Desfavor da semana: Pela porta de serviço.

A ponta do lápis preto é mais grossa? Racista!“Foi publicado no “Diário Oficial” do estado do Rio de Janeiro desta terça-feira (7) o decreto nº 43.007, que reserva 20% das vagas para negros e índios em concursos públicos para preenchimento de cargos efetivos do poder Executivo e das entidades da administração indireta.”

(…)

“O decreto leva em consideração o artigo 39 da Lei Federal 12.288, de 20 de julho de 2010, que impõe ao poder público a promoção de ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra, inclusive com a criação de sistema de cotas.”

FONTE

Não é só uma palhaçada carioca, é uma palhaçada potencialmente nacional.
Desfavor da semana.

SOMIR

Sabem como eu sei que negros e índios sofreram com preconceito racial na história deste país? A proporção de pobres e miseráveis dentre esses grupos étnicos é desproporcionalmente maior que em outros. Sabem como políticas públicas como essas do exemplo reconhecem o mesmo fato? Porque negros e índios não se tornaram brancos.

E é basicamente isso que o Estado diz quando coloca cotas de aprovação raciais em seus concursos. Sei que não vivemos num país muito afeito ao pensamento moderno, mas discriminação institucionalizada é passar do limite! O cidadão tem direito de ser julgado por seu mérito muito antes de ser por sua etnia. É uma questão de dignidade pessoal.

Imagine uma pessoa esforçada, disciplinada e inteligente que fez por merecer passar em primeiro lugar num concurso público; agora imagine essa pessoa lidando com olhares de desconfiança no seu trabalho porque outros acreditam que ela SÓ ganhou a vaga por causa do sistema de cotas raciais. Isso não pode acontecer com uma pessoa branca, pode?

A pessoa faz das tripas coração para passar por um sistema que já nasceu contra ela e não pode colher os louros do seu sucesso por causa da sua etnia? Porra, se isso não define uma forma de preconceito escroto, não sei mais o que pode.

A solução mais lógica é investir pesadamente na educação pública, mas considerando que o “sistema” depende da ignorância, a forma de quebrar um galho e tentar pelo menos alguma coisa é implementar cotas SOCIAIS. Se o Estado não reconhece que é a posição social do negro e do índio que explicita sua desvantagem, está reconhecendo que eles são inferiores. Tem que ter um motivo para soltar uma cota dessas, porra!

Se 20% das vagas fossem para pessoas que estudaram exclusivamente em escolas públicas, ainda incorreria em alguns problemas de capacitação, mas pelo menos não seria uma porcaria de um passo para trás na questão racial brasileira. Os americanos fazem dessas de cota racial, tem limitada função social, mas aumenta a tensão racial. Se sua política pública segrega, você está fazendo algo errado.

Uma medida dessas é tão babaca que até mesmo uma bolsa-esmola desse governinho populista seria mais racional. Se o Estado começasse a pagar um salário mínimo por mês para todos os negros e índios desse país, SÓ pelo fato de serem negros e índios, ainda seria mais inclusivo e menos ofensivo que essa merda de cotas raciais. Ei, eu já pago os luxos do Palocci com meus impostos, acharia muito mais bacana que o dinheiro fosse para quem precisa. E além do mais, não seria uma armadilha feito as outras bolsas-esmola, o cidadão não seria punido por melhorar de vida. A não ser que você seja o Michael Jackson, vai nascer e morrer com a mesma raça.

Claro, não que eu queira que isso aconteça, mas até isso faz mais sentido.

O serviço público brasileiro já é tão ruim que vai se tornar uma armadilha para negros e índios, independentemente de serem cotistas ou não. A falta de estrutura vai respingar em quem for percebido como cotista… E mais uma vez, é com os brancos que isso vai acontecer?

Precisa criar um campo minado desses para negros e índios sendo que seria bem mais “leve” botar na conta do próprio Estado e tratar a cota como uma questão social? O povo pegar bronca do sistema de educação nacional é mais honesto e bem mais útil do que reforçar a mentalidade “serviço de preto”.

