#SomosTodosMachistas

+Apesar de reconhecerem que o Brasil é um país machista, a maioria dos jovens ainda acredita e reforça comportamentos que reprimem as mulheres e as colocam em posição de desigualdade em relação aos homens. Em pesquisa divulgada nesta quarta-feira (3), 48% deles dizem achar errado a mulher sair sozinha com os amigos, sem a companhia do marido, namorado ou “ficante”. Responderam à pergunta garotos e garotas.

Atenção: não foram só homens que responderam nessa pesquisa. Desfavor da semana.

SALLY

Uma pesquisa que foi um show de contradições. Dois pesos e duas medidas. Homens condenando em mulheres comportamentos que eles adotam em larga escala. Opiniões que envergonham um gênero. Pessoas que não parecem perceber o papelão que estão fazendo. Uma ilustração de um panorama assustador para a mulher moderna.

Por exemplo, 68% dos entrevistados acha errado uma mulher fazer sexo no primeiro encontro. Um homem tudo bem, mas uma mulher não pode. 76% criticaram mulheres que tem vários ficantes. Homem tá ok, mulher é vulgar. 80% afirmaram que mulher não deve ficar bêbada em festas ou baladas. Homem pode, mulher não.

Que vergonha. Na terra do “eu posso mas você não pode” as pessoas parecem não ter nem mesmo vergonha de externar opiniões tão babacas. Curioso que na hora de pedir independência das mulheres naquilo que lhes interessa, como a parte financeira, por exemplo, eles pedem. É o machismo seletivo: na hora de imprimir restrições são todos machistões, no resto do tempo não, a mulher que seja independente financeiramente e se banque.

48% acham que é errado a mulher sair sozinha com amigos, sem estar acompanhada por namorado, marido ou um ficante. O que mais me chamou a atenção nessa pesquisa nem foi o machismo galopante, porque disso eu nunca duvidei aqui no Brasil. O que mais me chamou a atenção foi o fato de acharem errado uma mulher sair sem o namorado ou sem o FICANTE.

FICANTE, termo que define um relacionamento sem compromisso. Termo deturpado e esculhambado pela cabecinha de merda do Brasileiro Médio. O que quer dizer FICANTE, se a mulher não pode sair sem ele? Quer dizer o sonho do homem Brasileiro Médio: uma mulher que lhe preste fidelidade e obediência, à qual, em troca, ele não deve prestar nada.

78% das entrevistadas contou que já sofreu algum tipo de assédio ofensivo ou violento, como ser beijada à força. Três em cada dez afirmam já terem sido assediadas FISICAMENTE em transporte público. Provavelmente as outras sete tinham carro. Ou seja, mulher não é respeitada nem pelo seu homem, nem por nenhum homem. Sensacional. Não tá fácil ser mulher, porque o desrespeito sempre existiu, mas agora vem acompanhado de uma série de obrigações que são novidade.

E nos relacionamentos, a coisa não está melhor: 53% já tiveram o celular vasculhado, 40% que o parceiro controla o que fazem, onde e com quem estão. 35% já foram xingadas pelo namorado e 33%, impedidas de usar determinada roupa. 37% contaram que já fizeram sexo sem camisinha porque o parceiro não queria.

Lendo isso, começo a pensar que além do homem brasileiro ser, como regra, o escroto que é, a mulher brasileira é frouxa e burra. Homem tentar ser injusto e babaca eu entendo, mas mulher cedendo a isso, jamais. A mulher brasileira não é vítima, ela é uma acomodada. Ela quer ter um homem do lado a qualquer preço e por isso se sujeita a tudo. Inclusive a violência.

Quase metade dos homens entrevistados disse ter visto a mãe ser agredida e admitiu repetir esta agressão na namorada. Porque isso acontece? Porque fica impune. Se não ficasse impune, não acontecia mais. Mulher está tolerando TUDO, TU-DO para ficar em um relacionamento, por causa dos ganhos secundários que tem, dentre eles se sentir valorizada, por mais merda que seja o parceiro. Mulheres não toleram tudo porque são vítimas, mulheres toleram tudo porque são inseguras mesmo.

