O texto de hoje estava pronto. Era de humor. Mas soaria artificial depois do baque. Sobretudo por ser de humor. Quem gosta de humor está em choque. Três homens fortemente armados invadiram a redação de uma revista em Paris, atiraram e mataram grandes nomes do humor desenhado. Tudo indica que a causa foi uma charge fazendo piada com Maomé.

Não é a primeira vez que isso acontece. Já haviam ocorrido outros atentados com o mesmo motivo e a revista vinha recebendo tantas ameaças, que estava debaixo de proteção policial. Ainda assim, ainda com proteção policial (de uma polícia europeia!), três elementos conseguiram entrar com armamento pesado e fazer várias vítimas. Estamos todos perplexos.

Pela injustiça? Certamente. Um atentado contra a liberdade de imprensa e de expressão. Mas não é isso que desperta essa comoção, na maior parte das vezes, ao menos aqui no Brasil. A liberdade de imprensa e expressão é estuprada diariamente por aqui e ninguém se indigna. O que doeu foi a Síndrome do Poderia Ser Comigo. Poderia ter sido com qualquer um de nós no mundo. É isso que choca, é lembrar da nossa fragilidade, da nossa mortalidade, do lixo fanático que o ser humano pode ser.

Piada gerando morte. É grave, é muito grave. Mais ainda no contexto francês atual, onde já existe uma tendência discriminatória com imigrantes. Assim como nem toda brasileira é a Valesca Popozuda ou o Neymar, nem todo árabe é um fanático lunático terrorista. Mas infelizmente esta é a visão que está se consolidando. Da mesma forma que em outros tempos se olhava com medo/desconfiança para negros, hoje estamos todos começando a olhar assim para árabes. Os bons pagam pelos maus.

Uma charge, um desenho, tem o poder de transtornar pessoas a ponto de pegarem em armas e atirarem em outros seres humanos. O que se passa na cabeça destas pessoas ofendidas? Qual é o parâmetro? Porque diariamente em diversos lugares do mundo (inclusive aqui, no Desfavor) Maomé é ofendido, vilipendiado e desrespeitado. Qual será o critério para baterem o martelo e decidirem quem tem que morrer?

Fico me perguntando o que eles fariam se soubessem que temos uma marchinha de carnaval sobre a cabeleira do Zezé, onde, em um mesmo contexto, se pergunta “será que ele é” mulher, transviado ou Maomé. Vivemos em um mundo onde, mesmo com uma polícia eficiente, pessoas podem ser executadas em função de uma piada. Não é a primeira vez e infelizmente não será a última. Recentemente tivemos ataques massivos virtuais por causa do filme “A Entrevista”. Está se espalhando.

Aí trago a pergunta do texto. Toda esta introdução foi para perguntar como se punem pessoas que não tem nada a perder e que estão dispostas a tirar a própria vida? Prisão não é punição para estas pessoas, o encarceramento aumenta a sensação de vitimização e o ódio entre eles e seus supostos inimigos. Prender é transformar em mártir. Matar também. Urge encontrar uma forma de punição para estas pessoas que não reforce ainda mais seu fanatismo. Alguém se arrisca?

Sanções internacionais seriam ineficientes, afinal, são países que não tem nada a perder. Nem mesmo bombardear funciona, geralmente são países quase que todos bombardeados, com guerra civil, com qualidade de vida ínfima, repletos de violência e intolerância interna. Violência não assusta nem pune quem cresceu dentro da violência. Fato: em matéria de violência, eles são melhores do que o resto do mundo, é o forte deles. É hora de parar de pensar em punição ou sanção tomando por base aquilo que NOS assustaria. O mundo não somos nós. Estas pessoas tem outra cabeça, outros valores, precisam de uma sanção compatível com eles.

Então, o que fazer? Como responder? Me recuso a ignorar, gente assim, fanáticos religiosos, TEM QUE SER DESMORALIZADOS. E essa é a missão de vocês hoje. Todos juntos vamos pensar na melhor forma de combater violência com inteligência.