O governo tira o seu da reta e vai deixando o povo brigar entre si. Ser pobre no Brasil é tão limitante porque os serviços públicos são uma merda. Cota social explicita isso. Cota racial mascara. Não é de se surpreender que essas medidas passem com mais facilidade. Eu já escrevi em outro texto, repito: “Culpa branca” é exclusividade de gente que com muito dinheiro e tempo livre. Não passa nem perto de incomodar os safados que decretam essas medidas. Adoram botar a responsabilidade de medidas como essa na conta do politicamente correto, mas o buraco é ainda mais embaixo.

Meia dúzia de idealistas são cooptados a dar credibilidade de um movimento para tornar o Estado MENOS responsável pelas cagadas que faz. Cota racial é contraproducente E é um embuste.

Encano tanto com o aspecto ideológico, antes mesmo do que com o prático, porque não é como se fossem aprovar quem não preenche os requisitos básicos das vagas. Ainda tem que passar. Evidente que prefiro sempre contar com os melhores funcionários, mas não é aquele lance Bolsonaro de dizer que o piloto do seu avião vai ser um cara que tem formação de taxista. Não misture a nossa argumentação no desfavor com essas bobagens sensacionalistas de quem quer ganhar voto de reaça.

Mas não se pode negar que É uma sacanagem ter que aceitar a possibilidade de um quinto dos funcionários públicos terem só os requisitos mínimos da função, contanto. Não é assim que a sociedade funciona, a vaga deveria ser da pessoa mais bem formada. Tudo além disso é terreno arenoso.

Pena que na política a cota que vale é a da cara-de-pau.

Para me chamar de intelectualzinho de esquerda e racista na mesma crítica, para fazer alguma argumentação sobre cotas raciais que não seja muito mais eficiente no caso de cotas sociais (boa sorte…): somir@desfavor.com

SALLY

Eu ainda acho que o grande Desfavor da Semana (do mês e do ano) é Rogério Skylab completando o ciclo com o lançamento do SKYLAB X e se recusando a continuar e fazer o SKYLAB XI, mas estou muito triste para falar sobre isso, sem contar que tenho esperança que ele mude de idéia. Ainda falando de música, cheguei a pensar que o Desfavor da Semana seria Suzana Miss Piggy Vieira gravando um CD, mas depois que a vi em uma entrevista dizendo “Cazuza merece que eu grave suas músicas” tive que concordar com ela. Merece mesmo, bem feito!

Acabamos caindo em outro tema que já foi discutido no Desfavor. A gente não tem culpa se neguinho faz um desfavor e depois vai e faz outro desfavor maior ainda por cima! Eu sei que vocês gostam de assuntos inéditos, mas não tem como fingir que não vimos esta atrocidade: um decreto instituindo 20% das vagas em CONCURSOS PÚBLICOS reservadas para negros e para índios!

Adivinha de ONDE saiu o maravilhoso decreto que instituiu estas cotas? Da minha Cidade Maravilhosa, mãe da maior parte dos absurdos que acontece neste país. Ele, sempre ele, Sérgio Eu Bebo Sim Cabral. Se eu ganhasse um real por cada vez que critico um ato do Sérgio Cabral… “A paisagem do serviço público brasileiro vai começar a mudar a partir do Estado do Rio de Janeiro.”, ele teria dito. Vai sim. Tomara que coloquem um índio de tanga com o rego de fora para trabalhar no seu gabinete.

Já não batava a cota para deficientes, né? 10% para deficientes, 20% para negros e índios. Qual é o critério? Grupos excluídos e discriminados? BOTA COTA PARA ARGENTINOS LOGO! Se continuar assim teremos cotas para judeus, para orientais, para gays e para portadores de HIV. Para representar o ESTADO DO RIO DE JANEIRO tem que ser é COMPETENTE, e não negro, índio ou deficiente. São cargos pagos com o nosso salário, a pessoas que devem nos servir. O critério de seleção não pode ser outro que não o da competência, pois do trabalho destas pessoas depende parte da vida dos contribuintes.

Quer criar mecanismos de inclusão? Vai fazer na iniciativa privada! Se uma empresa contrata um determinado número de negros, índios, deficientes ou seja lá o que for, dá benefícios fiscais ou algo do tipo. Sabe porque? Porque se eu procurar um serviço de uma empresa e este serviço for uma titica, já que preferiram dar prioridade a negro/índio/deficiente do que a quem teve a melhor nota, eu posso PROCURAR OUTRA EMPRESA. Na iniciativa privada a gente tem essa opção. No serviço público não.

