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Não Processa Eu!: Duda Yankovich

| Sally | | 35 comentários em Não Processa Eu!: Duda Yankovich

Vai Dudão!Ela chegou de mansinho, como mera coadjuvante do meu, do seu, do nosso Cumpadre Washington na Fazenda e foi ganhando nosso coração. Ontem caímos de quatro: Duda Yankovich deu um pescotapa em um dos integrantes da Fazenda. Qual? Faz diferença? E por acaso tem alguém ali que não mereça apanhar? Faz tempo que alguém não nos cativa tanto, Duda é uma espécie de Tillikum humana, por isso resolvemos conceder a ela uma deferência que em três anos do blog só foi concedida, até então, apenas a três pessoas. Enquanto a regra é escrever o Processa Eu, onde metemos o pau na pessoa, Duda se mostrou digna desta rara homenagem: NÃO PROCESSA EU.

Duda Yankovich, cujo nome verdadeiro é Dušica Janković ou Душица Јанковић, nasceu em 27 de setembro de 1976 em Jagodina, na Sérvia (antiga Iugoslávia). “Duda” é o nome aportuguesado que ela escolheu para que pessoas como eu e você consigamos nos referir a ela pronunciando seu nome.

Disciplinada desde criança, Duda começou a lutar aos onze anos de idade. Poderia ter sido uma simples praticante de Karate Shotokan, mas sua força de vontade e disciplina fizeram com que ela, aos 14 anos, se tone a faixa preta mais jovem do seu país, disputando diversas competições e conseguindo medalhas. Realiza em quanto tempo ela chegou à faixa preta. Quão fodástica tem que ser uma pessoa para evoluir tanto em tão pouco tempo? Foi escolhida para a seleção de Karate, mas não ganhava nada além de experiência, então, teve que trabalhar em uma banca de jornal até conseguir oportunidade para entrar em uma escola para seguranças e passou a fazer este bico para sobreviver.

Posteriormente, após uma decepção com o Karate, decidiu aprender a lutar Kickboxing, e o que poderia ser uma mera aluna se tornou campeã sérvia de 1996 a 1998. As condições de treino eram adversas. Na época a OTAN invadiu a Sérvia com pretextos humanitários mas fizeram coisas muito pouco humanitárias por lá. Não havia sequer academias para treinar, pois elas eram usadas como esconderijos. Filas para conseguir alimentos e outros transtornos que teriam impedido qualquer um de nós de continuar não abalaram Duda. Ela continuou tentando.

Duda morava sozinha desde os 15 anos. Sempre se sustentou. Mas, quando a guerra acabou, o país estava destruído. Toda a verba era voltada para sua reconstrução, então, deixaram o esporte de lado. Duda tinha duas soluções: casava e era sustentada por alguém (algo muito comum em seu país) ou fazia as malas e saída de lá. Adivinha se ela optou pela solução fácil? Foi em 1998 que ela veio ao Brasil, para uma luta. Você vê, uma lutadora de sucesso que poderia ter ido para qualquer lugar do mundo, resolveu, por escolha, vir para o Brasil. Disso se depreende que Duda Yankovich é uma pessoa humilde. Mesmo em um país estranho, sua dedicação não foi abalada: foi campeã de kickboxing em 2001, 2002 e 2003.

Em 2002 ela começou a treinar boxe e acabou se profissionalizando. Fez sua estréia no boxe profissional matando dois coelhos com uma cajadada: venceu a luta e enfiou a porrada em uma argentina. Tem como não amar Duda Yankovich? Ela sabe o que faz e é dedicada, acabou campeã mundial em 2006, apenas um ano após ter se profissionalizado. Você que fala mal da Duda, me diz se você chegou no topo da sua carreira apenas um ano depois de entrar no ramo. Chegou? Se não chegou, então fica caladinho aí. Detalhe: apesar de ser sérvia, ela carrega uma bandeira brasileira em todas as suas lutas. A única vez que levantou a bandeira da Sérvia (uma homenagem à morte do avô) neguinho caiu de pau falando mal. Injustiça.