Cheguei a pensar em viralizar em redes sociais ofensas sucessivas a Maomé. Da mesma forma como teve o Desafio do Balde de Gelo, fazer o Desafio de Maomé, onde cada um humilha, vilipendia e escrotiza Maomé de uma forma mais diferente e criativa que a outra: queimando foto, cagando em cima da foto, travestindo foto de mulher, enfim, criatividade é o que não falta. O que eles fariam? Matariam um por um, milhões de pessoas de vários países?

Sim, é feio escrotizar abertamente a religião alheia, mas é preciso dar um basta nesse fanatismo. Até porque, nas próprias redes sociais, o que não falta são representantes desses fanáticos dizendo que é só o começo, que muito mais virá. Violência não combate isso. Não tem bomba, tiro ou prisão que assuste quem é pós-graduado em violência, quem está disposto a morrer. A solução tem que ser troll.

Quando vemos algo bizarro, escroto e absurdo como esse atentado, o lado passional aflora. O primeiro impulso é querer matar todo mundo envolvido, querer proibir a religião dessas pessoas, querer censurar, querer prender e arrebentar quem se mostre favorável a esse estilo de vida. Não é por aí. Assim estamos ficando iguais a eles e gerando uma reação que alimentará uma nova ação. Eu sei que é revoltante, mas temos que usar a inteligência. O trunfo é esse: a inteligência, algo que fanáticos não tem, ou ao menos não usam.

Desafio do dia: propor uma solução inteligente, para mostrar a essas pessoas que, desculpa, não podem ter o controle do que o mundo todo fala e não podem proibir ninguém de fazer humor. Se quiserem mandar fotos, desenhos, filmes ou qualquer outra forma de escrotizar Maomé, a gente publica e ainda ajuda. E se derem uma sugestão bacana, além dessa, a gente adere e divulga.

Hoje é dia de debater. Podem começar.

Para ousar falar em respeito e religião na mesma frase, para passar o resto do dia cantando “olha a cabeleira do Zezé” ou ainda para escrotizar Maomé: sally@desfavor.com

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Comments (52)

  • Essa abordagem de zoar o Maomé seria uma boa.
    Um aspecto que levantaram aqui nos comentários foi o de “árabes” (entenda aqui os povos daquelas bandas pra lá, não necessariamente da Arábia Saudita) não serem flor que se cheire e, apesar de não demonstrarem, apoiarem os radicais e aquelas leis imundas do Sharia. Se eu já tenho uma aversão a religiões, o islã é um outro caso pois eles são dispostos a MATAR pela sua cultura e religião. Católicos e evangélicos são mais “inofensivos” porque fazem mais discurso do que agir. Prefiro enfrentar católicos papagaiando versículos e evangélicos berrando do que muçulmanos torturando e decapitando pessoas.

    E os movimentos pregando a tal da islamofobia e mais rigorosidade nas políticas de imigração e asilo estão crescendo. Numa pesquisa meio recente, 57% dos alemães se sentem ameaçados pelo islamismo. Compreensível essa auto defesa, embora minha tendência seja torcer o nariz para o preconceito. É complicado…

    Sally acha que a teoria da Eurábia procede ou os caras viajaram muito?

    • Islã = evangélicos violentos

      Não acredito que eles dominem a Europa não, acho que em algum momento a humanidade vai se encarregar de exterminá-los, pois eles estão abusando muito… e tenho medo inclusive que estejamos rumando para mais um genocídio onde milhares de inocentes morrerão

  • Por outro lado, tem gente dizendo que piadas semeiam o ódio, o preconceito, o caralho a quatro, e que os árabes que moram na Europa sofrem de uma represália ainda maior por conta das piadas do jornal em questão…

  • Tenho uma ideia bem mais fácil, manda os nossos políticos pra gerir os recursos deles que jájá vai faltar até areia no deserto.

  • Ge Suiça Charlie Brown

    Texto muito bom, algumas ideias sensacionais nos comentários, mas o que me preocupa de verdade é a crescente escalada dos B.M.’s que tentam se aproveitar de um ATAQUE TERRORISTA para discutir posicionamento ideológico. Puta que me pariu!

    Se a coréia do norte solta uma bomba nuclear em algum lugar dessa bosta de mundo, matando um bilhão de pessoas, certamente eu seria obrigado a ler nas redes sociais a corja dos imbecilóides tentando dar pitaco com tons ideológicos de direita e esquerda.

