FAQ: Coronavírus – 33: Variantes

Estamos vendo muitas dúvidas sobre variantes, por isso, o FAQ de hoje é só sobre elas. Esperamos responder a todas as dúvidas sobre o assunto, mas, se alguma ficou de fora, por favor, perguntem novamente.

Quando um vírus entra no seu corpo, ele precisa se multiplicar para te infectar. Um único vírus sozinho seria facilmente morto pelo nosso sistema imunológico. Então, ele aposta no número: se multiplica, produzindo cópias de si mesmo, até conseguir vencer o seu corpo.

Acontece que ele tem que produzir tantas cópias para “tomar” seu corpo que é comum que no meio delas aconteça um erro. Imagina que você tivesse que digitar manualmente o mesmo texto dez mil vezes por dia. Seria praticamente impossível que todas as dez mil cópias do texto digitado fossem perfeitas, fatalmente, algumas teriam erros de digitação.

Esses erros acidentais que o vírus comete quando produz cópias de si mesmo se chamam “mutações”. São mudanças em seu código genético. Algumas são totalmente irrelevantes para nós, mas outras podem influenciar o quanto somos vulneráveis ao vírus, o quanto uma vacina nos protege, a facilidade com a qual o vírus no contagia e até a facilidade com a qual ele pode nos matar.

Quanto mais o vírus infecta pessoas (pois quanto mais ele infecta, mais precisa produzir cópias de si mesmo), maiores as chances de ocorrerem mutações. E, quanto mais mutações ocorrerem, maiores as chances de ocorrerem mutações que nos afetem. Por isso, a única forma possível de tentar reduzir o risco de mutações no vírus é evitar os contágios.

E, para reduzir os contágios, a única forma possível é com medidas restritivas: isolamento social, uso de máscaras PFF2 e todos aqueles cuidados que vocês já estão cansados de saber. Vacina não impede o vírus de circular, pois, salvo honrosas exceções (como a Sputnik V), uma pessoa vacinada pega a doença e pode passá-la adiante. Pode não sentir os sintomas, pode não ser hospitalizada, pode nem perceber que está doente, mas está, e está passando adiante. E se passa adiante, o vírus vai continuar fazendo cópias de si mesmo.

É por isso que a OMS e muita gente boa está entoando o mantra “só vacina não vai resolver”. O problema é que nós temos nossa cabecinha condicionada que só vacina resolve: “Poliomielite? Nem sei o que é, tomei aquelas gotinhas e não preciso me preocupar, não vou ter paralisia infantil”. Pois bem, com covid é diferente. Estar vacinado não garante, por si só, que o vírus vá embora.

Tudo fica mais complicado quando surge a primeira variante mais transmissível, uma vez que, quanto mais transmissível, mais pessoas pegam, portanto, mais oportunidades o vírus tem de fazer cópias de si mesmo e acontecerem mais mutações nesse processo. Por isso esperneamos até dizer chega sobre isolamento social ano passado. Infelizmente não deu, a primeira variante mais transmissível apareceu no próprio ano passado, e depois dela, ficou mais fácil que surjam outras.

A receita da desgraça é bem simples: quanto mais transmissível o vírus, mais contágios e, quanto mais contágios, mais mutações. E, quanto mais mutações, maior o risco do vírus conseguir não ser reconhecido pelas vacinas. Então, a cada variante mais transmissível que a anterior que surge, o perigo aumenta. Nem tanto de casos e mortes, pois já temos vacinas, mas de desenvolver uma mutação que aprenda a tapear essas vacinas e infecte forte pessoas vacinadas.

Como já explicamos, nem sempre uma variante é ruim. Se ocorrer uma mutação que não afeta em nada a relação do vírus com o humano, pouco importa. Por isso, não vale a pena falar sobre essas que são irrelevantes. As variantes que importam são as Variantes de Interesse e as Variantes de Preocupação (ou Preocupantes).

