Flertando com o Desastre: Humildade Brasileira.

Sabe uma coisa que me aborrece? A pretensa “humildade” do brasileiro. Uma humildade que não existe mas é alardeada aos quatro cantos, preferencialmente em contraste com a arrogância dos argentinos. Brasileiro é humilde? Sério mesmo? Vamos pensar dois passinhos além do normal…

Para começo de conversa, brasileiro acha que sabe tudo. Quem acompanha o blog sabe da minha irritação quando escuto o povo falando de direito. Eu tenho um pré-AVC quando escuto gente que nunca estudou nada remotamente relacionado a direito ou lei dizendo com toda a certeza que a lei tal é inconstitucional ou que a lei tal é ultrapassada. NÃO SABEM NA-DA. Não é culpa deles, porque se este país fosse sério, davam aula de direito e cidadania nas escolas em vez de dar aula de artes ou religião. O problema é que não percebem que não sabem nada e falam o que eles ACHAM que seria o lógico como verdade absoluta, como especialistas no assunto, propagando aquelas lendas urbanas jurídicas que a palhaça aqui fica tentando desmentir na coluna “Mitos Jurídicos”.

Daí ficam cheios de medo de fazer sexo com uma menina de menos de 18 anos, quando na verdade a lei impõe como limite para estupro a idade de 14 anos e discutem com você quando você assegura que acima de 14 anos não é estupro: “Você não sabe nada! Todo mundo sabe que menos de 18 é estupro”. Humildão você, hein? Passem a se preocupar na hora de fazer sexo com uma mulher bêbada, porque aí sim, independente da idade, pode ser estupro. Fica a dica. E a arrogância não é só comigo, neguinho é arrastado para a delegacia e bate boca com o delegado querendo achar que sabe melhor do que ele o que é crime o que não é!

Mas a “humildade” brasileira ultrapassa as fronteiras do direito. Graças a ela está cheio de super-bactérias resistentes a antibióticos por aí. Porque brasileiro vai no médico como mero orientador, mas no fim das contas faz o que quer, pois se acha mais apto a decidir seu tratamento do que o médico que cursou 200 anos de faculdade para isso. Daí o médico manda tomar UM comprimido de oito em oito horas por sete dias. Mas o indigente mental toma “logo dois, que é para fazer mais efeito” e quando chega no quinto dia suspende o antibiótico por conta própria porque “já estou me sentindo bem, não tem necessidade de sete dias”. Sabe tudo você, hein? João Humildade! E não pensem que isso é privilégio de classe menos favorecidas, tem muita gente com dinheiro e instrução que é arrogante o bastante para fazer isso.

Na questão da cidadania também tem show de humildade. Porque brasileiro escolhe as leis que quer seguir. Sim, se uma lei não faz sentido PARA ELE, ele se sente no direito de cagar e andar para ela, principalmente se não houver um risco de uma punição significativa. Parar no sinal pra que? Não jogar lixo na rua é para os fracos. E o meu favorito: beber e dirigir. Porque os inúmeros estudos e pesquisas que comprovam que sua capacidade de dirigir fica comprometida com bebida não se aplicam ao brasileiro, que é um povo tão fodão, mas tão fodão, que diz dirigir MELHOR quando bebe, pois toma mais cuidado e anda mais devagar! Cumprir a lei pra que se pode sacar o celular e ver pelo Twitter onde tem blitz e burlar a fiscalização usando outro caminho? Sim, os mesmos que depois fazem discurso exigindo aplicação da lei a outras pessoas que a violam de forma diferente. EU sou foda, eu posso violar a lei, mas se o filho do meu vizinho viola um outro artigo dessa mesma lei é um marginal que tem mais é que ser preso e apanhar. Brasileiro é só humildade e compaixão! Um povo bom, néééaam?

Em matéria de religião também são de uma humildade exemplar. Tem um zilhão de religiões, templos cultos e igrejas diferentes em todo o país mas todos eles tem certeza que o seu Deus é o único e verdadeiro e todo o resto está errado. E ficam te aliciando, tentando te convencer, te catequizar e te converter. E se você for ateu, bem, não há esperanças para você (para mais informações). Humildade pura. Se você não está orando para o Deus certo, vai pro quinto dos infernos e todo mundo fica muito satisfeito com isso. Porque no fundo, ninguém que cultuar bons valores e buscar evolução pessoal, neguinho quer é ter razão e te provar que o Deus dele é o certo. Cada religioso, como regra geral, é o senhor da razão. Mas em uma coisa todos concordam: Deus é brasileiro. É tanta humildade que transborda!

No mérito a religião também faz um discurso teoricamente humilde mas incompatível com este povo. “Só Deus tem o poder de tirar uma vida, o homem não tem o direito de matar outro ser humano”. Lindo para julgar aquela vizinha que fez um aborto. Humildão. Pena que essa humildade acaba quando aparece o primeiro ladrão de galinha e todos gritam que tem que matar mesmo, que bandido bom é bandido morto e que tem que ter pena de morte no Brasil. Porra, nem pra isso a religião serviu? Fazem uma lavagem cerebral e mesmo assim neguinho continua arrogante? Daí se acham intocáveis, acham que seus filhos ou entes queridos jamais cometerão um erro e que podem pregar que bandido tem que sofrer torura, apanhar ou morrer, porque eles e todos os que os cercam jamais cometerão um crime.

Culturalmente então, dá até vontade de chorar. O brasileiro se acha culto. Cultão. Só que o que ele chama de cultura é essa merda embutida e empurrada pelos EUA por décadas, que de cultura não tem nada. Diz que vai fazer “intercâmbio cultural” nos EUA e vai pra lá comer donut e comprar moletom do Mickey. Acham que essa pouca merda que se conhece aqui é cultura. Cultura é compras em Nova Iorque, passeio na Disney e ir para a praia em Miami. Isso não é cultura, isso é lazer, e bem brega, diga-se de passagem. Ler livro ninguém quer. Visitar museu ninguém quer. Ver filme que não seja blockbuster ninguém quer. Ver peça de teatro que não seja reprodução de linguagem televisiva ninguém quer (desiste mesmo, Eduardo, eles não merecem). Mas pergunta para um brasileiro se ele tem cultura? Chegam até a se ofender, eles são cheios de cultura! De cultura e de humildade, né? Neguinho lê Paulo Coelho e se acha cultão. Lê Jô Soares e acha que tira onda. Ou então lê autores “clássicos”que não por isso deixam de ser pouca merda: baixaria e putaria baiana de Jorge Amado ou mundo cão de Nelson Rodrigues são aceitos como literatura de nível. E para fechar a conversa, acham que os livros de Dan Brown são altamente reveladores. São cultos mesmo, hein? O Brasil consegue a proeza de carência de cultura até mesmo na classe AA, taquipariu.

