Smartphone no trabalho.

Smartphones, aqueles celulares com amplo acesso à internet, são o câncer da produtividade moderna. Eu ainda me choco com a imaturidade do brasileiro médio que, tal qual uma criança viciada em videogame, deixa afazeres importantes de lado para se dedicar desmedidamente a seu lazer. Esses adultos infantilizados são um atraso evolutivo e civilizatório, em boa parte é graças a eles que este país está a porcaria que está.

Eu te desafio a encontrar uma pessoa que chegue ao seu trabalho, cumpra suas funções totalmente focado nelas e não mexa no seu celular para lazer pessoal durante seu horário de trabalho. Provavelmente eu sou uma das poucas pessoas que age assim. Parece inofensivo: dar uma conferida em rede social aqui, verificar os e-mails ali, mas não é. Atrapalha a produtividade e além de tudo é pouco ético.

Fora o fato do ser humano acreditar erroneamente que é multi-tarefas, usar seu smartphone no seu horário de trabalho é desleal. Estão te pagando por aquele tempo para que você foque em algum objetivo em prol de quem te contratou, que certamente em nada tem a ver com a sua rede social ou seu whatsapp. É feio, gente. É feio demais. Não é porque todo mundo faz que deixa de ser feio.

Quer ver como é feio? As pessoas que, em sua jornada de trabalho, negligenciam o bom costume de focar apenas no trabalho são as mesmas que reclamam quando outros profissionais fazem o mesmo com elas. A funcionária da empresa que bate papo no whatsapp é a que se irrita com a manicure que faz o mesmo enquanto a está atendendo. Ninguém gosta que façam isso, as pessoas gostam apenas de fazer. E se o chefe reclama, é chato, intransigente.

Não interessa se não tinha nada para ser feito no trabalho, seu empregador está COMPRANDO SEU TEMPO ao te remunerar e, durante sua jornada de trabalho, seu foco tem que ser apenas o que ele quer, o que a empresa quer. Além disso, deixa eu dar uma dica de ouro para vocês: SEMPRE tem o que fazer. SEMPRE. Pessoas medíocres entregam o que lhes é pedido, pessoas bem sucedidas entregam sempre além. Sejam proativos, inovem, gastem o tempo supostamente ocioso da jornada de trabalho pensando em algo bacana para sugerir ou apresentar.

Como já virou socialmente aceito, as pessoas parecem não perceber o quão vergonhoso é puxar um Smartphone para alguns minutos de lazer ou distração no meio da jornada de trabalho. Gente, não deixem que suas normas de conduta sejam ditadas pela maioria. Não se esqueçam que a maioria dos brasileiros vê Faustão, vota no PT e tem religião. A maioria é burra, mas no Brasil ela é burra pra cacete. Então, desculpa a grosseria, mas foda-se que todo mundo faz. Você não é todo mundo. Você não tem que querer ser todo mundo, tem que querer ser melhor. Almeje a excelência em tudo que faz e sua vida vai mudar.

Eu sinceramente acredito que chegamos a um ponto onde nem mesmo é escolha, as pessoas estão viciadas em Smartphones e redes sociais, tal qual uma chupeta moderna de adultos, que supre grandes buracos de carência e autoestima. Tem gente que não consegue ficar oito horas sem encostar no celular. Também falei sobre isso no texto sobre FOMO, então, não vou me aprofundar.

Quem trabalha comigo já aprendeu o esquema: chega, deixa o celularzinho na minha gavetinha, que é devidamente trancada, e só pega na hora de ir embora. Se precisar receber telefonemas, recebe no telefone do trabalho, que por sinal, é atendido por mim – faço questão. Pensa que meus funcionários não gostam de mim? Pense novamente. Comigo eles rendem um potencial que até então não conheciam.

As pessoas que se portam como crianças precisam ser tratadas como crianças e, incrivelmente, a produtividade aumentou de forma absurda depois desta medida simples. Vergonhoso que tenhamos chegado a esse ponto: pessoas adultas precisam ter o celular indisponibilizado para focarem no seu trabalho. É quase que como uma mãe mandando desligar o videogame para fazer o dever de casa.