    Acho que a solução seria erradicar o fanatismo, TODOS ELES, seja religioso, esportivo, político, ideológico, TODOS SEM EXCEÇÃO!, mas como? Dando a cada um deles aquilo que lhes apavora, que lhes deixa acuados, que fazem se cagar a km de distância: a extinção daquilo que amam!

    Se você é fanático religioso, não poder professar sua fé lhe deixa acuado, se você é fanático por um time, seu time deixar de existir lhe enlouqueceria, se você é radical político, a aniquilação de seu partido o deixaria babando pra cima, enfim, a solução seria absurdamente radical, logo, eu seria radical por tentar extirpar da humanidade os radicais, logo, eu seria extinto! Foda-se, eu adoraria pagar esse preço pra deixar uma geração melhor para meus filhos.

  • Tinha é que o mundo inteiro zoar esses feladaputa aí queria ver se iam viver em função de se vingar. Mil virgens haha! Eles que vão morrer tudo cabaço, porque em vez de transar em vida, ficam se suicidando por mixaria. Parece bichinha ofendida. Tinha que bombar a internet esculachando eles sem parar.

  • Essa situação é muuito complicada. O cenário que vem se formando pela Europa é um pouco assustador, a tensão entre imigrantes e nativos vem aumentando a cada dia, tanto que já acontecem manifestações de cunho nacionalista que levam milhares de pessoas ás ruas. Isso é um sintoma de que algo está muito errado nessa sociedade e na minha opinião tende a só piorar.
    Falta aos líderes europeus a compreensão do poder que a cultura e a religião exercem sobre as pessoas. Isso é muito forte dentro deles, e nem toda a educação do mundo vai mudar uma geração nascida e criada dentro dessa “ideologia”. É um povo que praticamente não conhece o significado da palavra integração, são extremamente fechados, tem sua própria lei e não respeitam a cultura nem as leis e muito menos o povo que os acolheu. Ok, é um pouco preconceituoso escrever algo assim, mas de modo geral é isso que acontece. Fazendo uma analogia tosca, os muçulmanos são a versão mais hardcore dos militantes políticos. Quanto mais criticarem, mais cegos e apegados a sua fé e cultura eles vão ser.
    A Europa precisa imediatamente fechar suas fronteiras e segurar a imigração. Não resolve o problema como um todo, mas ao menos estanca o sangramento.

    Agora, me pergunto se deportações em massa e a perda da cidadania aos mais radicais fariam com que os muçulmanos em geral se comportassem por medo de também perderem seus direitos ou se isso causaria ainda mais violência e revolta. De resto, não vejo uma solução palpável a curto prazo para o problema.

  • Triste realidade primitiva…

    Talvez a solucao seria infiltrar-se nesta maldita religiao (religare…mas, perai: estes assassinos estao religando o que mesmo?) e, aos poucos e de modo subliminar “derrubar” a crença em Maomé, confundindo-os e dividindo-os, até que esta religiao tambem sumisse do mapa. Alias, eu sou do conceito que todas as religioes deviam ser extintas, todas, sem excecao, ate mesmo o Ateismo militante, que, acabou se tornando uma religiao. Posso parecer radical, mas sabemos que a religiao tem grande historico de derramammento de sangue, inclusive as que proibem vacinas, transplantes de orgaos, usando argumentos biblicos e depois, mudando suas doutrinas e, aprovando o uso de vacinas e transplantes de orgaos, esquecendo das pessoas que ja morreram “fieis a Deus por obedcerem suas ordens humanas”. Isto tambem é assassinato. Matar por que tem o pavio curto é o cúmulo do absurdo e um alerta para o mundo de que ja CHEGOU A HORA DE PROSCREVER TODAS AS RELIGIOES E SEITAS que nao levam ninguem a lugar nenhum, a nao ser para o obscuro e inativo cemiterio.

    • Eu acho que no caso desses extremistas o problema não é a religião em si… A religião é só uma desculpa pra esse monte de marmanjo desmiolado sem nenhuma perspectiva, objetivo ou direção na vida.

      Possuem uma vida nenhum sentido básico, muitos foram domesticados para matar por pessoas tão sem nenhuma estima como eles e isso vira um círculo vicioso.

