
Ninfomundo – Parte 2 de 2.
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Imediatamente corri na direção do som. Seus gritos ficavam cada vez mais aterrorizados. Com a visão dificultada pelas barracas abandonadas no corredor, foi apenas com um vulto que pude me localizar. Primeiro um borrão pequeno e vermelho, a cor do vestido da menina. Logo após, um bem maior.
Fui na direção deles e pude perceber um homem de quase dois metros de altura usando fraldas perseguindo a pobre garota. Ela serpenteava pelas gôndolas das lojas, evitando ser abordada. Mas não conseguia ganhar distância. Nunca fui muito atlético, mas a adrenalina me permitiu uma aproximação.
Primeiro tentei dar um encontrão no gigante. Sem sucesso. Ele me olhou por uma fração de segundo e resumiu sua perseguição. Paula estava perdendo seu fôlego e ficando cada vez mais lenta. Eu parei para pegar uma barra de metal das barracas, o tempo suficiente do homem de fraldas finalmente agarrar a menina. Com um chute, ele a desequilibrou. A menina caiu e começou a chorar.
Ele não perdeu tempo: agarrou-a pela borda do vestido e começou a rasgá-lo. Não teve nem tempo de reagir ao meu golpe. Usei toda minha força para acertá-lo pelas costas. A pancada não pareceu incomodá-lo demais, mas pelo menos mudou sua atenção para mim. Tentei um segundo golpe, mas ele foi mais rápido. Com um rápido movimento, me desarmou e arremessou a barra para longe.
Suas mãos vieram de encontro ao meu pescoço. Ele era muito forte. Enquanto a consciência abandonava meu corpo, lembrei-me de algo que ainda tinha em minha posse: a calcinha da loira anônima. Segurei-a contra seu rosto, e logo senti sua força minguar. Pelo o que eu entendo, quando as pessoas estão nessa situação, embora rendam-se às piores perversões imagináveis, ainda mantém uma certa ordem de preferência em seus parceiros sexuais. Entre eu, a garota e a calcinha, o grandão preferiu a peça de roupa. Tivesse ele qualquer outra inclinação sexual, não estaria aqui para contar a história.
Enquanto ele se refestelava com o cheiro do sexo alheio, pude acudir Paula. Ela estava com o rosto inchado e avermelhado pelas lágrimas, mas não parecia muito machucada. A garota reclamou de uma dor na perna, achei melhor carregá-la para longe dali, não sabia por quanto tempo aquela calcinha manteria o homem entretido.
Tive que acelerar o passo ao ouvir o estrondo de estruturas de metal desabando. Minha barreira havia sido transposta. A rua na qual saímos dava diretamente para a praça, e haviam várias viaturas policiais paradas ali. Nenhum policial à vista, embora muitos de seus uniformes estivessem arremessados ao asfalto. Numa das fardas abandonadas, encontrei um revólver.38. Embora não soubesse atirar, achei melhor me prevenir.
Paula já podia andar, faltavam apenas dois quarteirões até o prédio onde a empresa de sua mãe ficava. Se pelo menos a garota soubesse me dizer o celular da mãe… Os arredores da praça, por incrível que pareça, eram o lugar mais seguro da região. Mesmo quando avistados, não fomos perseguidos. Entre uma multidão desejosa e dois fujões, éramos a pior escolha.
Quando finalmente chegamos na entrada do edifício, demos de frente com portas trancadas diante de uma rua deserta. Bati na porta de vidro, cada vez com mais força. Menos de um minuto depois, um homem idoso se aproximou cautelosamente. O vidro era escuro, o som não passava direito, era muito difícil entender o que ele dizia de lá de dentro. Implorei por passagem, ele se negava com a cabeça. Agarrei a menina e a ergui diante dele.
A porta se abriu. O homem era o porteiro do prédio e tinha instruções de manter a porta fechada. Contei a história da menina e disse que tinha que levá-la até a mãe. O senhor me indicou o quinto andar. Ele fez um carinho na cabeça da garota, ela se encolheu, disse para ele que ela passara por maus bocados e ele pareceu entender.