E esteticamente falando? A resposta está na ponta da língua! A mulher brasileira é a mais bonita do mundo! Dito por quem? Pelos brasileiros, lógico. Humiiiiildes que dói. O curioso é que as mulheres brasileiras que fazem sucesso mundo afora são justamente aquelas que NÃO PARECEM brasileiras. Mas isso ninguém fala, porque é incômodo demais. Vamos fingir que a gente não percebeu e que a mulher com biótipo típico nacional está em todas as passarelas do mundo e em todas as referências de beleza mundiais. Vamos fingir que como aqui a mistureba é tão grande, tem de tudo, eventualmente até mesmo algumas mulheres bonitas, mas que elas não são a regra geral. E claro, tem que rolar uma ofensa com esse meu comentário, porque brasileiro é tão humilde que se ofende por qualquer merda.

No trato social a humildade do brasileiro também deixa rastros. Basta que exista alguém abaixo dele na hierarquia para que ele se sinta no direito de dizer um “você sabe com quem está falando?”. Convenhamos, sei que existem exceções, mas em termos gerais, brasileiro, quando pode, adora dar uma “carteirada”. Quando não pode dar carteirada, dá uma subornada mesmo, porque é um desaforo ser multado ou ser punido, afinal, ele está acima da lei. Humildééérrimo. Muitas vezes o sujeito é tão filho da puta que passa a vida se fodendo nas mãos de patrão e quando, depois de anos se fodendo, ganha um cargo de poder, resolve foder quem está abaixo. Isso é humildade? Tem dó da minha pessoa portenha!

Nessa mesma linha tem as constantes ameaças de processo, que, para quem não sabe, de tão patéticas, risíveis e infundadas, deram origem à nossa coluna “PROCESSA EU”, três anos atrás. Neguinho não processa porra nenhuma, mas adora meter uma bronca que vai te processar quando é contrariado. Porque você não tem o direito nem de discordar, nem de criticar. Opiniões contrárias ou desfavoráveis devem ser silenciadas através de processo judicial. Ou através de uma patética ameaça de processo judicial que nunca vem. Impressionante a humildade com a qual o brasileiro lida com as críticas ou com as diferenças de opinião. Querer silenciar quem pensa diferente é super prova de humildade.

No geral, o brasileiro se acha referência universal de bom senso e bom gosto. Ele é incapaz de dizer “EU, pessoalmente, não gosto”. Ele vai para um museu, vê um quadro de Miró e diz “Isso não é arte, meu filho de cinco anos faz um quadro igualzinho a esse”. Porque ele sabe tudo de arte. Porque ele é referência mundial, praticamente um controle de qualidade de obras de arte. Se ELE não gostou, aquilo não é arte. E tem as derivações “Isso não é música” e tantas outras, com destaque para o recente “Isso não é humor”, porque se ele não gostou do tipo de humor do Rafinha Bastos, ISSO NÃO É humor. Simples assim. E humilde… humilde toda a vida! Se ele não gosta, não existe, não é, não merece ser visto e merece se foder e ser silenciado. E nós argentinos é que somos arrogantes, heeein?

Também tem uma predominante humildade nas relações sociais. Já repararam que ninguém nunca se dá mal? Ninguém nunca faz papel de bobo, nunca é sacaneado ou feito de otário? Só a gente aqui que tem uma coluna específica só para contar as cagadas enormes que fazemos na vida. Todo o resto é espertão. Não segue as regras e tira onda com isso, sempre comeu a mulher gostosa, nunca leva um fora (sempre dá um fora), a puta sempre goza quando faz sexo com um brasileiro, afinal, ela disse, ela goza só com ele. A humildade reverbera. Contar vantagem (verdadeira ou falsa) é esporte nacional.

Os filhos são todos lindos. Pode nascer um bigode, monosselha, com três olhos e uma boca no meio da testa, mas a mãe sempre acha que é lindo o suficiente para inscrevê-lo em um concurso de beleza brega, ou em um teste para comercial de fraldas ou para ficar levando o bebê-monstro no trabalho, esfregar ele na sua cara e ficar perguntando se ele não é lindo. E além de lindos, todos os brasileiros quando bebês são muito inteligentes! Que povo abençoado! O filho de todo mundo é muito esperto, muito inteligente e muito mais adiantado que os outros da mesma idade. Os mesmos que ao crescer tentarão ser atores/modelos mesmo não sendo bonitos e talentosos o suficiente. E a fodasticidade não apenas nesta vida, como na vida passada também. Porque na vida passada todo brasileiro foi um Rei, um Príncipe, um Sábio ou coisa do tipo. Ninguém foi mendigo, prostituta ou nada ralé. Todo mundo foi importantão na outra encarnação. E humilde, claro.

Até nas pequenas coisas a humildade se faz presente. Alguém sabe me explicar porque todo brasileiro acha que canta bem? Todo mundo nasce cantor no Brasil! Gente que canta medonhamente mal, por algum milagre, não percebe e fica cantando, torturando os outros seres humanos. E corpo? Toda brasileira acha que tem um corpo escultural e que é adequado usar barriga de fora, mesmo que sua barriga pareça uma borda de panetone pulando para fora da calça. E o homem brasileiro é sempre garanhão, comedor, tem sempre o pau enorme, sempre come as mulheres mais gostosas e dá 47 sem tirar de dentro. E sabe tudo sobre mulher. E todas são apaixonadas por ele.

Outra prova de humildade nacional é o clássico “jeitinho brasileiro”. Porque ser pontual é para os fracos! Você é tão fodástico, bonito, inteligente e interessante que vale a pena esperar por você! Pode atrasar vinte minutos na sua consulta médica ou seja lá qual compromisso for, foda-se quem vem depois de você e foda-se a agenda do profissional que está te esperando. Dá-se um jeitinho. O mundo gira em torno do seu horário, o resto que se enquadre. E se não se enquadrar é até ofensivo. Não pode falar no celular no banco? No posto de gasolina? Ora, essa ligação é extremamente importante, mais importante que a segurança das outras pessoas, com quem eles pensam que estão falando? Todas as regras sociais merecem ser relativizadas quando elas TE prejudicarem, porque você é especial, você é o centro do mundo, você é brasileiro. Foda-se que duzentos passageiros estão faz uma hora sentados esperando você entrar no avião, você pegou trânsito no caminho do aeroporto, porque sair com horas de antecedência é para os fracos. Todo mundo vai esperar por você. E se não esperar é um absurdo.

