Desfavor da semana: As Mil e Uma Opiniões.

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) divulgou nota há pouco informando que irá formalizar no Ministério Público representação contra o SBT e a apresentadora Rachel Sheherazade por apologia ao crime. Na edição de ontem (4) do jornal SBT Brasil, ela exaltou o comportamento de um grupo de pessoas que resolveu punir a seu modo um adolescente de 16 anos acusado de cometer furtos no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ). O rapaz foi preso nu a um poste, com o pescoço acorrentado por uma trava de bicicleta, teve parte da orelha cortada e só foi libertado depois que uma moradora da região chamou os bombeiros para libertá-lo. FONTE

Não, não gostamos do que ela falou. Não, não gostamos da tentativa de censura e criminalização de uma opinião. Sim, virou o desfavor da semana.

SOMIR

Nem sempre pode-se apoiar ou antagonizar alguém integralmente. A primeira vez que ouvi falar de Rachel Sheherazade foi com aquele famoso vídeo “anti-carnaval”, ainda quando ela não tinha um palco nacional ao seu dispor. Adorei aquela opinião. Nem precisei concordar com todos os elementos da opinião, o objetivo nobre e a rispidez do discurso valiam o ingresso.

O SBT aproveitou a oportunidade e colocou-a para apresentar seu maior programa jornalístico para todo o país. A simpatia inicial não foi suficiente para me fazer espectador do telejornal, até por isso foi a internet que me alertou sobre sua opinião em cadeia nacional sobre os ateus e os protestos contra a JMJ. Achei uma babaquice, não só pela óbvia crítica contra um grupo com o qual me identifico mas também pela premissa anêmica. Além disso, bater em ateu num país como o Brasil é quase um crime perfeito: Além de poucos, tendem a não abraçar o movimento vitimizador com tanta volúpia quanto outras minorias.

Honestamente? Foda-se. Acho que no máximo demos uma debochada no TOP DES no domingo seguinte. Quer falar mal, fala. Não acredito no direito de isenção às críticas… Evidente que depois desse acontecido, aquela admiração inicial diluiu-se na ideia de que na verdade Sheherazade (Ou Sherazade, cada um escreve de um jeito…) calhou de compartilhar uma de suas visões de mundo comigo. Até um relógio quebrado acerta as horas duas vezes por dia, não? (Isso soou mais arrogante do que eu pretendia.)

Essa introdução tem por objetivo diferenciar Sheherazade de outras pessoas defendidas aqui contra a patrulha da expressão tão adorada pelo povo brasileiro. Desta vez tanto eu quanto Sally estamos contra o que ela falou, mas nem por isso vamos pegar mais uma tocha e acompanhar a turba enfurecida pedindo responsabilização criminal pelo o que foi dito. Deveríamos ser grandinhos o suficiente para lidar com as informações e opiniões que recebemos diariamente. Sim, ela foi ambígua demais ao estender sua compreensão para o grupo que prendeu e torturou o rapaz no Rio, mas não, ela não foi clara o suficiente para depreendermos apologia à justiça “paralela”.

Se você acompanha o desfavor há algum tempo, já deve saber exatamente a opinião da casa sobre a sede de sangue do brasileiro médio. Renegar a importância dos direitos humanos é atirar no próprio pé. Infelizmente o que não falta por aí é gente manca pela própria incapacidade de entender como um sistema violento como o brasileiro gera mais crime do que combate. Não é sobre “adotar o marginalzinho”, é sobre evitar que ele cometa o crime para começo de conversa. Prevenção – principalmente a de caráter social – é um método comprovado para reduzir violência urbana. Repressão tem seus limites de eficiência num nível bem mais baixo.

E concedendo o ponto apenas para argumentar: Mesmo que o método estritamente punitivo para coibir o crime fosse comprovadamente melhor, ainda sim teríamos um problema… Quem vai decidir e aplicar a punição. Muitos dos momentos mais brutais e covardes da história da humanidade foram resultado direto de mentalidade de grupo. Ainda se mata “bruxas” nesse mundo!

Pegue um povo criado por um sistema incrivelmente negligente com as necessidades educacionais e coloque as pedras em suas mãos… Quanto tempo até a primeira “bruxa” morrer? Não nego que em último caso quem deve zelar pela própria segurança é o cidadão, por mais BM que seja; mas daí a ignorar a falta de preparo dessa população no que tange justiça e até mesmo compreensão básica da realidade (não se pode bater em ateus tão fácil à toa) é um passo grande e estúpido demais.

Esperneie o quanto quiser, mas se você for mais um daqueles que espumam pela boca clamando pela morte de marginais (essa palavra tem um significado tão maior do que as pessoas costumam usar…) e por maior truculência da já violenta polícia, você não pode ter poder de decisão em qualquer sistema cujo objetivo seja a justiça. Vingança é uma coisa, justiça é outra.

Sheherazade não falou uma besteira só pela apropriação golpista da revolta de um povo contra seu Estado inepto para mais uma vez bater em quem não tem capacidade ou interesse de se defender; conta contra ela também a condescendência para com a falta de preparo do brasileiro médio para sair desse buraco. Dizer – mesmo que por linhas tortas – para o povo que elege Lulas, Collors e Malufs que eles tem capacidade de tomar decisões sobre a vida e a morte de outros seres humanos é elogiar o careca pela cabeleira!

Continuo não enxergando incitação inequívoca ao crime, o que não a redime pela irresponsabilidade por uma opinião “de mesa de bar” no meio de um telejornal para todo o país. Estão errados os que a querem censurar, estão errados os que batem palmas para esse discurso atrasado e estúpido. Combate-se ignorância com conhecimento! Ela que fale, nós que falemos! Ninguém disse que essa coisa todo de pensamento crítico te daria soluções simples na hora de escolher de que lado ficar.

Para dizer que já entendeu nossa postura sobre direitos humanos há vinte textos atrás, para dizer que prefere fazer como o Rei Shahryar quando ouve os discursos dela, ou mesmo para nos processar por apologia à apologia ao crime: somir@desfavor.com

SALLY

Curiosa a postura maniqueísta que tomou conta das redes sociais e do achismo do brasileiro médio essa semana: gente se digladiando aos gritos de “certo” ou “errado”. Pessoas às quais foram apresentadas duas situações, duas propostas, e que não foram capazes de produzir nada em matéria de pensamento próprio com aquilo, apenas a aderir a um dos dois lados: “Ela está certa” ou “Ela está errada”. Brasileiro médio não pensa, adere ao pensamento pronto que lhe é apresentado.

Confesso que eu fiquei bem desapontada com a Raquel Sherazade desde o episódio dos “Pobres Ateus”, ocasião em que ela não percebeu que a revolta era de um Estado Laico financiando com dinheiro público a visita de um líder religioso, e não o direito ao exercício da religião em si. Mas dou um desconto para ela, porque acho que ela faz tipo. É daquelas pessoas que para ganhar espaço, para se fazer ouvir, faz estardalhaço e carrega nas tintas com a clara intenção de chocar. Não deixa de ser um recurso. Foi assim que ela se sobressaiu da primeira vez, é isso que lhe rende seu salário, é uma escolha pessoal dela.

Eu concordo? Em partes. Sempre afirmamos aqui que o brasileiro tem que começar a reagir, a se defender. Porém a questão é conceitual: o que é “se defender”? Quando um povo é despreparado, é tosco, é carente de educação pode revestir atos de tortura como forma de defesa. Cortar um pedaço do corpo da pessoa é se defender? Para mim não, mas para Raquel Sherazade, pelo que transpareceu no seu discurso, e para muitos outros é, e ainda é bem feito. Não concordo, mas de forma alguma acho que ela deva ser silenciada. Sou a favor de cada um falar o que quer. Se Raquel Sherazade tivesse empunhado um estilete e cortado um pedaço da orelha de uma pessoa, eu estaria fazendo duras críticas, mas não foi o caso. Ela deu a opinião dela. Eu discordo. Só.

A ideia de que o cidadão tenha que reagir, que se defender, é aceitável até certos limites, depois desses limites, o cidadão de bem se transforma em um marginal tão marginal quanto aquele que está atacando. É errado. Porém existe uma sutileza que muitas pessoas não serão capazes de compreender, e que talvez seja o que Sherazade tentou falar e não conseguiu: É COMPREENSÍVEL que se faça isso. É incorreto, é crime, é errado, é reprovável, é um desserviço para a sociedade, mas é compreensível. Semana passada eu estava aqui dizendo que se matassem um parente meu talvez de fato eu incendiasse um ônibus, dizendo que mesmo sem ser correto, eu compreendia o lado de quem o faz, desde que não o façam com seres humanos dentro do ônibus. É a mesma coisa.

Raquel Sherazade acertou ao supor ser compreensível que com um estado omisso e uma polícia corrupta, torturadora e incompetente o cidadão tenha um rompante de revolta e faça isso. Mas, na minha opinião, errou ao dizer que mutilar uma pessoa, espancar, amarrar em poste seja uma legítima defesa coletiva. Errou também ao usar o velho recurso do qual muitos se valem de associar defesa de direitos humanos com defesa de bandido. Eu vou xingá-la por causa disso? Evidente que não. Eu querer que tirem o programa dela do ar por causa disso? Jamais. Infelizmente tem gente querendo silenciar a moça.

