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Processa Eu!: Religiões.

| Sally | | 103 comentários em Processa Eu!: Religiões.

SEMANA ANTA: Sallera e Somireus são dois deuses numa missão especial para a entidade de classe, a AUD (Associação Universal de Deuses), investigando inúmeras irregularidades no planejamento divino deste planetinha azulado chamado Terra. Está na hora de tirar isso a limpo!

Todas as religiões estão equivocadas, pois partem da premissa errada. Não, não vou discutir a existência de Deus, porque o ponto não é esse. Ainda que Deus exista, o equívoco persiste: propagar que para ser aceito, para ser um bom membro, para mostrar sua admiração por Deus você deve realizar uma série de rituais. E quando me refiro a rituais, falo de uma forma ampla: restrições, proibições, obrigações de fazer, limitações e etc. Estes rituais a pretexto de agradar um suposto Deus geralmente escondem um ganho secundário mesquinho dos quais os membros tiram proveito de forma silenciosa, o que os torna um bando de hipócritas filhos da puta.

Todas elas, cristianismo, espiritismo, candomblé, islamismo, judaísmo, enfim, todas estipulam uma série de coisas que não podem ser feitas e/ou uma série de coisas que tem que ser feitas. Até religiões mais lights como o budismo e o hare krishna tem restrições infelizes, como condenar que se mate uma formiga ou proibir que se coma chocolate. É útil para pessoas que não sabem se autodeterminar, que quando deixadas a seus próprios critérios fazem bosta por ter uma cabecinha torna ou pouca força de vontade. Mas, para pessoas centradas que não precisam de regras generalistas para se autodeterminar, religião é um retrocesso.

A origem dessas obrigações de fazer ou de não fazer de cada uma das religiões é obscura. Ninguém sabe ao certo. É fruto de um telefone sem fio secular, que com certeza sofreu mais distorções do que a gente possa imaginar. Leia o Alcorão e me diga onde você encontra justificativa para uma série de normas do islamismo. Leiam a bíblia e me digam se o contexto da obra justifica as normas dos católicos. As normas religiosas são uma estupidez sem fim que podem se mostrar interessantes para alguns poucos que realmente tiram proveito delas, mas no final das contas só contribuem para o emburrecimento da população.

Religião não muda a natureza das pessoas. Apenas faz com que elas tenham o trabalho de fazer as suas merdas de forma mais escondida, vulgo estimula hipocrisia. Aquele papo do criminoso regenerado porque encontrou Deus deve ser revisto. O religioso criminoso é como uma mola encolhida. Minha experiência pessoal mostrou que os piores esqueletos estão nos armários daqueles que se dizem mais religiosos. Faz sentido, só com uma vida muito suja a pessoa abre mão do seu livre-arbítrio em prol de uma suposta redenção ou cura. Gente boa não precisa disso.

Além de promover a hipocrisia, religião também estimula conflitos inter-religiosos pois, salvo raras exceções (budismo, por exemplo) todos pensam que a sua religião é a única e verdadeira e todo o resto do mundo é otário por acreditar no Deus errado. Também estimula conflitos com quem não tem religião, automaticamente associado a estigmas negativos. Quer dizer, o palhaço vive de fazer rituais ridículos que em nada se relacionam com o seu caráter e com isso se sente autorizado a se intitular boa pessoa e classificar como maus aqueles que se recusam a acompanhá-lo em sua burrice. *fazendo joinha com o dedão

Mas, se fosse apenas burrice, eu compreenderia e perdoava. Tenho a maior simpatia por gente burra, chego a sentir um afeto no fundo do peito quando vejo alguém falando ou fazendo uma burrice de grande porte. Sabe aquele sentimento que geralmente mulher tem quando vê um bebê ou um filhote de cachorro? Pois é, eu tenho com burrice. Burrice me cativa. O grande problema é que não se trata de burrice, ou ao menos não apenas de burrice. Todos estes grupos tem ganhos secundários fortes se unindo em pequenos clubes religiosos e os camuflam sob o pretexto de louvar, adorar ou agradar um Deus. Negativo. Se escoram na força que conseguem unidos e frequentemente utilizam isso para o mal, hipocritamente camuflados de adoração a um Deus.

