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Siago Tomir de Schrödinger – Parte 1

Siago Tomir de Schrödinger – Parte 1

| Somir | , , | 31 comentários em Siago Tomir de Schrödinger – Parte 1

Resultado da votação SIM SENHORES
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Houve um EMPATE entre duas sugestões na primeira posição: a de Marina e a de Alicata. Ambas com 14 votos.

Marina sugeriu o seguinte:

Tema: Siago Tomir especial: o perdão

Orientações: Serão duas postagens. A primeira escrita pelo Somir e a segunda, pela Sally. Uma deverá ser publicada em um dia e a outra no outro dia (em um só dia elas ficariam muito pequenas. E queremos textos longos cheios de detalhes!!!!)

Mais orientações:
Abordar os detalhes do reencontro, da estranha evasão de privacidade do Tomir, do perdão e se decidiram voltar a namorar ou não.
Abordar os detalhes do pedido de desculpas e da reação da Sally.

Responder aos questionamentos:
Sally vai mudar de cidade? Tomir vai ficar de vez no Rio? Havia outras pessoas envolvidas? Alicate participou, de alguma forma, do fim de semana de vocês? E a Débora?
Enfim, detalhes, detalhes, detalhes!

Alicata sugeriu o seguinte:

Minha sugestão é repetir o esquema dessa postagem: https://www.desfavor.com/blog/2014/12/dia-da-mentira/

O que vamos fazer: Escrever o Siago Tomir conforme pedido pela Marina, em duas partes, uma de cada. E para honrar a sugestão de Alicata, misturaremos uma grande dose de mentiras entre poucas verdades no texto. Siago Tomir de Schrödinger. O gato está vivo e morto.

As minhas partes:

  • Os detalhes da estranha evasão de privacidade
  • Detalhes do pedido de desculpas
  • Tomir vai ficar no Rio?
  • Outras pessoas envolvidas?
  • Alicate
  • Debora

Vamos lá então!


Atenção: Para respeitar as duas punições mais votadas, os textos de Somir e Sally serão separados por capítulos com várias mentiras e apenas algumas verdades. Cabem aos impopulares decidirem o que aconteceu e o que não aconteceu.

Capítulo 1: Os outros
(Alicate e Débora)

Siago Tomir, como de costume, formatou e postou um texto de Sally sem ter lido. Sempre o fazia no dia seguinte, junto com os comentários que invariavelmente proliferavam nos temas escolhidos por ela. Siago gostava muito da coluna que levava seu nome, mas ainda mais do que as pessoas tinham a dizer sobre o que não lhes dizia respeito. No dia seguinte, seu chefe havia saído mais cedo para almoçar, então sentiu-se livre para fazer o mesmo. E enquanto debatia-se entre a possibilidade de cozinhar um saudável almoço em casa ou comprar um hambúrguer na praça de alimentação mais próxima, resolveu colocar seu desfavor em dia. Era hora de ler Siago Tomir: Aquela do telefonema…

A leitura não demorou mais que alguns minutos. O comentário apontando tudo o que acreditava estar errado saiu quase que por reflexo. Depois disso, alguns minutos de silêncio e reflexão.

COLEGA DE TRABALHO: Você está bem?
TOMIR:
COLEGA DE TRABALHO: Siago?
TOMIR: Hã?
COLEGA DE TRABALHO: Você está parado na mesma posição com o celular na mão faz uns 20 minutos, cara.
TOMIR: Eu tenho que apagar! Não era verdade… não pode ser verdade. Eu confundi… ela coloca umas coisas assim para queimar meu filme.
COLEGA DE TRABALHO: Hã?
TOMIR: *logando no desfavor

O colega continua olhando Siago com expressão confusa. Logo se afasta, distraído por mais uma das várias modelos que se acotovelam na sala de espera do local à espera de sua vez no casting para um comercial de uma famosa marca de produtos de beleza. Mais vários minutos se passam.