Uma das maiores provas do quão equivocada foi a forma como ela se expressou foi ver Marco Feliciano defendendo seu discurso publicamente. Mas talvez o maior erro de Sherazade tenha sido supor que o brasileiro médio é capaz de se defender. Porque até para isso precisa de um pingo de inteligência, de coerência, de raciocínio. Sair dando pedrada, paulada ou cortando parte do corpo de uma pessoa que supostamente cometeu um crime não é defesa, é barbárie. Então, quando ela diz que as pessoas tem que se defender, metade da população entende que é ok pegar um estilete e cortar fora um pedaço de alguém que ACHA que roubou. E as pessoas acham sem a menor certeza, fazê-lo seria perpetrar muitas injustiças. Talvez o conceito de defesa de Sherazade não inclua mutilações, mas faltou a sensibilidade de perceber que para a maioria da população inclui.

Agora estão acusando a moça de apologia ao crime. Não me admira em um país onde uma piada sobre estupro vira apologia a estupro. Não se pode nem ao menos FALAR em certos assuntos. Curioso que não existe compilação de crimes maior do que novela global, um verdadeiro passeio pelo Código Penal, mas ninguém a acusa de apologia ao crime. Bebê na caçamba, espancamento, envenenamento e todo o resto pode.

O SBT rapidamente divulgou nota dizendo que aquela era a opinião da apresentadora, não da emissora. Raquel Sherazade vai pagar o preço por fazer da polêmica seu megafone, porque me parece que virou “socialmente recomendável” bater nela. Muitos baterão, mesmo que fundo concordem, para mostrar que são boas pessoas. E se ficar consolidado que a maioria está batendo, todos baterão, por essa lógica de linchamento de bando que rege rede social. Bando de ovelhas agressivas, nunca vi nada parecido.

Isso leva a aquele caminho que a gente conhece bem e já viu ser percorrido tantas vezes por pessoas públicas: declaração tecnicamente polêmica + clamor social = processo judicial + pedido de desculpas. Raquel Sherazade não é criminosa, ela apenas disse um “Bem feito” para algo que ela achou bem feito. Eu concordo com ela? Não. Mas no mesmo raciocínio que me faz amar o Grande Mestre D´Alborghetti, eu prefiro um louco, um descompensado, um sem noção do que um falso politicamente correto. Ao menos ela teve culhões. Você nunca veria nada do tipo no Jornal Nacional.

O grande problema é que por mais que a sua empresa te banque, seus patrocinadores não te bancam quando você faz uma coisa dessas. Logo, além da censura dos patrulheiros do politicamente correto, existe também a censura velada dos patrocinadores, entenda-se, do dinheiro, razão pela qual em cinco anos sempre recusamos qualquer patrocínio aqui. Cientes disso, os patrulheiros do politicamente correto escolhem seus alvos, por critérios muitas vezes pessoais, com total consciência do poder de destruição que terão. A bola da vez é Raquel Sherazade e é muito fácil ataca-la, porque de fato sua declaração foi muito infeliz. O difícil é perceber o mecanismo perverso que está por trás disso.

Quem defende que Raquel Sherazade fale é quem concorda com o que ela diz. Não ocorreu às pessoas que mesmo discordando do que ela diz, o seu direito a voz merece ser defendido? Quem me conhece sabe o quanto eu discordo dela, mas é preciso dissociar o direito a voz da concordância de ideologia. Sim, eu sou frontalmente contra o que ela falou e estou aqui defendendo o sagrado direito da moça de continuar falando essa ou quantas outras barbaridades ela quiser. Só não pode vir a público dizendo que jamais defenderia a violência, porque aí ofende a inteligência das pessoas, fica um cheirinho de “comeria ela e o seu bebê” no ar.

Sinceramente? Acho que ela perdeu a mão em um misto de revolta e de necessidade de polêmica para se fazer ouvir, mas tem coisa muito mais grave acontecendo no país, tipo Ministro afirmar com toda a certeza do mundo que não haveria apagão e logo depois um belíssimo de um apagão. Deixa a moça falar, se não concorda, não assista.

Para formar dois grupos, um a favor e um contra, e ficar se digladiando nos comentários, para perguntar se fariam o mesmo se fosse com um branco loiro ou ainda para perguntar quem é Raquel Sherazade: sally@desfavor.com

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Comments (168)

    • Pelo visto não aprenderam a lição de que o radicalismo não compensa depois de levar uma trolha por causa do caso Escola Parque. Vão acabar tomando mais uma. Cadê o jurídico do SBT que deixa essas coisas bobas porém caras acontecerem?

  • Tia Raquel e agora como é que fica?
    Entre os justiceiros que ela defendeu, vários tinham ficha criminal.
    Dois foram identificados. Ambos têm ficha criminal.
    Um deles por acusação de estupro, lesão corporal, furto e ameaça.
    Está, D. Raquel, para usar suas próprias palavras na TV, “mais sujo do que pau de galinheiro”.

    • É reprovabilidade seletiva: quando fazem algo que ela concorda, ela dá apoio, quando fazem algo que ela discorda, tem que prender no poste e decepar um pedaço do corpo com um estilete.

    • Sei lá, me afronta um pouco essa coisa de sentir nojo do país porque foi pessoalmente prejudicado. Parece Luciano Huck, que se revolta quando perde relógio. Eu tenho nojo do país porque o Estado tortura pessoas, porque crianças morrem de fome, por coisas beeeem maiores

      • Zaq (o cachorro!)

        Eu não compararia um bombeiro, enquanto combate um incêndio numa favela, ao Luciano Huck. Ele não estava lá a passeio, ao contrário, estava a serviço, arriscando a própria vida para salvar pessoas que por conta do não-estado permanecem abaixo da linha da miséria. Ele ter dito que tem nojo do país para mim é insignificante apesar de achar que ele tem todo o direito de dizê-lo. O Luciano não. E esse não é o ponto Sally.

        • Eu tenho a pior impressão do mundo sobre bombeiros. Fui criada no Rio e muitos deles (muitos mesmo) são milicianos e exploram trabalhadores, muitas vezes matando e torturando. Não consigo me solidarizar não. Mesmo os mais tranquilos, eu acho bastante sádicos. Conheci um do G-Mar que ficava contando as maldades que fazia com quem estava se afogando, coisas como “sachezinho”, que é mergulhar a cabeça da pessoa debaixo dágua enquanto ela se debate, “para que aprendam a não ir para o fundo se não sabem nadar”.

          • Zaq (o cachorro!)

            Puxa! Eu não. Minha impressão sobre eles é bem positiva. Pelo menos cá para essas bandas os bombeiros são respeitados (ou de repente, se dão ao respeito). Aqui todos que ouviram a notícia sobre esse assalto aos bombeiros durante uma ocorrência ficaram indignados.

              • Zaq (o cachorro!)

                Ficar no Brasil é um negócio de louco mesmo. A saída como vc diz realmente é o aeroporto. Mas, entre os piores lugares para viver nessa porçãozona de terra o Rio parece ser um dos mais fatais. Bem armadilha mesmo, muito bonito, natureza exuberante, só que mortal. Pedrinhas é mais pacata.

  • Vou bancar o advogado do diabo. Rachel disse achar compreensível (o que é diferente de justificável) a ação dos justiceiros devido ao estado de insegurança e impunidade que vivemos. Pode ter ficado ambíguo, mas não acho que ela estivesse defendendo o ato. E o tal adote um bandido foi pro povinho dos direitos humanos (dos manos) que adora passar a mão na cabeça de bandido, mas fica quietinho quando gente de bem se ferra.

    • Não estamos falando da palavra compreensível. Até aí estava aceitável. Estamos falando da palavra LEGÍTIMO para quem decepa um pedaço do corpo de uma pessoa com um estilete, que é o que vai foder com ela judicialmente. E também ao fato dela associar respeito aos direitos humanos a adoção de bandido.

  • Faz um favor, não para o Brasil, mais para o mundo todo dona Raquel, adote esse Justin Bieber, leve ele para sua casa, ensine bons modos para o biba.

    • Não achei uma retratação não. Ela estava apenas se desdizendo. Quando ela fala que cortar um pedaço do corpo de alguém é LEGÍTIMO, não pode depois dizer que é contra a violência. Para defender as pessoas “de bem” não precisa endossar esse tipo de comportamento…

  • Desfavor, que falta me faz não te ler…
    Minha única opinião sobre essa Raquel: a acho uma pentelha. E só. Não a assisto e acho uma palhaçada as polêmicas que rendem quando ela abre a boca.
    Mas sabe como é… BM reclama o tempo todo que a novela ta ruim e continua assistindo, reclama do político, mas continua votando. Continuam assistindo a essa garota só pra ter motivo pra reclamar.

    • Mas ter alguém fazendo papel de malvado é ótimo para antagonizar. O BM adora um malvado por perto, para poder criticá-lo o tempo todo e se passar por bonzinho. Você vê um BM se comparando com alguém melhor do que ele? Jamais!