      O mundo está lotado de acéfalos que passam pelo mundo esperando que alguém lhes digam o caminho. Logo aparece uma liderança que os fazem acreditar e sentir que são importantes para algo, que são pagos pagos para isso e que ainda receberão uma recompensa quando morrerem… tipo 10 virgens.

      A parte da questão religiosa, uma pessoa que segue uns tarados mentais como estes também não devem ser muito normal. Existem pessoas que já possuem essa tendência a violência e se o entorno em que vive a potencializa… pois olha o resultado…

      Acredito que a educação que você recebe, principalmente a de casa e basicamente a que te forma como pessoa. Sei que exite casos a parte onde nem todo o amor do mundo dá jeito… mas o entorno é tudo. Seja familiar, amizades, influencias literárias, tecnológicas… Essa gente é tão desesperada por ser alguém, por ter algo, por ser reconhecido, que se apegam ao mínimo que lhes oferecem… para não mais viver a marginal da sociedade.

      Eu creio em almas, em Deus… como todo mundo aqui está cansado de saber porém sei que somos carne antes de tudo. A evolução como pessoa independe da religião. Deus, Jesus, a bíblia são meios de ensinamentos, de trabalhar a fé e evoluir espiritualmente de forma que possamos entender que estamos nesse mundo terreno para aprender, ensinar e sermos melhores pessoas. Nada mais!

  • Sally, eu pensei desde o momento que isso aconteceu que o presidente da França deveria pedir a todos para fazer um desenho de Maomé e divulgar… Depois de ler o que você postou fiquei contente que não fui o único que pensei em atacar esses assassinos do jeito que eles iriam ficar mais enfurecidos. Coloquei até em alguns grupos do facebook a proposta (com o link do blog) para discutir. São os blogs que zoaram as pages do Obama e do Mark Zuckenberg no facebook.

  • Jailson Mendes

    Delícia, cara.

    Ter Danilo Gentili colocado em pé de igualdade com Didi Mocó pelo Felipe Moura Brasil e um empastelamento em Caldas Novas dois dias antes desse atentado que ganhou a mídia já foi muito pra essa semana. Tinha de ter mais essa e esses malucos com ameaça de morte a uma tal de Mia Khalifa, uma pornstar de origem libanesa radicada nos Estados Unidos.

  • religião é uma merda

    Por isso que eu falo que geral tem que deixar os católicos e crentes de lado e bater é nos muçulmanos pra essas crianças mimadinhas aprenderem a vida. O máximo que acontece quando tu zoa um seguidor de gzuis é te jogarem praga e ameaçar de queimar no inferno que não existe. Agora vai zuar Maomé pra tu ver o que acontece! No mínimo vão querer te matar, explodir lugares, se explodir cheios de bomba na cintura…
    Isso sem contar que islâmico tem filho que nem coelho. Lá é proibido assistir TV, é? Porque procriam pra porra, parece até brasileiro médio! Só falta votar na D1ulmah!

  • Sabe, pode parecer teoria da conspiração, mas tenho pensado nisso já faz um tempo. Vemos de forma clara como ocorre manipulação no mundo inteiro para atingirem objetivos estratégicos (não me refiro só aos EUA, que são os primeiros a virem em nossa mente quando pensamos em guerras e golpes de Estado manipulados). O clima venenoso atual dá medo. Analisar o ressurgimento de extremas direitas que perderam a vergonha de exprimir seus pensamentos em virtude do cada vez maior apoio público faz lembrar da Alemanha 80 anos atrás.
    Não digo que o ataque tenha sido arquitetado por grupos de extrema direita, como teve gente falando do 11/set. Mas que é conveniente, e num momento absolutamente perfeito para esses movimentos, é. Aonde isso vai parar?

    • 80 e tantos anos atrás a crise de 1929 também foi muito conveniente pra eles. Mas podia ser outra coisa, porque esses movimentos tão sempre à espreita esperando uma oportunidade pra botar as asinhas de fora. Se não for os imigrantes islâmicos vai ser outro grupo, se não for esse atentado vai ser outra coisa.

      No texto acima a Sally escreveu: “Não tem bomba, tiro ou prisão que assuste quem é pós-graduado em violência, quem está disposto a morrer. A solução tem que ser troll.