Porém em muitos casos nem isso resolve. Você tira o celular da pessoa fisicamente, mas mentalmente ela continua ali, focada no que está perdendo, no que pode estar acontecendo, focada no mundo virtual. As pessoas estão perdendo totalmente a capacidade de deixar sua vida pessoal da porta do trabalho para fora, requisito essencial para ser um bom funcionário e desempenhar um trabalho de excelência. Culpa da internet, da evasão de privacidade, da falta de foco que um mundo de múltiplos cliques gera.

Os melhores funcionários sempre tem um denominador comum: sentam e focam na tarefa que estão realizando. Mesmo que no começo seja um esforço de concentração, quando engrenam no trabalho esquecem do resto, muitas vezes até de comer ou ir ao banheiro. É o hiperfoco. O cérebro fica totalmente tomado por aquela tarefa, seja ela simples ou complexa, todos os esforços da pessoa estão ali. Isso faz com que ela consiga dar o melhor de si. Muitas vezes o melhor de si de uma pessoa mediana é mais satisfatório do que uma ação mais ou menos de alguém extremamente competente, inteligente e preparado.

Então, você que é inteligente, esperto ou preparado, fique ligado para esta tendência que eu vou antecipar: em uma era de excesso de informação, onde estudo já não significa tanto por causa da abundância de informações ao alcance de todos, o grande diferencial no mercado de trabalho acabará sendo a capacidade de foco que o profissional tem. E esta capacidade de foco reflete das mais diversas formas. Uma pessoa focada, empenhada, dedicada é mais criativa, é mais segura, trabalha melhor.

Chegamos a um ponto onde quase ninguém trabalha 100% focado no seu trabalho. Pessoas desmotivadas trabalham no piloto automático e até mesmo como uma forma infantil de “vingança” contra o chefe ou a empresa trabalham mal, gastam seu tempo com bobagens na internet. Spoiler: isso não prejudica a empresa, prejudica você, que deixa de evoluir, de se aprimorar e de apresentar um trabalho de excelência. É como trair um namorado que te traiu e se achar menos corno por isso. Se a empresa não te reconhece, empenhe-se mais em mostrar seu valor, entregue sempre mais do que foi pedido, ou, sendo o caso, procure quem te valorize e pare de desperdiçar sua força de trabalho plantando em um terreno que não é fértil.

O lado bom é que com um mundo de gente trabalhando com o foco de um peixinho dourado, quase zero de concentração, os poucos que conseguem realmente focar e fazer um trabalho de excelência se destacam rápido. Sobrem rápido. Ficou fácil se destacar no mercado de trabalho, basta focar em fazer seu trabalho, coisa que há algumas décadas atrás não era mais do que obrigação das pessoas. Retrocesso produtivo. O difícil hoje é entrar no mercado, já que a indicação vale mais do que mérito, mas uma vez dentro, basta fazer um trabalho razoável que já estará bem na frente da maioria.

Não mexer, não pensar, não focar no Smartphone durante sua jornada de trabalho é um dever ético. ÉTICO. Todo mundo cobra tudo do empregador, mas não dá quase nada. As pessoas acham que já fazem muito estando lá de corpo presente, quando na verdade esquecem que estão sendo remuneradas para desempenhar tarefas. Não pensar nas redes sociais ou no mundo lá fora é um dever ético do empregado. Focar toda sua energia e disposição em dar o melhor de si no trabalho naquele dia é o que se espera de um bom funcionário. E, bem, se você não é um bom funcionário, não espere um bom tratamento, um bom salário ou um bom patrão.

Não falo isso pensando nas empresas ou nos empregadores. Falo pensando no bem de quem está lendo. É um pulo do gato que quase ninguém conta, porque quem tem esse diferencial quer continuar sendo o único a tê-lo. Foque toda sua força e energia no trabalho, apenas no trabalho. E quando cumprir suas tarefas, continue focado no trabalho, pensando em como inovar, em sugestões para melhorar o desempenho de tarefas ou da empresa. Vá além, entregue mais do que lhe foi pedido. Mostre interesse. Faça projetos por conta própria sem que nada lhe seja solicitado. Comporte-se como um bom funcionário e as coisas começarão a acontecer para você.