  • Embora Nietzsche diga que é saudável, às vezes, entrar em contato com meios onde as pessoas pensem de forma totalmente diferente de você, a internet essa semana tava um verdadeira torre de babel! Insuportável

    • O problema nem é a contrariedade de opiniões, é que as pessoas não discutem, as pessoas se digladiam para ver quem está com a razão. Não escutam o que o outro está dizendo, rebatem a qualquer preço, tomam uma contrariedade como ofensa pessoal e atacam o interlocutor em vez de se ater aos argumentos. O brasileiro médio não sabe discutir e se você falar isso a ele, ele se ofende. Aliás, o brasileiro médio encara qualquer crítica como sendo destrutiva, porque projeta o que ele faz nos outros. Por isso esse povo bunda nunca melhora, não sabe ouvir e refletir.

      • É um saco! Pra eles, ou você está certo e ganha, ou está errado e é um burro e perdeu a discussão. Ninguém quer levar o ponto de vista do outro em consideração, preguiça de pensar.

        • Ninguém nem cogita que talvez o posicionamento mais bacana e mais proveitoso seja uma junção das ideias de um com as ideias do outro. Ninguém pensa que de uma discussão pode surgir um terceiro ponto de vista muito melhor e aprimorado. As pessoas querem GANHAR, querem estar certas. E olha, isso é em tudo: em relacionamento, no trabalho, em TUDO. Muito de saco cheio de gente que discute sem te ouvir, apenas para ter razão. Muito mesmo. Para mim isso está virando uma nova modalidade de burrice, praticamente uma epidemia.

          • Sally, concordo em muito! Ahh se tivéssemos um pouco de “solidariedade” nesse quesito de divergências e junções de opiniões viu? Vejo isso de perto acontecendo sempre na academia… bahh! É o tal do ego inflado que já falei aqui…

  • “Antes de falar algo, tenha certeza que todos concordam com o que irá dizer” (Homer Simpson).

    Interessante a democracia que temos hoje: deixa o período militar no chinelo. Sheherazade não tem opiniões sensacionais e não concordo com o que ela disse. Mas o fato de alguém falar o que pensa diante dos telespectadores mais burros que já viveram no sistema solar já é um pontinho de luz na tv brasileira. Eu jamais teria essa coragem, morro de medo de gente burra.

    • Realmente, como eu disse no texto, ela teve culhões. A questão é: falou por coragem ou falou ciente que ia repercutir com a intenção de virar notícia?

      • Desde o pronunciamento sobre o carnaval, que ela quer ser A polêmica. Tudo bem que qualquer um que tenha culhões de falar o que ela fala em público é polêmico, mas esse é o trunfo dela.

        • Concordo. Ser polêmico às vezes é bom, dá uma sacudida, faz as pessoas refletirem. Nós mesmos somos polêmicos no Desfavor algumas vezes. Mas ser SÓ polêmico e querer se segurar apenas com isso não dá. Chega uma hora que para gerar polêmica você tem que falar tantas barbaridades que isso volta para te morder na bunda.

          Em tempo: os comentários desta postagem estão mais interessantes do que a própria postagem. Parabéns, queridos leitores inteligentes!

      • Não acho que seja só para criar polêmica. Uma mulher tem muito a perder quando se expõe dessa forma, sobretudo porque ela é mãe. Gente ignorante quando se junta só faz merda e costuma vencer pela força bruta, ela pode até sofrer um atentado por ter cometido o “crime” de externar sua opinião.

        • Duvido. A perder ela tinha quando era desconhecida. Engraçado que se fizerem.com ela, seria barbarie, mas com o criminoso nao. Nao é o ato em si.que determina sua reprovabilidade e sim CONTRA QUEM é praticado. Socorro.

      • Decepar uma parte do corpo de um ser humano tá ok, esse crime está autorizado. Mas um crime contra ela é motivo para processo. Esperto o advogado que pegar esse Zé Ruela que for amarrado e processar Sherazade no cível, por danos morais (e não criminalmente). Com esse clamor popular, vai tirar uma grana preta dela e ganhar notoriedade. Se eu fosse sem caráter ia lá bater na casa dele e me oferecer para fazer esse processo de graça.

      • O cara disse isso muito antes dela meter o pau em bandido, foi em outro contexto. Eu não concordo que ninguém tenha que ser estuprado, mas o cara achou que ela tinha. Assim como eu não concordo que ninguém tenha que ter um pedaço do seu corpo decepado por um estilete e Sherazade concorda. O ponto é: pessoas que apoiam barbaridades cometidas contra os outros tem que ter coerência quando alguém desejar uma barbaridade contra elas.

        Eu já falei muitas barbaridades aqui, e também ouvi de volta muitas, inclusive ameaça de estupro, e nunca processei ninguém por causa disso. Passarinho que come pedra sabe o cu que tem, que fala tem que estar preparado para ouvir de volta.

        • Um idiota também , uma coisa é desejar que ela passe por uma experiência semelhante ao que teoriacamente defende. Outra é escrever que um crime aconteça. Acho até que não deveria ser crime registrar que desejar algo ruim para alguem em especial , mas é .

          • Não vejo diferença entre desejar que um crime aconteça ou comemorar quando ele acontece tratando-o como algo legítimo. Vou além: acho que se Raquel Sherazade fosse estuprada e alguém falasse que foi bem feito, seria até pior. Crime é crime. Mutilaram uma pessoa e ela endossou esse comportamento, não vejo porque se indignar com alguém que endossa um comportamento criminoso contra ela. Quem fala tem que saber ouvir. Me sinto no direito de opinar porque a exata mesma coisa já aconteceu comigo aqui.

    • Ah, sim Sally, sei bem desse caso e estava acompanhando ele por alto.

      Esse é o clássico caso envolvendo ela e o Ghiraldelli… Sério, o Ghiraldelli até foi esperto de jogar a provocação, mas infelizmente não aguentou segurar o tranco e se borrou quando viu que a parada tomou uma dimensão bem mais dramática que o esperado.

      Ia desenterrar essa, mas você se antecipou. Já comentei da figura aqui, que aliás é cheia de alfinetar uns e outros aqui na rede.

      • Tem que ter coerência.

        Eu falo o que quero aqui, mas seguro o rojão. Quando vieram me ameaçar de estupro no texto sobre Salvador eu não fiz nenhum escândalo a esse respeito. Então, vamos botar os pingos nos “is”: fala quem quer o que quer, mas tem que saber ouvir de volta. Um Judiciário decente não se preta a condenar PALAVRAS e sim ATOS. Infelizmente o Judiciário brasileiro premia mimimi.

        • E é justamente em cima disso que não vejo com bons olhos o Gentili… Por problemas na questão da coerência.

          Como já coloquei aqui, a Shererazade usa da agressividade como ferramenta de defesa. Ela não tem jogo de cintura e nem fair play.

          Se fosse uma pessoa mais bem resolvida, provavelmente colocaria o Ghiraldelli no devido lugar colocando algo na linha “@Ghiraldelli, que coisa feia. Desejar que eu seja estuprada? Aff! #LargaDeSerBabaca” e acabava com isso sem nem dar pano pra manga.

            • Quer que eu relembre do caso envolvendo ele e o soldadinho?

              Tá, o soldadinho foi oportunista, mas pega mal o DESPREPARADO ir lá e usar o tapetão do direito autoral pra mandar abaixo o vídeo montado pelo soldadinho baseado nos trabalhos dele e depois ficar ai querendo pagar de arauto da liberdade de expressão. (coerência, oi?)

              Sério, o Danilo poderia estar ainda mais encrencado se transformassem aquela da banana em uma acusação de assédio (ao invés de apostar no rebuscado apelo do “racismo”). E bem, as explicações dadas pelo Gentili são a típica “emenda que fica pior que o soneto”.

              Ele consegue o feito de se atropelar ainda mais que a Sheherazade, mas isso passa batido por ele ter construído uma imagem de “humorista nonsense”, o que torna seus atropelos mais “suportáveis”, se é que podemos dizer assim.

              • Como uma acusação de racismo, que no final das contas, foi desconsiderada, poderia virar ASSÉDIO???

                A impressão que me passa é que Danilo Gentili escolhe a polêmica algumas vezes, mas não de forma involuntária, parece escolha mesmo. E ele não usa a polêmica como único recurso. No seu humor tem um pouco de tudo: ironia, nonsense, guerra dos sexos, referências, trocadilhos… sei lá, acho ele um humorista bem completo.

                • A parada da BANANA poderia ser caracterizada como assédio, dada a analogia comumente feita do termo com o órgão sexual masculino.

                  Substitua “bananas” por “pirocas” ou por qualquer analogia para pênis que você vai entender o que estou falando.

                  • Assédio contra QUEM? Primeiro que assédio exige uma vítima específica, segundo que assédio exige outros requisitos, como subordinação hierárquica…

                  • Tudo bem não gostar do Gentili, mas é a segunda vez que você passa um recibo de completo idiota ao insistir em querer ter razão em cima do que não sabe.

                    • Olha Suellen, só disse que o Gentili poderia sair mais enrascado nessa se a contraparte fosse mais “esperta” e mais “oportunista”.

                      Danilo Gentili pra mim é tão engraçado quanto o Fábio Porchat. Ambos são “humoristas” meia boca.