Os outros tem que te esperar, mas se você for colocado em alguma situação de espera, pode se indignar porque isso é um absurdo. Esperar é para os fracos, os fortes furam a fila mesmo! Porque você é melhor do que todo mundo, então pode passar na frente. Pode sentar no preferencial. Pode ultrapassar o sinal. Pode roubar a vaga no estacionamento parando o carro na vaga antes que aquela pessoa que estava ali esperando consiga estacionar. A humildade é tanta que depois ainda tem que bravatear, alardear e ostentar as atitudes equivocadas para todos os seus amigos em uma mesa de bar: como burlou a lei, como enganou a mulher, como se deu bem, como é esperto, como sonega imposto, como chegou muito bêbado em casa ontem. Não basta ser todo errado, ainda tem que tirar onda com o fato de ser todo errado!

Eu poderia lidar com tudo isso, não fosse por um pequeno detalhe: os argentinos levam a fama de arrogantes. Sério mesmo? Pois eu lhes digo, com pleno conhecimento de causa de ambos os lados, os brasileiros são muito mais arrogantes que os argentinos. A diferença é que os brasileiros são SIMPÁTICOS e com isso garimparam uma fama de humildes. Mas não são. São ARROGANTES PRA CARALHO, cobertos por um manto “gente boa” malandro e maroto que engana só a vocês mesmos, porque quem vê de fora sente pena desse esquema precário de República das Bananas.

Todo brasileiro é médico, advogado, técnico de futebol e tantas outras “especialidades”. Todo brasileiro é autoridade. Todo brasileiro se acha super especial, acha que tem uma “mediunidade muito grande”, acha que alguém do além vai perder seu tempo só para vir falar com ele e acha que é uma boa pessoa. Brasil tem altíssimas taxas de abdução, porque claro, um alienígena viaja milhões de anos luz justamente para vir parar em uma casa em Moçoró do Cu do Mundo ter um encontro com Dona Maricota. Ou para massagear Daniela Albuquerque, tanto faz.

O fato de VOCÊ não ser assim (e todo brasileiro acha que não é assim) não quer dizer que meu argumento não seja válido. Talvez você seja de fato uma pessoa educada, de bom senso, sensata e humilde. Mas você sabe que a grande maioria da população pratica rotineiramente muita coisa que eu descrevi neste texto, o que os classifica como pessoas não humildes. Pois é, é um estágio além da falta de educação. É uma falta de educação arrogante, se achando grandesmerda.
Desculpem o palavreado, mas é o caralho que brasileiro é humilde! Brasileiro é VIRA-LATA, isso sim. Complexado que alterna momentos de megalomania com momentos de baixa auto-estima. Bando de PMD. Arrumem outra qualidade para tirar onda, porque humildade não cola.

Para me xingar, para me xingar mais ainda ou para concordar de forma anônima: sally@desfavor.com

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Comments (83)

  • outra mentira que o brasileiro acredita sobre si mesmo é que somos um “povo trabalhador”, a gente odeia trabalho e odeia trabalhador. a gente gosta é de sucesso, poder e dinheiro, e mais ainda se vier sem esforço nenhum

  • Sei lá, eu não me identifico com NADA relacionado ao Brasil, tenho um baita choque cultural e me sinto uma estrangeira no meu próprio berço. Senti até falta de Berlim, agora. Fui lá nas férias e, sério, que lugar maravilhoso!
    Não tenho muito a acrescentar porque você já falou tudo (Quase aplaudi aqui), só sei que minhas esperanças sumiram há tempos, e o melhor que posso fazer é afogar as mágoas na RID e se mudar para o exterior assim que possível. Esse povo não se esforça pra pesquisar e eleger bons governantes nem pra melhorar as condições de vida, gostam de se foder, então deixe-os. Como já falado, não é crime ser burro…

    • É impressionante a vontade de NÃO VOLTAR que eu tenho cada vez que vou a um país civilizado, onde as pessoas são educadas e as coisas funcionam. Mais de uma vez já voltei chorando ao Brasil porque não tinha a menor vontade de voltar.

  • aparência do brasileiro é a mesma lógica de cães: tanta mistura nem sempre gera coisas bonitas.
    uma tal de valeria lukyanova disse certa vez que a miscigenação contribui pra gerações de pessoas mais feias porque acaba misturando tudo. eu sei que não dá pra levar a sério uma pessoa cujo objetivo de vida é ser uma barbie humana, mas dessa vez concordo com ela…

  • no Brasil vc tem que se adaptar ao meio pq se vc for uma pessoa legal que respeita filas , estaciona no lugar certo e respeita as leis vc se ferra pq já esperado que vc aja com o “espertinho” e se vc não fizer perde o lugar pra esses outros que se acham malandros então acaba que vira uma competição de quem é mais malandro , não tenho orgulho disso mais pra sobrviver por aqui infelizmente agente tem que quebrar as regras

    • Alan, eu me recuso a virar uma mal educada porque o resto é mal educado. Também me recuso a ser desonesta porque o resto é desonesto. Sou advogada, uma profissão onde suborno é diário (funcionários do fórum não trabalham e seu processo não anda se não soltar dinheiro) e ainda assim, nunca na vida subornei ninguém. Prefiro me foder e manter minha ética.

  • Estou com uma pergunta que não quer me calar aqui.

    Será que a palavra “humildade” não está sendo usada como eufemismo para POBREZA, assim como se usa “comunidade” como eufemismo para denominar as conhecidas FAVELAS?

    Tenho pra mim que essa verdadeira NOVILINGUA (Orwell feelings!) é o legado mais nefasto dessa era onde a ditadura da aparência e do politicamente correto dão as caras, ditando a onda do controle social.

      • Nem digo do seu texto e sim do contexto geral de nossa sociedade, que tende a tomar por “humilde” aqueles menos aquinhoados no campo financeiro e por isso mesmo mais submissos no campo social.

        Seria o conhecido “rebanho bovino”, cujos movimentos são ditados muitas vezes por colocações de natureza meramente demagógica por parte de gente esperta querendo marcar o seu espaço no jogo pelo poder.

  • Sally,
    entendo o que disse, mas pensar dessa maneira, camuflando os erros não vai melhorar nada, vai acumulá-los até chegar um ponto que todos esses erros descerão como uma avalanche devastadora. Eu não acho que o Brasil inteiro, tudo é ruim, isso é óbvio que não, admiro muito a cultura brasileira boa, mesmo que esta sempre tenha se limitado aos poucos brasileiros inteligentes. Não falo isso com sorriso no rosto, falo com muito pesar. No futuro terão os refugiados do clima. Também haverão refugiados da cultura, eu serei um deles.

