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Des Portes: UFC 153

| Sally | | 52 comentários em Des Portes: UFC 153

Considerando que eu desisti do Flamengo e da Seleção Argentina e acho todo o resto dos esportes um pau no cu, só me resta escrever esta coluna sobre um assunto: UFC 153.

Não bastava ser no Brasil, o que por si só daria uma cagadinha no evento, tinha que ser no Rio de Janeiro e também tinha que ser transmitido pela GLOBO, para dar aquele Toque de Merda habitual. Adivinha QUEM narrou o evento? Galvão Bueno. Como se isto fosse pouco, nas primeiras filas em vez de atores internacionais renomados, aqueles xumbregas que estrelam a novela da vez. Em vez de Robert de Niro ou Al Paccino, Tufão e Max na primeira fila. Um desgosto só. A música? Michel Teló: “Ai se eu te pego, ai, ai, se eu te pego…”

O coitado do Cigano narrou as lutas ao lado do Galvão e, visivelmente constrangido o corrigia discretamente e tentava dizer algumas coisas pertinentes. Em vão, óbvio, porque Galvão Bueno não deixa ninguém falar e com sua demência senil cada vez mais acentuada fica repetindo a meia dúzia de coisas que aprendeu sobre luta. Destaque para Galvão soltando uma sequência de OSS em momentos inadequados. Para quem não sabe, OSS é um termo muito utilizado no mundo da luta, seja como resposta para ensinamentos, seja como fonte de energia. Galvão passou metade da noite gritando OSS. Em algum lugar Myiamoto Musashi se revira no túmulo.

Logo no começo da primeira luta transmitida pela Globo Galvão já mostrou a que veio. Começou dizendo que a transmissão era ao vivo: “DESSA VEZ, é ao vivo DE VERDADE”, porque afinal, não custa nada lembrar ao telespectador que naquela luta do Cigano a Globo transmitiu a luta horas depois dizendo ser ao vivo. Bacana ele debochar da desonestidade da empresa para a qual trabalha. Mas Galvão estava só começando. Logo depois soltou o resultado de várias lutas anteriores que seriam transmitidas posteriormente pela Globo, algo como contar o resultado do jogo de futebol antes dele começar. O lutador Cigano, que tentava (em vão) comentar a luta ao seu lado esboçava um constrangimento silencioso que chegou a ser comovente. Eu senti pena do Cigano.

Mas o ponto alto foi quando a enorme plateia que assistia à luta começaram a gritar “GALVÃO! VAI TOMAR NO CU!” sem parar. O técnico de som da Globo, que como qualquer ser humano portador de ouvidos, não deve suportar o Galvão, deixou o refrão ecoar umas três ou quatro vezes, para só depois abaixar o som externo e subir o volume da narração, de modo a deixar a voz do Galvão ainda mais em destaque e tornar a luta ainda mais insuportável para quem estava vendo em casa. Galvão berrava para abafar o grito da torcida. Por trás das câmeras, técnicos da Globo e organizadores do evento mandavam as pessoas pararem e alguns inclusive sofreram ameaça de serem retirados do local. O povo não se fez de rogado e insistiu: “GALVÃÃÃO… VIAAAADOOO!”. Pronto, lá foi a Globo e cortou o som externo de vez. Falta de fair play isso. Mas acho bom, porque só vai fazer aumentar a vontade das pessoas de xingar o Galvão daqui para frente.

Agora com o silêncio como fundo, os berros descontrolados do Galvão estavam em destaque. A quantidade de asneiras que ele conseguiu dizer em poucos minutos dava um misto de pena com ímpeto homicida. Galvão está de fato com demência senil. Perdeu o freio, o senso do ridículo, o bom senso. Tudo bem que nunca foi o forte dele, mas está em um ponto tão vexatório que não me espantaria se ele começar a peidar ao vivo no meio da transmissão ou então a coçar o cu e cheirar o dedo. Toda a narrativa foi permeada por aquele Toque de Merda da Globo. Cada uma das zilhões de vezes que Galvão falava o nome do Anderson Silva ele fazia o adendo “O Spider, o aranha”. Já deu, Galvão. Explica para ele que depois de quarenta vezes o povo entende que Spider significa aranha.

Minotauro ganhou, Galvão Bueno soltava comentários sentimentalóides dizendo da importância do jiu-jitsu brasileiro e de “lutar com o coração”, “representando seu país” e outras babaquices patriotas dignas de um plasil. Foda-se que metade das crianças do país não tem comida, casa ou atendimento médico de qualidade, o Brasil é o melhor no MMA. E por falar em criança, o evento todo estava com cara de Criança Esperança, só que um pouco mais violento Violento. Um nojo. Eu, que acompanho UFC/MMA desde os tempo em que eram uma rinha humana sem a menor divulgação me senti afrontada.