                    • Não é isso, trata-se de você novamente (insistir em) se mostrar ignorante em Direito. Agora que seus problemas, ou melhor, suas desculpas acabaram, vá estudar para parar de dar vexame.

    • Sally, me desculpe, mas não entendi. Você acha que ela apoia a barbaridade contra o cara que foi preso ao poste ao dizer que julga COMPREENSÍVEL tal atitude?

      • Veja o vídeo. Ela usa o termo LEGÍTIMA DEFESA para classificar quem pega um estilete e amputa a parte do corpo de uma pessoa. Desculpa, mas de LEGÍTIMO isso não tem nada. Uma pessoa que diz que alguém tem o direito de pegar um estilete e amputar outra classificando esta atitude como LEGÍTIMA, se expressou muito mal se queria dizer que era apenas compreensível.

        E ela ainda diz que quem é favor de direitos humanos deve “adotar” um bandido, como se viver em uma sociedade onde há direitos humanos para todos fosse algo reprovável. Ela achou que estava falando de uma forma dúbia, que conseguiria fazer polêmica e escapar pela tangente depois, mas a palavra LEGÍTIMA e mandar adotar um bandido a afundaram, ao menos sob o ponto de vista jurídico. Estão todos contra ela.

        A moça se expressou muito mal, e, anota aí, isso vai custar muito caro a ela. Sua situação está muito feia e vem uma ação judicial pesada contra ela.

        • Verdade. Tinha visto uma vez só há alguns dias atrás e me ati ao termo ‘compreensível’. Nesse caso ela agiu de forma incoerente e perdeu o pouquinho de moral que tinha comigo… Ela não dá a cara a tapa, finge dar, pelo que parece.

          O ruim é que se você fala mal dela em redes sociais te acusam de ser “comuna”, “defensor de direito dos mano”. Esse debate “reaça vs comuna” me deprime muito.

          • Parece que garantir direitos humanos para todos é bondade e caridade com bandido. As pessoas esquecem que isso beneficia a TODOS. Primeiro porque nunca sabemos quando nós ou pessoas queridas serão acusadas de serem bandidos e se o forem, vamos querer que tenham um tratamento digno. Segundo porque tratar bandido com tortura e depois soltá-lo de volta às ruas (não existe prisão perpétua no Brasil, uma hora o cara sai) é nocivo para toda a sociedade, eles saem piores do que entraram e a gente paga o preço. Mas tem que ter um pouquinho de inteligência para perceber essas sutilezas, nem todos tem.

            • Zaq (o cachorro!)

              Exato. Tratamos mal a população carcerária e depois queremos o que? Que eles tenham piedade da sociedade? Nunca terão. Ou os tratamos bem e dignamente ou a taxa de retorno ao crime continuará como está. Beirando 100%.

              • Quando se propõe que o sistema penitenciário RESSOCIALIZE, ele não pode torturar, pois sistemas que ressocializam devolvem criminosos para as ruas com uma certa rapidez, justamente por presumir que os tornaram pessoas melhores.

                Ou se assume o caráter meramente punitivo, o que eu acho uma barbárie, e não se devolve para as ruas estas pessoas, ou se começa a tratá-las um pouco melhor, caso contrário, quando voltarem para as ruas, voltam piores e a sociedade toda perece. Porque merdas isso NÃO ENTRA na cabeça das pessoas? É tão difícil assim de perceber?

            • Uma pena que a religiosidade dos extremistas políticos os impeçam de sequer dar ouvidos à argumentos totalmente diferentes dos deles…

              Aliás, achei a referência do título bem criativa

                • O pessoal nem vê que Sheherazade é também o nome da personagem de “As mil e uma noites”, né?

                  E por isso mesmo o título aqui é as “as mil e uma opiniões”… Lembrar que em um programa voltado ao público infantil lá na TV Cultura tinha uma personagem “contadora de histórias” que usava o nome de “Sherazade”, outra transliteração do conto originalmente em árabe.

                  • O nome da personagem lá é “Sherazade”, mas por algum motivo desconhecido ela pôs um “he” no meio, talvez faça parte do pacto

  • Nao acho que tenha sido uma opnião infâme porque entendi que a intenção dela, era chamar a atenção para a matriz do problema: Ineficiência do judiciário e politicas de segurança pública que são uma piada. No entanto ela não se expressou muito bem e deu espaço para que os formadores de opnião polemizassem o caso. Esses imbecis devem ficar esperando esse tipo gafe para vomitar seus comentários tão relevantes que não podem deixar de serem ditos.
    Certo, ela deveria ter sido mais cautelosa afinal, apresenta um telejornal de nível nacional mas censurá-la chega a ser ridículo.
    Alguém viu o texto do site Carta Capital a respeito? Nem um pouco sensacionalista.
    cartacapital.com.br/sociedade/esqueca-sheherazade-os-culpados-sao-silvio-e-o-governo-2812.html

    • Mas porque será que ela falou que classifica esse ato como LEGÍTIMA defesa esse tipo de ato? Porque será que ela disse que quem defende direitos humanos tem que adotar um bandido?

  • Tá legal. Concordo com tudo e tal, mas na verdade, tô esperando um post sobre um “funk feminista” chamado “Vou cortar sua pica”.
    No aguardo.

    • Que nada, ela faz da polêmica seu megafone. Só se sobressai porque é a única a fazer isso em tempos medrosos e politicamente corretos.

      • Estou meio sumido (o texto dos RALÉzinhos foi demais pra mim, precisei me afastar e olhar a situação por outro prisma) mas sabia que esse seria o desfavor da semana. Concordo com a Sally, ela faz isso pra ganhar o foco, eu não gosto dela, acho bem ridícula, pregadora dos bons costumes da família cristã. Mas querer censurá-la é um pouco demais. As pessoas precisam interpretar, analisar e compreender o que é dito. E em todo caso, o controle da TV ta na mão. Use-o.
        A propósito, seu texto está impecável Sally.

            • Quem decide o que é besteira? Para muita gente o que eu falo aqui é besteira. Todos teriam suas bocas caladas, porque sempre vai ter quem ache que o que a gente diz é besteira.

                • Odiaria viver em um lugar onde alguém tivesse o pode de definir o que é besteira, o que pode ser dito e o que não. Todo mundo tem que poder falar tudo e lidar com a reação das pessoas a isso.

              • É isso mesmo, as pessoas tem uma mania de querer ouvir o que concordam e calar o que discordam que é algo impressionante. Leia-se BM!

                • Discordância pode acrescentar muito. Essa mania das pessoas de desvalorizar tudo que vai de encontro com suas opiniões, como se fossem donas da razão…

                  • É o tipo de gente idiota que entra em discussão pra ganhar e não pra debater, quando na primeira, ganhar, você não ganha nada (só ACHA que faz o outro se sentir um derrotado) e na segunda te acrescenta novas ideias (varia de acordo com assunto e pessoas envolvidas no debate escolhido).

                    • Sim, discutir é trocar ideias, ouvir o que o outro tem a te dizer, refletir, formar uma opinião sobre isso. Querer fazer valer seu ponto de vista não é discutir, é competir. Pena que as pessoas dificilmente percebam essa sutileza.

                    • O importante de uma discussão é? 90 % responderiam sem titubear que é impor o ponto de vista, os outros 10% que pensariam a respeito estão de parabéns, escutar é o segredo de uma discussão, se você entra determinado a provar e vencer com suas teorias provavelmente não vai escutar nada que é dito pelo outro, parece leitor da Carta Capital, só quer ler o que já achava antes ser o certo para endossar sua opinião, algo que a derrota do inimigo supostamente traria ao vencedor. Aquele recente texto do Somir sobre desarmar fala bem deste assunto.

                    • Sam, também tem a variável da pessoa que não quer discutir, que vem diretamente te agredir e se é tratada na mesma moeda reclama que está sendo agredida. Diálogo é um luxo que pouquíssimos estão aptos a usufruir.

            • Se fosse besteira, o pessoal provavelmente nem daria muita bola e deixaria passar batido.

              Na verdade, a colocação da Rachel foi ignorante, pouco aprofundada e muito calcada no senso comum, mas dava para esperar algo diferente vindo da parte dela, que está na maldita rodinha dos “olavetes”? Não, né?

              De qualquer forma, a turba foi tempestade em copo d’água e talvez seja até interessante em termos de palanque para algum oportunista ai ficar mirando nela. Ótima escolha para “desfavor da semana”.

              • Ela começou assim, se fazendo notar com APENAS na base da polêmica. Eu entendo a polêmica como UM recurso, não como O recurso. Muitas vezes a gente usa a polêmica aqui, mas usamos outros recursos também, como informação, humor, inovação. Quem se faz notar APENAS pela polêmica fica escravo dela e precisa de uma polêmica nova por semana para ser ouvida e se manter no seu posto.

  • Zaq (o cachorro!)