      Isso não vale só pros fanáticos religiosos, serve pros fanáticos ideológicos também.

      http://www.vice.com/pt_br/read/a-cidade-alema-que-fez-neonazistas-marcharem-por-uma-boa-causa

  • Quando uma pessoa sai por aí fazendo manobras em uma moto irresponsavelmente e se acidenta, todos irão concordar que o cara foi irresponsável e de fato contribuiu para que isso acontecesse.
    Foi a mesma coisa que aconteceu com esses cartunistas, não digo que mereceram, mas eles pediram para isso acontecer, com as tensões que envolvem ocidente e oriente, acho que as piadinhas além de não ajudar em nada, acaba semeando o ódio (que já existe). Se os caras não acreditam em Maomé, deixe os caras acreditarem, acreditar não é o problema, o problema são os crimes praticados em nome da religião.

    Não houve crítica, o que houve foi tão somente uma provocação, porque é tão importante para os caras escracharem a religião dos outros? Esses mesmos que criticam o fanatismo religioso são os que se ofendem (e muito) quando criticam alguma ideologia sua “Ah mas eles não saem matando” como você mesma disse, os caras estão acostumados com a violência, já existe uma tensão e o cara acha que a liberdade de imprensa dele está acima de tudo isso, não tem(tinha) bom-senso nenhum. A imprensa inteira nacional apoiando os caras são os mesmos que crucificaram o Rafinha Bastos por causa do “como ela e o bebê” ou que ficam putinhos chamando o Bolsonaro de nazista porque fala que fulana não merece ser estuprada.

    Olha o tipo de crítica:
    http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/charlie-hebdo.jpg

    PS: Não tenho religião.

    • Falacia. Cair de moto é um risco inerente a andar de moto, uma consequencia lógica. Morrer nao é um risco inerente a fazer uma piada

    • O problema não é simplesmente “não deviam ter provocado porque eles são intolerantes”.

      O problema é que eles são intolerantes com piadas, com cristãos, alguns com quem não respeita sharia, com autonomia feminina, homossexuais e a lista segue.

      E pior ainda é que ‘invadem’ alguns países e ao invés de se adaptarem a cultura e leis da nação que os abriga, eles querem impor seus valores.

      Hoje foi uma piada, mas poderia ser muito menos.

      Vc continuaria dizendo que “eles provocaram” se o gatilho fosse alguns dos citados acima?

    • Foi a mesma coisa que aconteceu com esses cartunistas,

      Não, não foi. Sally explicou muito bem: assassinato não é uma consequência aceitável por fazer um desenho.

      acho que as piadinhas além de não ajudar em nada, acaba semeando o ódio (que já existe)

      O escárnio é uma das melhores formas de combater os males da religião. Irritam os radicais sim, mas ajudam a relativizar as coisas para a maioria que só acredita por costume.

      acreditar não é o problema, o problema são os crimes praticados em nome da religião

      Quem mata em nome de seu deus, acredita. Acreditar é um problema, pode não ser o único, mas é uma falha séria na capacidade de compreensão do universo ao seu redor.

      Não houve crítica, o que houve foi tão somente uma provocação

      Quem traça a linha entre crítica e provocação? O fanático com sérios problemas mentais? Você? Se eles chamam de crítica, é crítica.

      e o cara acha que a liberdade de imprensa dele está acima de tudo isso

      No mundo onde eu quero viver, está. Não se pode deixar o animal ditar as regras para a pessoa.

      • Sally – Só respondeu minha primeira comparação, ignorou o resto porque sabe que tem sentido no que eu falei. O assassinato pode não ser uma consequência inerente, mas recebendo ameaças há 8 anos, sabendo da tensão e da história da religião, acho que o risco inerente existe sim em provocar. Ninguém sai por aí contando dinheiro na rua, contar dinheiro na rua não é um risco inerente de ser roubado, mas pela experiência você toma essa atitude prudente.