Mas o pior foi na luta do Anderson Silva, nossa Fadinha do Dente. Aparentemente ele é o novo RRRRRRonaldiiiiinho. A puxação de saco do Galvão foi nojenta, exaltando qualidades do Spider que ele dificilmente tem como saber, coisas como “um bom marido”. Como caralhos o Galvão sabe que ele é um bom marido? Sem contar que Galvão deve achar que rejuvenesce cinco anos cada vez que usa o termo “trocação”, certeza que ele acha que isso lhe dá uma vibe moderna e jovial. Não dá. Eu sinto dor no rim quando escuto Galvão repetindo compulsivamente e de forma descontextualizada o termo “trocação”. Sabe quando seu avô tenta usar uma gíria da moda para se enturmar e te desperta vergonha? Pois é. Aliás, quando eu escuto qualquer pessoa usando o termo “trocação” já me dá vontade de cortar ela da minha lista de contatos. É o efeito “a nível de”, só que na categoria esportiva.

A vergonha envolvendo a Fada do Dente começou antes da luta: o cidadão aprece em um comercial, de calçolas, pose de mau, aquela voz de Justin Bieber dizendo frases super artificiais do tipo “Já já a gente se vê na telinha da Globo!”. Muita vergonha alheia. Prefiro desfilar nua pela Av. Paulista com uma cenoura enfiada no cu do que me prestar a esse papel. Ele tem dinheiro, ele está no topo, ele não precisa disso. Mas brasileiro no geral é assim, não tem vergonha na cara e quanto maior a humilhação, mais divertido e espontâneo parece.

Se eu fosse o Cigano, eu teria enfiado minha cabeça no meu próprio cu de vergonha ou então coberto o Galvão de porrada. Ou ambos. Porque tem disso, a pessoa que cobrir o Galvão de porrada pode até ser demitida da Globo, mas vai entrar para a história, para o Hall da Fama e, eu juro, ganha até feriado próprio na República Impopular do Desfavor. Infelizmente o Cigano ficou escutando tudo feito um imbecilóide e não fez o Galvão engolir a própria dentadura. No aguardo de uma alma heroica que enfie a porrada no Galvão. Não um tapinha ou um soquinho, porrada mesmo, daquela de deixar o rosto da pessoa parecendo um Sharpei. Tenho fé que esse dia vai chegar.

Anderson Fada do Dente Silva se portou da mesma forma que sempre. Entrou no octógono e ficou ali acocorado como quem vai botar um ovo, imitando a posição do homem aranha e achando muito estiloso esse tipo de ritual-teatro-infantil. Imagina se existe alguma chance de brasileiro ser digno em um evento que será divulgado para o mundo todo? Não, não tem. Já achei que saiu no lucro o Carlinhos Brown não ter subido no octógono e ter tocado uma caxirola. Tava lá, o idolozão, o “melhor do mundo”, “a lenda viva da luta” e quaisquer outras merdas do tipo, se achando. Deve ser bom viver em um país onde você não precisa de habilidades intelectuais para ser admirado. Porque sim, eu acho que trabalho braçal vale menos, MUITO MENOS, do que intelectuais. Bota qualquer orangotango ou chimpanzé no octógono que ele cobre qualquer ser humano de porrada (exceto o Fernandinho, porque aquela porra é bizarramente forte).

O que foi o Galvão tentando pronunciar golpes e termos estrangeiros? A pronúncia de Galvão para CLINCH, SINGLE LEG e cia me fez sentir vontade de cometer suicídio A La Didi Mocó, abrindo meu maxilar com as minhas mãos. Aliás, essa foi a vontade que senti desde o começo desse evento brega, cagado e cafona. Um “Vale Tudo” onde não vale quase nada. Galvão parecia ler os termos estrangeiros em algum lugar e pronunciá-los como se escreve. Vai ver a dentadura não estava bem firme na boca e isso atrapalhou alguns encontros consonantais. Cigano tentava, educadamente, mostrar a pronúncia correta. Muito elegante, ele não corrigia abertamente, apenas inseria a palavra com a pronúncia correta e uma frase, mas a anta idosa continuava repetindo a mesma pronúncia equivocada. Galvão não escuta ninguém em sua verborragia ignorante.

O adversário da Fada do Dente era, como sempre, um caipira americano com no máximo uns 50 pontos de Q.I., daqueles que era burro demais para arar a terra e alimentar os porcos da fazenda onde nasceu e os pais colocaram para levar porrada com gente assistindo como último recurso para torná-lo produtivo. E branco, branco feito um papel. Evidentemente o caipira foi trucidado. Vamos falar sobre uma realidade? Negros são mais fortes do que brancos em igualdade de condições. Tem mais massa muscular, tem mais força, tem mais explosão. Vão me acusar de racismo? Estou falando da SUPERIORIDADE negra. Que tal, só para variar, botar a Fada do Dente para encarar um negão com histórico de treino em artes marciais? Não, né? Não vai rolar. Se fosse um branco com técnica, ainda vai, mas era só mais um caipira. Ele é o melhor do país dele? Beleza então, se isso é argumento, bota o Neymar para jogar contra o melhor jogador do Líbano e vê no que dá.