    Preferi escrever aqui antes mesmo de ler o que vocês escreveram e antes também de ler os comentários do pessoal.
    Além do próprio vídeo com a opinião da jornalista, a única coisa que li foi que vocês são contra o que a mulher disse e da mesma forma contra a censura que o PSOL tentará impingir à mesma.
    Agora, iniciando esse parágrafo, vacilei… Ainda não consigo fechar a mão e bater. Pelo menos não com convicção, mas acho que logo, logo a dona Convicção, com letra maiúscula, virá!
    Dito isso, posso dizer que viver no Brasil atualmente está muito complexo. Nossa!! Não costumo ser tão eufemista, mas não dá para usar outra palavra. Poderia dizer que está uma merda? Poderia. E que é perigoso? Também. Ou que é difícil para caralho!! Mas, é tudo isso junto. Então foda-se! Posso usar complexo mesmo.
    De mais ou menos uns 8 anos para cá a minha ficha desabou feito o meteoro da Rússia. Que vergonha!! Fico pensando o que estava se passando pela minha cabeça antes disso, sempre foi tão evidente e eu não percebia. Pois, saca só.
    Vivemos em um não-país! Nós temos uma não-justiça! Nós temos uma não-estrutura! Nós temos diversas não-fronteiras! Somos nada! Somos um aglomerado de pessoas que se intitulam nacionais de um país(não-país) que não existe!!
    Realizem esse raciocínio. Realizaram? Cataram os cacos? Pois é, muito provavelmente o sentimento é de vácuo. E como pensar no nada é difícil, o brasileiro médio, raça vira-lata, nunca chegará nesse pensamento. Logo virá à cabeça a camisa da seleção, o maldito do Pelé, a musiquinha do playboy do Ayrton Senna, as cataratas do Iguaçu, o Rio Amazonas….
    Boiando nessa água modorrenta, que não flui, não melhora, parada e podre, estão pessoas pensando no motivo de estarmos nela, por que caralhos estamos sentindo esse cheiro de merda, qual a razão de ficarmos nela e sermos vítima das infecções que ela traz? Muito provavelmente há aqueles que mesmo em condições de cair fora não querem, tem laços fortes e apertados com lugares e pessoas, parentes ou não, que as fazem ficar. E ficando, morrem assassinados, são sequestrados, quando tem algum dinheiro perfilam nos quadros dos planos de saúde, caríssimos e insuficientes, quando pobres pagam os pecados do sistema público de não-saúde, são maltratados pela não-polícia, desde a disposta na rua até àquela presente nos distritos, são roubados por bandidos e pelo não-governo por conta de todos os não-serviços e dos injustificados e absurdos impostos, ou seja, como vivem em um não-país, não podem querer esperar alguma tranquilidade, conforto ou garantia de direitos essenciais, não podem esperar nada, nadinha de nada! Porra nenhuma!
    Somos apenas um aglomerado e essa é uma das milhares das grandes merdas que nos afligem. Multidões comprimidas, pessoas sendo jogadas umas contra as outras. Adicione ao caldo as desigualdades abissais presentes e com a colaboração da não-estrutura, da não-justiça, da não-polícia… O resultado só pode ser selvagem! E neste caso quero dizer selvagem como aquilo que vemos no National Geographic, no Discovery, não estou usando como uma metaforazinha, uma gíria para bagunça, não mesmo!! Estou falando de leão comendo zebra! Estou falando de chipanzés e seus canibalismos! Estou falando do motivo de termos presas e garras, ainda que suprimidas quase que na totalidade de suas funções pela nossa evolução, continuam aqui tão visíveis em meros bocejos ou nas unhas pintadas das meninas.
    Virou uma questão de mera sobrevivência animal. Mato você para eu não morrer, roubo por que preciso e também por que quero e por que tu roubas, por que ele rouba, por que nós roubamos e etc… Quando prendemos não temos aonde por, quando soltamos, prenderemos o mesmo indivíduo outra vez!!! Inexoravelmente. O ciclo escroto da nossa selvageria é implacável!! Ele voltará e daqui a 5 minutos estará chutando o seu traseiro novamente, ali mesmo, naquela esquina que você vai dobrar daqui a pouquinho.
    Vez por outra surgem ondas de determinados e específicos crimes. Duvido que você, mesmo não sendo um brasileiro médio, tenha reparado. Não deduzi sozinho também. O que prevalece é que não existe modinha no crime, o que existe é o ciclo escroto que mencionei acima, os membros da quadrilha especializada em algum crime e que fora desbaratada há algum tempo é devolvida ao final de sua pena ou quando do início dos seus direitos de abrandamento de regime em épocas muito próximas. Assim o que vocês acham que acontece? Será que os caras vão meter seus currículos no comércio a fim de encontrar alguma vaguinha de trabalho? Ou será que eles começam estudar para algum concurso? Nada!! Eles voltam para o crime, para o mesmo crime, só que agora mais preparados ainda, com mais sede, com mais sangue nos zóio!! Eles voltam para pegar você! E pegarão. É o ciclo! E é escroto!
    Assim, começa a bailar nas nossas fuças o tal do medo. Medo não. Cagaço! Ninguém sabe ao certo que atitude tomar. Tem gente que mora na capital, resolve ir para cidades do interior ou litoral, há aqueles que moravam como antigamente em casas dessas mesmas cidades e agora resolveram enclausurar-se em condomínios, para suas crianças a não-escola pública já não é opção, o tráfico vende bala de hortelã no portão. A insegurança já bateu nas cidadezinhas faz tempo. Ou seja, acabou. Não temos mais para onde correr. Cagaço! Faroeste, irmão! Faroeste!
    No desenvolvimento dessa catástrofe chegamos ao famoso cada um por si e, se você não for ateu como eu, deus para todos. O crente ainda alimenta uma esperança que, por mais que eu e muita gente saiba que vazia, a eles consola. E quando chegamos a esse local, e já chegamos, a coisa começa a ficar como diz a malandragem, embaçada.
    Começamos a tentar resolver. Por conta própria. Inicialmente por um muro alto, depois pelas grades nas janelas, logo na sequência surge um alarme residencial (até por que alarme de carro nem conta mais). Em seguida o nêgo cerca a própria casa com cerca elétrica!! Cerca elétrica??!!! E daí né? Já é tão comum que nem visualizamos o quanto é monstruosamente radical colocarmos uma cerca elétrica em volta de nossas casas! O faroeste é na rua já a minha casa é um feudo!!! Voltamos para o século X!! Século X!! Essa merda desse não-país está na idade média!!
    Só que não basta, temos que viver e a vida está lá fora e aí a chapa esquenta!!
    As pessoas já não estão contando com o não-estado e os seus não-serviços. As pessoas estão resolvendo, ou tentando, e vão cada vez mais resolver ou tentar resolver sozinhas. Nada mais natural, retirar isso do bicho humano é querer encaixar o quadrado no redondo. É negar de onde viemos! E nós, brother, nós não viemos do barro, nem somos filhos dos pecaminosos Adão e Eva. Nós, não. Nós temos presas e garras.
    Aí o sujeito e as vezes a galera, o que tende a ser pior, pega um ladrão e dá uma escovada no cabra! Praticamente ao mesmo tempo existe a investigação, a perseguição, o inquérito, o julgamento, a condenação, a estipulação da pena e a execução! Sem defesa, sem recurso. O quanto pode ser perigoso deixar nas mãos das pessoas a decisão de absolver ou condenar, e se condenado o ato, punir? Ao longo de toda a história da humanidade tivemos que lidar com isso, provavelmente ainda nas árvores tivemos que lidar com essa coisa de cuidar, e antes do indivíduo em si, cuidar da forma, da formatação do certo e do errado. O que punir e o que não punir? O que é leve e o que é pesado? O que é errado e o que é erradão?! Colocamo-nos no lugar do alheio, vimos que nem sempre apenas aquilo ou aquele que nos ataca pessoalmente deve ser punido como também devemos proteger o outro do ataque do terceiro, pois chegará o momento que o outro também rogará pela nossa proteção contra o mesmo ou outro terceiro.
    Porém, nas atuais circunstâncias do “nosso” não-país como não apoiar a iniciativa do homem em se defender?!?! Como podemos, arrogantemente, bradar pela suavidade na reação?!! Somos resultados de nós mesmos e continuaremos a ser o combustível de nossas próprias iras!! Atacaremos de volta! Certamente!
    Não pertencemos a espécimes distintas! Não somos divididos entre cordeiros e leões. Somos todos leões. Não esperem a complacência e o subjugo eternos de um predador dominante perante outro. Precisamos, devemos e vamos contra-atacar ferozmente, brutalmente, mortalmente!!
    Chega a ser cretino e desonesto o discurso de quem condena a reação selvagem dos acuados!!! Quem discorda e pune essa reação ou é burro e ignorante como eu era há uns 8 anos, ou faz parte do esquema, sendo um marginal diretamente ligado ao crime, ou é parte de algum esquema político que de gravata no pescoço morde a garganta da sociedade e suga sua energia vital!
    E não por acaso é um partido político que toma para sí o bastião da moralidade e tentará agredir e abafar, dissimuladamente, a reação daqueles que, desamparados por esses mesmos políticos filhos da puta, tentam tirar seus narizes dessa água parada!! Evidente que prefiro um político morto, trucidado por uma multidão alucinada, composta por donas de casa, garis, beatas, e sedenta por justiça, e sendo morto pelas ferramentas que a natureza nos deu, a 100 marginais mortos durante o sono, através da morte mais suave e desejada pelos mortais.
    Aqui não posso deixar de dizer que quero mesmo que os black blocs se fodam pois estes intencionalmente desviam o ataque e se jogam, como protagonizassem uma imensa bomba de fumaça, na direção justamente oposta causando prejuízo a particulares e se debatendo contra a não-polícia. Quando deveriam e facilmente conseguiriam endereços residenciais dos políticos causadores desse circo de horrores que é a nossa atualidade. Seria fácil tirá-los de suas portentosas mansões, com os seus pijamas listrados, e, como os mortos vivos dos filmes, socá-los, arranhá-los, mordê-los e jogá-los para o alto e para o solo. Mas, não, os black merdas são agentes dos donos do circo!! Se fizessem o correto e agredissem aqueles que merecem não precisaríamos nos defender sozinhos fazendo o que a natureza nos ensinou. Retomaríamos o caminho da humanização e desenvolvimento.
    Enquanto isso, se eu ou minha família for atacado por marginais, você me sugere o que? Devo telefonar para você? Pedir ajuda para a não-polícia? Ou devo me associar a pessoas que pensam como eu e tentar uma reação em conjunto? Não, isso seria apenas preventivo. No calor dos fatos, ali, na hora do ataque? Faço o que? Ofereço a outra face? Ou, se tiver chance, ataco a jugular e tento causar a ferida mais mortal? Eu não sei!
    O que eu sei é que estamos juntos, aglomerados e… sozinhos. Nós de um lado e os políticos do outro!