Olha, se a mulher brasileira fizesse 10% disso tudo com os homens, ou apanhava, ou ia morrer sozinha. Os rapazes iriam procurar namoradas no Zimbabue, se necessário fosse, e aboliriam as mulheres brasileiras de suas vidas. Mas a mulher brasileira tolera, perdoa, aceita. Não se enganem, não estamos falando da Dona Maria, com onze filhos, que nunca trabalhou e não tem dinheiro para se sustentar se o marido a largar.

Estamos falando da Dona Fulana, que trabalha e ganha seu salário, mas precisa de homem para se sentir valorizada. Estamos falando da Dra. Beltrana, que teria dinheiro para se bancar se largasse o homem mas como isso reduziria seu poder aquisitivo e seu conforto, tolera esse tipo de coisa. Estamos falando de pessoas que tem a escolha mas preferem se convencer de que não tem por pura acomodação ou dependência emocional. “Homem é tudo igual”, elas repetirão. Um mantra que justifica ficar anos com um canalha.

Esses números me causam VERGONHA. Mais das mulheres do que dos homens que os perpetram. Porque as pessoas só fazem conosco o que deixamos que elas façam. Chega, mulher não é mais vítima. Mulher não precisa mais aguentar isso. Vamos começar a responsabilizar as mulheres também, não por apanhar ou serem humilhadas e sim por fazerem a manutenção de um relacionamento que gera isso.

Mulher tem responsabilidade sim. Mulher se coloca e se matem em relacionamentos nocivos, doentios, destrutivos. Obviamente a culpa não é só das mulheres, esses homens são uns tremendos filhos das putas, mas não são os únicos culpados da coisa ter chegado onde chegou. Basta de passar a mão na cabeça das mulheres e trucidar os homens.

A maior vergonha de todas é pensar que somos nós, mulheres, quem criamos esses machistas filhos da puta e essas mulheres emocionalmente dependentes que se sujeitam a tudo para dizer à sociedade que tem um marido. Muito triste.

Resumo da história: não pode destratar nem fazer nenhum desses desrespeitos citados com gays, judeus, lésbicas, deficientes, crianças, idosos, negros ou qualquer outro Intocável. Mas pode fazer com mulher. Em larga escala. E vai se considerado normal. Ser mulher, branca e heterossexual nos dias de hoje é pertencer a uma das categorias que mais se fode.

Para nem se desgastar achando que em uma semana eles desmentem esses dados, para marcar uma cirurgia de mudança de sexo ou ainda para iniciar uma briga sexista nos comentários: sally@desfavor.com

SOMIR

Apesar de ser frequentemente chamado de machista, eu me considero igualitário na questão da relação de poder entre os sexos. Na verdade a confusão se dá porque eu defendo que os direitos E os deveres deveriam ser os mesmos para homens e mulheres.

Evidente que como ser humano dotado de cérebro acredito que a violência contra a mulher seja horrível e que a liberdade sexual seja a mesma em ambos os sexos. Discordo muito da mentalidade média explicitada nessa pesquisa. Mas como Sally já tratou do assunto, fico livre para sugerir uma forma de resolver as coisas. É Desfavor da Semana, mas pode chamar de Dés Potas (ou quem sabe até Flertando com o Desastre).

O problema é que mulher é um alvo muito fácil. Gostamos de acreditar que estamos numa sociedade moderna onde a lei da selva já foi revogada, mas essa não é a realidade. Abusar de mulher é um crime com poucas consequências REAIS. Devemos continuar conscientizando a sociedade que é errado usar a força para subjugá-las, mas precisamos de medidas mais urgentes.

Mulher precisa aprender a ser mais perigosa. Se você passar a mão na bunda de um homem, existe o risco considerável de levar uma porrada para largar de ser folgado. Mulher afina. Mulher é menos agressiva. Eu sei que isso soa perigosamente parecido com culpar a vítima, mas tenham certeza que eu não estou seguindo esse caminho: a culpa é do agressor, é claro.

Mas, não é factível esperar que uma sociedade atrasada como a nossa deixe de agredir pelo bom senso de respeitar a integridade física alheia. Ou mesmo confiar cegamente na capacidade do sistema de reconhecer e punir os transgressores. Algumas coisas precisam ser resolvidas na hora.

Num mundo ideal, mulheres não precisariam aprender a se defender de comportamentos bárbaros do tipo, mas de ideal esse mundo tem quase nada. E se nesse meio tempo entre a selvageria e a civilidade o sexo frágil aprendesse a levar menos desaforo para casa?