  • Sally,
    não interessa o assunto, digo, QUALQUER assunto que vc bota em pauta com esse tipo ele dirá a MESMÍSSIMA COISA: ”em todo lugar é assim”. Tá, tem assassinato no Japão? Tem. Frequência. Tem assassinato no Brasil? Tem. Frequência. Consegue entender?
    O fato de ter muito mais chances de ser metralhado numa favela, num bairro da zona sul carioca ou do centro de Tóquio ou de uma cidade do interior do Japão NÃO significa que é a mesma coisa, é difícil entender isso? Pra mim não. Logo eu paro e me pergunto, pq?
    Sally,
    eu me sinto um pária social neste país, eu vejo tudo e todos e não me identifico, encontro uma manipulação aqui, um erro a colá, não é uma questão de ser perfeito mas de tentar evitar o erro, é assim que se tenta chegar a perfeição, o brasileiro não só não procura o erro e o elimina mas vai de encontro a ele e pior, achando que é natural, é um paspalho aloprado.

    • anônimo, enquanto “não brasileira”, concordo com muitas observações que você fez, pois vejo as coisas com um certo distanciamento que nem sempre os nacionais conseguem ter. É difícil julgar friamente e ver todos os defeitos quando se ama (seja uma pessoa, seja um país). E os brasileiros cresceram sendo ensinados a ostentar esse orgulho vira-lata de sempre amar muito seu país, por isso acredito que não seja culpa deles não conseguir ver uma imensidão de hábitos nefastos e vergonhosos que praticam. Nesse ponto você está certo: em termos gerais, salvo honrosas exceções, o brasileiro prefere não procurar pelo erro e trabalhar para eliminá-lo e sim pegar esse erro e camuflá-lo como algo nobre ou ao menos socialmente aceitável para poder continuar repetindo-o nesse ritual de auto-perdão. Mulher que faz barraco diz que é “por amor”, gente que dirige bêbada diz que dirige melhor assim pois toma mais cuidado e por aí vai…

    • anônimo, tem coisas que eu duvido muito que aconteçam uma única vez, sabe porque? Porque se acontecer a pessoa se fode muito. Por exemplo, atrasar uma consulta médica. As pessoas atrasam? Sim, em todo mundo as pessoas atrasam, mas em muitos países você simplesmente não é atendido se atrasar um minuto. Essa palhaçada de atender gente atrasada e atrasar toda a agenda fodendo quem não tem culpe de nada e chegou na hora só acontece em países como o Brasil.

  • Sally,
    esqueceu da resposta ”infalível” de todo o brasileiro médio, inclusive meus parentes, quando enumeramos as mazelas nacionais: ”Em todo lugar é assim”.
    Fico pra arrancar o fígado da pessoa.

    • anonimo, eu sinceramente não acho que em todo lugar seja assim, mas realmente muita gente pensa isso. Pessoas que vivenciam diariamente uma realidade e tem a cabeça fechada acabam acreditando que aquela é a única “forma de funcionar”, a única dinâmica que existe. Isso aplaca a culpa, porque quando a gente pensa que todo mundo faz, o erro parece menos grave…

  • Sally, Artes é, ao meu ver, tão importante como qualquer outra matéria, o que deveria ser feito, é o ensino integral com direito e sociedade, filosofia, sociologia, artes e literatura num contraturno, são matérias que eu acho que deveriam ser individualizadas e isoladas pra que você tenha maior aprofundamento nessas matérias que tanto carecem na formação do jovem brasileiro.
    Mas o texto é do caralho, muito bom mesmo, é um pouco… repetitivo, mas eu achei muito bom mesmo.
    Uma sugestão de assunto, é o tratar das exatas dentro das escolas, talvez a grande maioria de engenheiros que sofrem do desemprego estrutural tenham enfrentado situações que não foram ao seu favor em entrevistas, ou algo do gênero, justamente por as escolas do Brasil em geral priorizarem matemática, física, química, como matérias principais e este cidadão que é excelente em matemática acaba se tornando uma pessoa xucra, sem cultura, sem a capacidade de um diálogo. Acho que isso vem de escola.

    • Augusto, SE as aulas de artes fossem ministradas de forma correta e aprofundada, eu concordaria com você. Mas da forma como é feito hoje em dia, aula de artes está mais para terapia ocupacional do que para uma aula em si.

      O sistema educacional está todo errado. Pessoas saem de escolas públicas analfabetas. Acho suas sugestões super válidas, mas antes disso tem tanta coisa errada que fico me perguntando se realmente é possível alguma melhora…

    • Discordo! O que o Brasil deveria fazer era dividir o Ensino Médio em áreas acadêmicas e criar o Ensino Técnico como um caminho independente do Ensino Médio, como os outros países. Criando, assim, caminhos diferentes e escolhas para os estudantes. Isso de aumentar o número de disciplinas no já lotado Ensino Médio, levará a uma maior superficialidade da formação estudantil.

      Quanto ao fato das escolas do Brasil priorizarem as matérias exatas, você deu um bola fora tremendo! No PISA, o Brasil tem notas ruins nas três dimensões: Leitura, Matemática e Ciência. E a menor nota brasileira é exatamente a da área matemática.

      Quanto às notas do PISA, ver: http://www.oecd.org/pisa/46643496.pdf

  • Pois é, Sally… Ao invés de me ajudar a esclarecer o mal entendido, ficavam tentando presumir quais as minhas intenções, só complicando ainda mais a questão. Aff!
    E diga-se de passagem que foi justo por essa gentinha “de Deus” que tomei ainda mais nojo dessa droga chamada cristianismo.
    Em tempo, amei aquele processa eu sobre o Chico Xavier, até porque só de folhear os tais livretos “espíritas”, dá para se notar a presivibilidade de tais obras de ficção, que são tão clichês quanto novelas da Globo ou filmes de Hollywood.

  • Pois é… Ao invés de me ajudar a esclarecer o mal entendido, ficavam tentando presumir quais as minhas intenções, só complicando ainda mais a questão. Aff!
    E diga-se de passagem que foi justo por essa gentinha “de Deus” que tomei ainda mais nojo dessa droga chamada cristianismo.
    Em tempo, amei aquele processa eu sobre o Chico Xavier, até porque só de folhear os tais livretos “espíritas”, dá para se notar a presivibilidade de tais obras de ficção, que são tão clichês quanto novelas da Globo ou filmes de Hollywood.