As Variantes de Interesse são aquelas que sofreram mutações em pontos que podem ser importantes, mas que, até aqui, não causam maiores problemas aos seres humanos. É a pessoa que jogou gasolina na casa toda e está com um fósforo aceso olhando fixo para você: tem o potencial de causar um grande problema, mas ainda não causou. Quando ela joga o fósforo no chão, aí ela passa a ser Variante Preocupante.

Hoje (e isso pode mudar em dez segundos, pois se descobrem variantes novas a todo momento), se conhecem sete variantes de interesse: Epsilon, Zeta, Eta, Theta, Iota, Kappa e Lambda. Destas, duas delas parecem estar prestes a jogar o fósforo no chão e serem promovidas a Variantes Preocupantes. Vamos falar delas mais pra frente.

As Variantes Preocupantes são aquelas que sofreram mutações em regiões do vírus que já causam problemas aos humanos. Por exemplo, mutações em uma parte do vírus que era usada pela vacina para ensinar nosso sistema imunológico a reconhecê-lo e atacá-lo. Se essa parte muda muito, quando o vírus entra, o corpo não o reconhece mais como inimigo. Você também pode ouvir falar das Variantes Preocupantes pelo termo “VOC”, sigla para o mesmo nome em inglês: “Variants Of Concern”.

Até aqui, os problemas que as Variantes Preocupantes podem causar são basicamente três: 1) serem mais transmissíveis; 2) escapar da imunidade adquirida (seja ela natural ou por vacinas) e 3) provocar versões mais graves da doença, tornando-a mais letal.

Até hoje (e isso pode mudar amanhã) temos 4 Variantes Preocupantes: Alfa (antes conhecida como Variante do Reino Unido), Beta (antes conhecida como Variante da África do Sul), Gama (antes conhecida como Variante do Brasil ou de Manaus) e Delta (antes conhecida como Variante Indiana). Como já explicamos cada uma delas em FAQs antigos, vamos apenas fazer um resuminho sobre cada uma e trazendo atualizações, se houver.

A Variante Alfa (antiga Variante do Reino Unido ou B.1.1.7) foi detectada no Reino Unido em setembro de 2020. Ela tem 22 mutações e as mais preocupantes são a que intensificam a ligação entre o vírus e as células humanas. Por isso, é mais transmissível (entre 30 a 50% mais transmissíveis que o corona-raiz), mas não tem qualquer problema de imunidade, as vacinas funcionam normalmente contra ela.

Causou muito estrago na Europa e nos EUA. Quando chegou ao Brasil, não sobreviveu e levou uma surra da Variante Gama. A grande preocupação que ela causou foi o aumento no número de casos, que, além de lotar hospitais e fatalmente aumentar a mortalidade, também favoreceria o surgimento de novas variantes. Ela é a mãe das outras variantes, uma vez que, fazendo o vírus circular mais, abriu a porteira para que mais mutações apareçam em menos tempo. É o marco zero da nossa danação em matéria de variantes.

A Variante Beta (antiga Variante da África do Sul ou B1.351) foi detectada na África do Sul em dezembro de 2020. Possuí alterações similares à da Alfa (que a torna mais transmissível, mas não tão transmissível quanto a Alfa), mas também possuí algumas alterações que indicam uma maior capacidade para escapar de anticorpos.

A maior preocupação que ela gerou foi o escape à resposta imune, que poderia gerar mais reinfecção de quem já pegou a doença ou reduzir os efeitos das vacinas. De fato, parecem existir vacinas que perdem parte da eficácia quando expostas a esta variante. Ela se espalhou bastante, estima-se que chegou a 60 países, mas, novamente, quando veio ao Brasil, apanhou da Gama e não conseguiu se instalar no país.

A variante Gama (antiga Variante de Manaus ou P.1) foi detectada em janeiro de 2021 e é um megazord da Alfa com a Beta: tão transmissível quanto a Alfa e possuí as mesmas mutações que geram escape imune da Beta.

Fez um estrago no Brasil: cerca de 70% dos óbitos da pandemia são pelas mãos da Gama e 9 a cada 10 casos de covid no país são obra dela. Também fez um estrago nos seus vizinhos (Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina foram devastados por ela). Até onde se sabe, as vacinas aplicadas no Brasil são capazes de conter esta variante.