Existem rituais bacanas que trazem ganhos cientificamente comprovados, como a meditação, mas no geral, são coisas sem sentido. O próprio budismo faz o desfavor de proibir que se mate ou maltratem seres vivos (lagartixa, barata, mosquito, rato, pombo, aranha e cia) ou de proibir o uso de estimulantes (não há vida sem café!) ou ainda de proibir que se fale mal dos outros ainda que os outros mereçam. Se você está se sentindo um cocô humano por matar insetos pau no cu, encher os cornos de café para conseguir trabalhar e criticar pessoas que pisaram na bola, não se preocupe. Deus não avalia se você é uma boa pessoa com base nisso. Coisas mais importantes que o seu café matinal devem estar em jogo.

Porém, confesso que esse grupo zen whatever (budistas, hinduístas e outros istas que são diferentes entre si mas para fins de crítica são a mesma coisa) são o único grupo no qual eu não consigo ver um ganho secundário, segundas intenções em propagar religião. Justamente por isso nem considero budismo religião, como já disse no Desfavor Explica sobre o assunto.

Judeus tem tantas leis alimentares que não sei como existem tantos exemplares gordos. Não podem comer uma série de animais como porco, frutos do mar, peixes que não possuam escamas (sensato, não?) ou alimentos que misturem carne com produtos de origem láctea (manteiga, leite, queijo e cia), por exmeplo. Mesmo os alimentos permitidos podem precisar de determinados rituais. Além disso há rituais estranhos envolvendo sexta-feira e sábado onde não pode nem ligar a luz (são 39 proibições todo fuckin´ sábado, haja saco). Isso não te torna uma pessoa melhor, isso não atende a Deus nenhum. Isso te dá a sensação elitista de pertencer a um clubinho, uma maçonaria genericona, uma falsa ideia de ser especial. Um “Clube dos Ricos Puro Sangue” para cruzar sua filha com outros “Ricos Puro Sangue”. E eles ainda abrem a boca para falar de genocídio ou de preconceito!

Judeus são minoria no mundo, mas detém uma quantidade de capital impressionante. Judeus se unem e se fecham em um grupinho elitista e racista que eles insistem em negar. Ok, veja a reação de uma mocinha de família judaica chegando com um negão em casa e dizendo que vai casar com ele. O discurso não vai ser de inclusão. Se unem para acumular fortuna, para procriar entre si para que o capital não circule e porque eles são a raça fodona e acima de tudo, se unem para se vitimizar. Nunca se pagou uma conta tão cara por um erro como o Holocausto, e eles nem sequer foram o grupo que mais morreu. Para mais informações, leia meu texto sobre Holocausto, se eles fossem menos apegados a dinheiro teriam ido embora enquanto era tempo, como os ciganos fizeram. Cuidado, ser pão duro pode matar! Enfim, a última das razões pelas quais eles se unem nesses rituais absurdos é Deus.

Sobre o islamismo todo mundo já tem uma ideia dos fazer e não fazer. Não são piores que os demais, são tão ridículos e radicais quanto, com a diferença que seus dogmas colidem de forma mais violenta com nossos valores, por isso nos chocam mais. Além daquelas proibições já conhecidas de todos, eles tem a obrigação de orar cinco vezes por dia em horários específicos, por exemplo. Parecem focas adestradas cumprindo uma agenda de shows. Não tem hora marcada para falar com Deus. No geral, eles parecem se unir para exterminar aquilo que destoa da verdade deles mesmo. A união é para propagar intolerância. Sei que terroristas e o islã não são a mesma coisa, mas nunca conheci um membro do islamismo flexível e disposto a me respeitar por não acreditar em Deus ou disposto a deixar sua filha casar com um percussionista do Olodum. Assim como todo racista diz que não é racista, todo intolerante adora dizer que não é intolerante.

Intolerância tem vários graus. Alguns te matam por você não acreditar, outros simplesmente se afastam ou te acham má pessoa ou tentam te convencer. Todos intolerantes. Todos unidos por um laço de rituais nonsense com intenção de exterminar (seja matando, seja convertendo, seja desacreditando) o diferente. Religiosos no geral são os faxineiros do Planeta, os donos da verdade.