MODELO: Oi?
TOMIR:
MODELO: Oi!
TOMIR: Oi…
MODELO: Você trabalha aqui?
TOMIR: Hm-hum.
MODELO: Prazer, Modelo*. (*deve ter dito um nome)
TOMIR: Oi…
MODELO: Você?
TOMIR: Hm-hum.
MODELO: Tudo bem? Você parece meio perdido…
TOMIR:
MODELO: Tuuudo bem. *olhando para o lado
TOMIR: Sabe aquela sensação de que se você se mexer, vai começar uma sequência de eventos incontroláveis que podem acabar num grande desastre?
MODELO: Eu… é…
TOMIR: Se eu continuar quieto aqui, não vai doer. Eu ainda não estou sentindo nada. Está tudo bem.
MODELO: *sorriso desconfortável
TOMIR: Está tudo bem.

Cinco segundos depois, Siago é trombado pela secretária, que navegava entre as modelos com um calhamaço de papel. Tomir move o pé esquerdo fora da posição. Uma veia salta em sua testa.

SECRETÁRIA: Perdão.
TOMIR: FUDEU!
SECRETÁRIA: Caiu alguma coisa?
TOMIR: FUDEU MUITO!
SECRETÁRIA: Desculpa… *olhos lacrimejando

Siago corre até a saída do prédio, discando o número de Alicate no caminho.

ALICATE: Fala mano!
TOMIR: SEU FILHO DA PUTA!

Transeuntes na movimentada rua à sua frente começam a encarar assustados.

ALICATE: Opa! Que foi?
TOMIR: VOCÊ ATENDEU A SALLY NAQUELE DIA! ELA QUERIA FALAR COMIGO, SEU BOSTA!
ALICATE: Calma, véio, calma… explica isso…
TOMIR: Fala a verdade. A Sally ligou pra mim. Depois daquela noite do hospital…
ALICATE: É… mas você me pediu…
TOMIR: Você fez voz de mulher? Disse que era minha namorada?
ALICATE: Pensa melhor nisso.
TOMIR: … AQUELA PUTA! ELA FEZ ISSO?
ALICATE: Essa vadias só nos fodem, mano. Ela também me sacaneou depois… e olha que eu levei de boa dar a segunda demão. Mulher é foda.
TOMIR: Peraí… como ela sabia que tinha que dizer isso pra Sally?
ALICATE: É… você me pediu pra não te deixar fazer besteira, cara.
TOMIR: FILHO DA PUTA! FILHOS DA PUTA! VOCÊ E ELA!
ALICATE: Calma, não vai fazer merda!
TOMIR: Eu vou fazer merda, eu vou fazer muita merda… anota aí, seu cuzão, eu vou me afundar de merda se precisar. E de boa? Você perdeu um amigo. Vai pra puta que te pariu, seu traíra!
ALICATE: Espera…

Capítulo 2: A Evasão de Privacidade
(Outras pessoas envolvidas? Os detalhes da estranha evasão de privacidade.)

Siago Tomir volta para casa, deixando de atender as inúmeras ligações de Alicate. Satanás 2 late desesperadamente ao ver o carro de Siago estacionar na frente da casa. Uma vizinha varrendo a calçada olha feio.

VIZINHA: Esse bicho late demais, você precisa…
TOMIR: Eu preciso fazer muitas coisas, e nenhuma delas é te escutar.
VIZINHA: Seu grosso!
TOMIR: Eu calo meu cachorro quando você calar aquela criança xexelenta que berra toda manhã, negócio fechado?
VIZINHA: Você chamou minha filha do quê? AMOOOR!

O marido da vizinha aparece pela porta da frente da casa.

VIZINHA: Ele xingou nossa filha!
TOMIR: Ah, vão à merda!
VIZINHO: Pede desculpa!
TOMIR: Tchau!
VIZINHO: Pede desculpa AGORA!
TOMIR: VEM ME FAZER!

O vizinho, metade do tamanho de Siago, dá passos duros para fora de sua casa, parando perto da esposa.