A novidade é que a Gama resolveu que não vai ficar para trás, ela também está mudando. A Fiocruz está conduzindo um estudo no Amazonas onde, ao que tudo indica, foram encontrados três novos tipos de Gama, com novas mutações. E não parecem ser mutações inofensivas, a variante parece estar ficando mais contagiosa, tanto é que estão surgindo mais casos da nova Gama e estão se sobrepondo aos da antiga variante.

Além disso, o lugar onde as mutações estão ocorrendo não é dos melhores: na “coroa”, aquele espetinho que fica do lado de fora (papo técnico: proteína spike) que é justamente o lugar que os anticorpos usam para reconhecer o vírus. Se ele muda muito, os anticorpos podem ter mais dificuldade para reconhecer, reconhecer menos ou até parar de reconhecer por completo. Então, seria bem legal que a coisa pare por aí, pois não está em um bom caminho.

É por isso que nós somos chatos e, apesar de queda nos casos e queda nas mortes batemos na tecla da importância do isolamento social, tentando evitar que coisas como essas não aconteçam. Para que esta porcaria de Gama “Plus” tenha surgido, o vírus está circulando em um lugar onde há pessoas imunizadas (de quem pegou o vírus e “se curou” ou de vacinados, provavelmente com apenas uma dose) e estes organismos estão “ensinando” a variante como passar por essa barreira da imunidade. O brasileiro está vacinando o vírus contra o seu sistema imunológico.

Então, não seria estranho vermos um retorno, estilo Jason Sexta Feira 13, dessa variante turbinada. Os avisos estão sendo dados: não importa número de casos ou número de mortes, a circulação de pessoas tem que diminuir, se não vão criar uma porra dum Kaiju aí. É muito sério isso: o Brasil está fabricando variantes mais transmissíveis e mais resistentes. Eu sei que você não tem controle do que o brasileiro faz, mas tem controle do que você faz. Circule o mínimo possível.

A variante Delta (antiga Variante Indiana ou B.617.2) foi detectada em outubro de 2020, na Índia, mas só foi promovida a “Variante de preocupação” em maio de 2021. Tem várias mutações, das quais as duas mais preocupantes são 1) uma que ajuda o vírus a escapar dos anticorpos e 2) uma que torna esta versão mais contagiosa.

Lembram da Alfa, que era 50% mais contagiosa? Pois é, a Delta pode ser 60% mais transmissível do que a Alfa. Além disso, estudos mostram uma redução importante na ação das vacinas: com uma dose não há uma proteção significativa, portanto, para estar protegido contra esta variante, é necessário ter as duas doses da vacina.

Se sabe que ela prevaleceu em locais que eram de domínio de Alfa e da Beta, portanto, Delta derruba Alfa e Beta. Mas, ela ainda não se alastrou o suficiente nos domínios da Gama para que possamos ter certeza de que ela vence a Gama – tudo indica que sim.

Em breve saberemos, pois o Brasil já tem casos de transmissão comunitária da Variante Delta, ou seja, ela já circula internamente, não é necessário que venha uma pessoa de fora para contagiar, e está tomando zero cuidados. Só 15% da população brasileira tem a segunda dose da vacina, portanto, só 15% da população brasileira está protegida contra a Delta. SE ela entrar tipo faca quente na manteiga (tomara que não seja o caso), vamos confirmar que ela derruba a Gama também.

Outra novidade é que Alfa, Beta, Gama e Delta podem estar prestes a ganhar mais dois irmãozinhos: Epsilon e Lambda, que, até então, eram variantes de interesse (aquela que tem que ficar de olho, mas que ainda não causa problema), mas podem ser promovidas a variantes preocupantes, graças a seu desempenho. Não seria a primeira vez que isso acontece, a própria Delta foi promovida de Variante de Interesse a Variante Preocupante.

A Variante Epsilon (antiga Variante da Califórnia ou dos EUA ou B.1.427/B.1.429) foi detectada no sul da Califórnia e classificada como uma Variante de Interesse, ou seja, tem potencial para causar grandes danos, mais ainda não tem a capacidade para isso. O que preocupa nesta variante é a capacidade que ela tem de reduzir as defesas contra o vírus, sejam as do corpo, sejam as de vacinas.