Sim, existe um problema nessa ideia: fisicamente, mulheres tendem a não ser páreo para um homem. Eles tem mais capacidade de usar a via da violência (real ou ameaça) para resolver seus problemas, mas a vida moderna está cheia de métodos para equilibrar o jogo. Tenham em vista que não são os homens naturalmente mais fortes que mandam nesse mundo. Entre os homens mesmo não é só uma questão de músculos: os mais preparados e os mais agressivos levam vantagem.

Mulheres deveriam aprender desde cedo como se defender de pessoas mais fortes. Existem artes marciais e armas para tal. O Estado precisa reconhecer que é ineficiente para protegê-las e fornecer meios para que elas ponham um pouco mais de medo em seus agressores. Ensiná-las defesa pessoal e facilitar o acesso a armas (não-letais mesmo) faria mais pelas mulheres do que qualquer lei Maria da Penha da vida.

Cidadão tem que sentir medo de não tratar uma mulher com o devido respeito. Ele ainda vai ter a vantagem natural se ser mais forte, mas vai ter que pensar direito se não quiser levar um golpe devastador no saco ou mesmo milhares de volts corpo adentro. Homem que bate em mulher é covarde, vai no alvo mais fraco pela certeza da impunidade.

É justamente o tipo que leva uma de volta e perde toda a coragem. O cara que bate na esposa em casa quase sempre o faz depois de alterado. Uma mulher bem treinada é capaz de bater em bêbado. Se a mulher se sente indefesa, age de forma indefesa. Mesmo que ele ganhe a briga no final, vai apanhar no processo. Vai deixar de ser o crime perfeito que sempre foi.

Sou favorável até mesmo ao porte facilitado de armas letais para elas. Claro que algumas malucas vão atirar em quem as chamar de gostosas na rua, mas na média vai servir para fazer o cara pensar mil vezes antes de sair agarrando mulher na rua ou na balada. Quem tem, tem medo.

Eu sei que é apelar para o menor denominador comum, mas a humanidade tem o hábito de se adaptar a novos paradigmas sociais. Quando mexer com mulher for algo arriscado, pais vão ensinar para os filhos a serem mais respeitosos. Em algumas gerações teríamos uma redução considerável dos abusos contras as mulheres.

Sempre vai ter o folgado, mas é diferente lidar com uma situação onde se é vítima indefesa e uma onde se tem o poder de se defender. A mulher pode até perdoar e liberar o cara que meteu a mão na bunda dela somente com um xingamento. Quando ela se sentir clemente ao não sentar a pata no safado, a sensação de ser violada vai diminuir consideravelmente.

Concordo com as feministas que as mulheres precisam de mais poder nesse mundo, só não acho que dá para subverter ainda a lógica masculina de que poder é uma coisa agressiva e potencialmente violenta. Se quiserem que os homens escutem mais o que elas dizem, tem que conquistar o respeito mais ‘primal’ deles. Querendo ou não, a gente respeita mais quem pode dar umas porradas na gente.

A solução está aí, basta ter coragem de aplicar.

Para dizer que já enfia a porrada em homem folgado (parabéns!), para dizer que meu texto foi machista, ou mesmo para dizer que minha solução mágica tem defeitos: somir@desfavor.com

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Comments (39)

  • Tudo que tinha pra dizer de revoltante sobre essa pesquisa já foi dito. Esse texto me fez lembrar uma história engraçada. Tenho parentes que trabalhavam numa empresa e eles viajavam pra montar feiras e exposições. Aí uma vez foram para o Rio de Janeiro e um colega deles viu uma carioca de shorts na rua e mexeu com a menina “Te chupo todinha, gostosa” ou algo repulsivo assim. Acho que ela vigiou ele e contou pro namorado que, no minimo, deve ser de alguma gangue. O cara se juntou com mais uns 4 ou 5 capangas e armaram uma emboscada, pegaram o homem saindo do hotel e levaram pra um canto. O namorado da guria disse “Tu queria chupar minha namorada, né? Já que gosta de chupar, vai chupar cada um de nós” e o zé ruela foi obrigado a boquetear um por um com um 38 apontado na cabeça. Ainda levou uma surra, foi parar no pronto socorro e sofre bullying dos colegas até hoje. Acho que esse aprendeu a lição.

