá e a população, além de ter muitos idosos, tem muitos fumantes. Tsunami formada. Está pronta a receita explosiva de como conseguir estraçalhar seu sistema de saúde mesmo estando dentro da Europa. Parabéns aos envolvidos e meus pêsames aos portugueses, que pagam em euro para ver uma administração digna de Brasil em seu país. Só não teve as macaquices do Bolsonaro, mas a incompetência foi a mesma. E se você acha que não, os números não negam.

A situação de Portugal hoje, segundo a própria imprensa portuguesa, não é nada boa. Já há relato de colapso em hospitais, falta de médicos e falta de insumos. Só que eles são brasileiros que vivem na União Europeia, então, recebem socorro rápido a e coisa não chega no grau de calamidade pública que chega no Brasil. Não fosse pela União Europeia limpando a bunda do país e socorrendo com dinheiro, mão de obra e insumos, a situação estaria muito parecida com a do Brasil. Não saem rosas de um pimenteiro, não é mesmo?

Médicos de outros países da Europa (como por exemplo França e Alemanha) estão sendo enviados, assim como insumos (inclusive respiradores), testes e outros materiais. Pacientes estão sendo transferidos para outros países também (como, por exemplo, para a Áustria). Infelizmente isso não impede que longas filas de ambulância se formem na porta de hospitais e pacientes graves tenham que esperar horas para receber um atendimento, muitos falecendo durante essa espera. Brasil Raiz.

Só para citar um número (são muitos os que comprovam a danação profunda na qual o país está), em 28 de janeiro, Portugal registrou 16.432 novos casos de covid em um único dia. Não parece muito para os números que estamos acostumados a ver, mas se transladarmos esses números proporcionalmente, seria como se o Brasil registrasse 340 mil infectados em um dia.

Se alguém te disse que o sistema de saúde português é maravilhoso e atende bem, pense duas vezes. Nas emergências dos hospitais, onde pacientes são classificados com pulseiras em diferentes cores conforme a necessidade de pronto atendimento (Protocolo de Manchester) é possível ver pacientes com pulseira laranja (a pessoa está grave e deve ser atendida em, no máximo 50 minutos) e pulseira vermelha (a pessoa está muito grave e deve ser atendida em, no máximo dez minutos) esperando 7 horas por atendimento. Algumas, obviamente, não resistem e morrem durante a espera. E não estamos falando de cidadezinha de interior, estamos falando da capital.

Pode ser algo “esperado” de um país latino-americano, mas é uma grande cagada em um país europeu, o padrão ali deveria ser bem mais alto. Eles tinham todas as condições de evitar que isso aconteça: tinham a informação, tinham os recursos, tinham os países vizinhos dando o exemplo. Mas a ganância de abrir para turismo e faturar uns trocados somada à imbecilidade religiosa de dar uma importância sobrenatural ao Natal estão matando os portugueses como moscas.

Uma fórmula matemática para vocês: relaxamento de isolamento social + nova cepa mais contagiosa = tragédia. Se cuida, Brasil.

Um conselho que ninguém perguntou, mas eu vou dar mesmo assim: se não está feliz na filial, não vá para a matriz. Se for para largar toda sua vida, amigos, trabalho e familiares, que seja para ir para um lugar muito bom ou que te faça muito feliz. Largar tudo para ir para Portugal é um erro horrível. Digo isso pois é um erro horrível que eu quase cometi (pior: quase cometi ciente de que era um erro horrível). Não faça isso com você mesmo.

Para se ofender pela minha opinião sobre Portugal, para dizer que de fato não saem rosas de um pimenteiro ou ainda para perguntar por qual motivo colocam nomes tão merdas nas vacinas: sally@desfavor.com

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Comments (28)

  • “Uma fórmula matemática para vocês: relaxamento de isolamento social + nova cepa mais contagiosa = tragédia. Se cuida, Brasil.”

    Perspectiva aterrorizante para um futuro (bem) próximo! Na verdade, isso já está até começando a acontecer. E, mesmo assim, ninguém aprende nada…

  • A OMS foi à China investigar o surgimento do vírus. O que eles acharam?
    O relatório ainda não foi publicado. Houve apenas uma conferência de imprensa sobre o relatório onde alguns assuntos foram tratados. Vamos resumir aqui para vocês.

    A primeira conclusão que foi divulgada é que o coronavírus é de origem animal, ou seja, não foi criado por ninguém em um laboratório, muito menos idealizado por humanos como uma arma química. Veio da natureza.

    Sim, conspiradores apegados à sua teoria dirão que a OMS mente, assim como dizem que a Globo mente para justificar a manutenção de suas teorias da conspiração. Só que, quando para sustentar sua teoria, o mundo inteiro tem que estar mentindo o tempo todo, é hora de procurar ajuda psiquiátrica.

    Negacionistas vindo aqui encher o saco em 3, 2..

  • Nunca imaginei que um dia viveríamos este tipo de vida.
    Viver com medo , bem tipo uma Grande Guerra Mundial.
    E não tem nem um Adolf Hitler pra odiar e mandar tomar no cu.
    Estamos em profunda depressão.
    Até quando?

