Inimigo meu.

+O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizou no último fim de semana o início de voos de reconhecimento sobre a Síria, o que seria o primeiro passo para futuros ataques contra os militantes do Estado Islâmico (EI) no país, segundo veículos americanos.

O filme de armar radicais islâmicos e lidar com sua revolta na sequência não cansa de ganhar continuações. E em cada uma delas, o grau de absurdos aumenta. Desfavor da semana, e não só dessa.

SOMIR

Com uma notável exceção, meu texto de ontem não causou o efeito esperado. Mas tudo bem, estava preparando o terreno para o assunto de hoje. Mais uma bandeira tremula no Oriente Médio, e dessa vez a coisa está feia até para os chocantes padrões da região.

O Estado Islâmico é o radicalismo em sua forma mais perigosa. Uma espécie de “doença perfeita” que une a letalidade de um ebola com o poder de disseminação de uma gripe comum. As notícias vindas de Síria e Iraque não são assustadoras somente pela brutalidade do grupo para com suas vítimas, mas também pelo poder de convencimento que parece exercer sobre quem não tem a desculpa de ter vivido aquela realidade brutalizada desde a infância.

Executam barbaramente milhares de pessoas, mulheres e crianças inclusas… e mesmo assim conseguem conciliar uma máquina de propaganda sedutora o suficiente para angariar apoio de americanos e europeus. Evidente que o fator religioso é importante, a fé subvertida serve como graxa nas engrenagens do EI. Gera um propósito comum, e é claro, promete recompensas especiais para sua linha de frente.

Um mundo sem religião dificultaria imensamente a expansão de uma entidade assim, mas nem eu vou colocar tudo na conta do amigo imaginário. O problema é maior do que isso. A constante presença do Ocidente (especialmente dos americanos) nos assuntos internos do Oriente Médio gera mais do que um inimigo comum para aquele povo, gera estrutura e especialização na máquina de guerra local.

O EI teve o bom senso de focar seus esforços no controle de áreas economicamente estratégicas, tomando conta de poços de petróleo e centros comerciais que lhe permitem financiar a operação sem depender demais do adversário (declarado) para se sustentar. Conseguiram armamentos através da ajuda que receberam na revolta síria, além de pilhar suprimentos e equipamentos de exércitos sírios e iraquianos (muito desse material vendido ou cedido por americanos e europeus).

É gente louca o suficiente para sair atirando em carros aleatórios na rua, mas centrada o bastante para garantir a viabilidade das áreas conquistadas. E nesse meio tempo, esperta para se divulgar para possíveis simpatizantes ao redor do globo. Lições importantes aprendidas através de treinamento ocidental. Insurgentes competentes como há muito não se via.

O que deixa um gosto amargo na história toda – além, é claro, das atrocidades cometidas pelos fanáticos – é como não era de se estranhar que um grupo feito o EI surgiria dadas essas condições ideais. A tática de colocar armas nas mãos de grupos diferentes de acordo com interesses momentâneos soa cada vez menos como solução atabalhoada e cada vez mais como estratégia fria e calculista.

Com certeza não sou o primeiro a cantar essa bola, mas não posso ignorar quando alguma teoria conspiratória começa a fazer mais sentido do que deveria. Se o plano dos EUA e seus aliados é manter a região um barril de pólvora constante, parecem estar tendo sucesso retumbante. A ideia de resolver o problema de um governo hostil (ou mesmo pouco cooperativo) armando seus dissidentes até os dentes já deveria ter sido abandonada há décadas com todos seus resultados desastrosos.

Mas ao invés disso, temos mais um caso. Com certeza a indústria militar não vai reclamar de um novo inimigo da vez, mas nessa sanha de ressuscitar o adversário vez após vez, estão brincando com algo maior do que a estabilidade política de uma região: a evolução.

A cada nova tentativa ‘desastrada’ de criar um predador para a praga da vez, estão acelerando um processo evolutivo das guerras justamente num dos locais menos racionais do planeta. Cada iteração dos insurgentes locais vem com melhorias consideráveis sobre a geração anterior. Dos criadores de cabra armados às redes globais, fez-se mais em poucas décadas pela capacidade de luta dos moradores da região do que toda a história precedente.