    Acho surreal que em países civilizados, como os da Europa, a mulher pode andar como quiser na rua. Tanto faz se ta de espartilho ou burca, homem nenhum nem olha. Aqui o brasileiro médio não pode ver um tornozelo de fora que já se acha no direito de constranger uma mulher com baixarias. A mentalidade é de um bovino, se caírem de 4 na beira da estrada, saem pastando.

  • Engraçado como essas pesquisas são tendenciosas, não é questão de machismo ou feminismo, é questão de que as pessoas de forma geral não têm maturidade para ter relacionamento.

    Foi perguntado nessas pesquisas quantas mulheres dessas, vasculham o celular do namorado, quantas dessas permitem o namorado sair sem maiores problemas, quantas mulheres acham que um cara que pega várias não serve para namorar ou quantas acham vulgar ou feio um homem ficar bêbado na balada? É só substituir os papéis que verão que é mesma coisa.

    Abraços.

      • Lembra daquela maluca que mandou cortar o pau do cara? Na notícia o que não faltava era mulher apoiando e falando que estava certa. Imagine o contrário o shitstorm que isso iria gerar. Já imagino textos enormes de feministas falando que a sociedade é machista e vomitando coisas como “sociedade patriarcal”, “misóginia” dentre outros termos.

        O problema é que tem muita mulher aí jogando a culpa de suas frustrações com homem no machismo, igual esquerdista falando que tudo é direita golpista.

        A tolerância social pode ser maior para homens em alguns raros casos, mas nesse caso aí você está sendo ingênua.

  • Sinceramente, minha surpresa é que alguém morando no Brasil fique surpreso com essa pesquisa.
    Todo mundo quer direitos iguais até pegarem no seu calo. Eu costumo dizer que luto diariamente contra o machismo que me habita, já que fui criado por uma mulher tão machista quanto qualquer outro macho.

    Do ponto de vista da Sally esse texto é um continuação de a Sindrome de Estocolmo e Sonhos. Também é a mais pura realidade de uma sociedade que vive em prol do “parecer”, até porque mulher solteira pega mal, né?
    Exemplos de mulheres que continuam um relação bosta apenas, apenas, sei lá o porque. Não ficar solteira? Relação aonde não nenhum ganho pra mulher a não ser o “status social”.

    Na visão do Somir há uma tentativa válida de igualar de verdade as coisa, engrossar a pele das mulheres. Num mundo ideal puniríamos com cada vez mais rigor que desrespeitasse o outro, independente do sexo, mas aqui na Suíça ninguém quer mexer num assunto tão em foco como coitadismo. Ia destruir até o próprio governo, imagina!?

    No Texto da Sally “Sonhos” explica de maneira bem nítida o circulo vicioso de mulheres criando mulheres para serem “mulheres”. Se é que da pra entender……

    • Tenho o print dessa notícia no facebook e tem um monte de mulher apoiando e falando que a mulher está certa e que todos homens mereciam isso, se fosse o contrário diriam que “ela tem liberdade de terminar o relacionamento quando quiser, cadeia nesse monstro” e etc. Povo sem auto-análise do caralho.

  • Não sei qual a surpresa com o resultado da pesquisa.
    Só me entristece é que os adolescentes estão mais machistas que os caras com 30 anos… ou seja, a tendência é só piorar!

  • Decidi ensinar ao meu filho de cinco anos (quando ele estiver na pre-adolescencia) que ninguem e dono de ninguem. A mulher nao é propriedade do homem e vice-versa. Nao vivemos mais na era patriarcal. Na verdade, o machismo é uma questao cultural; e digo mais: uma questao de educacao.

    Os pais devem educar os seus homens desde cedo que a mulher e tao “superior” quanto ele.

    A sociedade de hoje nao devia mais comportar o machismo.

  • Como consigo ler os textos (antigos) da coluna “Em direito”? Fiquei muito interessada em ler outros além de “Lesão corporal”, Sally.

  • “Ensiná-las defesa pessoal e facilitar o acesso a armas (não-letais mesmo) faria mais pelas mulheres do que qualquer lei Maria da Penha da vida.”

    Somir tem toda razão! Agradeço muito por ter tido um pai que me ensinou um pouco de defesa pessoal, como (basicamente) usar uma arma, além de me ensinar que tenho valor por mim mesma, independente de estar ou não solteira.
    E Sally tbm tem razão, MUITAS mulheres aceitam que eles digam o que elas podem ou não fazer, vestir, pensar… Por dois motivos: 1-Foram criadas com essas ideias e 2- Falta de vontade de se INFORMAR.