Eu quero ver se na hora de escolher o médico que vai operar seu coração o Sérgio Cabral escolhe o profissional porque é negro, índio ou deficiente. Não, ele vai escolher o melhor (seja ele branco, negro, índio, deficiente ou esquimó). Pois é, é assim que ele deveria escolher as pessoas que trabalham para ele e representam o estado. Pagamos caro demais para não ter os melhores que se prontificam a ocupar aquele cargo.

Vamos combinar que além de tudo é discriminatório. Ou por acaso não existem negros de classe média ou ricos? Adianta selecionar pela cor? No Brasil, ao contrário dos EUA, o preconceito não é pela cor e sim pela CLASSE SOCIAL. Negro que fica rico é tratado da mesma forma que branco. E pode apostar que essas vagas vão para os negros com recursos, que poderão pagar por livros, cursinhos e toda a infraestrutura para estudar para concurso público. Já pensaram que é injusto dar a um negro classe média alta prioridade em detrimento de um branco pobre ou classe média pobre que se matou de estudar? Isso não é inclusão, é castigo para os brancos. Estamos entrando na era do preconceito racial velado contra brancos.

Sem contar que eu adoraria saber o critério que vão usar para determinar quem é negro ou quem é índio. Porque se for como nas cotas das faculdades, QUALQUER UM que se diga negro ou índio é beneficiado. Bacana. Na hora em que o IBGE passa na casa das pessoas para fazer o CENSO quase 80% das pessoas se dizem brancas, na hora de entrar na faculdade quase 80% se dizem negras. No Brasil as pessoas escurecem conforme a ocasião! Somos uma nação de camaleões que muda de cor conforme a necessidade. No caso dos índios, pior ainda, porque nem na aparência física podemos classificar. Quem de nós não tem um índio na família? (Eu! Como sempre, me fodendo).

Pior do que fazer uma lambança mal feita e injusta como essa é ver as pessoas batendo palmas para isso. Outros estados já avisaram que vão aplicar a medida também. Estima-se que em breve ela seja de caráter nacional. Mascararam uma medida politiqueira barata com uma capa de igualdade social e cidadania e AS PESSOAS ESTÃO ACREDITANDO! SOCORRO! Impressionante como no Brasil você pode fazer a maior merda, sem caráter, sem escrúpulos e por interesses escusos, desde que convença os outros de que ela é politicamente correta. As pessoas se pelam de medo de questionar o politicamente correto. O rei está nu e ninguém tem coragem de dizer.

O serviço público já não é lá essas coisas. Se a gente for contar que tem muita gente que entra “pela janela” em concurso, eu chutaria, por baixo, 20%, e somar ao 10% de deficientes que passarão na frente dos melhores colocados mais ao 20% de negros e índios que também furarão a fila na frente dos primeiros colocados, teremos 50% do serviço público nas mãos de pessoas que provavelmente não teriam passado em um concurso igualitário, ou seja, metade das vagas que poderiam ser ocupadas por pessoas altamente competentes e preparadas estão sendo distribuídas como medida paternalista camuflada de inclusão social.

“Mas Sally, quem te garante que o deficiente, negro ou índio não passaria também em um concurso igualitário? Ele pode ser muito mais inteligente e preparado que o branco!” – Pois é, nesse caso, as cotas seriam desnecessárias, não é mesmo? É isso que venho dizendo desde o começo do texto.

Todos nós utilizamos o serviço púbico. Muitas vezes nossas vidas dependem dele. Nós pagamos por este serviço com impostos muito caros, merecemos O MELHOR, seja ele preto, branco, torcedor do Botafogo ou Travesti. O MELHOR não se mede pela etnia ou pela cor da pele. Tá tudo errado.