Anderson Silva ganhou e vestiu uma camisa do Corinthians (sentiram o nível?) com o símbolo da Nike (que patrocina travequeiro que é flagrado em motel com traveco e cocaína). Galvão se descontrolou e gritava coisas patriotas. A Globo colocava aquela vinhetas “BRASIL-IL-IL-IL!”. Quando encerraram o evento eu estava fisicamente nauseada. A Fada do Dente usou o microfone para implorar aos cariocas que não caiam na porrada na saída, porque né, já conhece o naipe da plateia. Por mais que seja verdade, pois carioca adora uma porradaria em qualquer lugar, achei ofensivo abrir isso ao mundo. Deixa eles descobrirem sozinhos em 2014, que vai ser muito mais divertido!

Novamente as pessoas gritaram e comemoraram a vitória “do Brasil” pelas ruas como se fosse a cura do câncer, como se com isso passassem a ganhar um salário digno, como se após essa vitória hospital público não fosse ruim o bastante para injetar sopa na sua veia. Antes de se retirar, a Fada do Dente tirou onda por ter lutado em uma categoria “acima” da sua, já que o caipira branquelo pesava mais. O que ele não conta é o quanto ele se desidrata para chegar na pesagem com um peso infinitamente inferior ao seu e o quanto come depois para ir lutar com muitos quilos a mais. Quem se importa? O Brasil tem um herói, o Brasil precisa de heróis. Herói e bom marido, porque nas horas vagas Galvão deve dar o cu para ele, só assim para afirmar com tanta certeza…

No final, uma entrevista com o Minotauro e o Anderson Silva. Galvão gritando “ANDERSON SILVA É DO BRASIL!!!” e dizendo que ele é o maior ídolo esportivo do Brasil. Pelé não curtiu isso. Se bem que Pelé não deve curtir muito Galvão desde 1994, quando Galvão disse ao vivo “só se eu der com uma marreta na cabeça dele” enquanto reclamava que Pelé falava demais. Certamente não demora muito tempo para que Galvão diga a outro fulano qualquer que ele é o maior ídolo esportivo do Brasil, é aquele tipo de elogio que se faz da boca para fora para todo mundo, uma coisa meio sem credibilidade, estilo Faustão. Eu acho vergonhoso, mas o Galvão acha bonito dar esse toque puxa-saco e passional às narrações.

Anderson Silva acabou de cagar a entrevista dizendo que sua maior inspiração é Ronaldo, o Fenômeno (travequeiro cheirador). Também chamou o Minotauro de “uma lenda viva” (oi? defina “lenda”). Galvão se despedia de cada entrevistado com a frase “Deus te abençoe”. Tô falando, é demência senil. Se despedir de porradeiros que acabaram de tirar sangue de outros seres humanos por esporte com um “Deus te abençoe” é quase como que se despedir de mim dizendo “que a força esteja com você”.

Mas o pior, o pior mesmo foi quando enquadraram o Galvão de corpo inteiro: uma pança asquerosa coberta por um uniforme coladinho vermelho, parecia um tomatinho recheado de merda. Galvão, querido, já que você entra na faca para corrigir a nareba, para tirar as rugas, já que pinta o cabelo e faz tantas outras coisas pela estética, vamos dar uma malhadinha? Vamos fazer uma lipo? Ou então, vamos colocar uma bancada e narrar as coisas sentado, escondendo a pança? Quer se comportar como garotão? Então faça a parte difícil também e TENHA corpo de garotão! Tive dificuldades para dormir depois de ver a pança do Galvão. Meus mais sinceros parabéns para a esposa dele, pois encarar esse sujeito sem roupa requer muita coragem. Ela sim é uma lenda viva, uma heroína nacional. Porque uma pessoa chata e sarada, quem sabe. Uma pessoa legal e barriguda, quem sabe. Mas GALVÃO BUENO com aquele corpo todo cagado é o demônio de alpargatas.

Sério mesmo, eu amo vocês, amo escrever sobre esportes nessa coluna, mas, sinceramente, isso está me fazendo mal. UFC nunca mais. Preciso encontrar um novo esporte para acompanhar. Que nojinho….

Para me sugerir que eu passe a acompanhar Curling, para gritar CALA A BOCA SALLY ou ainda para propagar a tese da demência senil do Galvão: sally@desfavor.com


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