    As mulheres mais inteligentes que conheço não se sentem desvalorizadas por não ter um macho a tiracolo. Pelo contrário, elas sabem de seu valor como pessoa e jamais aceitariam de seus companheiros os comportamentos citados na pesquisa.

    • Gente que se sente dona da outra tem em ambos os sexos, quantos e quantos paus-mandados da namorada não vemos por aí? Isso não vejo pesquisas reclamando. E mesmo se fizessem poucos homens admitiriam.

      • A questao nao é a escolha individual e sim o aval social para poder ou nao poder se portar de determinada forma. Mas estou muito cansada parq explicar, vou te ignorar

        • “A questão não é a escolha individual e sim o aval social para poder ou não poder se portar de determinada forma. ” mimimi.
          Poder ou não poder não depende de aval social, homem também é mal visto se fizer algumas coisas, mulher livre de verdade está cagando para isso você chama de “aval social”, mulher livre de verdade sai com quantos quer, transa no primeiro encontro se quiser, faz o que quiser, não fica reclamando que a “sociedade opressora” não a deixa. A sociedade também tem a liberdade individual de pensar o que quiser.

  • mulheres frouxas

    Igual lá no meu trabalho. Viram uma mulher casada dando uns amassos no colega também casado mas só rolou comentario dela ser vagabunda. Ele pode chifrar a esposa de boa mas ela ficou taxada de puta.
    A outra tava reclamando do noivo cagar de porta aberta. Se faz isso noivo imagina casado e diz que não adianra falar ele nem respeita. Eu perguntei se ela tem certeza que quer conviver com o cagao ela dissevque não quer ficar encalhada.
    Cada frouxa tem o canalha que merece!

  • Mulher só fica com homem assim porque é besta. Isso mesmo! Burra de carregar carroça! Uma colega de trabalho passou 7 anos apanhando do marido. Sete anos! Perguntei porque ela aguentou esse inferno. Ela falou, falou e no final não teve resposta, ou seja, todas do setor entenderam que ela é burra.
    Homem só pensa duas vezes se ele tiver um oponente à altura. O ex ameaçou me bater uma vez. O meu pai disse que se ele chegasse perto de mim, ia ensinar a ele o que é um homem. Só vi o cidadão no dia de assinar o divórcio e depois nunca mais.

  • Bom, ainda não li a matéria que deu origem à postagem, só dei uma olhada por alto. Nessa olhada, não consegui achar o link para a pesquisa propriamente dita, o que me impede de opinar por enquanto. Não gosto de discutir conclusões de pesquisas sem ter acesso às reais perguntas que foram feitas, pois há muita manipulação em tudo o que é pesquisado. A simples troca de termos já muda totalmente o panorama. Enfim, depois que eu botar os olhos na pesquisa e na reportagem, comento sobre isso.
    Agora, quanto ao texto: vocês estão de parabéns! Confesso que não curti muito a introdução da Sally, mas o desenvolvimento valeu a pena. Afinal de contas, ela mostrou que o problema é muito maior do que gostamos de pintar, que a culpa não é só do babaca, mas também das carentonas que se sujeitam a tudo pelo simples status de relacionamento. Engraçado, lembro-me até hoje de uma vez, um certo tempo depois de terminar meu primeiro namoro, estava falando com a ex por telefone e ela contando: “eu tenho que ficar ouvindo minha mãe dizer que eu não consegui segurar um homem”, e eu pensando: SÉRIO? Como uma mãe pode dizer isso para a própria filha? Detalhe: a mãe vivia um “casamento/separação” em que o marido/ex-marido aparecia quando queria (geralmente quando a situação financeira dele apertava) e sumia quando convinha. Será que ela se orgulhava de “segurar um homem” dessa forma??? Tá, voltando ao texto.
    Agora, o Somir… odeio ver essas palavras digitadas por mim, mas falou TU-DO! Não poderia concordar mais. Ele simplesmente expôs tudo o que eu penso. Infelizmente, as pessoas só respeitam àquelas em quem elas enxergam algum risco em potencial. Em todos os campos da vida. Pode ser risco afetivo, profissional, ou mesmo físico. E, na boa, a verdade é que a violência sempre foi o recurso mais poderoso da raça humana. Um recurso com muitas consequências negativas, é verdade, mas em última instância, quando nada mais funciona, é o recurso que resolve. Isso vale pra relação entre duas pessoas ou entre muitos países. Eu acredito no medo como ferramenta de inibição. Sou a favor de mulheres andando armadas para se defenderem, seja com facas, aparelhos de choque, spray de pimenta ou mesmo armas de fogo (dentro da lei, é claro), o que cada uma preferir (aliás, sou a favor de TODOS andarem armados, mas essa é outra história…).
    Enfim, creio que uma solução passaria por ambas as propostas: uma mudança de postura, deixar a condição de “vítima voluntária”, dependente de relacionamentos para se afirmar, ao mesmo tempo tornando-se perigosa para possíveis agressores/abusadores etc.