Pegamos o elevador e chegamos até a entrada da empresa. Paula reconheceu o lugar e começou a me perguntar sem parar sobre a mãe. Bati na porta e fui recebido por dois homens assustados, segurando extintores de incêndios nas mãos. Expliquei a história, e minha postura articulada pareceu acalmá-los. Paula perguntou sobre sua mãe.
Uma mulher arregalou os olhos do fundo da sala. Berrou o nome da criança e disparou em sua direção. Coloquei a mão na arma por instinto, mas era realmente sua mãe. Paula me soltou imediatamente e correu para abraçá-la. Finalmente! Fui convidado a entrar enquanto a mãe lambia a cria. Os rapazes que me receberam contaram sobre o que estava acontecendo.
A cidade inteira parecia afetada, e novos focos começavam a ser descobertos na vizinhança. Os acometidos dessa condição ficavam completamente malucos por sexo, ao ponto de cometerem violências inconfessáveis para consegui-lo. O simples toque era capaz de transmitir de uma pessoa para outra. A instrução era para se manter em casa com as portas fechadas.
Estava no refeitório da empresa vendo as notícias na TV com os dois rapazes quando começamos a ouvir barulhos estranhos na sala principal. Um gemido feminino me fez entender meu erro: a garota. A garota estava infectada. E eu a trouxe para dentro.
Ao observar o salão principal, uma orgia. Roupas rasgadas e móveis tomados por casais de todos os tipos. Procurei por Paula, ela estava agarrada ao braço da mãe, que entretinha um jovem engravatado. A menina não parecia ser a prioridade de nenhum dos desejos dali, mas mesmo assim fui resgatá-la. Uma senhora tentou me agarrar, mas consegui me desvencilhar.
Os dois jovens que me acompanhavam no refeitório tomaram decisões distintas. Um deles fugiu pela porta da frente, o outro arrancou suas roupas e abraçou uma bela morena. Algumas pessoas enxergam essa epidemia como uma oportunidade… não deixa de ser o fim da rejeição. Mas não tive tempo de ponderar sobre a natureza humana: sentia-me obrigado a proteger Paula.
Embrenhei-me na selva de corpos nus e segurei seu braço. A menina protestou, mas nem sinal da mãe mudar seu foco de atenção. Arrastei-a de lá aos berros, seguindo o caminho de volta ao elevador. Bastaram alguns segundos longe da mãe para a menina voltar ao seu comportamento dócil habitual. O elevador não chegava… imaginei que o rapaz que fugiu tenha o prendido no primeiro andar. Eu faria o mesmo.
Fomos pelas escadas. Não demorou muito para voltar para o saguão. Ele estava vazio, a porta da frente escancarada. O elevador preso por um vaso impedindo a porta de fechar, como imaginei. Vacilei por alguns momentos, sem saber qual seria o caminho mais seguro… não podia levá-la para perto de ninguém que ainda não estivesse contaminado, e muito menos para perto de quem estivesse.
Mas a minha indecisão não demorou muito. Uma gritaria veio da rua. Pedi para a menina esperar enquanto fui observar: há poucos metros dali, no meio da praça central, a orgia tornara-se em guerra. Pelo o que eu pude entender, algumas pessoas mais atraentes compeliam mais os infectados. Com o desespero inicial por sexo saciado, muitos começaram a ficar mais seletivos. Um grupo de jovens se concentrou no centro da praça e começou a afastar violentamente dali os que julgavam menos interessantes.
A proporção de homens e mulheres desse grupo central pendia pesadamente para as mulheres. Com isso, centenas dos rejeitados começaram a vagar pelos arredores. Uma massa de homens e algumas mulheres começaram a se espalhar pela vizinhança. Um grande grupo vinha em nossa direção. Fechei as portas e levei Paula para uma pequena sala de segurança. De lá podia ver as câmeras de todo o prédio, inclusive as apontadas para a rua.
Alguns começaram a se aglomerar nas portas. A maioria olhava para cima, acredito que algumas mulheres infectadas nos andares superiores estavam dando um show nas janelas. O número começou a aumentar rapidamente. Em menos de quinze minutos já não conseguia ver o fim do mar de homens e mulheres forçando as portas. Por sorte elas eram muito resistentes.