Foi publicado um estudo na revista Science (que costuma ser uma fonte séria e confiável) sobre os estragos que Epsilon pode causar. Os resultados não foram muito bacanas e, na vida real, o que se está vendo também não é, tanto é que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (conhecido como CDC) já a classificou como variante de preocupação.

Para que o CDC de um país patriótico e que adora tirar onde de como está bem no combate à covid venha a público dizer “Foi mal, criamos uma variante preocupante” eu suponho que exista uma certeza bastante sólida a esse respeito. Isso indica que a Epsilon tem grandes chances de ser promovida oficialmente pela OMS como variante preocupante em breve.

Em um resumo muito simplificado, ela atrapalha a atuação dos anticorpos e isso dificulta que eles ataquem e eliminem o coronavírus. Sabe-se que ela consegue um escape parcial da eficácia das vacinas de RNA Mensageiro, ou seja, as da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

Então, quem tem a preciosa, amada idolatrada PIFAIZER que o brasileiro tanto se estapeou para tomar, está mais vulnerável a esta variante. Não surpreende, esta variante foi “treinada” em um país que aplicou muito este tipo de vacina, ela ficou craque em escapar dela.

E com isso não quero dizer que as vacinas de RNA Mensageiro sejam ruins. São uma tecnologia maravilhosa, podem inclusive significar um progresso na cura do câncer. Quero dizer que em uma pandemia, não dá para se agarrar a uma vacina como “a melhor” pois tudo muda muito rápido. A vacina que hoje é a queridinha, amanhã pode ser a menos eficiente. Estamos nas mãos do “acaso” enquanto deixarmos o vírus circular. E ficar nas mãos do acaso é uma porcaria, nunca se sabe como, quando e onde será a próxima mutação.

Por mais fodástica que seja uma vacina, por mais bem feita, eficaz e segura, se deixarmos os contágios correrem soltos, uma hora o vírus pode aprender a escapar dela, total ou parcialmente. Então, menos obsessão com vacina e mais atenção para isolamento social e medidas de prevenção ao contágio.

Não tem vacina que salve a humanidade se os casos continuarem no patamar atual. Ainda que sejam assintomáticos, ainda que a pessoa só sinta um nariz escorrendo, ainda que a pessoa não morra, é contágio. E se há contágio, é vírus se multiplicando, portanto, possibilidade de mutações.

A Variante Lambda (antiga Variante Andina ou C.37) também é forte candidata a uma promoção. Por mim já estava promovida. Ela foi detectada em agosto de 2020 no Peru como Variante de Interesse e rapidamente predominou no país: mais de 80% dos casos de covid no país são mérito dela. Sim, sim, eu sei: Lambda no Peru. Tentemos ser maduros

No caso de países que tiveram o infortúnio geográfico de estar no meio de irresponsáveis que fazem o vírus circular muito, como Chile e Argentina, foi possível observar a rinha Gama x Lambda (Variante de Manaus x Variante Andina), pois os fdp do Brasil mandaram Gama e os fdp do Peru mandaram Lambda. Arregaçaram os vizinhos? Bastante. Mas também permitiram um estudo interessante.

No Chile foi feito um estudo que constatou que, surpreendentemente, a Lambda destronou a Gama e hoje é a variante dominante. Isso fez soar um alerta: uma variante que disputa e ganha de um troço peçonhento, maldito e arrasador com a Gama será mesmo apenas uma variante de interesse?

Outras variantes consideradas Preocupantes (como a Alfa e a Beta) perderam para a Gama, mas a Lambda venceu, logo, ela, no mínimo, é mais transmissível do que a Gama. Isso fez especialistas começarem a prestar mais atenção: algo pode estar acontecendo, a Lambda pode ter se aperfeiçoado e estar melhor.