  • Somir,

    Em essência, você é feminista. Feminismo é luta pela igualdade. Mas, claro, tratando os desiguais desigualmente no limite da sua desigualdade.

    Quantos homens saem na rua e tem medo de estupro?
    Quantos homens pensam duas vezes antes de beber demais por medo de serem estuprados?
    Claro, alguns têm medo. Mas é sempre medo de outros homens.
    Quantos homens têm medo de serem estuprados por mulheres?
    Quantos homens sabem o que é não ser dono do próprio corpo e ter o Estado, a Polícia, a Sociedade e todo mundo dizendo o que eles podem ou não fazer com o próprio corpo? Nenhum. É como dizem: “Se homem ficasse grávido, aborto seria sacramento.”

    Quantos homens são espancados por suas mulheres?
    Quantos homens são mortos por suas mulheres porque elas lavaram a honra de uma traição?
    Enfim, a desigualdade é gritante. Ainda.

    Leio seus textos há tempos e não encontro o seu suposto machismo. O problema é que parte das feministas (a parte que aparece!) fica falando de bobagens sem importância, como piadas, programas de humor, filmes, peças de teatro e propaganda que consideram machista.

    Gostam é de mídia.
    Gostam é de barulho.

    Algumas são moralistas a ponto de encherem o saco de quem escolhe ser prostituta e de quem vê pornografia, mas desde que isso renda polêmica e holofotes, ainda que virtuais. Enchem o saco até dos homens que defendem causas feministas, como a legalização do aborto, rotulando-os: “Querem roubar nosso protagonismo!” Enfim, gostam é de mimimi para aparecer.

    Quantas perdem tempo não apenas falando das meninas de 12 anos empurradas para a prostituição em pleno Norte e Nordeste brasileiros, mas sim FAZENDO algo pra tentar ajudar a acabar com essa aberração? Quantas ajudam abrigos de mulheres que fogem dos ex maridos violentos e precisam até trocar de nome para não serem mortas? Quantas formam grupos de mulheres para aprenderem defesa pessoal? FAZER gera pouca polêmica. As da Internet só querem falar. E falar do que dá polêmica.

    Mas, enfim, escrevi para dar os parabéns pela escolha do Desfavor da semana. Eu me senti tão deprimida quando vi essa pesquisa ainda mais por eles e ELAS serem tão jovens… Será que estamos vivenciando um retrocesso conservador?

    • Sei que não falou comigo, mas apenas algumas observações:

      Quantos homens saem na rua e tem medo de estupro?
      Quantos homens pensam duas vezes antes de beber demais por medo de serem estuprados?
      Claro, alguns têm medo. Mas é sempre medo de outros homens.
      Quantos homens têm medo de serem estuprados por mulheres?
      Quantos homens sabem o que é não ser dono do próprio corpo e ter o Estado, a Polícia, a Sociedade e todo mundo dizendo o que eles podem ou não fazer com o próprio corpo? Nenhum. É como dizem: “Se homem ficasse grávido, aborto seria sacramento.”

      Quantos homens são espancados por suas mulheres?
      Quantos homens são mortos por suas mulheres porque elas lavaram a honra de uma traição?
      Enfim, a desigualdade é gritante. Ainda.

      Homens não correm muito risco de serem estuprados, mas correm muito risco de serem assaltados, e infinitamente mais risco de serem assassinados

      Homens podem não ser estuprados por mulheres, mas podem ser estuprados por outros homens e também podem sofrer abuso doméstico por homens ou mulheres antes da idade adulta.