Por azar, não estávamos sozinhos no saguão. O porteiro apareceu numa das câmeras, ele estava nu e se esfregava na porta tentando alcançar as pessoas lá fora. Ele havia tocado a garota. Temi que ele pudesse abrir as portas, por isso peguei minha arma e pedi para Paula me esperar. Saí dali ainda me perguntando se queria mesmo chegar nesse ponto.
A porta não podia se abrir. Eu tinha que fazer aquilo. Fui até o saguão novamente, arma em punho. O porteiro me notou, e sem nenhuma cerimônia se lançou na minha direção. Dei o primeiro tiro. Errei por muito. Segundo tiro. Um pouco mais próximo. Terceiro tiro. Ele já estava perto demais. Com um encontrão, ele me jogou ao chão, e eu derrubei a arma. Tentei lutar por alguns momentos, mas depois entendi que não era uma briga que ele queria. Parei de resistir e fui me arrastando até o revólver. Ele tentava tirar minhas calças.
Quarto tiro. No ombro dele. O velho berrou, mas não mudou de ideia. Percebi que não precisava matá-lo. Mirei no outro ombro para deixá-lo sem condições de me atacar ou de abrir a porta. Ele se mexeu bem na hora. Quinto tiro. Na cabeça. Seu corpo desabou por cima do meu, mas não tive nem tempo de contemplar o que havia feito. Escutei o som do vidro estilhaçando. Havia atirado na porta.
A multidão invadiu o prédio. Tirei o corpo do porteiro de cima de mim e corri desesperadamente de volta para a sala da segurança. Paula berrou de onde estava… ela estava vendo tudo pelos monitores. Fui perseguido, mas consegui entrar e fechar a porta a tempo. Paula me esperava lá dentro, olhos ávidos pela minha presença como de costume. Ela me abraçou novamente.
Comecei a ouvir os estrondos na porta. Essa não era tão resistente como a frontal. Ela gritava horrorizada. Em pouco tempo a madeira começou a ceder em rachaduras. A fechadura não resistiria. Olhei para Paula uma última vez.
Sexto tiro.
Se tivesse mais uma bala no tambor, não teria visto o que aconteceu logo depois. A porta foi arrebentada e pelo menos uns dez homens invadiram a sala. O primeiro berrou “virgem!”, e todos os outros começaram a imitá-lo. Passaram-se seis horas até tudo acabar. O corpo da menina ali do meu lado, e eu incapaz de reagir. Com o corpo e a mente destruídos, arrastei-me para longe deles.
Já são seis meses desde aquele dia. A ajuda nunca chegou. Não há mais água, luz, TV ou internet. Escondi-me em casas e apartamentos abandonados, tomei todos os antibióticos que encontrei. Não sei se é sorte estar vivo até agora, mas com certeza é mais do que a maioria deles tem: eles não se cuidam. As inúmeras grávidas morrem por complicações. Estão desnutridos, doentes e enfraquecidos.
Finalmente aprendi a usar armas. E eu a cada dia tenho um exército maior de crianças. Ser o único adulto responsável em quilômetros me faz um imã delas, sedentas por alguém que lhes dê ordens. Elas também já estão aprendendo a usar armas. A cada dia que passa eliminamos mais dos infectados. Não sei como as coisas vão se desenrolar, até porque temo pelo o que vai acontecer quando meus soldados chegarem na puberdade.
Não sei por que eu sou imune, só sei que eu vou ser a cura.
Ele deveria ter mirado entre as pernas e não no ombro. E ter tentado enfiar alguma coisa na bunda desses caras, pelo que eu entendi também usaram a dele durante essas 6hs.
Eu gostaria de uma continuação sim.
Acho que eu tenho uma internet bm, sempre cai quando vou comentar aqui.
Ele deveria ter mirado entre as pernas e não no ombro. E ter tentado enfiar alguma coisa na bunda desses caras, pelo que eu entendi também usaram a dele durante essas 6hs.
Eu gostaria de uma continuação sim.
Porraéessa! :P