      • Desculpa aí. Duas vezes o mesmo texto e com o termo presivibilidade enquanto o correto seria previsibilidade. Falha aqui no celular.

        • Marciel, acontece nas melhores famílias. Diga que foram os remédios ou que você não foi alfabetizado em português. Ou então diga simplesmente que é o “seu jeitinho”. O povo costuma acreditar…

  • Excelente texto, Sally! Tu conseguiu colocar em palavras o que eu via a muito tempo.

    “Orgulho de ser brasileiro” é o caralho… povinho hipócrita e ignorante. Vergonha alheia dessa gente que se vende mais caro mas não vale o sal da comida.

    • Bruna, essa coisa patriota de “orgulho de ser brasileiro” é coisa de vira-lata sem auto-estima que precisa ficar se “auto-exaltando” para tentar convencer aos outros e a si mesmo que tem valor. Quem sabe de verdade que tem valor não fica bravateando essas merdas. Vou te falar, estou muito orgulhosa de ver que você e outras pessoas percebem essa imbecilidade, porque no geral, todo mundo acha lindo ficar se gabando de pouca merda…

      • Se gabar de pouco ou muito é lamentável, só exterioriza o tamanho do complexo e insegurança que as pessoas têm. A hipocrisia reina nesse mundo

        • Renata, o brasileiro se acha tão importante, mas TÃO importante que se sente no direito de se gabar e de se irritar quando seu vizinho se gaba. Você tem razão, a hipocrisia reina!

  • O pouco que posso dizer de americanos é do tempo em que morei lá no Japão, onde há uma quantidade razoável deles, não apenas relacionado a bases militares.

    O que pude perceber é que, ao menos dessa comunidade específica, é que se tratava de um grupo bem pragmático em relação a conhecimentos. Tanto que, para minha surpresa, quase todos falavam fluentemente japonês (alguns sabiam ler E escrever!) ou, pelo menos, tinham um bom nível mesmo tendo pouco tempo no país. Obviamente, um ou outro não aprendia coisa alguma, mas, entre eles, não aprender era minoria, ao contrário dos brasileiros, cuja maioria vai para lá sem saber nada e não aprende muita coisa, escorado nos familiares e nas comunidades em que se isolam dos japoneses.

    Assim, perguntei a um deles se já tinha conhecimento de línguas estrangeiras antes de ir para lá, e ele respondeu que, até aparecer essa oportunidade de trabalho no exterior, jamais teve interesse em aprender algum outro idioma. Um pouco de espanhol apenas por curiosidade, uma vez que morava no Novo México. Volta e meia, um americano me abordava na rua e, mesmo percebendo que eu não era local, sempre pedia informações em japonês.

    Enfim, o testemunho dele acabou por corroborar a crença deles não apreciarem propriamente a cultura pela cultura em si, mas pelo que ela puder lhe ser efetivamente útil. Mas a diferença é que, quando se propõem a aprender, vão muito a fundo no objeto de interesse, tanto ou mais do que os orientais, pelo que pude perceber.

    De resto, da cultura americana (da mesma forma que a inglesa), acredito haver muita coisa excelente e, queiramos ou não, boa parte dela continuará influente, mesmo com uma eventual (e por que não merecida?) derrocada da nação.

    O que dizer de um país que nos proporcionou George Carlin, Bill Maher, Sam Kinison, entre outros, só para ficarmos na comédia?

    Das coisas que sou grato a meus parentes, ter me colocado na escolinha de inglês da esquina está em primeiro lugar.

    • Suellen, você sabe explorar e se beneficiar do que há de cultura nos EUA, mas isso é raro. Geralmente ninguém vai aos EUA para visitar museu, vai para ver musical ou para conhecer parque temático na Flórida ou para comprar e-craps em Miami. Não sou chegada aos EUA, mas admito que eles são competentes e eficientes (ou ao menos eram, nas épocas em que eu costumava ir para lá).

  • Concordo com o Hugo à respeito dos EUA.
    Falar mal genericamente da “cultura americana” é super piegas. É repetir o que passa no jornal nacional. Só para começar, são os próprios americanos que fazem essas críticas, que nós aqui repetimos.
    E falar mal do Mickey? A maioria das pessoas não tem a mínima noção da tecnologia que foi criada por Walt Disney (sim, criada) ou até mesmo das propostas de gerência e adminsitração defendidas pela empresa.
    Mas vou parar por aqui, porque não tem relação com o texto…

    • karen, os EUA podem ter muitas coisas boas, entretanto, acho que cultura não é o forte deles. Independente dos pontos positivos ou negativos, acredito que idolatrar os EUA é muito pior do que falar mal deles.

  • Concordo em termos. O que não concordo segue abaixo:

    1- Dirigir alcolizado é errado, mas a situação não é tão simples e é mais um paliativo do que um bom método de resolver o problema.

    Como li em algum lugar (e concordo em partes tambem), estão criminalizando a probabilidade de vc causar um acidente. Dirigir bebado, ou semi bebado, ou com um copo de alcool no sangue pode comprometer sua habilidade no volante. Logo vamos criminalizar isso e resolver o problema. Ponto a favor, mas…

    Dirigir estressado, com sono, maconhado ou cheirado tambem aumenta a probabilidade de um acidente. E nada pode ser feito e ninguem pensa nisso, porque é mais fácil lidar com apenas UM vilão. Isso sem contar os que causam acidentes completamente sóbrios por serem imbecis. Como medir isso se não existe um imbecifometro por exemplo?!

    Seria mais prudente punir quem dirige de forma perigosa e ter mais fiscalização e autonomia do guarda pra decidir isso, sem bafometro.

    Não podemos começar a punir coim base em probabilidades. A probabilidade de ser injusto com a MAIORIA das pessoas seria bem grande.

    2- Tudo bem que quem vai aos EUA, não necessáriamente vai atras de boa cultura. Mas dai a dizer que os americanos não tem cultura é de um colonianismo dispensavel.

    Eles são OS MAIORES EXPORTADORES DE CULTURA DO MUNDO. Querendo ou não, tiveram grandes escritores, roteiristas, filmes (eles não fazem apenas blockbuster, ok?) artistas de todo o tipo, etc (a lista seria grande se citasse cada um). Citar donuts e mickey é limitado e só demostra uma pretensa intenção de se mostrar superior a isso. Provavelmente é mais influenciada pela (sim) cultura americana do que imagina.