        Hugor – Nesse caso não estou falando do Islã em si, sabemos que eles são intolerantes e intolerância não é só matar, desrespeitar a religião dos outros é intolerância, não teve crítica nenhuma nessas charges só uma provocação.
        Também acho o Islã violento em si e não essa tal “religião de paz”, mas deve-se procurar uma saída para diminuir essa expansão deles, mas cartunista jogando lenha na fogueira, mas atrapalha que ajuda. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=eilqE-cxkmc

        Somir – Primeiro você desmembra todo o texto para ir me respondendo, o escárnio só funciona para quem tem mente aberta, quem tem mente fechada não vai relativizar porra nenhuma, vai é ficar com mais raiva e mais radical ainda, as religiões são assim, quanto mais perseguidas, mais fanáticos se tornam seus membros (sim, sair por aí desenhando um profeta, que para eles não deveria ser nem desenhado, com cu para cima é perseguição) , como disse se alguém desenha uma charge no jornal com algo que você repudia, você vai querer no mínimo que o cara perca o emprego (exemplo que coisa deplorável que nos deixaria puto http://www.resist.com/CARTOON%20GALLERY/NIGGERS/nig_image75.jpg) os caras não concordam é uma afronta a eles, você é ocidental, não nasceu lá para saber o que isso representa para eles e ao desenhar isso eles não desagradaram só os radicais, mas os pacíficos também.

        Na minha opinião, esses caras só tinham espírito de porco, sei que vão discordar, vão arrumar mil argumentos para justificar, mas me deixa aliviado saber que boa parte das pessoas sensatas que conheço, apesar de ficarem chocadas com o atentado, olhou o outro lado e não foi junto com a manada.

        Esse é o problema hoje em dia, o pessoal não pode ver uma tragédia para hastear um mastro e levantar sua bandeirinha ideológica,

    • Nao sei qual é a melhor forma de lidar com isso.

      Sei que voltou a guerra política, voltaram comentários hipócritas. Direita não pode falar que é Charlie, esquerda diz que foi atentado da direita, gente que se incomoda com críticas criticando a vítima e gente que criticou Danilo Gentili berrando “liberdade de imprensa “.

      Resolver, só quando pararem de aparelhar esse povo. É isso, aparentemente só vai acontecer quando o petróleo for obsoleto…

  • Sua ideia é excelente Sally, mas creio que tenha (tivesse) de ser praticada em anonimato mesmo. Não que eu ache que vão pipocar homens-bomba atrás de quem participar, mas sim pela patrulha do politicamente correto que também tacaria pedras por causa da “islamofobia” e afins…

  • O problema principal é que esses caras quiseram usar convenções sociais que regulam a convivência entre pessoas civilizadas com seres humanos mentalmente contemporâneos aos da idade da pedra (mas muito afeitos a coisas relativamente modernas como o dinheiro e o que ele pode comprar: armas e munições de todos os tipos), para quem tais convenções não valem absolutamente nada e que vão, pra piorar, de encontro às suas convicções mais profundas, plantadas solidamente por gerações e gerações de lunáticos. Pode parecer um ridículo radicalismo da minha parte, mas isso aí eu acho que ninguém muda mais e, por extensão (saindo um pouco do tema), essa guerrinha escrota entre eles e judeus só vai acabar no dia em que um desses grupos sumir, porque judeus também têm motivação religiosa.

    Pior é que o povo árabe era imensamente culto e dava um banho nos europeus antes do advento do Maomerda. Chegou esse cara aí e fodeu com uma etnia inteira!

  • Se eles forem assassinados por mulheres, eles não vão para o céu, de acordo com suas crenças. Então quando acharmos os culpados, deveriam ser axecutados por mulheres

  • Off:
    Sally, o que você achou da mobilização e engajamento dos brasileiros nas grandes cidades do país? Me refiro as passeatas, gostou do que viu? Sentiu mesmo que eles estavam lá pela empatia e pelo sentimento de perda coletiva que tivemos? Vi muitas crianças, por isso não sei muito o que pensar, gostaria da sua opinião.

  • Eu acho que a gente tinha que lançar o salvador, a encarnação de Maomé na Terra, que surgiria por lá com o nome de Maomenos, levando a palavra da salvação. Entre as exigências de Maomenos, estaria a de que todos devem pedir desculpas aos coleguinhas e prometerem não atacar mais os outros sob pena de inversão de valores: homens usando burca, cobertos até os pés, e mulheres tendo que deixar a barba crescer.