      Vc pode se repetir e alegar que o risco não é da mulher contra o homem e sim vindo de outros homens. Ok, podemos então concordar que homens são mais violentos que mulheres. Mas não podemos dizer que homens correm menos riscos e tem mais vantagens que mulheres, pois também podem ser vitimas.

      Aborto, não é puramente uma questão de homem que não ‘cria empatia’ pela causa da mulher. É mais complexo. Envolve questões religiosas, morais e até mesmo cientificas, dado que ninguém chegou a uma conclusão definitiva e absoluta sobre quando se começa vida, justamente por envolver tantas questões.

      Por mais que se fantasiem sobre números de mulheres mortas graças a abortos clandestinos e o bla bla bla de que mulher rica faz, e só pobre se da mal. Existem diversos métodos conceptivos: coito interrompido, tabelinha, pilula, diu, injeções…fez merda, camisinha estourou? pilula do dia seguinte. Ah…deixou passar 3 dias vai esperar a menstruação parar e a barriga crescer? aproveita esse tempo pra se acostumar com a ideia de assumir sua responsabilidade.

      Quer ser feminista e ajudar as mulheres pobres com a questão do aborto? Se alie com ong’s ou monte sua própria e ajude a divulgar uma vida sexual responsável para pré adolescentes e adolescentes em escolas ou centros comunitários.

      Prevenir não é sempre melhor que remediar?

  • desconsiderando síndrome de estocolmo, as mulheres brasileiras no geral tem esse desespero pra conseguir marido por status e quando conseguem, não largam mais pra não ficar solteirona ou ser taxada da fracassada por um relacionamento que não deu certo. ‘antes mal acompanhada do que só’ a mentalidade do brasileiro ainda está no inicio do seculo 20

  • Ae Somir, gostei da ideia. O problema é que as próprias mulheres falariam mal da que tentou se defender. Elas devem ter medo de ficarem mal vistas, de serem as barraquiras.
    É patético se submeter a isso. Mas não precisava de pesquisa para saber que ocorre porque é normal no meio em que vivem, que veem em casa e acham que podem repetir por aí.

  • É, uma coisa que eu acho muito foda nisso tudo é: a informação está aí pra todo mundo, basta correr atrás e pesquisar, mas as pessoas não se dão ao luxo para tal, e continuam fazendo errado, perpetuando ideias erradas e tudo mais. As pessoas, “uzomi” diga-se de passagem, continuam com a ideia retrograda e perpetuando esse ideal da superioridade masculina, mesmo que inconscientemente. Elas não tem noção do tamanho do problema, nem da dimensão profunda histórica do problema. Quero dizer: o “machismo enraizado” é anterior a mim, a ti, a fulano, a ciclano, anterior ao PT, a cristo, a whatever! Desconstruir isso que já está incrustado a milênios é realmente uma tarefa difícil, mas parece que as pessoas não se importam com isso com a real proficuidade e comprometimento que esta deveria ter.

  • Nossa. Tanta coisa dita com oportuna manipulação hipócrita nesta pesquisa. Vamos por partes:

    “Por exemplo, 68% dos entrevistados acha errado uma mulher fazer sexo no primeiro encontro.”

    Um cara passa anoite toda tentando chamar atenção, depois a ‘mentiraiada’ básica do xaveco, com uma certa insistência, paga bebida ou qualquer outra coisa. Dai quando consegue levar a mulher pra cama. Ela é vagabunda, e ele o bonzão! Não dá pra entender.

    76% criticaram mulheres que tem vários ficantes. Homem tá ok, mulher é vulgar.

    Promiscuidade é feio para qualquer um. Mas a realidade é que é muito mais fácil uma mulher conseguir vários parceiros do que o contrário. Na maior parte das vezes é praticamente só apontar: “Voce. Eu quero vc hoje.”. Então mulherada, prende o choro ou mantenha sua vida sexual de forma discreta ao invés de culpar a ‘sociedade machista patriarcal’.

    80% afirmaram que mulher não deve ficar bêbada em festas ou baladas. Homem pode, mulher não.