    3- Quando fala de que se alguem não gosta do tipo de humor do Rafinha Bastos e diz que naõ é humor, como sinal de falta de humildade. Pergunto:

    Quando VC fala que É HUMOR SIM, independente de eu gostar ou não, é sinal de humildade?

    4- 80% do restante que citou não vale apenas para brasileiros e sim qualquer pessoa independente do país que vive.

    • Dirigir bêbado é errado. Existe quem o faça por achar que não está bêbado, existe quem o faça porque aconteceu uma emergência… mas quem o faz porque acha que quando está bêbado dirige melhor é um puta arrogante, não acha?

    • Hugo, por algum motivo desconhecido parte da minha resposta não foi publicada. Vou reescrever:

      1) O grave nem é dirigir bêbado. Tem gente que faz e sabe que está cagando no pau e sente vergonha. O foda é gente que faz, acha bonito, tira onda e ainda acha que dirige melhor quando está bêbado do que sóbrio

      2) Os americanos tem cultura sim. Mas quem vai atrás de cultura não tem que ir a parque temático na Flórida ou comprar e-craps em Miami. Dizer que foi fazer intercâmbio quando foi comprar casaco do Mickey e comer rosquinha é desfavor. Pergunta se alguém vai nos EUA para visitar museu e coisa do tipo…

      3) Afirmar que é humor não é arrogância. Dizer que você é algo negativo por não gostar do humor dele sim. É como dizer que um quadro abstrato não é arte só porque você não gosta. Aquele borrado é arte, compreenda você ou não seu valor. Ainda que você ache arte de merda, é arte.

      4) Olha, nem 1% do que eu citei aqui acontece no mundo todo. Talvez em alguns pontos da América Latrina, mas em países um pouquinho mais desenvolvidos as pessoas teriam vergonha de se portar assim. Viajei muito na minha vida e nunca vi nada nem parecido nos lugares onde estive.

  • estuprada arrombada da xoxota rasgada dilacerada

    Um dos melhores textos ever do Desfavor….
    respondam as perguntas do desfavor responde

  • Acabei me lembrando de uma ocasião daquele tempo tumultuado no qual matava um leão por dia para tentar conviver com o meu pai e com o meu irmão.
    Naquela época, comecei a ir bastante a casa de uma colega dos tempos de escola na busca de ter um lugar onde pudesse ter um pouco de tranqüilidade.
    O problema é que a garota ficou achando que eu estava a fim dela e a família ficou toda metendo o bedelho e complicando ainda mais o esclarecimento da situação.
    Nem tinha por objetivo ter um relacionamento mais a sério com a garota justo por não estar a fim de cair em mais uma furada, tendo assim mais problemas para me preocupar.
    Numa dessas ocasiões de intromissões impertinentes, a irmã da garota e o marido discutem se minha posição seria por falta ou por excesso de humildade. Aff!
    Oras, o que queria era alguém com quem eu pudesse contar de verdade, até porque um envolvimento maior dependeria em muito da minha maturidade para lidar com essa situação.
    Com o desastre do relacionamento da minha mãe (barraqueira que se deixar, quer tudo na mão) e do meu pai (um mané metido a fodão que fazia o Somir ser exemplo de sensatez), obviamente pensaria duas vezes antes de me envolver com alguém.
    Como não tive o apoio que precisei, só continuei frequentando lá na tentativa de buscar a tranqüilidade que não tinha em casa, até o momento que comecei a ter alguma condição de tirar o barco fora.
    Mas diga-se que naquela altura eu já estava confuso com tanta paranóia e estava disposto a fazer a prova dos nove.

    • Pamina, conforta saber que alguém compreende, independente de concordar ou não. É bom sair um pouco do clássico “você tem inveja” ou “você é recalcada” ou “você é mal amada” ou “você é gorda”.

  • Quando uma pessoa resolve analisar os problemas do Brasil, ela só tem 2 resultados possíveis: Ficar louco, puto de raiva com tanta merda que acontece aqui e depois escrever textos na internet na esperança de que pesssoas acordem e saiam da “Mertrix”.

    Ou então, ignorar os problemas e seguir o seu sonho de infância: Ficar aposentado.

  • Bom texto, com o jeitinho desfavor de ser, grandes requintes de ódio haha.

    Agora… Foi bom você não ter falado nada de futebol, por mais que o brasil não tenha os melhores jogadores do mundo e/ou os melhores times, falar que o campeonato brasileiro é uma bosta é assinar um atestado de retardo mental..
    Dê uma olhada nesse campeonato brasileiro como um todo, observe a pontuação e a trajetória dos times que tem (e dos que tiveram também) chance de ser campeão, a qualidade do campeonato, ao meu ver, está relacionada à disputabilidade (existe isso?) do mesmo..

    • Henrique, discordo muito de você, mas não vou entrar nessa polêmica porque brasileiro fica irracional quando fala de futebol…

  • Sally, faltou falar dos “djs” de ônibus, o SUPRA SUMO da arrogância, do tipo: “Ah, vc TEM q ouvir o q EU estou ouvindo, pq EU quero ouvir a merda de funk q gosto bem alto e pronto” – o tipinho de resposta q recebo TODA VEZ q reclamo para o canalha q se (in)digna a achar q todo mundo do “buzú” tem q ouvir a mesma música q ele(em 99,99999999% das vezes é pagodeiro ou funkeiro, ou qualquer porcaria “baixo-nível” e qdo não é pagodeiro, funkeiro e cia é crente). Não apenas isso, mais quaisquer situações semelhantes a um dos mais famosos ditados do “humiiiiillldeee” povo brasileiro: “Os incomodados q se mudem”.

    Pois, quem quiser escutar suas coisas, q escutem em voz baixo. Assim como eles não tolerariam se alguém colocasse a 5a de Beethoven no último volume, outros não tolerariam as baixarias q vazam do esgoto q essa gente tem no lugar do cérebro.

    #prontofalei.

    • Morena Flor, você está coberta de razão. Imagina se cada ser humano que habita este país sacar do bolso um celular e colocar no volume máximo a música que julga ser bacana? Um horror que pessoas em qualquer espaço público façam isso. Fone de ouvido é para os fracos, né?

  • bibliotecário

    a hipocrisia do brasileiro já faz parte do ser brasileiro; nunca se aceita o que se é nessas terras
    a questão da humildade é só uma face dessa hipocrisia nacional
    tudo seria mais fácil (ou ao menos aceitável) se os brasileiros não tivessem medo da verdade.

    • bibliotecário, eu nem digo se aceitar, porque acho isso improvável, mas porra, precisa tirar onda justamente do contrário?