O Estado Islâmico parece ser bem mais trabalhoso do que tantos outros enfrentados anteriormente, mas ainda sim dentro do razoável para uma guerra de ocasião. Poder de fogo ainda bate o poder da vontade. Não vejo um futuro brilhante para os radicais da vez. Mas agora mesmo estão armando outros grupos para lidar com essa ameaça.

Não só armando como ensinando a enfrentar o inimigo de forma mais eficiente. Quando a inevitável revolta dos amigos da vez vier, eles vão ser ainda mais perigosos. Pouca coisa evolui tão rápido na humanidade quanto a capacidade de guerrear. As forças que o lado ‘civilizado’ tem atualmente podem ter ao seu dispor mais recursos e tecnologia, mas… não estão evoluindo na mesma velocidade.

E se o que se tem contra os radicais tornar-se obsoleto por comparação? Eles nunca vão ter os trilhões que os americanos tem para sustentar seu complexo industrial militar, mas vão ser cada vez melhores para tirar o máximo do que já tem. E se a evolução da guerra por lá chegar num ponto inalcançável? Os terroristas vencem?

Os EUA continuam brincando com fogo. E ainda querem se passar pelos bombeiros… Poucos problemas são piores do que aqueles que você mesmo cria. Repudio DEMAIS o Estado Islâmico e tudo o que representam, mas… nesse caso o inimigo do nosso inimigo não é mesmo nosso amigo.

Para dizer que ainda não entendeu o texto de ontem, para dizer que aquilo só tem jeito quando a areia virar vidro, ou mesmo para dizer que lá vem mais um Nobel da paz: somir@desfavor.com

SALLY

Errar é humano. Repetir o erro é lusitano. Quem foi colonizado por portugueses foi o Brasil, mas parece que os EUA insistem emusar a uma estratégia equivocada que já deu errado várias vezes.

Ainda está fresquinho na minha memória: Arma o Afeganistão. O Afeganistão é amigo. O Afeganistão é retratado no filme Rambo como sendo “do bem”. Os interesses mudam. O Afeganistão vira malvadão. Vamos todos meter a porrada no Afeganistão, esse perigo mundial. Invadem, detonam e sujam o nome do país mundialmente. Como este, poderia muitos outros casos dessa bipolaridade bélica doentia que os EUA vem repetindo.

Primeira questão: porque dar armamento pesado para fanáticos mal instruídos de qualquer lugar do mundo? Não compreendo. Dar uma navalha para um macaco (ou, no caso, como eles chamam: “sandmonkeys”) nunca é uma boa ideia e quase sempre acaba muito mal. Logo os americanos, que adoram mandar seus jovens para a guerra, para serem mortos, trucidados, amputados e estuprados em nome de um patriotismo imbecil? Porque delegar quando na cultura deles a estupidez de morrer em combate é glorificada? Talvez porque seja mais barato. Provavelmente.

Queridos EUA, o preço de se fazer guerra é esse: muitos dos seus terão que ser mandados para longe, isso vai custar muito dinheiro e muita gente vai morrer. Delegar sua guerra a terceiros não é uma boa ideia. Quem é que aceita pegar em armas e matar por procuração? Só gente doida, gente mercenária que amanhã ou depois pode facilmente se voltar contra você. Não aprenderam isso, né? Não aprenderam. Nunca aprendem nada.

Os EUA são o país oficial do “déjà vu” da cagada. Os EUA são o Alicate do mundo: ricos mas temperamentais, inconsequentes e imaturos. Todo ano tem dezenas de crianças dando tiro em escolas e não há paranoia que detenha esse sintoma, que mostra uma sociedade doente. O patriotismo burro somado a um povo infantilóide geram um King Kong com uma mega-navalha que retalha não apenas a eles como a boa parte do mundo como efeito colateral.

Black Lula, também conhecido como Obama, aquele que ganhou o Nobel da Paz quando ainda estava EM GUERRA, segue os mesmos passos do sindrômico George W. Bush. E não é que a mais nova merda já começou a feder? E por merda, entenda-se a Síria.

Beleza, não querem aprender com os erros? Limpem sozinhos a bunda quando fizerem merda. Mas não, envolvem todo o planeta. É por isso que meio mundo tem essa antipatia cavalar pelos EUA e comemora quando eles se fodem: essa arrogância de achar que podem controlar tudo e todos não passa, não importa o quanto eles se ferrem. E a perda de controle agora parece estar montando acampamento na Síria.