VIZINHO: Me segura senão eu quebro esse desgraçado!
VIZINHA: Vai lá! Arrebenta ele!
VIZINHO: Eu vou mesmo!
VIZINHA: Vai!
VIZINHO: Vai ter que chamar a ambulância depois que eu acabar com ele!
VIZINHA: Isso! Ele xingou nossa filha! Pega ele!
VIZINHO: A sua sorte é que eu sou de Cristo!
VIZINHA: Oi?
VIZINHO: Jesus nos ensinou a dar a outra face…

Siago decide entrar em casa enquanto o casal de vizinhos começa a discutir entre si. Já dentro de casa, respira fundo e faz uma ligação:

TOMIR: Sally?
SALLY: Oi, Siago.
TOMIR: Você pode falar?
SALLY: Posso.
TOMIR: Sobre o texto de hoje…
SALLY: Hm.
TOMIR: Eu não sabia…
SALLY: Foi por isso que você deixou aquele comentário?
TOMIR: Você viu?
SALLY: Alguém deu print. E eu tirei da lixeira.
TOMIR: Então você sabe que eu não sabia?
SALLY: Não sei…
TOMIR: Eu não sabia! Aquela noite eu queria mesmo pedir uma segunda chance. A vida não era a mesma coisa…
SALLY: Eu já fiz as pazes com isso. Não muda nada agora.
TOMIR: Aliás, queria não. Quero. Ainda quero.
SALLY:
TOMIR: Sally?
SALLY:
TOMIR: Sally, nem que seja pra me xingar…
SALLY: Pede pra sua namorada te xingar então.
TOMIR: Não tem namorada! Não tinha namorada! Foi um engano.
SALLY: Ha! Tá bom! Tá bom que foi engano! Eu liguei pra você e alguém qualquer atendeu dizendo que era sua namorada?
TOMIR: Agora eu sei o que aconteceu, eu posso explicar.
SALLY: Não. Sem condições. Eu não vou passar por isso de novo. De novo não! Eu preciso trabalhar… tchau!
TOMIR: Sally?

Siago Tomir tenta ligar para Sally mais algumas vezes. Sem sucesso. Manda e-mails, sem resposta. A tarde é consumida com tentativas de contato infrutíferas. Seu chefe liga mais tarde, perguntando o que acontecera, Siago diz que estava passando mal. Antes do final do dia, decide-se por buscar aconselhamento com uma pessoa conhecida e querida por ambos. Uma impopular.

TOMIR: Impopular?* (*é pra evadir a nossa e só a nossa, sem nomes)
IMPOPULAR: Tomir! Tudo bem?
TOMIR: Fudeu, impopular. Fudeu!
IMPOPULAR: O que aconteceu, homem?
TOMIR: O texto de hoje… era verdade… e eu não sabia disso.
IMPOPULAR: O da ligação?
TOMIR: É… ela ia me dar uma segunda chance mesmo!
IMPOPULAR: Então não era trollagem o seu comentário?
TOMIR: Não. Eu não sabia que ela ligou, eu não tinha namorada. Nunca que eu ia pedir para voltar se estivesse namorando, porra!
IMPOPULAR: E você já falou com ela?
TOMIR: Foi um desastre…
IMPOPULAR: Você ainda quer voltar?
TOMIR: Quero! Porra! Eu escondi isso debaixo de muita coisa, mas… agora está claro… quero sim. Quero muito!
IMPOPULAR: Aaah! Você não sabe o quanto eu torço por isso!
TOMIR: Mas eu não sei o que fazer. Ela fechou a porta com força.
IMPOPULAR: E isso vai te parar por quê?
TOMIR: Você também conhece ela, ela foi… fria. Bom, pelo menos na média dela.
IMPOPULAR: Ela disse que estava tudo bem?
TOMIR: Não. Não foi essa a impressão.
IMPOPULAR: Então ainda tem chance.

Segue-se uma longa ligação discutindo vários detalhes do acontecido e uma grande dose de motivação vinda dessa amiga em comum. Já é quase madrugada quando Siago desliga e decide-se pelo seu plano: evasão de privacidade. Ele sabia que precisaria levar Sally ao limite antes de ter qualquer abertura. Segue-se a isso a segunda parte da postagem.