      Se quer tirar onda, que o façam com algumas das suas qualidades!

  • Eu achava que esse comportamento de brasileiro era falta de educação e não arrogância, mas vou passar a observar… E quando os próprios médicos, não só os públicos mas os pagos deixam os clientes esperando e ficam batendo papo no telefone? Não é assunto de trabalho, é papo furado mesmo! Eu conheço um assim. Só não mudo de médico porque ele é um dos melhores da especialidade dele. Eu pago caro e ainda perco a tarde uma vez por ano quando vou a uma consulta.

    • @, também é falta de educação, mas acho que tem uma carga de arrogância sim. Não é falta de educação pura.

      Nem me fale em médicos. Médicos, em termos gerais, são incorretos nos mais diversos aspectos, principalmente no trato com o ser humano. Tem médico aí que tem mais homicídios nas costas do que muito bandido!

    • Renata, bom saber que não escrevi nada absurdo e inaceitável. Fico feliz quando vejo que existem mais pessoas que pensam como eu, me sinto menos ET.

  • Excelente texto!

    Eu não sou humilde. Gostaria de ser, mas não sou. Maaasss detesto todos os comportamentos que vc citou no texto. Detesto, odeio, quero “me morrer” quando vejo branquinho furando a fila de carros que vai para a Marginal porque a pressa dele deve ser maior que a minha (se bem que eu bato o carro mas não deixo passar). Falo um monte quando o idiota do avião não pode esperar DEZ fuckin minutos para falar ao celular com a mãe. Reclamo quando o povo joga papel no chão, reclamo no cinema quando tem gente cantando no meio do filme e o povo acha que EU sou mal educada… Acho que vou é morrer de problema cardíaco morando por aqui.

    E da parte de matar bandido, apesar de achar que não dá para colocar isso como lei (institucionalizar a possibilidade de erro), adoro quando o BOPE deita uns. E se fosse meu pai que tivesse ido matar alguém, queria mais é que se fodesse mesmo. Quando fiz 14 anos e comecei a ir às “domingueiras” meu pai me chamou: “Filha. Se vc se foder porque fez alguma merda não me ligue, não fale que é minha filha. Eu não vou tirar bandido de delegacia. Se vira. Só me chama se tiver certeza ABSOLUTA [com ênfase no ABSOLUTA] que vc está certa”. Já fiz um monte de cagada na vida, [tento ser uma boa pessoa mas não sou a pessoa-referência do mundo] mas sempre tive absoluta certeza de que eu teria que assumir o que faço.

    Enfim, quando fui a primeira vez para a Argentina, fui esperando ver um povo “arrogante”. Não tem nada a ver… São emocionais, meio exagerados (acham que a criminalidade lá é muito pior que aqui), mas muito educados e acolhedores. Não é porque não gostam de ficar abraçando desconhecidos na rua que são “arrogantes”… [saudades de lá]

    • Carol, os argentinos foram assim com VOCÊ, porque provavelmente você é uma pessoa educada. Mas se você chegar lá barraqueando, sujando, gritando e fazendo coisas do tipo, eles tratam mal mesmo. Por isso muito brasileiro volta reclamando de ter sido destratado…

  • Sally, não sei se tá fora de contexto, mas leia essa reportagem: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI281132-17773,00-OS+COMENTADORES+DA+INTERNET.html
    Bom, o que me chamou a atenção, principalmente, foi a entrevista com três comentaristas “profissionais”, e no fim há algumas perguntas polêmicas. Vou colá-las aqui, pra facilitar:
    Vivente 1:
    Pena de Morte? A favor, tem que mandar para a vala.
    Aborto? É homicídio doloso, mesmo quando a mãe é estuprada. Não é culpa do bebê.

    Vivente 2:
    Pena de Morte? A favor em casos de crimes hediondos.
    Aborto? Contra, com exceções como se houver risco para a saúde da mãe.

    Vivente 3:
    Pena de Morte? Sou extremamente a favor.
    Aborto? Terrível, é assassinato.

    Ou seja, matar um amontoado de células é crime, mas matar um ser humano (mesmo que bandido, hahaha) é ok. ONDE RESIDE A COERÊNCIA NISSO?

    • Daniela, NÃO HÁ COERÊNCIA. Pessoas acéfalas que tomam decisões com base em dogmas religiosos, achismos ou sentimentos passionais não tem qualquer coerência. Pessoas que usam DIU vem marretar contra aborto dizendo que no momento da concepção já há uma vida formada. Aposto que essa pessoa que se disse a favor de pena de morte em caso de crimes hediondos NÃO SABE listar quais são os crimes hediondos! Mas a massa acéfala do Brasil é assim: todo mundo acha. E todo mundo acha que seu achar é exemplo de bom senso e sensatez. E todo mundo acha que quem discorda do seu achar é algo de ruim.

      • Ainda nessa reportagem, dá uma lida nisso, Sally: “Ainda sobre a relação dele com a imprensa, Kaffa conta que o seu maior momento não foi como comentarista, mas como personagem em uma história de polícia. Ele foi o agente de viagens que salvou uma esteticista de ser sequestrada pelo ex-vocalista do Polegar Rafael Ilha. “Não quis tirar proveito disso como sugeriram. É como com os comentários, escrevo para me expor. Não quero seguidores e não busco atenção, não sou carente”. “

        • Esse é o nome do FILHO DE UMA PUTA que fez com que o Mártir Transcendental da República Impopular do Desfavor, Rafael Pilha, fosse preso?

          Graças à filhadaputez desse bosta o Pilha passou quase quarenta dias preso! (tudo bem que chegar na delegacia com sorriso maroto, camisa do DENARC e bravateando que estava armado não ajudou)

          Vou fazer uma visitinha a essa merda. Tava sentindo falta de uma boa trollada mesmo… Me aguardem.

    • Marciel, desconheço a parte técnica, mas pode ser que o Somir tenha retirado o botão depois da nossa independência…

  • Excelente texto.

    Eu particularmente não prezo pela humildade e não gosto nem um pouco dela. Humildade é o oposto da soberba e ambas não são boas. Humildade é a consideração de que se vale menos do que de fato se é e a soberba de que se vale mais.

    Ser humilde é considerar que não se tem menos ou nenhum valor. Isso não é bom. O ideal é a assertividade, que é se considerar que se tem o valor que, de fato, se tem, nem a mais nem a menos.

    E aceitar isso. Mais ainda, assumir-se e revelar-se como se é. Ai podemos até chamar de modéstia. Não se vangloriar nem se depreciar.