    • Ahhhh não, meu querido, não ouse.

      Uma guerra é algo tenebroso. Uma bomba pode cair do nada na sua cabeça e você não tem como se resguardar. O vírus não entra na sua casa à força, são vocês que saem na rua sabendo que tem esse troço lá fora e se expõe a ele.

      Em uma guerra soldados estão em trincheiras, passando frio, fome, com os pés molhados, na iminência de serem capturados e torturados pelo inimigo. Agora tudo que se pede é que fiquem na porra da casinha de vocês, com caminha quente, com tv e com vaso sanitário.

      Menos, bem menos.

    • Hoje em dia o que há é a guerra velada. Milhares de dados sendo vazados, hackers mostrando que podem entrar quando quiser nos sistemas de governos e de empresas.

  • RNA (ácido ribonucleico) é diferente de DNA (ácido desoxiribonucleico) por que tem ribose na sua estrutura (RIBO) e não desoxiribose (DESOXIRIBO). A diferença é de um oxigênio no açúcar que compõe as “fitas” dessas moléculas. Outra diferença é que RNA tem uma base nitrogenada chamada Uracila, e no DNA ela é substituída por Timina. Todos os organismos celulares tem DNA e RNA. Vírus podem ser de DNA ou de RNA, uma fita ou duas, nos dois sentidos de leitura. Ufa!

  • Só a Sally mesmo para ser tão zelosa e fazer uma compilação de informações como esta. A postagem de hoje é para ler com atenção, guardar e consultar sempre. Em meio a tantas bobagens e mentiras circulando por aí, é um alento poder encontrar aqui informação de verdade sobre esse vírus que tanto tem nos atormentado.

    • Olha, eu duvido que muita gente tenha interesse em saber os termos corretos, mas… a beleza da internet é essa: se alguém quiser, está disponível

  • Minha mãe é do tipo fundamentalista protestonta que fala que a pandemia no Brasil foi castigo por terem parodiado Jesus no carnaval passado, então não tenho muito ânimo de falar sobre esse assunto com ela…

    • Não fale. Não vai adiantar nada.
      Depois de dar muito murro em ponta de faca eu aprendi que tem informações que a gente tem apenas que custodiar, até surgir alguém com quem possamos conversar.

  • Aqui na Paraíba quase 70% dos leitos estão ocupados e tivemos mais de 1000 casos de covid registrados em 1 dia. Vão fechar as praias, suspender missas e estabelecer um toque de recolher por 15 dias. Um monte de gente de outros estados estavam se amontoando aqui pra fazer turismo, deu no que deu…
    Caso que aconteceu no meu círculo social: filha de 23 anos de uma conhecida, diagnosticada com covid na última quinta, foi internada (última vez que os pais a viram), morreu no domingo. Caixão fechado.

    • Que triste!

      Se de fato fecharem tudo aí, o povo vai respeitar? E o Poder Público vai conseguir fazer valer essas restrições?

      • O uso de máscaras e álcool em gel até que foi bom por aqui, mas o que pesa no aumento dos casos é o comércio. Os nichos que mais empregam pessoas são exatamente os que não dá pra converter pra home office, e muitos estão preocupados com o desemprego e a pobreza. E isso que João Pessoa é uma cidade barata de se viver, nem imagino como deve estar em cidades mais caras…

    • Eu nunca gostei de Portugal, desde a primeira vez que fui senti um cheiro fortíssimo de Brasil por lá.
      Estava determinada a ir por um motivo de força maior, mas o destino pegou minha vida em 2020, sacudiu, tacou fogo e pisou: em duas semanas tudo que eu conhecia como “minha vida” mudou e os planos de ir para Portugal perderam o sentido. Felizmente hoje estou exatamente onde gostaria de estar.

      Mas não custa mandar uma real para quem vê Portugal como uma tábua de salvação: brasileiro não é bem visto nem bem tratado por lá. Provavelmente quem for vai acabar caindo em um sub-emprego e pagando despesa em euro. Não se deixem seduzir pelo idioma em comum, é muito mais fácil ir para um país decente e aprender um novo idioma!

      • Puxa vida, Sally… Eu sei de gente que realmente teve problemas, mas não achava que Portugal fosse assim tão ruim, ao menos para brasileiros. Os do meu convívio, pelo menos, nunca falaram mal de lá.

        • Depende de como você se sente em relação ao Brasil. Eu sou totalmente incompatível com o Brasil, isso me faz também incompatível com Portugal.

          Tenho amiga que foi morar na Suíça e voltou por não ter se adaptado, pois achava o povo “muito frio e distante” e sentia falta do “calor” do Brasil. Aí vai do que você quer. Eu suponho que quem é nosso leitor abomina mais ou menos a mesma coisa que nós, portanto, não me parece que, para esse público, Portugal seja a melhor escolha. Mas, sempre vai ter quem goste. Tem que goste do Brasil, veja você…

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