Smartphone, redes sociais e internet são LAZER. LAZER. Não se leva lazer para o trabalho. Você gostaria de chegar no seu local de trabalho e ver seus funcionários jogando futebol na sala? Ou tomando um chopp e jogando baralho? Ou assistindo TV em vez de trabalhar? Certamente não.

Smartphone, redes sociais e internet são LAZER, e como tal, deve se restringir ao tempo livre, sob pena de um comportamento não ético e nocivo para quem o pratica. Se fizer uma bosta de trabalho, quem perde é você e não a empresa. Acredite, se ela te paga merda para fazer bosta, é porque compensa para ela. Pagar merda é fácil, receber merda é que realmente gera prejuízo. Aceitar receber merda se consolando porque dá bosta em troca é pactuar com a mediocridade.

Muitos vão achar este texto radical. A verdade incomoda profundamente, a verdade ofende, desperta ímpetos agressivos. Muitos sentirão raiva. Mas antes de me xingar ou desmerecer meus argumentos, eu sugiro que façam a experiência e coloquem em prática o que estou dizendo. Passem um mês, apenas um mês, focados exclusivamente no trabalho quando estiverem da porta do trabalho para dentro. Observem o resultado e só depois passem aqui para me escrotizar. Talvez o resultado seja tão surpreendente que muitas pessoas passem aqui para me agradecer.

Aproveitem essa horda de ignóbeis incapazes de se desligar da vidinha virtual e treinem uma rotina de trabalho focada. Em um primeiro momento pode não ser fácil, mas é como musculação para o cérebro: a cada dia fica um pouco “menos difícil” e, quando você menos esperar, terá engrenado em uma espiral de produtividade como nunca viu. Explore todo seu potencial, trabalhe direito. Nunca sabemos quem está nos observando e as portas que estão prestes a serem abertas.

Para desmerecer meus argumentos pois eles te colocam na posição de péssimo funcionário, para ser arrogante e achar que pode dar seu melhor enquanto fuça o celular várias vezes por dia ou ainda para reclamar por não termos feito as postagens-punição: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: ,

Comments (59)

  • sally, eu também penso como você, embora não me furte de atender alguns poucos telefonemas (somente aqueles que consigo identificar como urgentes, como, por exemplo, consultório médico no dia da consulta)

    embora vc tenha razão em dizer que a falta de foco prejudica mais o funcionário do que a empresa, gostaria de fazer um contraponto: não é impossível de se pensar que uma empresa que trata seus funcionários com honestidade, respeito vai ter de volta um comportamento focado, profissional. Embora eu acredite que a idéia de “se dar bem” e lei de menor esforço esteja no DNA do brasileiro médio, penso que muito desse comportamento se dê por revanchismo, por que a conduta “predatória” está, via de regra, no comportamento do empregador também. a esmagadora maioria das empresas em qe trabalhei (sou publicitária) não respeitava horários, horas extras. madrugadas e fins de semana de trabalho, sem compensação financeira ou de dias de folga são a praxe do nosso mercado. não estou justificando a atitude dos que procrastinam ou dos que não têm respeito pelo local de trabalho, mas apenas dizendo q essa é uma dinâmica estabelecida pelo próprio ambiente corporativo, em muitos casos. Muito improvável que exista parasitas em uma empresa exemplar. Lei de Darwin. Cada funcionário tem a empresa que merece e vice-versa.

  • Para mim, é impossivel fazer as duas coisas. De fato, quando se esta conectado, automaticamente desconecta-se do trabalho. E a mente tem que processar tudo de novo…onde estou? Que lugar é esse? Quem é aquela…Ah, sim! Entao…Complicado.

    Mas, na hora do intervalo. No meu caso, sao varios, uso o Smart frequentemente.

    • A hora do intervalo é SUA, pensada para você fazer o que quiser, para se reciclar, recarregar suas baterias.

      Nem você nem ninguém consegue produzir em sua completa capacidade quando está dividindo tarefas. É do ser humano. Por isso eu veto celular no horário de trabalho e com isso arranco uma produtividade espetacular da minha equipe.

      • Obvio que o resultado tem sido espetacular pois os trabalhadores se concentram exclusivamente no que estao fazendo.

        Concordo com a implantacao de piscinas, saunas, ou sei la o que mais, mas sera que os funcionarios do Bill Gates abrem janelas num PC enquanto tomam banho?