    Outra característica que não é boa na humildade é a passividade, que é aceitar as condições sem lutar para mudá-las. Modéstia, cordialidade, respeito, simplicidade, honestidade costumam ser associados à humildade, mas o são à assertividade. Uma pessoa humilde pode ter essas qualidades, mas sua passividade deixam a perder outros valores que poderiam lhe conferir uma estatura virtuosa superior, evidentemente sem soberba, o que tiraria todo o mérito.

    • Fuck Bush, você conhece alguém capaz dessa assertividade quando faz uma auto-análise? Acho uma das coisas mais difíceis do mundo encontrar alguém que tenha real dimensão de seu valor e de suas qualidades…

        • Não sei porque, mas eu sempre acho que eu tenho uma ideia muito equivocada a meu respeito. Deve ser porque quase todas as pessoas que eu conheço tem imagens absurdamente distorcidas de si mesmas (para menos ou para mais), o que me fez pensar ser quase impossível ser bom julgador de si mesmo…

  • De onde você tirou que o povo Brasileiro é um povo humilde?
    Ah, outra coisa, humildade tem vários significados hoje em dia… inclusive, o que eu mais ouço falar é humildaden o sentido eufêmico de “ignorante”. Aí, realmente, o Brasil é um país humilde pra caralho…

    • Phill, o brasileiro se acha um povo humilde no bom sentido da palavra. Inclusive frequentemente se comparam com argentinos, colocando-os como contraponto arrogante. Pergunta por aí, você vai ver que tem muita gente enaltecendo a humildade brasileira.

  • Perfeito!
    O Brasileiro sai do melhor colégio particular de São Paulo para fazer um intercâmbio no exterior em algum colégio público interiorano e volta dizendo que nosso sistema educacional é muuuuuito melhor que no resto do mundo!
    Comparam o brasileiro que tem casa com piscina e dois carros (médico, advogado, dentista) com o americano que tem o mesmo padrão financeiro (trabalhador braçal) e diz que o brasileiro é muito mais culto e inteligente!
    E daí vem a Veja e diz que boa autoestima não é suficiente para felicidade, porque 80% dos dos brasileiros acham que são um sucesso sem ser… e desde quando isso é ter boa autoestima??? Isso é se achar! Só brasileiro acha que ter boa autoestima é se achar o máximo!

    • Karen, brasileiro se acha demais da conta e ainda fica criticando argentinos alegando que eles se acham!

      Pergunta para qualquer pessoa se o brasileiro é um povo arrogante. A pessoa vai dizer um “não” com ênfase e dizer que é um povo muito humilde, salvo raras exceções.

  • Vocês ficaram tempo demais de férias, perderam a mão…textinho chato pra cacete…

    Humildade como qualidade? Não sei se concordo, complicado pra dizer o mínimo…é fácil usar extremos opostos pra justificar seu ponto Sally. Mesmo porque em alguns exemplos como dirigir bêbado a questão não é humildade ou não e sim respeito às leis a ao próximo.

    Acho bem idiota ficar discutindo como as pessoas deveriam ser ou se portar. É a mesma coisa que sobrevalorizar a solidariedade do brasileiro…além de imbecil, não leva a nada.

    Fico pensando se em outros países as pessoas são mais humildes e se isso faz diferença….acredito que não. Americano em geral é arrogante, mas respeita as leis e a individualidade dos outros e o país é do caralho. Italiano é casca grossa e o país é demais.

    Humildade e subserviência caminham de mãos dadas…

    • Bionicão,

      A falta de humildade está em se sentir tão senhor da razão que acredita poder descumprir uma lei sem que isso traga consequencias negativas para a sociedade. A falta de humildade reside na afirmativa de achar que dirige melhor quando está bêbado.

      Não sei dizer se é bom ou ruim ser humilde, nem pretendia entrar nesse mérito. O que quero dizer é que criticam muito os argentinos por serem arrogantes quando eles na verdade também o são: mais ainda que os argentinos. Independente de ser benefício, brasileiros proclamam que tem humildade, mas não tem.

  • Curioso como eu percebia todos esses aspectos mas nunca com visão crítica sobre a falta de humildade.

    E tem coisas que por estar em determinados lugares e pessoas fica difícil admitir o seu estranhamento, como por exemplo esse lance do twiter… Percebo que o melhor é ficar calada pra não ser crucificada.

    Com relação a religião, há pessoas que se sentem mais evoluidas por ter determinada religião, mas sempre dizem sofrer com o preconceito por ser de determinada igreja, elas são vítimas, mas elas mesmas crucificam os outros. Por isso eu não discuto religião com ninguém.

    • Lichia, na minha opinião são, dentre uma série de outras coisas, falta de humildade. Mas não apenas falta de humildade, são malandragem, são falta de educação, são precariedade. Mas, tudo isso o povo brasileiro de certa forma admite que é: um povo mal educado, malandro… Só a porra da humildade que não. Se acham super humildes…

  • vadia gostosona

    Sally vc está corretissima.Eu ando me perguntando pra onde está caminhando a humanidade.A arrogancia, a brutalidade, a pervercidade,a maldade, a crueldade tudo que termina en dade está prevalecendo no idiota que se diz ser HUMANO.Fim dos tempos, o ultimo que sair que apage a luz.

    • vadia gostosona, nem chego a esse ponto. As pessoas tem o sagrado direito se der cruéis, escrotas, babacas e tudo mais que quiserem. O que não pode é ser uma coisa e ficar repetindo que é outra. Brasileiro não tem um pingo de humildade e no entanto fica pagando de humilde para toda a comunidade internacional e jogando a arrogância nas costas dos argentinos.

    • bianca, é sério, porque o texto não pedia esse tipo de palavreado, ao contrário de outros que nasceram para ser baixo nível. Mas meu grau de putez me impediu de manter a linha…

  • Você esqueceu de mencionar o “Brasil, o País do Futebol”, que temos o “melhor campeonato de futebol do mundo!”, “Neymar melhor que Messi e Cristiano Ronaldo”. Mídia vende essa idéia e (quase) todos compram. Com essa mentalidade, mal conseguimos disputar torneios continentais. E tome eliminação precoce em Copas.

    • Lara, se eu falasse isso, pipocariam comentários de pessoas que insistiriam que isso é verdade. Ia vir aquela escória pau no cu ficar repetindo que o Brasil é Pentacampeão e exporta jogadores que brilham em todos os campeonatos europeus e blá blá blá. Preferi nem citar o futebol… mas concordo plenamente com você: o futebol brasileiro é GRANDESBOSTA

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