Para passar atestado de analfabeto funcional e me chamar de racista, para dizer que vai começar a fazer bronzeamente artificial nos seus filhos ou ainda para dizer que se o Sergio Cabral não pudesse ter acesso a serviços particulares e tivesse que dispor apenas dos serviços estaduais ele com certeza não faria esse tipo de coisa: sally@desfavor.com

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Comments (27)

  • Marco,
    você tem ao menos noção que essa história de nativo descendente é o caralho, né? (Tenho lido muitos posts da Sally)
    Se liga! Somos todos brasileiros!
    Mas, eu acho que você deve mudar seu nome italo-descendente pra algo como kuntakintê, e pedir um aumento pro seu chefe.
    Cada pseudo-intelectual que aparece…

  • Anônimo

    Nativo-descendente é uma identidade excludente.Se o sujeito apenas reconhece ter uma origem, um pouco de sangue, mas se considera branco logo ele não é nativo. Se se consideras nativo mas tb euro-descendente ele é multiétnico.

    Devido às características das relações raciasi brasileiras o critério de ascendência deve ser combinado com o da presença de sinais diacríticos ( traços fenotípicos ).

    • Sou descendente de portugas, holandeses e libaneses mas não tem nada de mestiço nem de multietnico nem de multiracial aqui. Sou unicamente caucásica de etnia exclusivamente cucaracha.

      • Impressão minha ou temos uma fêmea da espécie do Marciel imundando o blog com comentários no mesmo estilo? Campanha Maria case com Marciel!

  • Marco:

    Nativo descendente qualquer brasileiro é, excetuando-se os colonos de enclaves europeus como os característicos da região sul (colônias italiana, alemã, ucraniana e outras).

    Eu mesmo tenho entre meus bisavós uma índia tapuia (mãe de minha avó paterna).

    Me mudo pro Rio e pego vaga de cotista?

    Em tempo: os autores rodaram, rodaram, rodaram, mas no final concordaram que alguém que entra por conta não necessariamente mereceu entrar. Ou seja: por mais que disfarcem, também não gostariam de voar em um avião pilotado por um cotista.

  • Tem um estudo sociológico que mostra que a discriminação racial é efetiva na contenção da mobilidade social de não-brancos justamente nos estratos superiores de escolaridade e renda. Ou seja, até os níveis inferiores a questão social é mais relevante na mobilidade ou falta dela.Já nos níveis de renda e escolaridade mais altos o fator racial contribui mais do que a herança social nos impedimentos.

    Portanto, esta conversa de que o problema no Brasil é social e não racial é conversa pra boi dormir.

    • Os problemas do país são muitos. Social e racial também. Isso não questiono. Questiono é o tipo de pseudosolução que a mim parece mais engodo eleitoreiro sem nenhuma eficácia real no combate aos estereótipos raciais.

  • Eu, como mulato de pele morena desbotada, não atribuia a minha dificuldade em se colocar no mercado ao racismo. Afinal a engenharia social do racismo integrador assimilacionista brasileiro efetivou gradações de cor ( pardo,moreno, caboclo etc…)que correspondem exatamente à hierarquia racial manifesta nas posições sociais. Mas agora entendo o porquê da maioria dos meus empregos terem sido conquistados através de concursos: DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
    Portanto, a medida do Cabral é acertada pois nós, afro e nativo descendentes,sofremos o critério racialista quando na disputa por posições no mercado e isto deve ser compensado no acesso ao setor público já que a discriminação afeta o rendimento daqueles que ficam sem recursos para, por exemplo, estudar de forma adequada para um concurso justamente por não estarem razoavelmente empregados e com recursos para isto.

    Só espero que a cota para índios seja pra valer e abranja todos os nativo-descendentes e não apenas conforme a definição fajuta do IBGE que considera apenas os aldeados.

    • Se o movimento negro viesse lutando contra o racismo esse tempo todo, cotas não seriam necessárias já que provavelmente teríamos conseguido alguma melhora na educação pública. Isso ainda não aconteceu pq a luta não é nem contra o racismo nem contra qualquer tipo de injustiça. A luta é contra a raça que os militantes gostariam de enxergar no próprio espelho.

  • Eu sempre falo isso.
    Meus pais se foderam pra que eu e meu irmão não passássemos fome, para que tivéssemos uma boa educação e essas coisas mais.
    MAS, eu tenho um defeito.
    Sou branco, loiro, alto, olhos azuis, e pobre.
    Resumindo, me FUDI.
    Quero cota pra gente pobre e branca também.

    *E pegaria a Sally.

  • Estudei em escola pública, reconheço que não fui alfabetizada direito, minha graduação foi conseguida com muito suor em uma dessas “franquias”, sou negra, já sofri discriminação, se não coloco salto e faço escova continuo sofrendo essa PORRA de discriminação e por último

    SOU CONTRA COTAS DE QUALQUER TIPO!!!