No Candomblé (simpatizo, ok? Joguem pedras) alguns grupos sacrificam animais. Muitas vezes os cortam e os deixam sangrando. Não creio que um Deus precise disso para ser ouvido. Usar determinada cor de roupa em determinado dia da semana, raspar o cabelo… nada disso faz sentido. Apesar de simpatizar com o sistema toma lá dá cá vibe suborno (fez merda? faz uma oferenda zera tudo) que acaba com aquele conceito de culpa e punição eterna, a maior parte dos rituais não faz o menor sentido e seus praticantes também se fecham na ideia de clubinho, que muitas vezes usam para aterrorizar adeptos de outras religiões que tem medo. É quase que uma milícia religiosa, eles praticam bullying religioso despertando o temor que os outros tem de “macumba”. Confesso que às vezes é engraçado, mas sou forçada a admitir que o modo de atuação do grupo não tem nada a ver com culto a Deus.

Os espíritas são muito engraçadinhos. Talvez sejam os mais hipócritas, mais ainda que os católicos. Pregam aquele jeito Kardec de ser mas são os primeiros a sair marretando quando contrariados. Passa lá no Processa Eu sobre Chico Xavier e veja o exemplo de amor e compaixão que eles deixaram! A pretexto de fazer o bem pregam que riqueza é um defeito. Condenam a morte de qualquer animal se não for para subsistência e pedem que você se foda conformado, afinal, você TEM QUE se foder porque está sendo punido por algo que fez em outra encarnação. Não me espanta que o Brasil seja o país com maior número de espíritas do mundo, pois com certeza é o país onde há o maior número de pessoas que se fodem caladas, aceitando isso, havendo a possibilidade real de reagir.

Espíritas fazem rituais que devem ser do conhecimento de todos vocês onde dizem falar com os mortos, na forma de espíritos. Mas será que o fazem para agradar a seu Deus? Não creio, dentro da hierarquia interna, os médiuns são verdadeiros popstars. Pessoas carentes, com emprego meia-bomba que precisavam se sentir especiais ou em destaque de alguma forma curiosamente começam a ouvir vozes. Porque tem isso, você já viu algum Presidente de Multinacional receber espíritos? Gente bem sucedida, ocupada, sem carências, geralmente não precisa disso.

O grupinho espírita se reúne para atuar como muleta, para buscar explicações para o inexplicável e para conseguir respostas fáceis e agradáveis que mitiguem sua dor em momentos difíceis. É a arcoirização do mundo. Avisa para esse bando de Ursinhos Carinhosos on Prozac que o mundo é uma merda mesmo, não tem nenhum plano oculto, é tudo um cu e pronto. Eles se reúnem para se enganar e se convencer que tudo na vida é lindo e será ainda mais após a morte. Não tem nada a ver com Deus, é conforto para seres humanos inseguros, carentes e sem estrutura para encarar a dureza do mundo. Sem contar que metade dos espíritas é mesmo MACUMBEIRO mas é preconceituoso demais para admitir isso então acaba usando eufemismos como “mesa branca” para limpar a sua barra. TeamMacumba. Prefiro mil vezes um macumbeiro com uma garrafa de pinga na mão, um charuto no outro, rodando e dançando do que um espírita. Acho mais honesto e mais digno.

Tem os católicos. Ah, mas já falamos tanto sobre os católicos diariamente… fico até sem graça de me repetir. Vocês sabem, sexo sem camisinha, sexo antes do casamento, tudo é pecado, sofrimento é mérito, etc, etc. O propósito deste grupo em se reunir é claro: os cabeças querem ganhar dinheiro (e de fato ganham) e as ovelhas querem o status social de serem católicos, ou seja, de pertencer a uma religião tradicional, branca, europeia e limpinha. Já que não nasceu em família assim, pelo menos que a religião seja chique, néam? Não seguem os preceitos (os famosos “não-praticantes”) mas ainda assim se dizem católicos porque acham que isso é uma espécie de INMETRO de ser humano, um selo de qualidade, de bondade e de caráter. O conceito é bacana. Se algum dia você quiser tirar onda de alguma coisa que não é, vai fundo, porque a ideia é socialmente aceita: “Oi, eu sou a Sally, eu sou atriz de novela” – “É mesmo? Mas eu nunca te vi em uma novela…” – “É que eu sou não-praticante”. Você pode ser o que você quiser… não-praticante!