Começaram a estudar a Lambda, comparando-a com as outras variantes que já circulavam no país (Alfa e Gama) para ver o quanto ela é reconhecida pela resposta imune da vacina. O resultado foi o seguinte: os anticorpos reconhecem menos a Alfa, menos ainda a Gama e menos ainda a Lambda. Então, entre as três variantes, a que mais impede que os anticorpos gerados por vacina reconheçam o corona é a Lambda. Se o dano que ela causa é maior do que o causado pela Alfa e pela Gama, será que ela é só uma variante de interesse?

Quem somos nós (ninguém) para dizer, mas se nós fossemos a OMS, passaríamos a classificar esta variante como uma Variante Preocupante para que as pessoas fiquem mais alertas. Se no Chile, onde 66% da população adulta já tomou as duas doses de vacina ela está causando problemas, o que pode acontecer em outros países menos vacinados?

Bem, em breve vocês poderão contar para a gente, já que com a Copa América choveu contágio de Lambda por aí… E também poderemos ver a Rinha Ultimate Plus: Lambda x Delta, assim que ambas se espalharem direitinho, algo que o brasileiro parece estar disposto a colaborar.

Ah, sim, já ia esquecendo… Estudos preliminares (ou seja, ainda precisam ser confirmados) indicam que os anticorpos induzidos pelas vacinas Pfizer, Moderna e CoronaVac são menos potentes contra a Lambda do que contra a cepa original. Boa sorte pra vocês aí e aquele abraço para quem tomou a Astrazeneca na humildade.

E por falar em Copa América, não foi apenas o Messi quem ganhou algo inédito na competição. O Brasil também! O Instituto Adolfo Lutz identificou casos de uma variante até então inédita: a B.1.621. Desculpa, mas não sei o nome politicamente correto dela, na verdade, não sei nem se já nomearam a coitada.

“Mas Sally, como você pode saber que ela entrou por causa da Copa América?”. Bem, os primeiros casos do país ocorreram no Mato Grosso, onde jogadores de futebol colombianos e equatorianos teriam testado positivo para ela. Curiosamente, foi onde aconteceu o jogo Colômbia x Equador, então, acho que é possível fazer uma relação bastante clara entre a variante e o evento.

Esta variante teria sido detectada pela primeira vez na Colômbia, onde chegou ao ranking do Top 5 de variantes que mais infectam a população. É, por hora, uma Variante de Interesse, mas, dependendo de como performe no Brasil (e nos demais países pelos quais vai se espalhar, pois obviamente cada seleção que votou para casa levou uma lembrancinha) pode ser promovida a Variante Preocupante.

Na verdade, eu a trouxe à tona não para falar da variante em si, pois ainda não temos muitas informações, e sim para confirmar o que já havíamos dito antes: não dá para fazer grandes eventos com participantes de diversos países em uma pandemia e achar que vai ficar impune. Essa é a lição que tem que ser aprendida. Não tem protocolo de segurança, não tem teste de PCR, não tem reza braba que impeça que ao menos um fulaninho entre contaminado. E basta um para a coisa se espalhar.

Então, fica a atualização das variantes: variantes mais transmissíveis estão vindo por aí (algumas estão até sendo fabricadas dentro do Brasil). O país tem 15% da população vacinada com duas doses e, para barrar algumas é indispensável ter duas doses da vacina.

Por fim, vacina não impede mutação de variante, vacina impede que você vá parar no hospital com respirador, portanto, bundear vacinado é uma burrice que pode prejudicar a pessoa, o país e o mundo. Digo isso pois os casos vão diminuir agora, mas isso não quer dizer que acabou. Se usarem essa redução de casos para levar uma vida normal, pode chegar uma hore em que o vírus sofra tantas mutações que as vacinas não serão mais eficazes. E a única forma de evitar isso é fazer o vírus parar de circular.

O mundo tá assustado com a Epsilon por mexer com a preciosa Pfizer, mas nossas apostas estão na Delta e na Lambda. Porém, se você quiser prestigiar o produto nacional, foca a torcida nas mutações da Gama. Quem sabe no bolão do ano que vem a gente não inclui uma categoria “Variante Fode-Vacina”?