    Tô me matando de estudar para passar em mais um concurso público, e agora por conta dessa cota vou ser discriminada de novo. A gente tenta ler um pouquinho e dá nisso! Assim não dá! Pobre nesse mundo só leva fumo!?!

    Na minha ignorância tenho algumas perguntinhas: Sérgio Eu Bebo Sim Cabral ta no cargo de governador mas ele ainda deve “agir” dentro da lei, certo? Essa medida é constitucional? Da pra ser derrubada juridicamente? Existe alguma forma?

    Se a resposta for sim tenho uma sugestão, parem de se lamentar e comecem a meter processo. Vamos nos indignar, dialogar e começar a agir usando a “máquina” a nosso favor.

    Sally e Somir agradecida pelo Plantão Hell, Mitos Jurídicos, Desfavor explica e outros.

    Salvem os Blogs!!!

    • Salve a RID !

      Obrigado por esses reconhecimentos.

      E venho para anunciar a todos os Impopulares uma (péssima) especulação :
      Sérgio “oprimi mas renunciei” Cabral pode voltar !!!

      SOS !!!!!!!!!!

  • Eita nóis… Sempre ele… o fabuloso, estrondoroso, pai das calamidades, tio das atrocidades! É eeele minha gente… Cabraaal e o maraviosu Riio de Janeeeirooo!!! hohohoh….

  • E o branco pobre que nasceu na favela? Esse tá fudido né?

    Porque o governo já não dá educação, não dá mesmo. Não dá oportunidade nenhuma pra ele. Daí vai e dá 20% dos concursos públicos pro negro. E o branco?

    Porque vamos ser honestos: na favela não tem só negro. Pode ser a esmagadora maioria, mas não é a totalidade. Tem um branco lá. E esse cara? Ele já apanha da sociedade diariamente por viver na favela. Já apanha do governo diariamente não tendo condições pra estudar e ter uma vida decente. Aí vai e sofre mais essa discriminação. Não pode nem se aproveitar da mesma chance que o vizinho, que também se fodeu a vida toda, mas é negro.

    "Mas…como combater este tipo de coisa?"

    E se o governo desse cursinho pra todo mundo que se inscrever pra prestar concurso? Pegam a grana que deram pra "coitada" da escola de samba e paga alguns professores e funcionários pra manter um cursinho pro concurso. Todo mundo tem chance igual, basta ser esforçado e isso não depende de cor, credo ou classe social. E ainda dá uma força pros professores e outros funcionários públicos. Sem contar, que é um marketing bom pra cacete… WIN-WIN.

  • Bez, desde os anos 80 que não ouço uma hitória de negro impedido de usar elevador social. Tem negro no STF, tem negro presidindo os EUA e tem negro nos mais diversos cargos de poder.

    Skinhead no Brasil? Que eu saiba, ao menos onde eu moro, se bate em gay e traveco. Nunca ouvi ninguém batendo em negro POR SER NEGRO.

    Policiais prendem mais negros porque prendem mais pobres e existem mais pobres negros do que brancos. E aqui no Rio, a polícia é super democrática, bate em TODOS, até mesmo em ricos.

    Jogadores são chamados de macacos porque são uns baitas FILHAS DA PUTA que de vítima não tem nada, antes de ser chamado de macaco o jogador chamou o rival de "argentino filho da puta" e falou coisas como "comi sua irmã ontem". Se pode "argentino filho da puta" também pode "macaco". Não são vítimas. Tanto é que nunca houve uma condenação por crime de racismo em campo até hoje!

    Por fim, MESMO QUE fossem uma minoria suuuper sacaneada, isso não autoriza a igualar as coisas ferrando com a qualidade do serviço público.

  • Hugo, ESQUECE! Não há combate possível.

    Infelizmente isso é moda no meio político, marcado pelo populismo e pelo fisiologismo.

    A intenção do Cabral com mais essa jogada demagógica é aquinhoar o apoio de mais ativistas em prol de garantir a carreira política dele ou até mesmo ter factoides para poder dar passos mais altos.

    E é bom destacar o que a Suellen falou logo acima, que também é importante na compreensão do jogo fisiológico.