    • Gostei do conceito de não-país, mas eu defendo o respeito aos acusados e não sou criminosa não! Se eu fosse preta e pobre certamente já teria passado por situações duvidosas onde em vez de pairar uma desconfiança, pairaria uma certeza de culpa sobre mim, já teria apanhado feio, mesmo sem ter feito nada errado.

    • Não estou com ânimo para discutir sobre o que você colocou agora, mas acho que amanhã vou ter condições de postar uma contrarresposta.

      Parece que os problemas são insolúveis, mas é porque se enfoca mais nos problemas do que na busca por uma solução a sério para tais problemas.

    • Hoje voltei aqui e posso te dizer, Zaq, a sua análise, mesmo longa e rebuscada, é superficial, incapaz de notar o trabalho da não-polícia, da não-saúde, do não-governo e da não-justiça na manutenção do status quo fisiológico e parasita que predomina nesse não-país.

    • Será busca de holofote? Sei não, mas isso fede.

      O chato é essa turma que paga de defensora dos “direitos humanos” mas só vai marcar posição quanto a isso quando tem holofote em cima. Se é por ai que se joga, não passa do bom e velho oportunismo, que aliás, não adiciona em praticamente nada ao conjunto da sociedade.

      Sério, eu fico envergonhado com a tacanhez intelectual do pessoal “a esquerda” e com a tacanhez intelectual ainda maior do pessoal “a direita”. Parece que esse pessoal se recusa a pensar “fora da caixa”.

  • OFF (Desculpa, Somir), mas VOCÊS TÊM QUE LER ISTO:

    Post do Facebook – podem torcer o nariz – que acabei de ler. Preferi preservar o nome da pessoa da minha lista de contatos que repassou a mensagem abaixo – o texto não é dela -, mencionando uma matéria da revista francesa France Football sobre a Copa de 2014. Acho que seria prudente dar uma checada em outras fontes pra cruzar e/ou confirmar algumas informações. Mesmo se houver um ou outro dado “estranho”, porém, creio que seja caso pra um texto aqui. Aí vai:

    “VERGONHA INTERNACIONAL

    A edição da revista FRANCE FOOTBALL esta semana veio com a capa toda negra, onde se lê “Peur sur le Mondial”, algo como: “Medo do Mundial”, sendo que a letra “O” da palavra “mondial” está a bandeira do Brasil, e onde deveria estar escrito “Ordem e Progresso”, foi colocada uma tarja negra.

    No subtítulo diz: Atingido por uma crise econômica e social, o Brasil está longe de ser aquele paraíso imaginado pela FIFA para organizar uma Copa do Mundo, a menos de 5 meses do mundial, o Brasil virou uma terrível fonte de angústia.

    A revista pode ser acessada no site: http://www.francefootball.com mas apenas se vê a capa, a reportagem, de 12 páginas, não está liberada no Brasil. (CENSURA!)

    ALGUNS FATOS SOBRE A COPA:

    POLÍTICA:
    – A FIFA não pediu o Brasil para sediar a Copa, foi o Brasil que procurou a FIFA e fez a proposta.
    – A corrupção no Brasil é endêmica, do povo ao governo.
    – A burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os Cartórios.
    – Tudo se desenvolve a base de propinas.
    – Todo o alto escalão do governo Lula está preso por corrupção, mas os artistas e grande parte da população acham que eles são honestos, e fazem campanhas para recolher dinheiro para eles.
    – Hoje, tudo que acontece de errado no Brasil, a culpa é da FIFA, antes era dos EUA, já foi de Portugal, o brasileiro não tem culpa de nada.
    – O Brasileiro dá mais importância ao futebol do que à política.
    – A carga tributária do Brasil é altíssima maior que a da França, e os serviços públicos são péssimos comparáveis aos do Congo.
    – Mas o Brasileiro médio pensa que ele mora na Suíça. Quem está lá, na verdade, é a FIFA.
    – A FIFA, como imagem institucional, busca não associar-se a ditaduras. Tanto que excluiu a África do Sul na época do Apartheid e, ao contrário do COI, recusou a candidatura da China, apesar das ótimas condições que o país oferecia. Mas o Brasil, sede da Copa, vive um caso de amor com ditaduras.
    – O Brasil pleiteava uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, para sentar-se ao lado França, mas devido ao seu alinhamento com ditaduras, a França já se manifestou contrariamente.
    – A Presidente Brasileira parece estar alienada da realidade e diz que será o melhor mundial de todos os tempos, isso, melhor que o do Japão, dos EUA, da França, da Alemanha. http://www.youtube.com/watch?v=urmR5fXMJu8- Só ela pensa assim, na FIFA se fala em maior erro estratégico da história da Instituição.

    CONFRONTOS:
    – Ano passado os brasileiros saíram as ruas para manifestar, pela primeira vez se viu um movimento assim num país acostumado a inércia, mas o Governo disse que eles eram baderneiros e reprimiu o movimento com violência. 2 mortos, mais de 2000 feridos, mais de 2000 prisões. Ninguém responsabilizado…
    – Analisando mortes em estádios: http://www.youtube.com/watch?v=8bn17OLPyOYOBRAS:
    – O Brasil foi o país que teve mais tempo na história de todos os mundiais para prepará-lo: 7 anos, mas o Brasil é o mais atrasado.
    – O Francês Jérome Valcke, secretário geral da FIFA criticou o Brasil pelos atrasos. O governo brasileiro disse que não conversaria mais com Jérome Valcke.
    – A França teve apenas 3 anos, e finalizou as obras 1 ano e 2 meses antes.
    – A África do Sul teve 5 anos, e terminou com 5 meses de antecedência.
    – Há pouco mais de 3 meses da Copa, o Brasil ainda tem que fazer 15% do previsto.
    – O custo do “Stade de France” foi de 280 milhões de Euros (o mais caro da França), uma vergonha se comparado ao “Olimpiastadium” sede da final da Copa da Alemanha em 2006, que consumiu menos de 140 milhões de Euros.
    – Mas perto do Brasil isso não é nada. Cada estádio custa em média mais de 1/2 bilhão de Euros.
    – E o dinheiro sai do bolso do Brasileiro. Tudo é financiado com recursos públicos. Na França tudo foi financiado com recursos privados.
    – As empreiteiras é que ganham muito e há muita corrupção para os políticos.
    – Na França, os Estádios são multi-uso, servem para competições olímpicas, jogos de Rugby, e são centro de lazer, com lojas e restaurantes e estacionamento nos outros dias da semana. No Brasil são usados só para jogos.
    – Em Brasília estão construindo um Estádio para 68.000 pessoas, sendo que o time local está na quarta divisão do campeonato brasileiro e tem média de público de 600 pagantes. Tudo com financiamento público.
    – Em São Paulo há 2 estádios, Morumbi e Pacaembú, ao invés de reformá-los, construíram um 3o. estádio, Itaquerão, 23km do centro da cidade e sem metrô até lá.
    – O ex-presidente Lula, torcedor do Corinthians, empenhou-se pessoalmente para que construíssem este estádio em vez de reformar um dos outros 2 já existentes.
    – Exceto seus correligionários, ninguém acredita que Lula foi movido por amor ao “Timão” .
    – Lula é amigo íntimo de Marcelo Bahia, Diretor da Odebrecht, vencedora da licitação. Um reforma custaria menos de 100 milhões de Euros, um novo estádio tinha previsão de custo inicial de 300 milhões de Euros (mas já passou de 500 milhões) um dos mais caros da história da humanidade. Lula e Marcelo são constantemente vistos em caríssimos restaurantes de Paris, tomando bons vinhos franceses.