  • Nos EUA, uma cartunista, Molly Norris, criou o “Dia para todos desenharam Maomé” para 26 de maio de 2010, em resposta às ameças de morte sofridas pelos criadores do South Park, que incluíram o profeta em um de seus episódios. O objetivo da cartunista era, caso todos passassem a desenhar o profeta, tornar inócuos os esforços dos extremistas.

    A iniciativa teve sucesso, chegou a ter, se não me engano, cem mil seguidores. Só que, por ter sido incapaz de dimensionar a repercussão de sua iniciativa, a cartunista tentou se desvencilhar do movimento, inclusive criticando publicamente algumas das charges enviadas. No entanto, de nada adiantou, já que a Al-Qaeda a colocou na sua lista. Temendo pela vida, passou a viver no anonimato, sob um nome diferente e protegida pelo FBI…

    Talvez a ideia funcion(ass)e, caso fosse em um fórum em que todos prez(ass)em pelo anonimato…

    De resto, caso ganhasse na Mega-Sena, abriria bolsa de estudos para meninas paquistanesas, tais como Malala, impedidas por extremistas de atingir todo o seu potencial.
    (Se bem que, até entendo o cara do Talebã ter dado um tiro na cara da Malala. A cada entrevista, fico mais convencida que essa menina é realmente uma mala).

  • Nos EUA, uma cartunista, Molly Norris, criou o “Dia para todos desenharam Maomé” para 26 de maio de 2010, em resposta às ameças de morte sofridas pelos criadores do South Park, que incluíram o profeta em um de seus episódios. O objetivo da cartunista era, caso todos passassem a desenhar o profeta, tornar inócuos os esforços dos extremistas.

    A iniciativa teve sucesso, chegou a ter, se não me engano, cem mil seguidores. Só que, por ter sido incapaz de dimensionar a repercussão de sua iniciativa, a cartunista tentou se desvencilhar do movimento, inclusive criticando publicamente algumas das charges enviadas. E a página no face acabou encerrada, em parte, por conta da pressão de paquistaneses que criaram sua própria página no face que exigia a retirada da página da americana. No entanto, de nada adiantou, já que a Al-Qaeda a colocou na sua lista. Temendo pela vida, passou a viver no anonimato, sob um nome diferente e protegida pelo FBI…

    Talvez a ideia funcion(ass)e, em um fórum em que todos prez(ass)em pelo anonimato…

    De resto, caso ganhasse na Mega-Sena, abriria bolsa de estudos para meninas paquistanesas, tais como Malala, impedidas por extremistas de atingir todo o seu potencial.

    (Se bem que… até entendo o cara do Taleban ter dado um tiro na cara da Malala. A cada entrevista, fico mais convencida que essa menina é realmente uma mala).

  • Falar em minoria radical é um mito.

    A maioria dos muçulmanos são a favor da Lei da Sharia, não condenam Hamas, acham que a mulher tem menso direitos e é aceitável ser punida de vez em quando, assim como acreditar que alguns ataques suicidas são necessários.

    Existem sim religiões piores que as outras. E o islamismo não é de paz. Foda-se quem vem com este papinho. é uma religião muito mais intolerante que as outras. E é ela que é usada como ferramenta para controlar estes fanáticos a fim de dominar e expandir seu dominio no mundo.

    Basta ver que eles consideram sua religião mais importante forte e relevante que a lei do país que os abrigam.

    Solução? Não sei.

    Mas este lance de ‘liberdade religiosa’ não funciona tão bem no caso do islã.

  • Nos Estados Unidos, em 2010, uma cartunista, Molly Norris, estabeleceu o 20 de maio como o “Dia de todos desenharem Maomé”, em resposta às ameaças de morte contra os criadores do South Park por eles terem incluído o profeta em um de seus desenhos.

    O movimento iniciou bem sucedido, chegou, se não me engano, a ter uns cem mil seguidores, mas, ao final, a cartunista teve que viver no anonimato, mudando seu nome, após ter a cabeça colocada a prêmio pela Al-Qaeda.

    Aqui a ideia, a meu ver, falhou porque a cartunista não teve a capacidade de dimensionar as repercussões de sua iniciativa, inclusive publicamente criticando algumas das charges enviadas para a página no facebook e, ao final, tentando dissassociar-se do movimento, sem sucesso. Em um forum em que todos preza(sse)m pelo anonimato desde o começo, talvez funcionasse.