        • Lazer para as HORAS DE DESCANSO é algo ótimo, que aumenta a produtividade. Mas só serve para pessoas com muita responsabilidade. Aqui é Brasil, terra dos espertos. Neguinho não saberia usufruir sem prejudicar o trabalho.

  • Gostei do seu estilo… Trancar celular na gaveta! Você é demais!
    Vou te contar uma coisa… Eu não tenho smartphone, nem similares. O meu celular é do mais pobrinho possível. Só liga e recebe ligação, nada mais. Nunca me importei com coisas muito “modernas”.

  • Credo!! que ditadura! u não queria trablahar com você…

    Cada um tem uma forma de focar no trabalho.
    Quando tenho que ler muitas coisas, para a cada 30 ou 40 min para desconectar e as vezes olho algo no celular. Outra coisa… se alguem tem que falar urgentemente com vc tem que ligar no trabalho??? Ninguem tem o telefone do meu trabalho. Faço questão de nao dar para que nao me incomodem… para isso tenho meu tel particular.

    Outra coisa.. eu iria ficar super preocupada pensando no caso de alguem tentar falar comigo pois não acho que conseguiria ou teria coragem de dar meu telefone do trab para todo mundo que conheço por meu chefe tranca meu cel na gavetinha. Horrivel…

    • Ninguém precisa trabalhar sem parar. Se quiser fazer um intervalo, parar, tomar um café, fazer outras coisas, pode. Só não pode mexer no celular. Ninguém tem o telefone do trabalho? Simples, basta dar o telefone do trabalho. Nesse contexto em que eu escolhi, ligar para o trabalho da pessoa não é inconveniente. Telefone é telefone, o do trabalho serve para ligar e atender tanto quanto o seu.

    • Larissa, a forma de focar no trabalho quem determina é quem contratou, ou seja, se a empresa ou patrão quer que voce foque no trabalho apenas ao invés do celular então ou voce obedece e desliga o aparelho ou espera a carta de demissão. é simples.
      Quando ou se voce algum dia tiver uma empresa ai voce dita o que pode e o que não pode. mas eu garanto que quando voce começar a ter prejuizo ou a não conseguir pagar contas porque o lucro que entra é menor do que as contas que chegam, e poderia ser maior em detrimento de produtividade, ai voce talvez reveja seu conceito de foco e do que é importante dentro de uma empresa.

      Só tem querer quem paga as contas, o resto tem que acatar e seguir ou pede as contas e fica em casa.

  • O contrário também acontece, meu chefe criou um grupo de trabalho no whatsapp, adicionou os funcionários e manda mens. quando está fora do escritório. E muitas vezes manda fora do horário de expediente. A falta de noção é democrática, atingiu empregados e empregadores. Lamentável.

    • Vai de vocês aceitarem isso… Se todos disserem que desligam o celular quando chegam em casa ele não vai poder exigir o contrário.

      • Por isso que eu tenho um chip pro trabalho que eu desligo fora do horário comercial e o outro que só os amigos e parentes sabem Já aconteceu de chefe me perturbar em plenas ferias. Vai sifudê!

        • Sabe o ruim… Você trocar o chip no smartphone NÃO te tira do radar do WhatsApp. Tem de apagar o Whats ou então usar outro smart pra escapar da patrulha. Um amor, né?

  • É possível usar o smartphone pra ler, no geral uso o tempo de trem e de ônibus para fazer leituras no kindle. Grande maioria das pós online é possível fazer com dedicação de 1 hora por dia. Existem vários cursos de inglês pagos ou não disponíveis para quem quer estudar.
    Youtube tem diversas vídeo-aulas para aprender desde cozinhar até word ou excel. Tudo absolutamente de graça.

  • É… Tapinha na cara esse texto, viu?

    Sally, mas e em relação a algumas funções que exigem que os funcionários conversem entre si no decorrer da tarefa, como lidar? Qual seria a melhor opção para além do whatts?

  • Também não tenho smartphone e, por enquanto, não tem me feito falta. Um aparelhinho desses pode até ter sua utilidade – se for usado com parcimônia, claro – e sei que há empresas onde há mais liberdade, mas eu ainda prefiro me focar nas minhas tarefas durante o trabalho e fuçar na internet só quando posso, já de volta em casa ou no intervalo pro almoço…

  • Bom, eu sou funcionário público.