    A intenção é reduzir ao máximo a disputa para quem sabe assim garantir os privilégios da corrupção para um grupo de aquinhoados enquanto o restante da sociedade se mata pra viver.

    $imple$ a$$im!

  • Concordo com umas coisas, discordo de outras, mas tem UMA coisinha que eu não poderia deixar passar: não, negros ricos/ de classe média NÃO são tratados da mesma forma que brancos ricos/ de classe média.
    Quantas histórias de pessoas negras de impedidas de usar o elevador social você conhece? Será que um skinhead pensa "hm, não vou agredir esse negro, ele é rico"? Será que os policiais batem/ espancam/ prendem mais pessoas negras do que brancas aleatoriamente? E será que todos os espancados são sempre pobres? Jogador de futebol são frequentemente chamados de macacos por quê, mesmo?
    Eu acho estranhíssimo defender determinadas minorias e atacar outras… Ok, fazer parte de uma minoria não blinda ninguém contra acusações, de forma alguma. Mas usar isso como desculpa pra discriminação é, no mínimo, incoerência.
    Enfim, não tenho uma opinião bem formada sobre quotas raciais, as sociais me parecem mesmo mais justas, mas o ideal, obviamente, seria não precisar delas.

  • (me chama de aliendado se quiser…)

    Aconteceu isso mesmo? Tão de sacanagem né?

    Se eu morasse no RJ ia preparar a guilhotina. Ah, mas o RJ já deu grana pra neguinho que fumou do lado do "izupô" e meteu fogo em um parque industrial…Deve ter muita grana sobrando…

  • "Foi publicado no "Diário Oficial" do estado do Rio de Janeiro desta terça-feira (7) o decreto nº 43.007, que reserva 20% das vagas para negros e índios em concursos públicos para preenchimento de cargos efetivos do poder Executivo e das entidades da administração indireta."

    Agora abrirão para concursos, depois, já aprovados, exigirão porcentagem equivalente em cargos de chefia. Não se trata de paranóia aqui, sou servidora há dez anos e isso é bate-boca diário entre colegas de repartição.

    O que nos remete a outra questão.

    Em primeiro lugar, em um local sério, como onde trabalho, uma Autarquia que investiga crimes financeiros, como aqui, trabalha todos os dias grato(a) pela oportunidade concedida pelo Estado e pensa mil vezes na dificuldade que foi a aprovação (concursos com 1000, 2000 candidatos por vaga) antes de fazer qualquer merda.

    Em segundo lugar, há algo que já acontece no sentido inverso que vai exacerbar o problema das cotas: a proibição de acesso aos concursos para quem tem apenas o ensino médio. Culpa dos sindicatos dos servidores desses cargos que, numa tentativa de diminuir a diferença salarial em relação aos cargos de nível superior, quer também que esses cargos também exijam diploma de nível superior. Na Receita Federal já conseguiram isso, agora querem também no Banco Central e em outras carreiras federais como a minha.

    Diante disso, a afirmação da Sally de que “essas vagas vão para os negros com recursos, que poderão pagar por livros, cursinhos e toda a infraestrutura para estudar para concurso público” se torna profética, pois não só os negros e índios com recursos, mas também aqueles com nível superior, abocanharão todas as vagas que poderiam ir para negros e índios só com ensino médio.

    E, nisso, enquanto muita gente vai abarrotar as franquias que se acham faculdades só para pegar um diploma, outro tanto vai se matricular nas faculdades públicas só para ter o nível superior e, com isso, prestarão um concurso sem qualquer ligação com a graduação do candidato (“Prestar engenharia? Que nada, vou prestar algo moleza na USP, tal como economia doméstica!”), jogando dinheiro público investido na formação dessas pessoas pelo ralo, ao tornar inútil o investimento na formação dessas pessoas por quatro ou cinco anos, seja através de bolsas de estudo do tipo Pro-Uni, seja diretamente nas faculdades públicas, como se estivesse sobrando recursos.

    Sei do que falo porque, em dez anos, a maioria dos meus colegas nos concursos públicos se formaram engenheiros na USP.