Na Sérvia além de trabalhar como guarda-costas (*pausa para imaginar Duda com Whitney Houston nos braços) e atuou como dublê. Ela achou que no Brasil tudo melhoraria. Garanto que ela ganhava mais como guarda-costas do que ganha dando aula na maior e melhor academia do Brasil, que cobra R$500,00 de mensalidade dos alunos e paga a ela apenas R$360. A turma de Duda é cheia. Digamos que ela tenha no mínimo vinte alunos. Ela dá para a academia dez mil reais todo mês em alunos e a academia lhe devolve R$360,00. Por isso essa bosta dessa empresa não para de crescer, explora os professores e os alunos e só ela se dá bem.

Duda tem ao todo cinco tatuagens pelo corpo (a menos que exista alguma em local secreto). A que mais chama a atenção está em seu braço: “MO CUISHLE”. Vai você pensando que é algo agressivo ligado a porrada… Nada disso, tem um significado afetuoso. Lembra daquele filme “Menina de Ouro”?

Reparem que Duda veio morar no Brasil depois de burra velha e ainda assim fala português praticamente perfeito, muito melhor do que o meu. E olha que o servo-croata pode ser um idioma traiçoeiro. Por exemplo, casaco de pele se pronuncia “bunda”. A palavra “curva” quer dizer “prostituta”. Já a palavra “puta” em servo-croata quer dizer o número de vezes que você deseja alguma coisa. Esse tipo de coisa pode causar uma tremenda confusão. Mas Duda aprendeu a falar português quase com perfeição, e sozinha, poucos meses depois de ter se mudado para o Brasil. Isto prova que além de sarada ela é inteligente. Mesmo sendo loira. E linda. Porque sim, ela É LINDA. Esta cara dela de agora é uma condição transitória, devido a uma lesão que ela sofreu em uma luta que fraturou seu nariz que, de tão grave, a deixou fora das lutas por quase um ano.

E ela ficou esse tempo todo porque tem noção e responsabilidade. Para quem não sabe, boxe no Brasil funciona assim: quando um boxeador é nocauteado, fica proibido de lutar por um período que pode variar entre seis meses a um ano, para assegurar sua recuperação total. Na prática, como só se ganha por luta, o boxeador fica desesperado para voltar porque está sem dinheiro e acaba falsificando um atestado médico, lutando sem condições e muitas vezes morrendo na luta. Duda não. Duda tomou uma decisão sábia. Pensou na sua vida em primeiro lugar. E perdeu seu plano de saúde, seu patrocínio e seu rendimento em vez de ser recompensada por fazer a escolha certa.

Agora que demos uma pincelada superficial na vida de Duda Yankovich, eu te pergunto: Não deve dar vontade de cobrir de cacete aquele bando retardados fúteis burros que reclamam de barriga cheia e vivem se vitimizando? Uma mulher que luta pela sobrevivência das mais diversas formas desde os onze anos de idade, que enfrentou guerra, fome, solidão e tantos outros desafios, ficar ouvindo chororô de subcelebridade? Tem que meter a mão na cara MESMO.

Enquanto todos reclamam do sofrimento e sacrifício de estar em um reality show como A Fazenda, Duda sempre mantém sua posição ponderada, tendo sido inclusive adotada por muitos como conselheira. A mulher passou por FUCKIN´ QUATRO guerras civis em seu país de origem, a tapona que ela deu no Thiago Nobody deve ter sido apenas um “chega pra lá” perto do que ela já viu. Não acredito que o cascudo tenha sido movido por descontrole de confinamento, mas por puro instinto feminino. Eu faria o mesmo se alguém metesse as mãos nos meus peitos, só que provavelmente com menos força por total falta de opção. Alias, eu faria o mesmo por muito menos. Me dá aquele corpo que ela tem, que eu bato de porta em porta na casa de todo mundo que já me falou um desaforo, desde a primeira série do primário até hoje.

Você sabia que certa vez Duda teve que ficar morando em uma ponte por SEMANAS com um grupo de pessoas, para evitar que essa ponte fosse bombardeada? Se destruíssem essa ponte, seria destruído o único caminho possível para comprar alimento. Fala sério, quem morou debaixo da ponte para conseguir ter acesso a alimento merece ficar ouvindo pseudo-drama pessoal de subcelebridades? Tem mais é que enfiar a porrada em todo mundo mesmo. Quanto mais ela sentar a mão nesse povo, mais sobe no nosso conceito. A produção do programa tem que rever isso aí. Seria um baita diferencial do BBB se permitissem uma pancadaria franca. Não querem audiência? Chega de brincar de cosplay rural de BBB, vamos liberar violência física nesta merda! Provem que são ousados e inovadores!