Vai começar um estresse sério coma Síria, uma Síria que eles mesmos armaram. Dão arma para maluco, depois reclamam que o maluco está fazendo besteira. Sério mesmo que não sabiam que não era uma boa ideia armar até os dentes gente radical, sem instrução e que não tem nada a perder? Agora sentem na granada quietinhos e esperem mais dois aviões estraçalharem alguma construção local! Por gentileza, galera da Síria, usa um dos aviões para destruir a Disney se for possível, quem sabe assim brasileiro diante da falta de opção resolve ir para a Europa ver museu e ganha um pinguinho de cultura.

O mais sacal é que os EUA criam o problema, por sinal, um problema bem previsível, e depois ficam se vitimizando, com um discurso surpreso, atacando o país que tão bem os serviu quando precisaram dele. Enquanto usavam as armas como eles queriam, era ok matar civil, matar criança, matar até a própria mãe. Mas quando a coisa tomar um rumo que não lhes agrada, bem… vamos invadir esse país porque ele não respeita os direitos humanos! Oi? Senhores Guantanamos, esse país nunca respeitou os direitos humanos e ainda assim vocês o armaram. Tenham coerência ao menos na mentira que vão inventar para destruir uma nação.

E esse povo bunda que habita os EUA, uma espécie de Brasileiros Médios Obesos, compra qualquer guerra que o governo invente. Manda seus filhos com orgulhos para serem mutilados em batalhas, pendura bandeira na porta de casa e tem orgulho dessa verdadeira bosta de país que só produz entretenimento superficial e guerra. Gente que mesmo tendo uma boa educação formal votou duas vezes no George W. Bush. Gente que não percebe a palhaçada bélica cíclica que fazem às custas da vida dos seus filhos.

Tomara que tomem um pau federal, daqueles que representam vergonha histórica, mais ou menos como foi no Vietnã. Só que infelizmente na época do Vietnã não existia internet nem redes sociais, então a grande humilhação não foi marretada publicamente. Os soldados do Vietnã deram um pau nos americanos à la McGyver, com um estilingue, um clips e um chiclete cobriram todo mundo de porrada. Tomara que numa dessas os EUA se fodam com suficiente grandiosidade para ter vergonha de repetir esse mecanismo cruel.

A burrice eu sou capaz de perdoar, até porque, moro no Brasil. Mas a hipocrisia, essa não sei lidar. Ao menos sejam honestos e digam “usamos esses sandmonkeys como uma fralda suja, demos armas para eles fazerem o trabalho sujo e agora que eles não nos servem mais vamos mata-los”. Porque isso seria menos indigno do que alegar causas humanitárias ou qualquer outra desculpa esfarrapada para invadir quem matou armado pelo seu invasor.

Mas parece que poucas pessoas tem essa percepção. Enquanto isso os Xerifes do Mundo vão continuar revestindo seu descarte de motivos nobres ou de interesse mundial. Pena que os “sandmonkeys” tenham o conhecimento científico de um camponês na Idade Média, porque se fizessem isso com um povo um pouquinho menos atrasado, teríamos que juntar o que sobraria dos EUA com uma colher de sopa. Chega, já deu. Já deu no saco esse mecanismo de usar países despreparados como seu cão de ataque. Está na hora dos EUA tomarem no cu.

O Planeta é de todos. Agradeceria se esses Ronalds Mc Donalds parassem de colocar em risco o bem estar do Planeta, porque olha, de umas décadas para cá, todas as merdas que aconteceram no mundo tiveram o dedo deles. Vai chegar uma hora que o mundo vai se cansar e se unir para dar um pau nos EUA.Espero estar viva para ver.

Para atribuir um caráter político que não existe no meu discurso, para erroneamente achar que quem critica os EUA é necessariamente comunista ou ainda para sugerir que o outro avião seja jogado naquele recanto mundial de breguice que é Miami: sally@desfavor.com

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Comments (30)

  • Sobre a outra polêmica… o caso de racismo. O jogo foi na quinta a noite com repercussão na sexta adiante. Seria cruel com vcs exigir texto, sem contar que esperar um pouco engloba os desfavores que ainda estão acontecendo.
    Agora que é cômico é… Há 3 meses não éramos todos macacos? O que aconteceu? Agora vão usar novamente macaco como ofensa? Esse povo indeciso… Desfavor da menina que cometeu o ato e do alarde que estão fazendo. Pegaram ela pra boi de piranha e nem percebem que estão cometendo coisas tão baixas o quanto (Muito bonito condená-la por racismo ofendendo ela de PUTA pra cima).