    Na prefeitura onde trabalho, os servidores podem até entrar na internet, tendo apenas os sites do tipo Feicebuque e Vocêtubo bloqueados.

    Já é bem surreal imaginar um lugar onde você pode, em pleno horário de trabalho, ir matar o tempo em portais de notícias, no Ocioso, fóruns de entretenimento e afins.

    Mas não. O céu é o limite. Então, muitos servidores ainda tem a cara de pau de trazer seus espertofones para usar a rede Wi-Fi “internet para todos” que é feita principalmente para os cidadãos que vão passar trocentas horas na fila ou pessoas que precisem ter acesso à internet enquanto são atendidas pelos servidores; e ficar teclando em redes sociais e compartilhando vídeos de gatinhos enquanto “trabalham”.

  • É perceptível isso, dos smartphones.
    Não é só no trabalho que se vê essa idiotização. Em restaurantes, é comum se ver uma pessoa comendo com uma mão e mexendo no smartphone com a outra. Eu acho graça.
    Quando meus joelhos doem por acompanhar a minha esposa no shopping, e faço cara de cachorro molhado, ela aponta pra um dos bancos que tem no meio do caminho e me deixa por lá enquanto perambula. Observo as pessoas ao meu lado. Todas ocupadas demais com seus “radinhos”.
    Não sou conhecedor de causa.
    Não tenho smartphone e me sinto muito bem ainda assim.
    Quando vejo a cara de decepção dos outros quando me perguntam “qual meu whatsapp”e digo que não tenho, é um bonus.
    Não tenho e não me interesso por ter. Chupa!
    Quanto à gerencia de tempo, há o “pomodoro”. Nunca tentei, mas achei interessante.
    Vale o clique: http://pomodorotechnique.com/

    • Ter Smartphone não me parece um problema, se bem usado pode ser uma valiosa ferramenta de estudo. O problema é virar escravo dele.

  • No primeiro semestre da faculdade eu tava numa turma que tinha um grupo no whatsapp pra conversarem DURANTE A AULA pelas costas da professora. Na época eu não tinha o aplicativo (se não fosse pelos amigos de outras regiões q fiz na internet não teria até hj, pra falar a verdade) e eles não acreditavam quando eu falava. Diziam “Brincadeira, né? Tu que não quer conversar com a gente”. Eu não faria isso mesmo que tivesse. Primeiro porque sou uma trouxa e gosto de ser boa e competente em tudo que faço. Segundo porque não vou ficar pagando faculdade até 2030 pra bater papo no celular durante a aula, meu dinheiro não é capim.

  • sua defensora de patrões capitalistas, abusadores de poder, escravagistas
    quer fazer com que a gente se sinta culpado
    aposto que uma boa parte dos comentários aqui feitos, são de pessoas ociosas no trabalho
    eu sou uma delas e trabalho em uma rede nacional de TV
    a cada vídeo finalizado, existe um processo chamado render que pode demorar de minutos a horas
    nesse tempo, coço na internet (e já escrevi alguns textos aqui pro blog)
    não vejo nenhum problema na procrastinação, aqui se a produção é feita no prazo pedido pela emissora, o tempo livre pode ser usufruído como quiser
    muitas empresas estão seguindo essa tendência de liberdade ociosa, contanto que as metas sejam cumpridas…..

    • Então… estou aqui no trabalho, já produzi e dei lucro pra kct . Isso só foi possível por causa das pausas frequentes, pra cabeça esfriar navegando onde eu gosto.

    • Isso é verdade, Chester. Há muitas empresas que focam nos resultados que os empregados produzem e os deixam livres do ponto eletrônico e de qualquer outra forma de controle do tempo.

      Grandes empresários, como o Bill Gates, investem em “material humano”. Há empresas que possuem academias de ginástica, mesas de jogos, piscina, jornadas flexíveis, trabalho em casa… Enfim, o foco delas está na produção de resultado. Mas as empresas com essa visão são a exceção.

      Quando o foco da empresa está em ter funcionários que batam ponto na hora determinada, ela atrai pessoas dispostas a colocarem o seu tempo à disposição da empresa. Atrai, inclusive, pessoas que só possuem tempo para oferecer.