Tem também os evangélicos, aqueles queridos. Burriiiinhos que dói, não tem como não me despertar aquele afeto sobre o qual falei nos primeiros parágrafos. Chega a me comover, dá vontade de levar para casa e dar um prato de sopa e um abraço. Eles são uma versão hardcore dos católicos. Proibições ainda mais absurdas e cobranças ainda mais elevadas em dinheiro. Não vou entrar no mérito do ridículo da religião em si, porque esses são outros sobre os quais sempre falamos, a crítica é notória. Dá certo porque eles prometem resultado imediato, ao contrário dos católicos, onde o resultado é pré-datado. Você não vai se dar bem apenas quando morrer e for para o céu, no mundo evangélico se você contribuir hoje, Deus te recompensa ainda em vida. É praticamente uma barganha divina.

Esses são outros que podem até tentar mas não cumprem os mandamentos absurdos que a religião evangélica impõe. Mesmo quando dizem que cumprem, a gente pega na mentira, em uma escorregada ou em outra. Aderem a esta religião não por amor a Deus e sim por temor a ele, ou ao diabo, ou ao que quer que o pastor ameace. É o medo de se foder muito que os mantém ali, afinal, coisas horríveis podem acontecer com quem não acredita naquele Deus. Todos aqueles que não acreditam e estão de alguma forma se dando bem na vida na verdade possuem muitos problemas e desgraças escondidas, porque não há a possibilidade de não ser evangélico e ser feliz de verdade. Só não explicam porque a maioria da população carcerária é evangélica e porque a maioria dos REINCIDENTES em crimes também são.

Quer dizer, eles explicam. Eles explicam tudo decoradinho, repetem tudo que o pastor fala, mesmo que muitas vezes seja fora do contexto do que está sendo discutido ou até mesmo os faça cair em contradição. Parecem aquelas atendentes de telemarketing que tem um livrinho com respostas padrões para dar e não podem falar nada além daquilo. Nessas horas eles me dobram, porque soltam aquelas burrices decoradas e nem ao menos percebem que estão falando burrices (burrice2), aí me bate aquela sensação de afeto que eu tenho por gente burra e não consigo brigar. Nessas horas é melhor chamar o Somir…

Tem o Santo Daime, que são um bando de drogados a pretexto de Deus. Se o chazinho não causasse alucinações, duvido que tivesse adeptos. É mais ou menos como micareta: para ser socialmente aceitável neguinho diz que gosta de Chiclete com Banana ou Asa de Águia (nem eu gosto dessas merdas) mas na verdade nego vai pela bebida e pela putaria, ou como os hipócritas que dizem que bebem cerveja porque gostam do sabor mas nunca na vida colocariam uma gota de cerveja sem álcool na boca.

Eu falaria sobre a Cientologia, mas eu já fiz uma postagem só sobre ela e tenho um pouco de asco de retomar o assunto. É uma religião tão cagada que nem merece menção.

Eu não ia falar, porque vou dar armas para gente burra me encher o saco, mas vou falar. Tem também o satanismo. Você acha que sabe o que é o satanismo, mas não sabe. Não deve saber nem o porque do nome. O nome em si já assusta e gera preconceito, graças a uma campanha violenta feita pelos católicos ao longo de séculos. Satanismo foi vilanizado, uma vez que prega a liberdade de pensamento e a independência do ser humano. Durante séculos outras religiões lhe atribuíram todo tipo de atrocidade. Cultos ao demônio, rituais envolvendo seres humanos, sacrifícios de animais, crimes e todo tipo de conduta socialmente reprovável foram imputados ao Satanismo de forma falsa. Infelizmente, colou. Colou e perdura até hoje.

O Satanismo original, sem estar coberto da merda que a igreja católica lhe jogou, se baseia na Idea de que cada indivíduo é uma divindade capaz de alcançar altos graus de evolução DESDE QUE não esteja ligado a nenhum dogma religioso que subtraia seus reais valores. Cada indivíduo tem que ter liberdade espiritual e filosófica de criar e desenvolver seus critérios e valores e ele próprio é seu sacerdote, seu salvador, seu Deus.

De todas elas, qual é a que faz mais sentido para você? Pois é, foi o que eu pensei…

Para me chamar de satanista, para fazer dos comentários uma cruzada religiosa (sim, agora é o momento apropriado) ou ainda para agradecer por um texto um pouco mais palatável e no formato convencional: sally@desfavor.com


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