    • Pois é, o tema do DS é decidido na quinta e ambos o escrevemos na sexta, para ser postado sabado. Mas amanha tem…

  • Legal que na maioria das vezes o país dos rebeldes, que depois se tornam inimigos comuns, tem reservas de algum recurso natural. Acho que de lusitano tem muito pouco nessa tática de vender armamentos e depois dominar seu ex-coleguinha e controlar seus recursos. Ganhos duplo. E isso acontece porque tem boa parcela da população que apoia (oi republicanos) essa linha retrógrada de pensamento sobre os EUA mostrarem sua força de forma bélica.

  • Christiane Smith

    Eu tambem acho que os EUA tem que levar um rodo federal,eles formentaram os ogres barbudos e a coisa ta indo ladeira abaixo, perigas o sujeito que nao tem nada a ver com o imbroglio explodir comendo seu hamburguer no MacDonald’s de Varginha so porque a lanchonete representa o imperialismo malvado capitalista.To pegando um bode do Obama e sua cara de sonso.Mas e ai Sally,conta mais sobre suas impressoes sobre os EUA, quando os transatlanticos aportam aqui na NZ de longe se percebe quem sao Americanos,camisa havaiana,bermuda branca meias pretas……e 200 kg segurando tudo com ‘CRASSE’….kkk

  • É complicado acreditar em teorias conspiratórias, mas se tratando de EUA eu sempre fico com uma pulga atrás da orelha. Se aqui no desfavor nós discordamos da postura que eles vem tomando ao longo dos anos, para mim é certo que eles tem plena consciência do que fazem, e não o fazem por burrice. Veja bem, os caras tem o dinheiro para que as melhores cabeças trabalhem ao seu lado.
    No meu ponto de vista o problema não é algumas (poucas) pessoas criticarem a postura bélica deles, e sim o fato de que para a maioria dos americanos isso não só passa despercebido como eles ainda apoiam as intervenções do governo.
    O que se percebe claramente é a necessidade que os EUA tem de criar um inimigo comum, pouco antes de começarem a invadir os países em que esses inimigos estão alocados. Foi assim com o Osama, o terrorismo, as Torres Gêmeas … enfim, eles conseguem um argumento que faça a maioria apoia-los. E com o EI não parece ser diferente, um inimigo global como desculpa perfeita para invadir a Síria.
    Síria, que pelo que li por aí ainda no tempo da Primavera Árabe, tem um gasoduto que muito interessa ao Ocidente, mas aparentemente, antes da merda estourar, preferiram fechar ao lado dos russos nessa questão do gás.
    Então eu volto a pensar nas Teorias Conspiratórias, e se elas não teriam algum fundo de verdade. EUA roubou petróleo descaradamente do Iraque; Um cientista veio a público dizer que havia nanotermite nos escombros das torres do 11/Setembro(os prédios foram projetados para não entrar em colapso com o impacto desses aviões) , o estopim para a caçada anti-terrorista; enfim … há tantos motivos para desconfiar dos EUA que não me cabe me estender nessa parte, que está cheia de material internet afora.
    Nossa percepção do que acontece lá fora, vem quase que 100% da mídia de massa(tem certo tipo de informação e análise crítica que simplesmente fica fora do nosso alcance) e o jeito que eles pintam o EI me leva a acreditar que vem merda por aí . Reino Unido já aumentou o nível de alerta de terrorismo, qualquer merda que der por lá pode ser a desculpa perfeita pros EUA invadirem a Síria e levarem a OTAN atrás deles.
    Somando isso ao movimento de tropas russas na Ucrânia e as possíveis sanções que vem contra a Rússia, a situação começa a ficar feia. O mundo está meio estranho, como não tenho meios de me informar com precisão sobre o que acontece nos bastidores dos governos, só me resta pensar que vem merda por aí.
    E se o EI for um inimigo inventado que viabilize que países interessados no gás sírio entrem numa guerra ? É uma possibilidade. Meio irracional e sem provas concretas, mas ainda assim é uma possibilidade.