    TRANSPORTES:
    – A atual presidente Dilma Rousseff garantiu que faria um trem-bala, nos moldes do TGV Francês, que ligaria 4 cidades-sede: SP-RJ-BH-Brasilia. A promessa está gravada em redes sociais. (www.estadao.com.br/noticias/esportes,governo-garante-trem-bala-pronto-ate-a-copa-de-2014,381839,0.htm)
    – Em 2009 foram aprovados 13 bilhões de Euros no PAC, uma soma gigantesca de dinheiro, suficiente para construir um TGV de Paris a Cabul no Afeganistão. Nunca se viu um orçamento tão alto.
    – Nenhuma das cidades-sede tem metrô até o Aeroporto.
    – Para os taxistas não há cursos de inglês financiados pelo governo, mas para as prostitutas sim. Parece piada, mas é verdade: (vide:www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/01/1211528-prostitutas-de-bh-tem-aulas-gratis-de-ingles-para-se-preparar-para-a-copa.shtml)
    – Metrôs não funcionam bem, não cobre nem 10% das cidades ou simplesmente não existem.
    – O sistema de ônibus é complicadíssimo e ineficiente.
    – O aeroporto da Megalópolis São Paulo tem uma capacidade de receber vôos inferior ao Aeroporto da pequena cidade de Orly, no interior da França.
    – Os preços de passagens de aviões dispararam. Por um trajeto de 400km chegam a cobrar 1.000Euros durante a copa.
    – Como o Brasil não tem infraestrutura, não aproveitará a alta demanda, devendo permitir que empresas aéreas estrangeiras atuem durante a Copa, o lucro virá para a Europa ou os EUA.
    – Aluguel de carros é caríssimo, e, como disse um ex-presidente brasileiro, Fernando Collor, também afastado por corrupção, os carros brasileiros são carroças, sem os principais itens de segurança.
    – Faixa de pedestre não serve para nada, não espere que os carros parem. Atropelam, matam e fogem.
    – Apesar do Brasil ser autossuficiente em petróleo e estar do lado de países da OPEP, como Venezuela e Equador, a gasolina uma das mais caras do mundo, e de péssima qualidade, misturada com etanol e solvente de borracha, não há fiscalização nos postos.
    – Mas o Brasileiro defende o monopólio do petróleo. É o único país do mundo onde os consumidores acham que o monopólio é bom para o consumidor, e não para o monopolista.

    SAÚDE:
    – Nos últimos 10 anos o número de leitos em hospitais públicos caiu 15%. vide http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/em-11-anos-taxa-de-leitos-hospitalares-caiu-15-no-brasil-o-bravateiro-no-entanto-dava-licoes-a-obama-vinda-de-cubanos-serve-para-demonizar-medicos-brasileiros-e-e-projeto-ideologico-dos-paises-do/- O Brasil precisa importar médicos de Cuba, já que não tem competência para formar médicos no próprio país. Acredite: Há um programa governamental para isso.
    – O Brasil gasta apenas 4% do seu PIB com saúde, e 12% com pagamentos de funcionários públicos. Nos últimos anos o gasto com funcionários cresceu, e com saúde encolheu.
    – A França gasta 12% com saúde e 4% com funcionalismo.

    HOSPEDAGEM:
    – Paris é a cidade mais visitada do mundo, com quase 20 milhões de turistas / ano. São Paulo é menos visitada que a pequena Benidorm na Espanha, ou que a cinza Varsóvia, na Polônia ou a poluída Chenzen na China.
    – São Paulo perde para Buenos Aires, Cuzco e outras cidades Sul americanas.
    – Amarga o posto 68 na lista das mais visitadas do mundo.
    – No entanto, um hotel em São Paulo custa em média 40% mais do que se hospedar em um equivalente hotel em Paris.
    – Leve adaptador de tomada. O Brasil adotou um sistema que só existe no Brasil, e muda a cada 4 ou 5 anos, gerando milhões para algumas empresas.

    TELECOMUNICAÇÕES:
    – Minuto de celular mais caro do mundo. vide http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1352956-minuto-do-celular-no-brasil-e-o-mais-caro-do-mundo.shtml- O sinal é péssimo, um dos piores do mundo.
    – 4G não existe na maioria das cidades.
    – A internet é horrível e caríssima. Para o Brasil chegar aos níveis do Iraque deveria dobrar o investimento em banda larga. vide http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/conexao-de-internet-no-brasil-e-mais-lenta-que-no-iraque-e-cazaquistaoSEGURANÇA:
    – Se você não gostou do que leu até agora, o pior está aqui.
    – No Brasil há mais assassinatos que na Palestina, no Afeganistão, Síria e no Iraque JUNTOS.
    – No Brasil há mais assassinatos que em toda a AMÉRICA DO NORTE + EUROPA + JAPÃO + OCEANIA.
    – A guerra do Vietnã matou 50.000 pessoas em 7 anos. No Brasil se mata a mesma quantidade em um ano.
    – Ano passado foram 50.177 segundo o governo, segundo a ONGs superam 63.000 mortes.
    – Todo brasileiro conhece alguém que foi assassinado.
    – 1% dos casos resultam em prisão.
    – Este 1% não chega a cumprir 1/6 da pena, e é beneficiado por vantagens que se dão aos criminosos.
    – Não leve o cartão consigo, você pode ser vítima de uma espécie de sequestro que só tem no Brasil: “Sequestro Relâmpago”.
    – Não use relógios, máquinas fotográficas, celulares, pulseiras, brincos, colares, anéis, bolsas caras, bonés caros, óculos caros, tênis caro, etc… vista-se da forma mais simples possível.
    – Não ande pelas ruas após as 22hs.
    – Só faça câmbio em bancos ou casas autorizadas. Existe uma grande quantidade de moeda falsa e estrangeiros são alvo fácil.

    CONCLUSÃO:
    – O que falta no Brasil é educação. Os números são assustadores, mesmo quando comparados com seus vizinhos sul americanos.
    – O Brasil tem uma porcentagem de universitários menor que o Paraguai;
    – A Argentina tem 5 prêmios Nobel, a Colombia 3, o Chile 3, a Venezuela 1, a Colombia 4, o Brasil??? Zero!
    – Entre as 300 melhores Universidades do mundo, não tem nenhuma Universidade Brasileira.
    – No Brasil há 33.000.000 de analfabetos funcionais.
    – Ano passado surgiram 300.000 novos analfabetos.
    – No ranking da ONU de 2012 o Brasil, que já estava mal colocado, caiu mais 3 posições, e hoje é o número 88 no mundo. (A França é 5.)

    UMA VERGONHA INTERNACIONAL mas o brasileiro está muito feliz de ser pentacampeão de futebol. Nos corredores da FIFA já se admite que foi o maior erro da história da Instituição eleger o Brasil como sede.”

    – IMAGEM DA CAPA DA REVISTA:

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  • Fiquei sabendo da tal polêmica via facebook. A tal jornalista é uma idiota completa, deu apenas mais uma opinião idiota, como tantas outras que já deu antes. Dão muita importância para ela, e é isso mesmo que ela quer. Ela fala tanta merda que dá vontade de matar? Dá, rs. Mas como já foi citado, democracia é isso aí. Entre falar e fazer vai uma bela distância. Ela deveria ter mais bom senso em suas falas já que fala para milhares de pessoas? Deveria, claro, mas não tem, então, que pena! Mas a tv aberta está cheia de pessoas que fazem o mesmo, ela é apenas a bola da vez.

    • Concordo plenamente, Vani. Achei a opinião dela infeliz, mas… qual a novidade? Enquanto isso a Globo joga bebê em caçamba.

      • Detalhe que o que deixou os BMs indignados não foi o tal do Félix ter jogado um bebê em uma caçamba de lixo na novela e sim o fato desse personagem ter protagonizado um beijo gay no final…

        • Pior foi ver as pessoas achando que o beijo gay marcou o fim do preconceito e aconteceu por pressão social. Foi o mesmo que aconteceu com os negros: durante décadas foram segregados fazendo papel de empregados e quando começaram a virar potenciais consumidores, ganharam lugar na trama principal. Gays são hoje um grande mercado consumidor, logo, foram inseridos na trama de forma mais respeitosa e menos caricata. Pressão social o caralho, quem gastar dinheiro com os patrocinadores ganha prestígio.

        • O que eu acho absurdo nessa novela foi que ele jogou um bebê na caçamba, ajudou a sequestrar não sei quem, e no final vira mocinho só porque é gay?
          Além de uma matéria de uma revista (que não sei qual) que diz que o ator interpretou um papel fiel de homossexual. Assisti um capítulo da novela e achei nojento o estereótipo reforçado por ele.

  • Eu fico tentando entender qual é o critério que essas pessoas das redes sociais usam pra decidir qual assunto vale a pena fazer um estardalhaço, campanha contra etc. O comentário da Rachel talvez não tenha sido apropriado, ou bem colocado, mas não posso deixar de concordar com ela em algum aspecto. Os ‘justiceiros’ da internet realmente acham que estão fazendo algo de positivo e útil… acho que eles precisam rever os seus conceitos sobre o que é importante ou não. Enfim, os dois textos retratam o que eu penso e não poderia ser melhor colocado.