Segundo a própria Duda: “No meu país, se você é mulher, nasce para procriar, cuidar da casa e do marido”. Daí a gente vê que ela não enfrentou apenas guerra civil, como também desafiou toda a sociedade escolhendo a luta como profissão. Mas isso o povo não vê, ela foi jogada em uma casa com uma ex-modelo da banheira do Gugu, com uma Maria Chuteira Barraqueira, uma cantora de Funk, um ex-jogador de futebol e outras subcelebridades, como se ela fosse farinho do mesmo saco que eles. Metade das mulheres ali é sustentada por homem ou se humilha de forma ridícula por homem. Ou usa as necessidades que passou para justificar as mais diversas formas de prostituição. E Duda julga essas pessoas? Nããão, ela poderia, ela deveria, mas ela não julga. Eventualmente dá um cacete educativo. E só. Se for falar de violência, Joana Machado tem um histórico bem mais significativo do que ela, com direito a passagem pela polícia e tudo, que Desfavor noticiou em uma postagem de 24/07/2011 e que só nesta semana os sites estão noticiando como informação “inédita”.

Vamos combinar que se ela quisesse dar um baita socão profissional no Nobody Gagliasso, a cabeça dele ia parar lá na casa do Somir. Ela bateu de mão aberta e sem muita força. Não acho que tenha sido agressão física. Dia desses vi Cumpadre dando uma pancada de mão cheia na bunda de Monique que estalou mais do que essa moca da Duda. Muito bichinha esse Nobody fazer um escândalo alegando agressão. Uma coisa meio Serra tomando bolinha de papel e correndo para o hospital para fazer tomografia. Não sangrou? Não foi agressão. E mesmo que fosse, Duda merecia um busto de bronze e não uma expulsão.

Mas brasileiro tem duas manias nojentas que se aplicam a este caso:

1) Só porque… – Uma pessoa te paunocuza inúmeras vezes de todas as formas insuportavelmente possíveis. Isso NINGUÉM VÊ. Quando você, depois de uma infinidade de provocações se cansa e explode com ela por um motivo qualquer, TODO MUNDO FICA CONTRA VOCÊ dizendo coisas como “Credo, explodiu com o Fulano SÓ PORQUE ele fez tal coisa”. Não, teve um mundo de coisas antes que ninguém viu.

2) Peso 2 para coisas ruins – Você pode ter uma constante de equilíbrio e sabedoria, mas se alguma vez você cagar no pau, ninguém vai querer saber que você é ser humano e que isso acontece. Ninguém vai analisar o conjunto para te julgar. Esse seu erro vai ser eternamente lembrado e iluminado com um holofote de satisfação e tudo de bom que você fez será apagado por ele.

Fala sério. Duda teve postura exemplar durante todo o jogo. Mesmo quando foi sacaneada a mulher foi fina pra caralho. Mostrou caráter. Quando Joana Machado combinou de ajudá-la na tarefa das vacas e no dia seguinte ficou se maquiando e tomando café da manhã em vez de ajudar, Duda ainda assim a defendeu, mentindo para o Fazendeiro dizendo que ela apenas tinha dito que queria ver como era e que não tinha se oferecido para ajudar. Duda ali se escaralhando limpando bosta de vaca sozinha enquanto a outra se maquiava e ela ainda salvou o rabo da amiga. Depois, fez como tinha que ser: falou diretamente com Joana, sem fofoquinha, sem escândalo. E ainda tomou grosseria dela.

Como esta, Duda teve inúmeras outras atitudes corretas durante o jogo. Só porque ela deu um chega pra lá naquele idiotinha agora todos os cabecinhas fracas da internet querem que ela seja expulsa. Os amentais twitando e criando fodadudas da vida são muito simplórios ou muito manipulados. Vamos parar com essa histeria, que aquele safanão não foi agressão para justificar expulsão. Não pode mais dar uns catiripapos nos outros não? O mundo tá virando um lugar fresco demais para o nosso gosto.