    • Aproveitando que estou de molho hoje…

      Desfavor da semana BR na minha opinião foi o que a imprensa fez com a menina que chamou o goleiro Aranha de macaco. Pegaram a coitada pra Cristo e não se cansavam de reprisar o vídeo com ela xingando o cara.
      Os populares estavam numa ira coletiva nas redes sociais, tanto que a mulher fechou a conta no FB. Conto nos dedos, daqueles que jogaram pedras, quais nunca discriminaram alguém pela nacionalidade, credo, opção sexual e etc … mesmo que pelas costas.
      A organizada cantando em coro (inclusive com um negão lá no meio cantando junto com eles) e só a menina pagou o pato. Li por aí que perdeu o emprego, foi presa, foi solta e simplesmente disse que não se arrepende de nada que fez. Deve ter saído de lá com mais ódio do que entrou.
      Não defendo a atitude dela mas, o que melhorou para contra o preconceito depois de tudo isso ?

      • Certamente, mas infelizmente essa bosta estourou depois do fechamento da coluna. O tema é decidido na quinta e o jogo foi na quarta, não deu tempo da gente pegar a histeria. Mas semana que vem tem postagem tratando do assunto de forma indireta.

      • Pois é, até a Rosana Hermann, que sempre considerei muito sensata, chamou a torcedora de desgraçada no facebook e de filha da puta no twitter, pedindo identificação e punição. Só não vi pedir para os demais torcedores.

        Pra variar, histeria, novelão e drama rolaram soltos nesse caso.

      • Se esse é o caso eu não sei, mas que eles são escrotos o suficiente para fazer isso eu não duvido nem um pouco. Até porque a indústria bélica deles ganha muito com essa situação.

  • Os EUA não são uma pessoa, capaz de fazer autoexame de consciência e chegar à conclusão de que tá errada. Existem muitos interesses em jogo, e muitos dos representantes desses interesses nem ligam pras conseqüências colaterais desde que seus objetivos sejam atendidos.

    Os representantes da indústria bélica (e por extensão quase todo mundo que lucra com ela) não dão a mínima pra quantos sírios ou iraquianos vão morrer (será que eles sabem apontar Síria ou Iraque no mapa?), eles sabem que o lucro deles tá garantido e seus filhos não vão ser mandados pra guerra.

    Os políticos de Washington que representam essa indústria e outros interesses semelhantes também não se importam muito se vão ser criticados pela mídia ou malvistos pela sociedade. Eles sabem que o lucro deles tá garantido e que os filhos deles não vão pra guerra, mas sim vão estudar nas melhores universidades e se preparar pra ocupar o lugar deles no futuro.

    E quanto ao Americano Médio, esse provavelmente tá sentado na frente da TV vendo jogo de beisebol, basquete ou futebol americano, ou alguma daquelas séries que somos campeões de piratear, e essa realidade da guerra parece tão distante quanto o país de origem do vizinho dele, imigrante latino cujo filho vai ganhar cidadania americana se alistando no exército

  • Ano passado estive em Washington D.C. justamente no começo de Julho. Putz grilo, era bandeira estadunidense em todo lugar, enfeites e cartolas vermelho-branco-azul, famílias fazendo almoço temático no quintal ou no jardim da frente, as pessoas lotam os parques e os clubes pra assistir fogos nas cores já citadas… Parecia um segundo Brasil!
    Sou mais um chá com biscoitos no Barcomi’s, olhando o Sol se pôr.

    Posso imaginar como a Internet Média ficaria se a Disney explodisse.

  • Acho que todas as ex colonias da America tem esse surto patriota no dia da independência.
    Como é na Argentina, Sally?

    • Eles também tem sua vertente patriótica burra, tanto é que quando os militares estavam no poder matando e torturando indiscriminadamente usaram as Malvinas como forma de unir o povo contra um inimigo em comum e tirar o foco do que estavam fazendo: a Inglaterra. As Malvinas já não eram argentinas faz tempo, mas do nada houve um surto de recuperar aquela ilhota que só tem pedra e cocô de pássaro, mesmo ela sendo culturalmente inglesa. Funcionou tão bem que até hoje argentinos nutrem uma raivinha boba da Inglaterra e vira e mexe tem um descompensado que pixa “As malvinas são argentinas” em algum muro.

      Mas na Argentina patriotismo não é “ame-o ou deixe-o”, eles protestam, dizem para quem quiser ouvir que o país está uma merda e falam mal sem dó nem piedade.

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