    • Na minha opinião, o critério é: fazer seu próprio nome. Posar de boa pessoa. Pegar o erro de alguém e tripudiar em cima, para deixar bem claro como a pessoa que errou é uma bosta e quem está tripudiando é bonzinho. Tudo que é dito em rede social me soa como sendo em interesse próprio, para auto-promoção. Isso sem contar aquela meia dúzia de “formadoras de opinião”, as donas do Twitter, que incentivam linchamentos coletivos a coisas que elas discordam.

  • O discurso dela é este mesmo, não foi a primeira vez que ela deu esse tipo de declaração E muitas pessoas gostam do estilo dela. Dessa vez se tornou virau no facebook e a turma do deixa disto acha mais fácil a intimidar do que argumentar sua colocação. Acho que só vão dar mais ibope pra essa criatura , que de fato é carismática.
    Vocês voltaram ao normal? Ppensei que o Somir estava escrevendo e comentando o “telefonema importante” de tão estrannho ” hahahahaha”.

  • Eu não gosto dessa mulher, peguei certo nojinho após ver alguns vídeos dela falando coisas que eu acho verdadeiros absurdos, mas ainda assim não posso fingir que não existe liberdade de expressão.
    Assim como foi falado no texto, eu acho que o problema dela fazer certas afirmações é a falta de noção de como o público irá interpretar. Ainda ontem olhei o vídeo no site do SBT, onde havia espaço para comentários. Tinha no mínimo uns 50 comentários e desse total posso dizer que uns 40 (ou mais) tinham conteúdo semelhante a isto: bandido bom é bandido morto. Tem que matar todos mesmo, fazer justiça com as próprias mãos.
    Então fico me perguntando, será mesmo que uma opinião dessas tem como ser dada em uma rede de comunicação nacional? O público acaba entendendo como um “vão, façam isso”. E é isso que acho perigoso. Não temos o direito de fazer calar, e acredito que esta senhora crie tantas polêmicas com o único intuito de chamar atenção para si (pois de certo modo, tanto os que a apoiam como aqueles que a detestam focam nela), o que para mim a iguala ao nível do Datena e cia, só que acho que ela tem um pouco mais de classe e estudo ( para mim a ambiguidade da frase foi proposital, não acredito que o Datena seja capaz disso).
    O fato é que amanhã ou talvez segunda ninguém mais lembrará da fala dela. O problema mesmo será quando grandes massas de BMs colocarem em prática o que eles entendem das falas desta e de outros jornalistas do mesmo naipe.

    Abrindo um parêntese: Sally, em uma página de humor sobre Direito no facebook foi criticada a fala da jornalista, que em resumo dizia que não estamos mais na época da lei de talião e que teríamos o poder Judiciário para punir os que cometem crimes. E acredite, choveu de estudante e bacharel em Direito falando sobre a “falência” do Judiciário apontando-o como o único culpado pelos altos índices de criminalidade no país (justificando como um poder totalmente inerte) e apoiando que seja feita a dita justiça com as próprias mãos. Inclusive, a maioria defendeu a volta de um regime militar, pois quando instaurado no Brasil havia mais segurança. Estamos em crise, não? O que as faculdades estão fazendo com esses seres? :O

    • Não são as faculdades não, o Judiciário está um lixo. Porque você acha que depois que quase 15 anos me dedicando a essa profissão eu joguei tudo para o alto?

      • Sally, o Judiciário não vai nada bem, concordo. Mas não podemos culpá-lo única e exclusivamente por toda a criminalidade existente no país (e era exatamente o que estavam fazendo, além, é claro, de apoiar ser feito justiça com as próprias mãos). E ver estudantes e bacharéis em Direito defender o que eu já disse bem como o regime militar como se naquela época não tivesse sido suprimido direitos e garantias individuais e nenhuma atrocidade foi cometida, me faz desconfiar não só da qualidade da educação (faculdade) como também da capacidade de raciocínio dessas pessoas.
        Na minha opinião, tem que ser bastante lesado para apoiar o que já citei.

        • Certamente NADA justifica pedir de volta ditadura militar. Concordo plenamente. Nem acho que a culpa de toda a criminalidade seja do Judiciário. Mas a culpa das pessoas sentirem esse desespero que as faz falar e pensar essas merdas certamente é. Eu conheço muita gente boa, que não é lesada, que é inteligente e que ainda assim está em um estado de desespero tão grande com a desgraça que está o Judiciário que chega a repetir esse tipo de coisa, mesmo que no fundo nem pense assim.

          Já faz um tempo, mas vale como exemplo ilustrativo: uma conhecida minha perdeu a mãe porque o plano de saúde se recusou a pagar CTI alegando que ela estava inadimplente. Não estava, os pagamentos estavam todos em dia. Ela imediatamente recorreu ao Judiciário, provou que estava adimplente, mas demoraram tanto para decidir a questão que não deu tempo. Eu entendo quem passa por isso dizer que prefere qualquer coisa do que a situação atual.

              • No caso do plano de saúde que você citou, tem a clássica estratégia “criando problemas”, com o objetivo de fazer com que o plano de saúde possa se evadir do ÔNUS de arcar com o tratamento da paciente. E é uma boa estratégia porque uma boa parte dos segurados por planos de saúde volta e meia cai em posição de inadimplência.

                E nessa de fazer com que a pessoa tenha de recorrer a justiça, se ganha tempo e com alguma sorte, se escapa do ônus de arcar com o tratamento.

                • Sim. Eu entendo quem perde uma pessoa próxima por causa do descaso do Judiciário preferir qualquer situação à atual, porque em outra situação talvez a pessoa querida estaria viva. Tá puxado.

                    • Não deixam. Eu tentei por mais de uma década. O interesse é que os nós fiquem lá e gente muito poderosa não deixa que eles sejam desatados.

                    • Sabe o segredo pra lidar com isso? Ganhar apoio de poderosos pra lidar com a questão. O problema é que essa gente muitas vezes também tem uma mentalidade BM, como já falei lá atrás… Por isso mesmo a tarefa é dura e praticamente inglória.

      • Eu tenho uma curiosidade de saber como é que você está ganhando a vida longe do Direito, Sally… Está fazendo outra faculdade? Saiu do Brasil? Escreveu um best seller com seu nome verdadeiro? Vai entrar na nova temporada da Fazenda como Kelly, a gostosa?

        • HAHAHAHAHAHA

          Estou tentando a sorte em diversas áreas, mas ainda não emplaquei em nada, estou no perrengue mesmo. CONTRATA EU!

  • Erado,ok! Mas fazem uma dramatização , transformando o elemento em A VÍTIMA. Confesso que rir quando li essa notícia , desculpa mas achei a foto muito engraçada.Já quis fazer isso com muitos pivetes. Quando é com Justin Bieber ela declarou que elesó está crescendo é coisa da idade. Se levarmos isso´pro pivete de rua , roubar deve ser coisa da idade tbm

  • Mal tinha ouvido falar dessa Raquel Sherazade – já disse pra vocês que eu mal vejo TV há anos? – antes deste caso acontecer. Claro que o discurso dela foi infeliz e talvez até mal formulado, mas isso também não é motivo pra censurá-la. E o que ela fala sobre direitos humanos – que é o que muitos antes, inclusive o Dalborga – já falaram – vem, creio eu, de uma percepção errada. Não deixa de ser verdade que há por aí muitos “defensores de direitos dos manos”, que só se manifestam quando as “otoridades” baixam o cacete em alguém, seja culpado ou não e não dão a mínima para as vítimas de crimes tão brutais quanto os métodos da polícia. Só que esses caras dos “direitos dos manos” são os falsos defensores dos direitos humanos. E gente maniqueísta e adepta da histeria punitiva generaliza, achando que todo e qualquer indivíduo que abra a boca pra falar do assunto está do lado apenas dos marginais. Essa gente deveria conhecer melhor gente como vocês dois, Sally e Somir, pra entender direito o que de fato é defender os direitos humanos.

    Pra terminar, o mal da democracia é que todo mundo pode ter uma opinião, não importa quão boçal ela seja. Ou como o Somir já disse: “Democracia não é falar o que quer. É suportar ouvir o que não quer”. Agora, vai tentar explicar isso pros BMs…

      • No meu perfil já coloquei até o “Selo Rachel Sherazade de imbecilidade”. Por mais que tenha sido idiota a colocação “senso comum” expressada por ela, considero que essa parada toda é “tempestade em copo d’água”… Literalmente!

      • Muita gente tem – grande – dificuldade de fazer um julgamento crítico sobre qualquer coisa. E ambém nem conseguem entender direito o que ouvem ou lêem, mesmo que seja algo trivial e sobre coisas sem muita importância. Pra essa cambada, qualquer absurdo, dito em palavras um pouquinho mais “complicadas” – já vira ou uma verdade absoluta e inquestionável ou então um enigma indecifrável, pior que o da esfinge….

        • As pessoas entendem frases destacadas, o contexto geral fica mais complicado. Você dá um texto para a pessoa ler e depois pergunta sobre o que o texto fala e a pessoa cospe frases do texto em vez de elaborar um conceito de tema global. É desesperador.

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