  • Lindo texto! Estou com os olhos cheios de lágrimas.

    A sua ideia é a única capaz de irritar esses psicopatas lunáticos.

    Eles não têm medo da morte, nem da violência, mas eles têm medo de gente LIVRE!

    Os cartunistas do Charlie Hebdo morreram LIVRES!
    Morreram VIVOS!

    Esses babacas terroristas que matam em nome de um deus escroto, cruel e imaginário podem até respirar, mas não estão vivos. NÃO ESTÃO VIVOS!
    São podres por dentro.
    Nunca vão saber o que é ser livre para criticar, falar, desenhar, escrever, RIR.

    Vamos espalhar essa sua ideia! Todos os jornais, blogs e revistas do mundo deveriam publicar as charges “proibidas” dos cartunistas mortos. Deveriam fazer isso por meses. Chega de respeitar gente que não merece respeito. O único jeito de vencê-los é sermos livres, cada vez mais livres. Eles podem nos matar, podem nos explodir, podem nos perseguir, mas vamos morrer livres. Porque, enquanto houver uma chance, nós vamos rir do que quisermos! Vamos rir até o fim. Vamos estar vivos no fim. Vamos morrer vivos!

    Je suis Charlie!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • Está muito complicada a coisa… É muito difícil lidar com gente louca!!
    Porque não há argumento!! Essas pessoas em sua maioria têm suas cabeças lavadas desde de criança. Crescem com uma idéia invertida sobre o resto do mundo.

    Sinceramente, eu acredito que se o mundo começa a satirizar, iria sair homem bomba por tudo quanto é lado!! Pra essa gente extremista, sair por aí explodindo tudo é uma forma de martirizar-se.

    Agora o “resto do mundo” não islã já está se movendo…

    http://internacional.elpais.com/internacional/2015/01/07/actualidad/1420669006_872432.html

      • Todas é uma forma lúdica de se dizer…
        Mas que muita gente inocente poderia morrer por outras que falam o que der na telha.

        Não digo que falar o que se pensa é errado, não é errado.
        Porém agora mesmo não acho que seja seguro.

        Por exemplo… posso trollar anonimamente a eles e vivo na Espanha. Pode que simplesmente venha um desses homens bomba e explodir um mercado em represália… O sequestrar um cidadão espanhol e decaptar e por aí vai… Sinceramente eu não sei como isso pode acabar, como impedir essa gente… é como um baú sem fundo.

  • É, o desafio já começa quando, como a Sally mesmo disse em seu texto, “Estas pessoas tem outra cabeça, outros valores, precisam de uma sanção compatível com eles.”
    Exercício pra pensar fora da caixa, esse! Acredito que uma saída seria uma espécie de “conscientização na raiz”, no sentido de tentar desmistificar, ensinar e mostrar a esse povo coisas bem erradas sobre suas crenças e seus fanatismos religiosos. Tarefa difícil e a longo prazo, claro, mas não impossível.

  • Isso vai acabar em genocídio. Daqui a pouco os menos radicais vão parar de dar cobertura aos radicais em função de ataques dos países mais poderosos. Eu acho que uma campanha razoável seria: “E se as mil virgens forem barangas?” Tem humor, afronta e machismo, para aproveitar e dar uma cutucada no Femen. Que, aliás, nunca vi bulir com Maomé.

    • Ai que você se engana… Os radicais de um lado lucram com a posição dos radicais do outro lado do front e por um lado se reforça a xenofobia no ocidente e por outro se reforça o controle social no oriente. Em suma, WIN-WIN!

      Claro, certas atividades kamikazes na linha de pregar o evangelho no norte da África tendem a se tornar ainda mais perigosas, mas isso é um ônus pequeno em comparação com o bônus conseguido por essa parada.

      Não demora muito tempo e o “crime organizado” aqui no Brasil vai passar a agir nos mesmos moldes dos grupos que atuam lá no México. 155-157 é coisa de amador… Quero ver é quando os 148 e os 158 proliferarem que nem gremlins pela terra brazilis.

      E certas pessoas que ficarem causando problemas vão cair naquilo que chamamos de “Jogo de Davi”.

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