      Claro que não queremos ser esse tipo de funcionário. Sally tem razão ao lembrar de como jogamos tempo fora em atividades improdutivas na Internet. Nós queremos ser mais do que brasileiros médios.
      Mas queremos mais o quê? Mais em quê? O caminho do sucesso não é nada simples. E não sei se vale a pena ser linear num mundo curvo e caótico. Não sei nem o que é que vale a pena ou não, o que pode significar que eu sou ainda mais caótica do que o mundo.

      • Em casos excepcionais, onde a pessoa trabalha com criação e tem essa liberdade da empresa para trabalhar no seu tempo, usar Smartphone passa a ser uma forma de trabalhar. Mas quantas empresas funcionam assim no Brasil?

        • Acho que nem assim… Trabalho com horário flexivel, posso entrar entre 8 e 11, posso fazer almoço de várias horas, posso ir à academia que fica no prédio da empresa, sou avaliada pelo que entrego e tenho uma função que demanda períodos de espera e celular atrapalha sim.

          Quando vc está em rede social e internet, não está no trabalho. Acho que esse, inclusive, é um dos possíveis fatores de desmotivação das pessoas. Vc entrega o que te pedem e passa o resto do tempo em uma vida irreal. Não tem desafio, não tem novidade e vc começa a questionar o que está fazendo ali. Acho que a vida passa a ser um pouco irreal também.

    • Você concorda que poderia usar esse tempo que lhe está sendo remunerado para se aprimorar profissionalmente e pesquisar coisas da sua área?

    • Tramita no Congresso um projeto de lei que prevê motivo para demissão por justa causa o uso de redes sociais em ambiente de trabalho. Chegamos a esse ponto.

      • Eu saí do Facebook quando vi que estava perdendo 2 a 3 horas do dia lendo abobrinhas e compartilhando idiotices. Acredite que meu tempo ficou muito melhor aproveitado.
        Observo que na faculdade onde trabalho a grande maioria dos funcionário passa o dia em redes sociais.

        • Eita… Estes funcionários precisam conhecer o Diretor Acadêmico de onde trabalho, parece um feitor das fazendas de escravos… Hahaha

  • Dicas valiosas da Sally. Obrigada!

    Passarei a prestar mais atenção nestes detalhes, apesar que o smartphone, com certeza, fica em ultimo plano quando estou focada. Não consigo fazer 02 coisas ao mesmo tempo neeem…

  • “Não interessa se não tinha nada para ser feito no trabalho”

    Texto bom é assim, incomoda, cutuca e ainda responde sua argumentação mental antes de você usá-la. Parabéns! E bora trabalhar…

    • Funcionário que espera delegação de tarefa para trabalhar é funcionário medíocre. Não tem nada para fazer? Procura o que pode ser melhorado, atualiza alguma coisa, lê alguma coisa referente ao trabalho que aprimore as funções, etc…

    • E do cérebro. Quando alguém quer saber alguma coisa, não pensa nem busca uma solução, imediatamente pergunta ao Google

  • O triste é que essa perda de produtividade começa antes mesmo de chegar no trabalho, quando hordas de zumbis se rastejando como lesmas nas estações de trem, de metrô e nas calçadas, a caminho do trabalho atrapalham o caminho dos outros, pois não conseguem desgrudar os olhos de seus malditos smartphones e de suas importantíssimas bobagens no whatsupp.

  • No local onde eu trabalho, o setor que mais produz é o que libera internet e smartphone. Nos onde são proibidos, geral fica estressado e não rende.
    Ninguém consegue ficar o tempo todo com a cara no serviço e desplugado vício.

  • Bom, hoje é meu dia de brasileira média.

    Infinitas vezes usei meu celular, no tabalho, para ler o Desfavor.

    Mas você tem razão, Sally. A desmotivação do empregado não prejudica a empresa, prejudica a gente. Enquanto a vida se esvai em distrações, perdemos oportunidades de, um dia, conseguir fazer algo além de um trabalho mediano.

    PS: Tem Rehab pra tratar dependência do Desfavor?

    PS2: Me chama pra trabalhar com você? Por favor! Por favor! Por favor! Aceito a condição da “gavetinha”.

Deixe um comentário para Adriano Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: