Desfavor Convidado: Borderline.

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Desfavor Convidado é a coluna onde os impopulares ganham voz aqui na República Impopular. Se você quiser também ter seu texto publicado por aqui, basta enviar para desfavor@desfavor.com.
O Somir se reserva ao direito de implicar com os textos e não publicá-los. Sally promete interceder por vocês.

Transtorno de personalidade borderline.

Esqueça o Google nesse momento e preste atenção no que vou dizer, pois o tormento de ter um transtorno de personalidade borderline (ou limítrofe) vai além dos critérios descritos em qualquer site que você leia.

E se você ler algo e se identificar e se auto diagnosticar como “borderline”, tenha em mente que muitos dos traços de alguém com um transtorno é comum em várias pessoas, o que se torna um problema, é a intensidade, quando ele lhe impede de viver. Muitas pessoas, jovens, se sentem diferentes, passam por oscilações de humor, acreditam ter e, também, pensam que um transtorno é uma resposta “Ah, então por isso eu sou assim”. Não, é, sobretudo dor e fúria, sem glamour algum. “Ser normal demais é chato”, não consigo descrever o quão ofendido eu me sinto quando com tal comentário. Somente quem não é uma pessoa perturbada, atormentada, pode falar algo assim. E também, alguém ignorante quanto ao tema.

Eu, diagnosticado há anos, somente consigo me sentir um tanto quanto normal quando estou medicado por drogas diversas: Antidepressivo, moderador de humor, antipsicótico e, por vezes, ansiolítico. Nenhuma dessas substâncias é natural ao nosso organismo, que reage a elas nem sempre de uma forma muito agradável ao paciente, os efeitos colaterais são diversos:

Sono em excesso, náuseas sem fim, fraqueza nos membros, diarréia, cefaléia, insônia. Entre outros tantos. Meu coquetel não me causa impotência, mas há quem precise de outras drogas em dosagens que cause isso sim. O mais normal que posso ficar é dopado. Com o cérebro trancado em uma jaula e um sentimento de estar alheio ao mundo. O comum é sentir que estou pisando em gelatina.

Espero que até que você leitor conclua a leitura, a ilusão e a glamourização do que é ter transtorno tenha começado a ser transformada.

Ter um transtorno não é como ter um adesivo para deficientes que lhe concede uma vaga especial, existe pouca empatia por parte das pessoas, poucos parceiros entendem que uma das principais características é o medo do abandono, que são comuns esforços frenéticos para evitar ficar sozinho, necessidade constante de não se sentirem sem apoio. Qualquer ato mínimo do parceiro irá fazer com que o TPB se sinta rejeitado, desvalorizado e, isso irá desencadear uma crise.

Mas as crises não ocorrem somente em relacionamentos homem-mulher.

Lembro que me por anos minhas notas no colégio a cada bimestre eram as máximas, esperava elogios, mas uma vez ao perguntar o motivo deles não se importarem com isso, ouvi “Sei que não preciso me preocupar com você, além disso, estamos sempre preocupados com seu irmão”. E em seguida sempre escutava um elogio para ele. Reação agressiva minha, provocava alguma briga, discussão, chorava de dor e ódio. Em seguida, depressão.

Hoje você diz bom dia sorrindo, amanhã está de mau humor (como qualquer pessoa normal), diz um bom dia diferente e, o TPB, com seu ego frágil e doentio pensa “Ela mudou comigo!”, “Ela não gosta mais de mim”, o que desencadeia uma discussão ou simplesmente um afastamento da pessoa, pois ele irá vê-la como alguém ruim, má, que não gosta dela e não merece sua consideração. E também a auto-imagem que um borderline faz de si mesmo oscila entre se sentir o máximo, poderoso e, sentir-se um uma pessoa ruim, um paria. A aparência também é algo preocupante, se sentem feios, inclusive indignos do parceiro. É comum a distorção da imagem (inclusive alguns borderlines desenvolvem transtornos alimentares, entre outras comorbidades possíveis).

A rápida valorização, idealização, diante de recém conhecidos e, uma desvalorização que ocorre na mesma velocidade, faz com que o borderline se envolva em relacionamentos conturbados, instáveis. Isso se repetindo em um ciclo doentio.

Por vezes, a inteligência emocional de um TPB beira a de uma criança de cinco anos. E uma criança má e mimada, porque borderlines sabem como ser cruéis e colocar o dedo na ferida, por vezes, até são violentos.

Quando estou hiperativo penso em mil coisas, as quais naquele momento fazem sentido, entro em discussões banais, agrido com palavras pessoas pelas quais tenho carinho. Mas quando passa esse estado, tenho consciência dos estragos, depressão. “Sinto muito eu não queria ter dito aquilo, não penso assim de verdade, eu não sou assim”. Discurso comum. Como resultado, pessoas importantes pra mim acabam se afastando.

A impulsividade leva um TPB a se envolver em brigas, por vezes corporais. Eu até pouco tempo andava com um soco inglês no bolso, já desci do carro com extintor de incêndio na mão, em uma discussão no trânsito. Já joguei meu carro em cima de outro, de uma senhora.

Eu sempre escuto uma voz dizendo “você tem de fazer isso”, a tristeza, o vazio, essas emoções costumavam me levar ao uso de qualquer coisa pra me fazer fugir da realidade, bebida e outras coisas mais, mas gastar também me fazia bem. Os mesmos sentimentos que me motivavam a isso retornavam mais fortes, pois vinham acompanhados de um remorso, culpa, sensação de fraqueza e impotência. Não que eu tenha eliminado isso.

Existe para o borderline um risco aumentado para prática de sexo promíscuo, gastos compulsivos, abuso de substâncias, automutilação e menos comumente, se queimam. Um colega, 45 anos, é adicto e entra e sai de clínicas de reabilitação. Tentativas de suicídio são comuns, algumas são feitas no desespero, sem premeditação; uma tentativa de parar a dor. Outras são realmente para chamar a atenção. “Eu existo, se importe comigo, me ame”. Ao menos três colegas de um grupo de borderlines que eu freqüentava se suicidaram.

Causas? Pré-disposição genética aliada com fatores externos é o mais comum, os meus foram alguns, como abusos de diversas formas: Sexual, moral; Agressões e abandono; Ausência dos meus pais e suas atenções; Predileção pelo seu primogênito; austeridade paterna motivada pelo álcool em seu sangue. Costumo fazer a analogia de que tenho um software ruim, instalado em um hardware defeituoso.

Lembranças de ouvir “Como você é feio”, “Você é uma criança má”, e os abusos, os quais fui compreender durante a pré-adolescência, esses fatos me danificaram e penso não ter conserto, somente pequenos reparos pra ir sobrevivendo.

Vivo com um excesso de sensibilidade, como se tivesse sofrido uma queimadura de terceiro grau, um inferno que beira a loucura, aonde o mínimo fator já altera o meu humor e, as reações nunca são ponderadas ou saudáveis. Sofro com as incertezas sobre minha carreira, muitas mudanças de círculos de amizade, relacionamentos instáveis, personalidade indefinida, sem identidade… Sempre olhando pra fora, nas outras pessoas, agindo feito uma esponja, adquirindo trejeitos, gostos, mentindo pra elas e pra mim mesmo, apenas querendo encontrar meu lugar nesse mundo.

Até esse ponto talvez você pense “Mas todo mundo é assim”, volte e releia aonde eu falei que a chave é a intensidade, e se alguns desses aspectos atrapalham sua vida, um tratamento é necessário. Além do uso da medicação, a psicoterapia é importante, creio que hoje seja capaz de manter uma relação saudável um dia, talvez filhos, estou mais sociável e tenho mantido amigos, uma vida. Ainda tenho meus surtos, como no momento em que sentei para escrever esse texto que editei , pois enquanto eu o escrevia, meu humor foi mudando.

O tema é vasto, existem diversos livros, para transtornados e familiares, o melhor é o “Pare de pisar em ovos”, uma busca rápida pelo Google lhe retornará resultados sobre esse livro. Não tinha como evitar exemplos pessoais, creio ter sido a melhor forma de tentar elucidar um pouco sobre o tema.

Minha vida poderia ter sido outra, minha carreira e relações foram prejudicadas. Mas nunca usei qualquer desculpa para minhas atitudes, nem me coloco em um grupo de “Intocáveis”, pois não me interessa piedade e compaixão. Também desprezo pré-conceito.

Assinado: Anônimo.
Nota do Somir: Não sabia se a pessoa queria se identificar. Preferi pecar pela cautela… Se quiser, é só avisar (por aqui ou por e-mail) que eu corrijo.

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Comments (102)

  • Por último,
    sua vida não poderia ter sido diferente, nem mesmo uma vírgula, ela foi exatamente do jeito que deveria ser, cada experiencia, cada aprendizado, cada sofrimento, cada alegria..

    Quanta determinação, quanta resiliência, quanta força de vontade voce não adquiriu em todo esse percurso tortuoso? Voce tem um poder muito maior do que imagina, só não descobriu ainda..

    Tudo tem uma razão meu caro, o niilismo é a maior das ilusões, a resposta não está nos seus livros, a resposta não está nos outros, nos seus terapeutas, nos seus amigos… A resposta não está fora, ela está dentro! Busque a si mesmo, se lembre de tudo que voce já viveu, tudo que voce já aprendeu, e voce conseguirá encontrará a saída.

    E um dia, voce olhará para trás, para todas as pessoas que te fizerem sentir tanta dor, tanto desespero, e nesse momento voce verá que foi graças a tudo isso que voce se tornou tão forte, tão sábio, tão empatico, tao caridoso.

    Somente aquele que já sofreram podem entender a dor dos outros.

    Boderline significa aquele que vive nos limites dos extremos, isso significa que a resposta se encontra no caminho do meio, no equilibrio. Como encontrar esse caminho? Esse é o seu desafio. Lute!

  • Espero com todas as forças que voce leia isso:

    Voce não é doente, voce é sensível, seu software não é quebrado, ele é muito mais potente que os comuns, e voce é forte, por que pra voce a gravidade é muito mais intensa, e mesmo assim voce segue caminhando, mesmo com os pés sangrando, com as costas pesadas e quase desabando, mesmo assim voce ainda esta caminhando.
    Os remédios vão lhe fazer pequenos reparos e lhe ganhar tempo, aproveite eles e o resto de força que voce tem, porque eu sei que voce tem, e reflita, busque o auto conhecimento das formas que lhe convierem, estudo os grandes mestres, busque seu passado, mas encontre onde os encanamentos estão furados e os concerte, EU acredito acredito que voce consegue terminar os reparos. Eu acredito em voce.
    Porque se eu consegui, voce também consegue. E então voce conhecerá a felicidade, que nós sempre acreditamos que não existia para nós.

    “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”

  • Sou casado com uma border! A sensação que tenho é ser casado com uma versão feminina do Dr.Jekyll (Mr. Hyde) de o médico e o monstro. São constantes e abruptas as mudanças de humor. E como diz o texto “inteligência emocional de uma criança” nas crises mais brandas, ainda. Há momentos que a personalidade oscila de uma forma que ela vora outra pessoa. Se torna cruel, destilando ódio e amargura, agindp maldosamente e lançando toda espécie de agressão gratuita. Do nada parece que alguém aperta um botão, e imediamente acaba tudo como se nada tivesse acontecido.

  • Essa emotividade excessiva, de uma alegria a uma infelicidade extrema, choros sem explicação, e a sensação de que um demônio mora em mim, tenho ataques de pânico, nos quais desejo vomitar todo esse inferno, mas só saem lágrimas, que sejam elas então, fragmentos dessa força obscura.

  • Eu acho que sou borderline. Sinto um medo terrível de que as pessoas que eu amo vão embora, principalmente nos relacionamentos amorosos. As pessoas acabam indo porque nesse mundo, ninguém é de ninguém. Daí eu entro em depressão, pois em se tratando de relacionamentos amorosos, eu me torno dependente emocional e sinto um vazio de morte quando os relacionamentos acabam e sempre são relacionentos instáveis. Do mesmo jeito que amo alguém, sou capaz de odiar. Eu só não me considero agressiva e nem promíscua, mas li que há borderlines implosivos, que voltam a agressividade para si mesmos. Agora mesmo, é madrugada, eu me sinto abandonada por um relacionamento instável, estou depressiva e pensando besteira, mas sei que só vou ficar no pensamento. Também tô infeliz naquilo que eu faço, que é ser professora do Estado, mas não efetivada. É altamente desestimulador dar aulas para uma garotada que só pensa em funk e diz que não sabe o motivo de estar copiando o lixo de lição que eu passo. A família não me ajuda. Oro, peço a Deus uma solução e nada. Viver tá bem difícil.

  • Por um momento pensei ser eu o autor desse texto, é exatamente como me sinto. É muito triste … E o sentimento de culpa que me ronda é sufocante.

  • Olá, muito explicativo o texto. Meu marido foi diagnosticado com esse transtorno a 1 ano atras e somos casados a 30 anos. Não tem sido nada fácil, so depois de descobrir a traição que descobri que ele é promiscuo também,está em tratamento , quase nos separamos,mas resolvi dar mais uma chance pois concordou em se tratar e levar a sério o tratamento, todos sofrem, filhos,parceiros e pais, quase perdemos tudo, estamos lutando juntos para tentar amenizar os estragos e as dores e quem sabe reconstruir a nossa relação, e conseguir um pouco de paz para todos nós, pois todos merecem dormir em paz sem tantos pesadelos e poder usufruir do que a vida nos proporciona. Não desistam!

    • Camila, meu conselho é justamente o oposto: libertem-se e desistam, vão viver uma vida normal. Uma pessoa assim será sempre um problema. Por mais tratamento que faça, vai ter muitas recaídas e nunca ficará curado, será sempre necessário terapia e remédio para tentar mantê-lo na linha. Quem quer viver com o constante medo do parceiro despirocar e começar a agir de forma promíscua? E use camisinha, para não pegar nenhuma doença!

    • Olá Sally, concordo plenamente com vc, mas vc em outros comentários diz exatamente o contrário, diz que não tem cura mas que pode se ter uma vida com melhores expectativas se levar o tratamento a sério. Então uma pessoa com esse transtorno está condenada a viver sozinha? Conversei com a psiquiatra dele exatamente sobre essa questão, se eu fosse embora e me liberasse e liberasse ele se não seria melhor para os dois e ela me respondeu que para mim seria , mas para ele não , ela não pediu para que eu ficasse , pois eu viveria melhor sem ele, so me disse que ele era um homem que valia a pena lutar , pois ele não era uma pessoa má, que existia uma possibilidade ainda. Por isso eu ainda estou com ele.

      • Pode. Pode ser que sim pode ser que não. Na maioria esmagadora dos casos,a pessoa tem recaídas, faz muita merda, respinga no parceiro. Sou realista, sei que as chances de uma regra geral acontecerem são muito maiores do que de uma exceção, por isso acho que não vale a pena. Eu me amo mais do que amo a qualquer outra pessoa e me preservar está no topo das minhas prioridades.Recomendo que você se ame mais do que ama outra pessoa e se poupe de situações de violencia e sofrimento, pois a vida é muito curta.

  • Nossa, acho que estou descobrindo hoje que sou boderline, e mais que nunca, agora, pretendo conversar com um profissional bom que não seja careiro, alguém pode indicar? Existe algum que atenda plano de saúde, alguém saberia me informar? Acredito que esta seja mais uma patologia da Alma do que qualquer outra coisa. Sou de Escorpião com ascendente Câncer – descobri que pessoas com ascendente em Câncer (Gêmeos e Peixes também) no mapa astrológico, como o pintor Van Gogh por exemplo, são pessoas muito impressionáveis e com uma hipersensibilidade, e, dependendo de outros aspectos planetários é claro, principalmente o posicionamento da Lua, etc, o quadro psíquico pode se intensificar. Acredito que a linha Junguiana séria pode nos ajudar mais.
    A primeira parte da minha infância tive um convívio tranquilo em família, sempre fui uma menininha alegre, “cantarolante”, tinha um pianinho onde tirava músicas da TV de ouvido, gostava de desenhar pequenas bolinhas nas paredes kkk enfim, era uma pequenina saudável, num ambiente saudável.
    Chegando a puberdade, e, depois que meu pai saiu de casa, eu e meu irmão que já estávamos começando a nos estranhar kk, passou a piorar e piorar, e as brigas perduraram, eu cheguei a desejar ardentemente sua morte, um ódio misto com medo… até o momento em que saí de casa para morar com meu pai, e depois num templo Hare Krishna…Mas acredito que minha relação conturbada com meu irmão (que também era muito agressivo com minha mãe), Essa foi a fagulha que inicializou o estado em que me encontro hoje, acho.
    Na escola, sempre tive o fantasma do bulling e da rejeição dos outros coleguinhas, mas sempre tinha um ou outro que eu conversava (de classes mais adiantadas geralmente), e somente no colegial fiz um pequeno grupo seleto de amigos sinceros.
    Estudei piano, fiz natação, balé, Panamericana de Artes, Design Gráfico, Enfermagem, Administração, entre outros, mas não consegui concluir nenhum deles a ponto de me especializar ou ser alguém atuante no mundo, à não ser pela tatuagem, que embora não tenha feito uma escola eu fiz bons trabalhos, mas não consegui ficar nos estúdios devido ao meu temperamento explosivo ou desmotivação. Mas as razões das interrupções eram sempre uma mescla de fator mental, emocional, econômico e motivacional, portanto amo e odeio as coisas, mas às vezes meu ódio prevalece aí eu largo tudo e mudo o foco.
    Nunca tive um trabalho por muito tempo, em quase todos eles entro em embates com os outros, com o chefe, colega, por ser extremamente psíquica e à flor da pele. Já tentei trabalhar com o que eu considero de tudo: Vendas em lojas, porta em porta, instrutora de surf (quando morei na praia, pois já morei em muitos lugares e isso rende um outro assunto), pintora artística em confecções, garçonete em restaurante, massagista sensual para não dizer outro nome, e agora no setor administrativo. Haa aí sim ela encontrou juízo!! – diriam alguns… vou dizer pra vocês, este último, é o pior e tem desbotado minha alma em todos os sentidos.
    Estou casada há 10 anos com uma pessoa maravilhosa, um verdadeiro amigo, e trabalho atualmente numa grande empresa, num ambiente corporativo onde o que impera é a falsidade. Pesco as intenções das pessoas num simples bom dia, ou olhar, e como sou franca, já demonstro logo, e às vezes ríspida na medida que dá para ser kkk (ou então é justa causa) ou se não der para demonstrar, vou ao banheiro ou um local isolado e esmurro ou chuto as coisas, chego até a quebrar algo, de tanta ira que sinto… Por que não entendo o que fiz às pessoas para não serem honestas comigo… para não gostarem de mim, sei lá… elas nunca são claras então sempre acho que as brincadeiras são a meu respeito, se estou esperando algum procedimento ou resposta de um colega e ele demora, eu já acho que está de perseguição, e eu sinto um ódio mortal dessa pessoa na hora, embora quando passa a situação eu converso com ele normal.
    Um dia desses tive um ato impulsivo de querer agredir uma menina botando o pé pra ela cair, só porque considerei dela um ato de falta de educação e respeito com os mais velhos… já pensou? isso poderia me causar uma cana!! Ainda bem que ela não caiu, e foi muito discreto… mas foi um ato abominável da minha parte! Preciso de ajuda!

    • Por favor namorei com um borderline e estou em desespero!!! Amo-o demais e em questão de dois meses ele passou de cavaleiro andante (eu era a mulher da vida dele, tinha rosas no carro e a casa cheia de post its com mensagens de amor) para agressões verbais, humilhações, objectos partidos e até agressão fisica!!! há alguém com este transtorno que possa entrar em contacto comigo? Dois anos depois terminou abruptamente a relação e dois dias depois de terminar comigo juntou-se com outra mulher e espalha aos 7 ventos que a ama!!! Deixou uma relação estável comigo do nada para o incerto! Se alguem puder entrar em contacto comigo para explicar a minha história e tentar compreender o meu email é andreiamiranda_@hotmail.com. Quem sofre de este disturbio, depois da fase da ilusão, costuma voltar atrás? tinhamos descoberto o que ele sofria e agora, tão perto, não o queria perder…

  • Sofro de boderline, descobri a uns 3 anos atrás através do meu psiquiatra. Sei que esse transtorno não tem cura e todos os dias quando acordo me pergunto “porque eu?” minha vida poderia ser diferente, eu poderia ter amigos e ter um relacionamento normal. Ter uma vida normal e sair e me divertir. Faz mais ou menos 1 ano e alguns meses que não saio a não ser para o trabalho que sou obrigada a ir. Tomo remédios para não ter um surto mas sei que não funciona. Já quase matei e quase me matei 2 vezes. Não vou mas escrever pois é horrível se drescrever. Obrigada!

    • Não tem cura, no sentido de que você sempre vai precisar de medicamento, mas sim, você pode ter uma vida “normal”, encontrar seu conceito de normalidade. Remédio TEM QUE ser acompanhado de tratamento psicológico, para que você aprenda a funcionar dentro dessa forma de ser.

      Vai por mim, você pode ter um relacionamento normal e uma vida normal, por mais que hoje você ache impossível. Investe no seu tratamento, que não é vergonha alguma tomar remédio (diabéticos tomam remédio a vida toda e levam uma vida normal) nem fazer terapia (todo mundo deveria fazer!)

      Não desista de você. Eu sei que hoje parece que não tem jeito, mas se você investir no seu tratamento e fizer uma boa terapia vai poder alcançar uma vida satisfatória.

    • olá gostaria de saber porque meu texto que mandei para vocês em agosto nunca foi publicado, li que vocês tem algumas regras mas tenho certeza que o texto seria de muita ajuda para quem sofre dessa doença monstruosa, na regra fala que se o texto não for publicado alguém me responderia por email, acho que sally…..bem fiquei muito triste por não ter meu comentário postado ai (aqui) na verdade era o relato do que vivo, e pelo que li aqui é o que todos falam também. Não sei o motivo, mas gostaria muito de ouvir (ler) algum comentário de quem realmente entende a doença e vive na pele…..e respondendo a anônima do dia 15 de outubro, sinto informar que tomo medicação e faço terapia desde os 19 anos e nunca apresentei melhora, apenas piora a cada dia. Isso é pior do que um câncer pq o câncer te mata logo e a doença mental não ela te escraviza até você tentar suicídio 14 vezes, nenhuma tentativa de homicídio até o momento, nessa parte de ser agressiva a doença não desenvolveu em mim…..se tivesse acho que estaria presa. Espero que seja publicado.

      • Eu publiquei seu comentário sim, se ele não está aparecendo, me avisa que é sinal de que o blog está com problemas.

        Sobre seu texto, provavelmente o Somir não deve ter recebido quando eu enviei para postagem.

        • esta aparecendo sim…estou no hospital gravemente doente so que dessa vez não foi tentativa de suicídio, acho que pedi tanto pra morrer que alguém me ouviu….o texto eu publiquei mais abaixo como comentário.

    • Sou mulher tenho 22 anos, não fui diagnosticada como limítrofe porque ainda não procurei ajuda pois tenho medo do diagnóstico, de saber que não sou normal… Agora meu humor acabou de mudar!!!! Me desculpe se minhas palavras ficarem sem sentido. Mais minhas oscilações repentinas de humor me prejudicam muito. Tenho medo de ser tratada de forma errada e ficar dopada por remédios pra controlar isso. Já não consigo estudar, trabalhar me socializar com as pessoas e minha família. Saber que também viveria isolada do mundo só agravaria minha depressão. Uma tristeza e ira profunda que só aqueles que compartilham disso sabe do que eu falo. E muito difícil falar de mim pois não sei quem sou eu, do que eu gosto, ou de quem eu gosto,. Hoje sou uma amanhã outra. Tinha a sensação de que estava desaparecendo e agora sei o porque. Sabendo desse transtorno tudo faz mais sentido. Estou resistindo ao tratamento pq não quero dar meu braço a torcer. Mais agora está se tornando insuportável viver com isso. Saí de um emprego ótimo e temo não conseguir trabalhar.. Pois Minhaa mudanças prejudicam meu trabalho minha vida tudo!!!! Que Deus me ajude pois estou quase convencida a pular desse abismo confuso e brilhante que e minha mente, e abraçar a morte como solução. Pois só dando adeus a esse mundo pra não sentir mais essa dor que não passa a sete anos. Estou cada vez mais fraca.

      • Procure um médico, nao tenha medo. Se ele nao resolver, procure outro. E outro. É algo que tem tratamento, não há motivos para viver nesse sofrimento.

        • Não é médico que cuida disso. Ela tem que procurar um bom psicólogo que saiba trabalhar com Terapia Comportamental Dialética. Ele vai saber avaliar se há necessidade de remédio e, neste caso, encaminhar para um psiquiatra.

          • Terapia comportamental é O MAIOR ESTELIINATO DO MUNDO.

            Pior coisa é gente ignorante dando conselho! Terapia comportamental te adestra feito cachorro em vez de tratar a raiz do problema!

            Fora que muitas vezes é necessário o uso de medicamentos, que terapeuta ESTA PROIBIDO de prescrever.

            Terapia comportamental é a homeopatia das terapias. Não caiam nessa furada!

            • Vc esta falando besteira.A TCC é considerada o melhor tratamento para transtorno borderline.Eu sei disso,pois faço tratamento,pois sou border.
              Vc vai indicar o que?Psicanálise?
              Psicanálise é furada,TCC é ciência.Pode não ser perfeita,mas é o melhor que temos hoje em dia.
              E não existe medicação especifica para borderline.Os remédios tratam apenas as comorbidades,como depressão,ansiedade,insonia,instabilidade de humor.

              • Desculpa, Raquel, mas Comportamental é lixo e existem dezenas de estudos que comprovam isso. É inclusive motivo de piada e referência de maus profissionais entre os psiquiatras de maior renome e prestígio nacional e internacional. Você pretende saber mais do que eles?

                Você tem todo o direito de discordar de mim, mas vai ter que arrumar um argumento melhor do que “eu faço”.

      • segue o texto que enviei para o email de vocês em agosto……por favor publiquem
        Bem eu sou nova nessa coisa de grupo e de site pois nunca achei nada aqui na minha cidade tipo um grupo de mutua ajuda como o AA tem apenas NA neuróticos anônimos que não ajuda em nada, frequentei 02 anos, bom tenho várias doenças psiquiátricas sendo a depressão, o TPB que eu sempre soube que tinha mas não sabia o nome disso (monstro) e atualmente também fui premiada com o diagnostico de bipolaridade (eu não concordo) tomo remédios desde os 19 anos de idade hoje tenho 33 e nunca deixei de tomar e nem de fazer terapia, de tentar de tudo..tudoooooooo mesmo todas as religiões seitas doutrinas tudo. Bom se eu for contar minha vida aqui vocês não vão ter saco pra ler…mas seria importante pra ajudar alguém..estou atualmente muito pior do que nunca estou impossibilitada de trabalhar porque tentei suicídio dentro do meu trabalho (é um hospital)desde então 2 anos e alguns meses atrás não estou trabalhando estou afastada por atestados e recebo através do INSS enfim acabei minha profissão que é enfermeira e fora tudo ainda fui processada por tentar suicídio pelo Conselho da minha profissão (coren) e fui condenada, hoje não sei mais o que ser ou fazer ou estudar porque não acho que eu deveria pagar assim por uma coisa que so fez mal a mim, bom perdi a profissão, o emprego esta por um fio, família nem sei o que é isso pois trato meu filho e minha mãe como cachorros, não tenho mais amigos pois afastei todos com minhas bebedeiras, quase todos sabem que sou doente então não sei se foi a cachaça ou a doença, gastei muito, a ponto de fazer uma divida enorme no nome da minha irmã e ela ficou suja, pra piorar eu comecei a querer ter um namorado achando que isso vai tirar meu vazio e minha falta de amor próprio (olha a burrice da pessoa) e vai preencher a falta do emprego que ele vai me salvar, só que so dei azar e arrumei pessoas complicadas, típico né? E esse ultimo já disse que não me quer e eu disse que não tem problema desde que a gente fique juntos, ai eu quem compro as coisas pra gente comer, e faço papel de idiota o dia todo, mandando mensagem pois (sou uma desocupada), ligando, correndo atrás, perguntando quando vamos nos ver, ai ele diz não sei, ai eu digo e quem sabe? Ai ele disse vai depender….eu digo depender de que??? Ai ele me esculhamba sem nem sonhar que sou border ele diz já lhe disse que não temos nada e que não quero cobranças….a gente não so faz sexo, sai também (ou ia, mas é praia, cinema , barzinho)….ah o sexo eu tenho libido porque tomo dois bup por dia. Bom Sally me ajuda, se possível fala comigo via email, qualquer ajuda eu quero de todos que lerem isso aqui, gente é bem pior do que isso eu so estou contando por cima e esse fato dessa humilhação com esse rapaz (ah já ouvi de tudo, vc é bonita, inteligente, se valorize, não corra atrás dele) mas eu não consigo…fica uma coisa na minha cabeça dizendo mande msg se humilhe vá faça isso aquilo e quando vejo me humilhei até o ponto de dizer que ele podia ficar so transando comigo e eu aceitava…obrigado!

  • Bom Dia.
    Estou em crise e elas crescem assustadoramente, qdo caio em mim vejo o quao pequena era a questão e o quanto ela cresceu e me dominou. Sou uma border diagnosticada ja a algum tempo e que depois de muitas e muitas crises enfim levou a serio o monstrinho que me domina e me faz agir de maneira que depois me arrependo. Desde o dia que o texto foi publicado todas as vezes que passo por crises releio e isso me traz conforto.Mesmo medicada e fazendo terapia com frequencia me sinto fragil e dependente de quem amo chegando a levar essas pessoas a exaustão. Perco por completo a concentração e fico em estado de nervosismo absoluto, falo coisas desconexas repetidas vezes, depois fico com vergonha e culpa e desculpo o que me fizeram mesmo que nao seja uma bobagem.
    Prefiro me afastar e muitas vezes crio mundos para viver.
    Sabe o que mais me assusta? Diante de coisas serias consigo ser a pessoa mais equilibrada e sensata que existe. Como posso ser tantas em uma? Doce, amarga, cruel, compreensiva…
    Melhorei bastante quando comecei a levar a serio o tratamento, há menos de um ano, mas me sinto refem de mim mesma.
    Antes me autoflagelava com frequencia, me dizia as piores coisas imaginaveis e sentia pena de mim depois. Chorava e depois me sentia forte o bastante e tendo a sensação que isso nunca mais aconteceria.
    Interrompi tratamentos por conta e risco e isso me deixava feliz por que eu sozinha tinha me bastado. Passava periodos bem e dona de mim e depois me aprisionava.
    Não levava a serio a opinião dos especialistas que sempre me diziam que as crises voltariam mais fortes, que infelizmente é incuravel, mas que o tratamento ameniza.
    Uma vez uma médica me falou que um dia a vida perderia a graça pra mim e que tentaria acabar com ela. Esse dia chegou e só nesse dia depois de anos de batalha enfim me levei a serio. Hj me trato e me entendo, pq me achava fraca e me deixava vencer, hj tenho consciencia que é um transtorno serissimo e comigo ainda tem um atenuante, a genética, avô, pai, eu…
    Nao sou manipuladora, mas, sei que faço ainda pior, sou minha inimiga.
    Precisava escrever e assim matar as saudades da Sally.
    To sumida mas, sempre que posso e preciso leio o blog.

    • O primeiro grande passo você já deu: perceber que tem um problema e que precisa sim de ajuda. Sinceramente, quem de nós, de uma forma ou de outra, não precisa o tempo todo de ajuda? Diabéticos precisam de insulina se não não sobrevivem, pessoas com colesterol alto precisam de remédios diários… Você tem uma disfunção bioquímica no seu cérebro e precisa de um remédio para seu corpo funcionar melhor tanto quanto um diabético ou uma pessoa com colesterol.Não vejo demérito em tomar remédio, hoje em dia quase todo mundo faz uso frequente de algum tipo de remédio. Faça as pazes com isso e continue com seu tratamento. Com o tempo você vai aprender a conviver de forma pacífica com ele. Não lute contra algo que torna sua vida melhor. Se precisar conversar mais pode me mandar um e-mail.

      • Sally, hj sei que preciso dos remedios. Não acho demerito usar.
        Antes me achava o máximo pelo tratamento interrompido por mim mesma.
        Hj sei que isso me fez ainda mais vulnerável.
        Fique tranquila que estou me tratando, o que me amedronta é que esse negocio cada vez ganha corpo e tenho ciencia que se não fizer direitinho o tratamento despiroco.
        bj e obrigada por me responder.
        Te mandarei e-mail sim pq como ja te disse uma vez, conheci o blog durante a pior das minhas crises e ele me fez uma pessoa melhor.

        • Admitir nossas fraquezas talvez seja uma das tarefas mais difíceis do mundo. Admitir que para funcionar melhor você vai precisar dessa “ajuda” o resto da vida é duro, mas também é libertador. Faça as pazes com essa ideia.

  • Gostei muito do texto obrigada, ano passado tive minha primeira crise ou surto como chamam e foi quando minha vida mudou de cabeça pra baixo, meus pais descobriram que eu tinha largado a faculdade, vinha me envolvendo com drogas, festas e etc, mentindo pra eles e tudo isso se desencadeou do fim do meu namoro de 4 anos quase me matei por ele umas 3 vezes enfim foi uma barra feia, mas hoje estou melhorando eu tomo os remedios inclusive quetiapina mas meu corpo se adapta muito bem a eles tomo litio tambem associado a valdoxan e consegui voltar a faculdade e estudar mas levo uma vida mais calma, me afastei dos amigos de farra e q despertavam de certa forma a minha impulsividade mais intensa ainda tenho as vozes na minha cabeça mas a terapia ta me ajudando muito a controlar tudo. E bom ver que eu não to sozinha, existe um preconceito intenso eu vi isso na pele quando pessoas que eu considerava familia se afastaram de mim quando souberam do diagnóstico, hoje ta tudo melhor mas controlando ainda muita coisa com a terapia. Obrigada pelo texto foi um relato muito sincero.

  • Eu, leitora há tempos do desfavor, nunca tive coragem de comentar nos posts, mas senti vontade de comentar nesse. Tenho TPB e gostei de ver o assunto rodando aqui no desfavor. Na realidade fui diagnosticada com duas CID: bipolar e borderline. Imaginem o inferno que é minha vida. Tenho que parabenizar o autor do texto (se não me engano, é o Deja) por tratar o assunto desse jeito leve, humano. Já cansei de ler textos que praticamente nos tornavam uns animais, propagando cada vez mais o preconceito, a intolerancia. Inclusive acho aquele livro, o corações descontrolados, um deles.

    Há tempos que insistem em glamourizar doenças mentais, principalmente o TPB. Acham lindo gente que diz ter e chegam até o cumulo de dizer que tem, só pra entrar na “moda”. Já cheguei a conhecer uma criatura que achava lindo as cicatrizes que tenho nos pulsos. Quando tocaram no assunto tpb, ela veio correndo pra tirar minhas pulseiras, praticamente arrancando só pra ver (preciso nem dizer o final da história, meu punho quebrando os dentes da criatura). “Nossaaaa você já tentou se matar???? que lindooo” Não cara, não é assim, larga de ser ridicula. Não tem nenhuma beleza, nenhum glamour. TPB é coisa séria. Só quem tem e gente que convive sabe o quão dificil é lidar com isso. Só quem tem sabe como é levantar no dia seguinte na maior ressaca toda vomitada, casa revirada, o corpo todo cortado, com a policia batendo na porta perguntando sobre o teu carro que tá na frente de casa enfiado no poste. Mas não escondo meu transtorno de ninguém, não por querer que tenham dó de mim ou pra chamar atenção – chamo atenção de outros jeitos, não com isso – , mas porque eu gosto que quem se aproxima de mim saiba com o que tá mexendo. Por mais que eu seja taxada disso, daquilo. Faz parte de mim, é uma grande – infelizmente – parte de mim. Não guentava mais o peso da mascara de “normal” que eu carregava. Tenho um namorado, pouquissimos amigos (mantenho perto de mim só aqueles que realmente conseguem entender minha condição), nenhum emprego e eu simplesmente não consigo voltar a estudar. Completei o ensino médio por milagre. Meu namorado sofre demais com isso tudo por conta dessa impulsividade e essa paranóia do abandono. Brigo, choro, ameaço e outras coisas que fico com muita vergonha de lembrar. Parei com a terapia e voltei a me cortar, a abusar de medicamentos e outras cositas mas, mas estou lutando contra isso. Odeio quando durmo na casa dele e tenho que tirar a calça, me ver assim o machuca. Ele tenta me ajudar do jeito dele e acho isso fofo. Até ri um dia desses dele todo fofo me abraçando recitando algo em latim no meu ouvido e eu: mas que porra é essa? e ele: uma coisa que aprendi lendo constantine, um encantamento pra você ficar bem e parar de se cortar. ahahahaha Tento levar amizades e relacionamentos em um nivel saudável, mas sempre acabo me descontrolando, cedo ou tarde. É complicado.

    Hoje em dia larguei os remédios, mandei o psiquiatra pra puta que pariu exatamente por isso: odiava me sentir dopada. Passar dias e dias completamente chapada só pra poder aguentar e moderar meus impulsos, me sentia um lixo por isso. Hoje controlo minha bipolaridade e meu borderline na raça, tento aprender a conviver. Tive que sair do terapeuta por questões financeiras, mas ele me ajudou a crescer muito. Aprendi a me policiar, prestar atenção no que tá acontecendo comigo, com o meu humor. Quando subo pra mania, eu viro deus. Sou invencível, sou inteligente, esperta, criativa. Sou tudo (e só faço merda). Então tenho que estar atenta à tudo e me ajudar. Faço minha dor e meu desespero esvair na escrita, na musica. Fazer algo produtivo com tudo aquilo que sinto.

    Tem que ter muita paciencia e muito carinho de todos os lados, do meu lado para/com outros, do lado de quem convive comigo, do meu lado comigo. Não somos tão complicados, não somos bichos. Somos seres humanos como qualquer outro.

    E me desculpem pelo texto enorme, só aproveitei pra desabafar.

    • Eu gostei muito de escrever aqui e das respostas, só vi esse seu comentário porque iria mostrar o texto pra alguém.

      É…

      “Ser normal demais é chato”, puta que pariu eu daria qualquer coisa pra não fazer as coisas que faço nem sentir o que sinto.

      Boa sorte!

    • Quando criança, achava curioso, engraçado até, pois comecei a ouvir essas vozes quando visitava o túmulo da família. Era como se o cemitério tivesse se transformado em uma sala de aula, cheia de conversas paralelas.

      Mas logo passou a acontecer, como expliquei, em lugares perigosos, tais como sacadas de prédios, beiras de pontes e em linhas de metrô. Aí disfarçava isso para as pessoas dizendo que tinha medo de altura quando, na verdade, apenas ouvia vozes (às vezes alucinações de grupos de pessoas) que me incitavam a me jogar e a jogar outros comigo. Curioso é que já escalei montanhas, locais onde não ouvia essas vozes. Além disso, são vozes sofisticadas, poliglotas, já que morei um tempo no Japão, onde também as ouvia. Por ser algo tão, digamos, seletivo, acho que se trata mais de uma disfunção particular minha do que qualquer ‘femômeno’ sobrenatural.

      De qualquer forma, (ainda) consigo suprimir por conta própria essas interferências para (até o momento) levar uma vida normal.

  • Com o Deja, eu sempre fico com o pé atrás na trollagem… mas desta vez eu atesto pelas boas intenções. Foi um bom texto, e, na verdade, eu estou pensando em passar ele para um conhecido meu. Ao menos, ele deveria parar com a vitimização… só piora as coisas.

    Que tipo de ajuda você recomendaria a alguém que se vitimiza como ele? Porque, olha, não é falta de falar.

  • Texto muito bom. Todo mundo já parabenizou, mas preciso parabenizar também. Se for possível escrever mais sobre o assuntou ou até sobre outros, adoraria ler.

  • Muito bom o texto. Acho ridiculo hoje em dia quem fala que é bipolar, etc. Não deve ser nada engraçado.

    Eu tenho um amigo (amigo do meu namorado) que sofreu MUITO na infância, tipo, a mãe teve ele nova, ele não era planejado, a mãe não queria ele e ela fez com que ele saiba isso a vida inteira. A pouco descobrimos que aparentemente ele é na verdade filho do seu avô que molestou a mãe dele.. Coisa bem feia. A gente vê cicatrizes no braço dele porque ele se corta mas ele é muito fechado e pra ele, ele não merece amor de ninguém. Ele fica bravo quando a gente se importa com ele. Ele sabe que tem problema mas se recusa a falar com um especialista. Realmente é muito dificil ver alguém assim e se sentir impotente. Meu namorado conhece ele desde que eles têm uns 7 anos, mas ele não se abre. A gente queria tanto poder ajudar, somente se nos soubessemos como…
    (Desculpa, eu sei que não era muito o assunto mas eu so queria muito descobrir um jeito de poder ajudar ele, se alguem tem alguma “dica”)

  • Parabéns pelo texto, Deja.
    Escrito em linguagem “impopular” hahaha não científica e humanizada.
    adorei de verdade.
    Minha mãe é psicopedagoga e acompanha algumas crianças com esse transtorno.
    Vivencio a experiência dela, e tenho mais ou menos uma idéia do que é o problema e de como lidar com alguém próximo que o apresenta.
    Vou repassar seu texto pra ela, com certeza absoluta vai ajuda-la ainda mais a entender o que o portador desse transtorno sente.
    Abraço**

    • Não é fácil encontrar bons profissionais, ainda mais falando em TPB…
      E eu já passei com tantos terapeutas e psiquiatras… Com toda certeza essa experiência da sua mãe está sendo rica.

      • O texto ficou bem claro e didático, parabéns.
        Fiquei com uma dúvida: o fim do seu casamento teve algo a ver com o TBP? Desculpe a pergunta, mas imagino o quanto deve ser difícil o convívio a 2 com uma pessoa com humor inconstante como uma panela de pressão prestes a explodir…

        • Olha, minha ex esposa merece ir para o céu (se existisse), e eu para o inferno. Ela até hoje gostaria de reatar, ainda é amiga e se preocupa comigo mais do que qualquer pessoa.

          A decisão foi minha.

          De fato… acredito que seja a melhor coisa pra ela ficar longe de mim. Merece coisa bem melhor.

          • Não gosto desse termo: “coisa melhor”

            Talvez ela precise de coisa diferente. Talvez ela não tenha capacidade de dar a compreensão necessária por uma série de fatores que não são culpa dela.

            Não se trata de encontrar uma mulher boazinha e sim uma mulher compatível. E você vai encontrar, quando menos esperar.

  • Parabéns pelo texto, tenho certeza que muita gente ai procurar ajuda depois dele. E o mais importante é ter deixado claro que não é o sintoma que caracteriza o transtorno e sim a intensidade dele.

  • Ótimo texto. Já passei por uma depressão e lembro de uma frase que uma das muitas terapeutas que tive disse:
    ”vc não precisa se viciar em nenhum remédio desses que agora vc necessita, a cura vai depender muito de vc acreditar nela e sobretudo de ficar atenta as mínimas recaídas”.
    Melhor que qualquer explicação cientifica é um relato real.
    Teve momentos que parei de ler o post por lembrar de coisas que vivi. De como me autoflagelei, me xinguei, me humilhei e sofri por coisas bobas.
    Hj me vejo melhor .Mas, fico atenta a mudanças bruscas que tenho e a sofrer por coisas banais. Hj fico feliz pelas conquistas que tive, cheguei a gastar com coisas que nunca usei e de verdade no auge mesmo até joguei literalmente dinheiro fora.

  • É, meu texto. Como uso pseudônimo aqui, não tenho qualquer problema em dizer. Porém, não é algo que eu possa compartilhar nem com os amigos de convívio social. Eu ficaria rotulado e qualquer atitude normal e inerente à qualquer pessoa, seria justificada na mente deles por isso. “Ah, ele é doente mental”.

    Há um tempo eu estava de fato exagerando na cocaína … E isso gerou boatos negativos, eu não era o único, voltei a usar porque não resistia quando ofereciam e os outros que faziam uso disso eram na farra. Só que eu não tenho muitos limites.

    Imagina se soubessem disso…

    E sim, eu acho isso babaca demais, idiota demais… Eu mesmo quando vejo outra pessoa se acabando por isso eu considero um otário.

    Porém agora estou bebendo moderadamente, passei um final de semana em um sítio com amigos e tomei no máximo umas 10 latinhas de cerveja em dois dias. Não estou fumando e me exercitando.

    Mas se alguém descobrir também, tenho a capacidade de me importar pouco.

    Tentei deixar o texto leve, não relatar um dramalhão imenso… Espero que seja útil mesmo.

    Não é legal isso, não é descolado… nunca vou ter uma vida normal.

    • “Eu sempre escuto uma voz dizendo ‘você tem de fazer isso'”

      Terrível isso. E mais terrível ainda a força de vontade para suplantar essas vozes. Digo isso por também ouvi-las.

      Parabéns pelo texto, intenso e direto ao ponto. Escreva mais, desse e de outros temas.

      • Espero que caia esse mito de que quem escuta vozes é maluco.

        Em tempo: parabéns por não sucumbir à tentação de se acharem super especiais ou escolhidos e atribuir essas vozes à mediunidade. Pé no chão, respeito muito!

          • Quem passa por qualquer experiência para a qual a ciência não tenha uma explicação concreta e imediata ganha meu respeito se não divinizar o fenômeno, atribuindo-o a paranormalidade, espíritos, mediunidade ou coisa do tipo

            • Vc ja leu sobre Paralisia do Sono?
              É algo absolutamente surreal e assustador.
              Fica a dica para um post?
              Adoraria ter o tema abordado aqui.

                • Pessoas com TPB podem eventualmente ver vultos (eu vejo), pra isso e além de outras coisas, o antipsicótico é recomendável. Eu fazia uso da quetiapina.

                  Além disso ainda pode ocorrer despersonalização… e muitas comorbidades.

                    • Tenho a teoria de que as pessoas acreditam em reencarnação porque sentem o desejo, talvez esperança, de uma outra vida melhor que a atual… passada ou futura.

                      E também querem ter algum poder, como mediunidade, pra também se sentirem especiais…

                      É alucinação, pronto.

                      Queria comentar outra coisa… já me recomendaram uma religião, já me disseram que sou “obsediado”.

                      Maravilha, né?

                    • Reencarnação ajuda a se conformar com a própria fodeção. As pessoas não estão prontas para acreditar que o mundo é injusto e que coisas ruins acontecem a pessoas boas, assim como coisas boas acontecem a pessoas ruins. A reencarnação resolve esse problema e cria uma adequação do mundo que temos com o mundo como eles queriam que fosse: “sou uma boa pessoa mas só me fodo porque em outra encarnação eu fui muito mau – ufa, no fim das contas o mundo é justo!”

                      Estou criando horror a espíritas também.

                    • “sou uma boa pessoa mas só me fodo porque em outra encarnação eu fui muito mau – ufa, no fim das contas o mundo é justo!”

                      E se eu te dissesse que há espíritas que acreditam que os 240 mortos (até o final dessa frase) da Santa Maria eram nazistas que mandaram judeus para a câmara de gás reencarnados, daí a morte por inalação de monóxido de carbono (quando judeus eram sufocados dentro de caminhões) e gás cianídrico (utilizado nas câmaras dos campos de concentração). Afinal, é uma região de colonização alemã, não é mesmo?

                    • Típico. O grande problema é ao mesmo tempo que isso gera algum conforto para quem sofre uma tragédia, também estimula conformismo, afinal, na visão deles, estas pessoas mereceram morrer. Não sei como alguém pode achar que faz sentido pagar nesta vida por algo que se fez em outra. Esse recurso é um coringa que serve para explicar QUALQUER INJUSTIÇA no mundo. Uma bosta que tanta gente precise se apegar a isso. Alou? Injustiças acontecem! Lidem com isso!

                    • O que eu acho legal nessa forma de pensar, é que não da a minima abertura pra pessoa se isentar de qualquer responsabilidade sobre a propria vida.

                    • Sim, Deja, ouço vozes desde pequena. Algumas dessas vozes me instigam a pular de prédios, na linha do metrô, sozinha ou, agora, empurrando meu marido primeiro. Na dúvida, a primeira coisa que coloquei nas janelas e na sacada foram redes, vai que eu ceda aos apelos…

                      Nada do outro mundo. Na faculdade, um colega disse ter estudos de Vitimologia quanto à propensão de alguém se tornar mais suscetível ao suicídio. E já que tive parentes distantes que se jogaram de pontes, de prédios, sobre linhas de trem, em frente de coletivos…

                      Mas aí as pessoas acham que você tem um ‘dom’ de se comunicar com o outro mundo…o máximo que faço é jogar cartas, ora.

    • Parabéns Deja vc descreveu de maneira muito madura seu problema.
      Faz com que as pessoas vejam seu problema e doenças emocionais como algo serio.
      Sim, pq infelizmente grande parte da sociedade não acredita em doenças emocionais.
      E, o que mais gostei é que vc escreveu de maneira sensivel sem se vitimizar.

      • Não, não me vitimizo. Nunca usei o transtorno para justificar algo. A convivência com outras pessoas com o mesmo diagnóstico foi nociva por um lado, por outro… aprendi muito sobre mim, há não agir como muitos com quem me envolvi…

        A terapia ajudou bastante… hoje tenho mecanismos pra saber quando estou em crise, quando é algo fora do normal e, a me segurar.

        Quem convive e sabe, pode ver que melhorei bastante…

        E sem remédios… meu coquetel envolvia 60 mg de citalopram (a dosagem mínima é 20 mg), 3000 de depakote (a mínima é 500), 100 mg de quetiapina…(é a mínima e já me deixava babando o dia todo).

        Agora pense no custo…disso mais a psicoterapia, psiquiatria.

        Tem o preconceito… acho que poucas pessoas no mundo se envolveriam com alguém com esses problemas, uma vez estava saindo com alguém e precisei contar, ela me disse “Se você gostar de mim vai conseguir se controlar”, não é bem assim…Ou tem gente que simplesmente se afasta. Mas geralmente eu me afasto primeiro antes…

        Mas ando bem Ok mesmo, estou há 6 meses sem crises… indo bem… até feliz.
        Após os 30 dizem que há chances de remissão, quem sabe eu não esteja…

          • Sim! E conseguindo tocar a vida assim…

            Sem inclusive ser cobaia de médicos que ficam fazendo testes aumentando dosagem, trocando… e a gente aguentando os efeitos colaterais.

        • Deja, torcerei pela sua recuperação. Parabéns pelo texto, espero que sirva de alerta para quem não tem a doença tenha uma visão mais abrangente dela e para quem tem, pois imagino que a sensação de estar sozinho vivendo dessa maneira piora muito as coisas.

    • Logo que vi o texto, imaginei que seria você, pelos esporádicos e sutis comentários conforme esses anos, já deu pra perceber como as coisas são. Bom, acho que um cheira o outro né? Tenho este transtorno desde os 12 anos, e passei muitos desses anos sendo mal-interpretada principalmente pelos meus pais, que eram fanáticos religiosos. Somente quando a lavagem-cerebral passou eles puderam ver o que realmente estava acontecendo. Nisso eu já tinha dezoito e passei 6 meses trancada dentro de casa, larguei trabalho e faculdade porque não conseguia sair, só então comecei a tomar medicamento para que pudesse ter uma vida “normal”. Agora estou largando os remédios porque sentia que eu não conseguia ser ‘feliz’ com eles. Era sempre uma sensação de entorpecência… Enfim, hoje tento manter minha cabeça ocupada e a cada ímpeto mais forte eu tento repassar isso para alguma das minhas “artes”, fotografia, costura, desenho…

      Quando li seu texto estava no meio de uma crise e ele me ajudou muito a ver que também existem pessoas como eu. Esse choque dentro da cabeça que faz a vitimização parar, quando a gente vê que não é “especial” e “doente” e que o mundo não pode parar porque a gente para. Espero que continue com a sua recuperação e que os vários relatos por aqui tenham te ajudado assim como me ajudou.

      • Eu me considero inteligente e muito forte.

        Quantos TPB conseguiram uma carreira (sem trocadilhos)? Terminar uma faculdade?

        Eu sentia meu cérebro em uma gaiola, dirigia dopado, bati o carro uma vez porque dormi.

        Não fui responsável, porém, acho que fui forte pra não ficar como um doente de licença médica, como muitos…porque não sou doente. Como minha terapeuta dizia: Você não é borderline, você tem TPB. Você não é um transtorno.

        Tento sempre racionalizar e me analisar.

        Observo as outras pessoas.

        Enfim, boa sorte…

  • Me interesso muito sobre esses assuntos, inclusive um tempo atrás comprei o livro “Corações Descontrolados” da Ana Beatriz Barbosa, que fala justamente sobre o transtorno Borderline. Não sei se você já leu, eu estou gostando…
    Parabéns pelo texto, realmente uma das melhores formas de entender uma situação é através da narrativa de alguém que passou/passa por ela.

  • Parabéns pelo texto. Pra quem quiser saber mais, recomendo o livro Moça, Interrompida. Sim, é o livro no qual se baseou o filme Garota Interrompida, nesse caso em específico o livro é BEM mais rico que o filme, pois é todo narrado pela Susanna (a Winona Rider no filme), suas crises, seu diagnóstico, sua rotina no hospital psiquiátrico. É sempre ótimo ter o ponto de vista de quem está do “lado de dentro”.

      • Putz, pra ser bem sincera, eu não sei, faz tempo que tenho o meu, capaz de achar em sebos, tipo o Estante Virtual. =/

      • Você pode pedir na Livraria Cultura, mesmo estando indisponível eles fazem esse tipo de encomenda. Só demora uns dias a mais para chegar.

        E nem acho que esse livro retrate bem o transtorno, a Susanna não apresentava sintomas extremos e na década de 60 acredito que o diagnóstico era massivo em comparação a atualmente (se eu estiver falando bosta, por favor alguém corrija).

        • Bom, pra quem não sabe NADA a respeito, qualquer conhecimento é válido, creio eu.
          Quanto ao diagnóstico, concordo contigo, lembro dela falando no filme e no livro: “Com quantas mulheres um garoto precisa transar pra ser considerado sexualmente promíscuo? E uma garota?”. Isso é bem questionável, ainda mais naquela época.

  • O que achei mais importante nesse texto foi frisar que nem toda alteração de humor, signifique que a pessoa tenha o transtorno. As pessoas não admitem mais ter momentos de tristezas, de decepção, de frustração, a ditadura da felicidade é algo nocivo demais na nossa sociedade, o que faz qualquer um se auto-intitular bipolar.

    • Sim, Diana. As pessoas se sentem anormais só porque acordaram com o pé esquerdo, acham que um dia ruim é sinal de depressão. Isso é nocivo, e não só pra quem não aceita momentos de infelicidade, mas também para quem realmente tem transtorno bipolar, porque alguns acham que é frescura. Esse texto foi excelente!

      • Já está um saco isso, de todo mundo se intitular deprimido só porque acordou com o ovo virado. Infelizmente, quem sofre com essas doenças (depressão, bipolaridade, TDAH), acaba virando motivo de chacota, o que só piora a situação.
        Culpa dessa merda de “Ditadura da Felicidade”.

  • Parabéns pelo texto e obrigada pela dica do livro, acho que é valorosa para que todos entendam melhor como é estar nesta prisão chamada mente.

  • Estou sem palavras. Admito aqui que esse foi o primeiro relato que li. Somou, vc me passou uma visão muito importante ao falar o quanto fica aborrecido com a idéia de “ser normal é chato” e como isso é falado de uma maneira irresponsável. Isso ganhou outro peso pra mim. Obrigada por compartilhar a sua vivência.

  • Tenho CERTEZA ABSOLUTA que este texto vai ajudar muita gente, muito mais do que se possa imaginar. Faltam relatos menos científicos e mais humanos na internet.

    Parabéns pelo texto.

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