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Série Jornalismo Literário: Godzila.
Ainda falando em documentários, quando o diretor possui liberdade autoral para dirigir o filme, ele pode escolher entre duas grandes vertentes de linguagem documental. Uma delas é fazer parte do filme, aparecendo em entrevistas, dando depoimentos pessoais ou até mesmo sendo personagem na obra. É comum ter nesse tipo de obra a Voz de Deus, que pode ser a narração do próprio diretor. O jargão para esse tipo de documentário é “A mosca na sopa” e pode ser visto nos filmes do Michael Moore (Tiros em Columbine, Sicko, etc).
Já a outra vertente se chama “A mosca na parede”, onde o diretor ou a equipe de filmagem até chegam a aparecer em cena, mas não se envolvem com a narrativa ou se envolvem de maneira muito discreta. É comum nesse tipo de documentário os próprios entrevistados guiarem a narrativa do filme e pode ser visto em filmes como “Garapa” de José Padilha. O diretor tem a liberdade de ousar e criar linguagens inovadoras a partir dessas duas vertentes, mas é preciso ter muita experiência para sair algo de bom.