Para dizer que nem com os esculachos que eu tomei nos comentários de segunda eu desisto desta merda, para dizer que leitores do Desfavor terão câncer por minha causa ou ainda para dizer que agora você torce por Teta no Peru: sally@desfavor.com

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Comments (8)

  • Sally, você acha que essa pandemia vai acabar em algum momento? Hoje, soube que o Reino Unido acabou com as restrições em algumas áreas. Mesmo tendo vacina mais de 50% da população, achei meio precoce essa atitude. O meu medo é que nos países europeus, a coisa perca o controle… Como o brasileiro é macaquinho de imitação de gringo, quando chegar em janeiro, o povo vai querer aglomerar (mais do que já está fazendo agora), mas claramente não estaremos com um percentual tão grande de vacinados. Então, imagino o ciclo de 2021 se repetir em 2022 com a agravante de novas cepas de vírus, tanto oriundas da Europa (em setembro veremos o resultado do faniquito europeu) quanto as daqui e as do resto do mundo.
    Tenho medo dessa pandemia não acabar tão cedo, simplesmente porque o ser humano não colabora.
    Você viu os franceses protestando contra as medidas do Macron?

    • Vai acabar em algum momento, mas minha opinião pessoal é de que não vai ser rápido. Não estamos falandode meses, estamos falando de anos. Israel, Reino Unido e muitos outros que estavam afrouxando as medidas estão tendo que voltar atrás. Tem variante nova, tem uma série de complicadores que favorecem o vírus neste momento. E sim, as pessoas representam um desses fatores: tem muita gente que não está colaborando e não vai colaborar.

      Não tenho dúvidas que no Brasil vão repetir o erro: os casos caem, as pessoas abusam, os casos sobrem, surge nova variante, hospitais colapsam… esse parece ser o roteiro. Tomara, mas tomara mesmo que eu esteja errada, porém, tudo aponta para esse efeito sanfona horroroso.

  • Retornei para reler, sim, eu leio o releio, as palavras devem ficar gravadas no cérebro sempre ocupado, a segunda vez foi agora, 3 horas depois.
    Só na segunda vez me toquei com o “Lambda no Peru”
    Akkkkkkkkk
    To Rolando de rir
    Como eu sou lerda!

  • Qual a fita de quererem aplicar 3 dose em idosos no RJ? Será que é só pro povo que tomou Coronavac ou todos? Nos outros países são 2 doses e na Banânia serem 3, não parece estranho?

    • Quanto mais velho a gente fica, menos eficiente fica o sistema imunológico. Por isso, em pessoas idosas a vacina pode gerar uma resposta “menos forte”. Além disso, a Coronavac é uma vacina que tende a despertar uma resposta imune menor, pois não tem nada além do vírus destruído, portanto, pode não chamar tanto a atenção do nossos sistema imune. Por esses dois fatores e pelo surgimento de variantes mais transmissíveis, se cogita uma terceira dose. Mas isso ainda está sendo discutido. Prometo uma resposta mais detalhada no próximo FAQ.

      • Vc não acha que deveriam aposentar essas vavinas de vírus inativado que são menos eficientes e migrar pra nova tecnologia que dá mais resultado com rapidez? Já foi um parto pra produzir e organizar fila de 2 doses, vamos arrastar uma terceira. Melhor ainda seria investir na de 1 dose só, não só corona mas todos. Um saco isso de 3 em 3 meses, podendo ser 1X por ano. Tem que evoluir!

  • Resumindo: nós estamos às portas de uma tempestade de proporções inimagináveis e o panorama que vem se desenhando no horizonte é o pior possível, tanto pelo que já se sabe com base no que ocorreu até agora quanto por não ser possível ter certeza sobre o que ainda está por acontecer. E, para piorar tudo, estamos em um país que, nas palavras da própria Sally, “está vacinando o vírus contra o seu sistema imunológico”. É como dizem: o Brasil é a terra onde o poste mija no cachorro…

    • Tudo vai depender de como as pessoas vão se comportar e em que pé estará a vacinação. Nós torcemos para que dessa vez não seja tão ruim, afinal, vacinas protegem, mas é preciso trabalhar com todos os cenários.

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