    Aqui, nem vou entrar neste mérito específico. Mas uma coisa interessante: Se uma mulher fica bêbada numa festa e é beijada ou até mesmo chega ao ponto de fazer sexo com outro bêbado. Ela pode facilmente alegar que não tinha plena consciência e que foi abusada. Agora o homem, independente de estar bêbado ou não não pode alegar tal coisa, pois soaria ridículo…Todo mundo espera mais compostura do homem…

    “33%, impedidas de usar determinada roupa. 37% contaram que já fizeram sexo sem camisinha porque o parceiro não queria.”

    Ah sim, porque a culpa de vc escolher continuar num relacionamento com um babaca é do machismo. Se o parceiro não quer camisinha, a mulher pode recusar sexo. Ninguém a obriga a isso. E se obrigar, é estupro.

    • Interessantes algumas de suas colocações, Hugo… especialmente quanto à dificuldade ou facilidade em se conseguir um(a) parceira(o). É algo óbvio que o “sucesso” do homem demanda um certo esforço na hora da conquista, enquanto que a mulher, via de regra, consegue o homem que quiser facilmente. E antes que a Sally venha falar sobre malhação, depilação, dieta etc, ressalto que estou falando do esforço NA HORA DA CONQUISTA, não nos preparativos. Entretanto, eu, pelo menos, nunca havia pensado na relação entre esse esforço e a visão de “bem sucedido” do cara que pega várias mulheres e de “galinha” quando é a mulher.
      De tudo isso, concluo que espera-se da mulher que ela seja seletiva, enquanto o homem deve contentar-se com o que der pra pegar, ele não tem o direito de escolha, por isso tem que compensar com a quantidade. Claro que tudo isso está longe de justificar qualquer ato minimamente babaca que seja, nem a hipocrisia das pessoas. Estou apenas fazendo uma análise a partir de um ângulo novo, ao menos para mim. E não sei bem a que conclusão chegar a partir disso. Mas acabo enxergando uma certa lógica nisso tudo.
      Ah, e antes que venham me acusar de qualquer coisa: o fato de eu ver lógica em algo não quer dizer que eu concorde com isso.

    • Outra consideração sobre o seu comentário: um homem bêbado sai com uma mulher bêbada, mesmo ela consentindo, e depois ela resolve acusá-lo sob a alegação de que “não sabia o que estava fazendo”. Nesse caso, além da embriaguez dela servir como proteção, a embriaguez dele provavelmente vai ser considerada agravante.

  • “Mulher precisa aprender a ser mais perigosa.”
    Ta aí uma coisa que eu já pensei. Tanto é que ano que vem quero começar aulas de defesa pessoal ou alguma arte marcial. Me pergunto se usar aquela lanterna de choque (tem um nome específico, mas esqueci) é realmente eficiente, porque sinto medo de ter que usá-la e na hora o cara conseguir pegar de mim.
    Felizmente, nunca fui agarrada nem apalpada; só ouço aqueles comentários babacas ou sinto aqueles olhares diferentes.

    • Priscila, você aceita uma sugestão?
      Faça alguma arte marcial ou outro esporte de luta. O que você preferir. Mas tem que haver um bom equilíbrio entre treinos técnicos e aplicação na luta propriamente dita. Além do treino físico, é claro, mas esse você pode desenvolver fora do tatame/ringue/octógono/o que quer que seja.
      Treine por um tempo razoável (pelo menos seis meses a um ano) e, quando já estiver com os reflexos mais apurados, a noção espacial aprimorada e o domínio corporal aperfeiçoado, aí sim, vá atrás de aulas de defesa pessoal. Nesse ponto elas serão úteis.
      A verdade é que essas tão afamadas aulas são inúteis para a maioria das pessoas que as procuram. Em algumas horas são demonstradas certas técnicas que na hora parecem fáceis mas não são, o aluno pratica algumas vezes (vinte? cinquenta? cem?) e nunca mais aplica aquilo na vida. Defender-se de uma agressão demanda muito mais do que isso. É preciso condicionar seu cérebro e seu corpo a reagir de determinada maneira, sem pensar, e isso demanda dedicação, repetição à exaustão, entre outras coisas.

  • Meu pai e minha mãe sempre me ensinaram a meter chute no saco, de enfiar choque, spray de pimenta e de fazer escândalo.
    Desde criança me falaram que bulim é o catalho, só revidar de igual resolve.

  • A verdade: mulheres não são racionais. Não pensam logicamente.

    E…

    se atraem pelo mal.
    Pesquisas cientificas sérias já comprovam tudo isso.

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