Daí sempre vem um idiota de plantão: “Mas Sally, você gostaria que a Duda te desse uma moca daquelas?”. Não, porra. Evidente que não gostaria. Não estou mandando o Thiago Manteigão gostar, nem achar bonito, nem agradecer. Só estou mandando parar de dar faniquito dizendo que é agressão. As pessoas estão numa vibe overreacting para tudo ultimamente: tudo é racismo, tudo é bullying, tudo é crime. Estamos criando uma sociedade histérica. Vai desculpar mas eu quero ver um programa onde Duda possa dar uma moca no Nobody Manteigão.

Nada como se colocar no lugar das pessoas. Realiza: você batalha, enfrenta guerras, se sustenta sozinho desde os 15 anos, tem que sair do seu país, reconstrói uma carreia no exterior, vence e acaba confinado em uma casa com uma dúzia de imbecilóides que passam o dia falando merda e burrice e fazendo drama por nada. QUEM DE NÓS NÃO METERIA A MÃO NOS CORNOS DE UM DELES?

E vocês homens que não sabem como é ruim ter gente passando a mão no seu corpo sem que você autorize, nem imaginam a reação de ódio que isso desperta em uma mulher. Toda mulher já levou uma mão que não queria em algum lugar do seu corpo, homem faz isso mesmo. Faz na rua, faz em qualquer lugar. A gente aprende a ter ódio disso e reagir imediatamente. Sabe aquela fúria que sobe em homem quando xingam a mãe? Multiplica por dez, é isso que a gente sente. E no caso de Duda, cheia de hormônio masculino, multiplica por mil. Porque aquele corpo da Duda não é sangue, suor e lágrimas. Aquilo ali não é possível sem ajuda de anabolizantes. Todo mundo que luta usa, quem não usar não ganha. Até o Cielo, o Teletubbie da natação usa. Conformem-se, atletas profissionais SEMPRE, eu disse SEMPRE usam substâncias duvidosas.

Esse escândalo todo só está sendo feito porque Duda é mulher (acho, a confirmar). Se fosse um homem se desentendendo com outro e dando uma moquinha, quem tomou jamais sairia choramingando dizendo que foi agressão, até ria ou deixava passar. Muito me admira blogueiras que se dizem feministas estarem defendendo a expulsão de Duda por agressão. Expulsa Thiago, por Viadinho de Merda. Não fode.

Bem, como era de se esperar, a produção do programa vai adiar o máximo possível a decisão de manter ou expulsar Duda, com o claro objetivo de conseguir audiência. Estão certos. Estão cobertos de razão. Capitalizar em cima de factóide é boa jogada. Supostamente a decisão sai no programa de hoje. Só adianto uma coisa: se sair Duda entra uma Nobody Love no lugar, ligada ao jogador Wagner Love. Pense duas vezes se quer mesmo este “cerumano” falando com um microfone para todo o Brasil ouvir.

DUDA TEM QUE CONTINUAR. Sua missão naquela casa não acabou. Ainda tem muita gente que tem que levar porrada. Não é humano privar alguém de ver o João Kleber apanhando. NÃO É HUMANO!

Duda, nós do Desfavor achamos que você mandou muito bem espanando a cara daquele idiola (idiota + boiola) e fazemos votos que você ainda distribua muita porrada lá dentro. Você só se defendeu e qualquer mulher, com ou sem câmera na cara, se defende como ato reflexo quando passam a mão em uma parte do seu corpo que ela não autorizou. Você não bateu para agredir, caso contrário estariam juntando os pedacinhos do nobody com uma colher de café até agora. Pode bater em quem quiser, quando e quanto quiser que a gente vai te defender aqui. Se acabarem os argumentos, podemos usar aqueles argumentos-corigna que sempre funcionam para livrar a cara de celebridades: “a culpa é dos remédios que eu estava tomando”, “sofri bullying na infância”, “fui alfabetizada em servo-croata” ou até mesmo “é o meu jeitinho”. Deixa com a gente. Se ocupe de fazer o que você faz melhor: SENTA A MÃO NELES, DUDA!

E, se eu fosse você, depois de sair, enfiava a porrada naqueles professores colegas de trabalho que te chamam de “Cara de Kombi” nas tuas costas. Querendo, te passo os nomes. Beijosmemandaemail

Para dizer que este texto faz apologia à violência, para dizer que você está babando para ver Duda espancar João Kleber ou ainda para dizer que quanto mais você reza para que eu pare de falar sobre essa merda de programa mais eu falo: sally@desfavor.com


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