    Como resultado disso tudo, diante de uma mobilidade facilitada, temo que esses negros e índios que conseguirão aprovação fácil em qualquer lugar possam ter um comportamento semelhante a quem possui um cargo no Estado ou na União sem concurso público, como assessores parlamentares e outros cargos comissionados, que TENDEM a ter um desempenho ruim, um comportamento pior dos que foram aprovados por concursos e, no extremo, uma ética mais relaxada.

    Até porque concursos públicos, vestibulares, são é uma das formas mais democráticas (se não a mais democrática) de ascensão social para quem se presta a estudar e não espera que o Estado compense falhas na sua educação. Graças aos concursos, contemplo o futuro.

    Suellen

  • "Foi publicado no "Diário Oficial" do estado do Rio de Janeiro desta terça-feira (7) o decreto nº 43.007, que reserva 20% das vagas para negros e índios em concursos públicos para preenchimento de cargos efetivos do poder Executivo e das entidades da administração indireta."

    Agora abrirão para concursos, depois, já aprovados, exigirão porcentagem equivalente em cargos de chefia. Não se trata de paranóia aqui, sou servidora há dez anos e isso é bate-boca diário entre colegas de repartição.

    O que nos remete a outra questão.

    Em primeiro lugar, em um local sério, como onde trabalho, uma Autarquia que investiga crimes financeiros, como aqui, trabalha todos os dias grato(a) pela oportunidade concedida pelo Estado e pensa mil vezes na dificuldade que foi a aprovação (concursos com 1000, 2000 candidatos por vaga) antes de fazer qualquer merda.

    Em segundo lugar, há algo que já acontece no sentido inverso que vai exacerbar o problema das cotas: a proibição de acesso aos concursos para quem tem apenas o ensino médio. Culpa dos sindicatos dos servidores desses cargos que, numa tentativa de diminuir a diferença salarial em relação aos cargos de nível superior, quer também que esses cargos também exijam diploma de nível superior. Na Receita Federal já conseguiram isso, agora querem também no Banco Central e em outras carreiras federais como a minha.

    Diante disso, a afirmação da Sally de que “essas vagas vão para os negros com recursos, que poderão pagar por livros, cursinhos e toda a infraestrutura para estudar para concurso público” se torna profética, pois não só os negros e índios com recursos, mas também aqueles com nível superior, abocanharão todas as vagas que poderiam ir para negros e índios só com ensino médio.

    E, nisso, enquanto muita gente vai abarrotar as franquias que se acham faculdades só para pegar um diploma, outro tanto vai se matricular nas faculdades públicas só para ter o nível superior e, com isso, prestarão um concurso sem qualquer ligação com a graduação do candidato (“Prestar engenharia? Que nada, vou prestar algo moleza na USP, tal como economia doméstica!”), jogando dinheiro público investido na formação dessas pessoas pelo ralo, ao tornar inútil o investimento na formação dessas pessoas por quatro ou cinco anos, seja através de bolsas de estudo do tipo Pro-Uni, seja diretamente nas faculdades públicas, como se estivesse sobrando recursos.

    Sei do que falo porque, em dez anos, a maioria dos meus colegas nos concursos públicos se formaram engenheiros na USP.

    Como resultado disso tudo, diante de uma mobilidade facilitada, temo que esses negros e índios que conseguirão aprovação fácil em qualquer lugar possam ter um comportamento semelhante a quem possui um cargo no Estado ou na União sem concurso público, como assessores parlamentares e outros cargos comissionados, que TENDEM a ter um desempenho ruim, um comportamento pior dos que foram aprovados por concursos e, no extremo, uma ética mais relaxada.

    Até porque concursos públicos, vestibulares, são é uma das formas mais democráticas (se não a mais democrática) de ascensão social para quem se presta a estudar e não espera que o Estado compense falhas na sua educação. Graças aos concursos, contemplo o futuro.

    Suellen

  • Obesidade Djá!

    Ei, bebum! Bota cota pras gordas! Nós somos sempre discriminadas nos processos seletivos só por causa do nosso bundão que não cabe na cadeira. Nós temos assento preferencial em ônibus, yeah.
    O Brasil é o pais católico não praticante, então nada mais justo do que dividirmos igualmente as cotas como Gzuis faria. Tem que ter a cota pros negros, pros do ensino público, pros índios, pros gays e pras GORDAS! Ah, e bros bebuns também não ficarem tristes.

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