Capítulo 3: A viagem.
(Detalhes do pedido de desculpas. Tomir vai ficar no Rio?)

Com o limite alcançado no Sábado e uma reação direta de Sally, Siago começa a procurar passagens aéreas para o Rio. Nenhum sucesso. Ônibus demoraria demais. Siago pega o carro e sem a menor noção do que fazer quando chegar, começa seu caminho. Estômago e tanque vazios, rende-se a um posto de conveniência a um quarto do caminho. Depois de alguns salgados e um suco, resolve sair para a parte externa, onde se encontravam alguns fumantes. Dentre eles, um homem alto, cabelo comprido e desgrenhado preso num coque no alto da cabeça, camisa da seleção argentina. Siago e o homem trocam um rápido olhar, e por educação se cumprimentam.

HOMEM: Parou de fumar faz pouco tempo? *sotaque portenho carregado
SIAGO: De uma certa forma, sim… como você sabia?
HOMEM: Ninguém fica do lado dos fumantes à toa.
SIAGO: Ha… deve ser o hábito.
HOMEM: Martín.
SIAGO: Siago. *cumprimentando
MARTÍN: Vai furar a greve? *oferecendo um cigarro
SIAGO: Não, ela é alérgica. Já estou bem fodido sem isso para me preocupar também.
MARTÍN: Fez besteira?
SIAGO: Fiz, e vou fazer outra. Vou encontrá-la sem saber se ela quer me ver.
MARTÍN: Ela é brava?
SIAGO: Ela é argentina!
MARTÍN: Haha! Então ela é brava. Se você cantar debaixo da sacada dela, ela vai te jogar uma panela na cabeça!
SIAGO: Eu nem sei o que eu estou fazendo mais… ela não gosta de surpresa, ela não gosta de perdão… eu estou indo pro abatedouro.

Martín termina seu cigarro. Com um movimento de cabeça, convida Siago para entrar de volta. O argentino pega uma cerveja sem álcool, Siago também. Os dois se sentam numa mesa.

MARTÍN: Vou te dizer uma coisa sobre as argentinas. Elas não suportam homem frouxo. Você foi frouxo com ela?
SIAGO: Eu… caralho, eu fui. Eu deixei passar uma chance da gente ficar juntos. Fui cagão e não arrisquei mais, aceitei a derrota sem lutar.
MARTÍN: É… vai ser difícil. Elas estão acostumadas com homens fortes. Homens que fazem de tudo para ficar com elas. Faz um bem pra vocês dois, deixa pra lá.
SIAGO: Hã?
MARTÍN: Você vai fazer o quê na frente dela? Chorar?
SIAGO: Não… não!

No sistema de som da loja começa a tocar a música More Than Words.

SIAGO: Porra, essa música…
MARTÍN: Era a música de vocês dois?
SIAGO: Não, eu achava brega. Ela gostava… ela gosta de casa coisa…
MARTÍN: Bom, se ela tem mau gosto, quem sabe isso te ajuda?
SIAGO: Hmpf.
MARTÍN: Bom, eu preciso continuar a minha viagem. Escuta o meu conselho… se for pra fazer papelão, volta pelo mesmo caminho que veio. Aliás… se ela for bonita, dá o endereço dela pra mim. Acho que ela vai se sentir em casa com um conterrâneo.
SIAGO: Vai se foder!
MARTÍN: Então você vai brigar por ela?
SIAGO: Claro que vou!
MARTÍN: Então mexe esse culo, frouxo.

Martín dá um sorriso debochado e vai se levantando. Ele dá um tapinha no ombro de Siago e começa a se afastar. Siago se levanta logo a seguir. Martín toma a latinha da mão dele e diz que essa ficava por sua conta. Depois de agradecer o hermano, Siago é enxotado. O resto da viagem é realizado sem mais nenhuma parada a não ser para reabastecimento. No caminho, Siago vai ensaiando seu discurso.

SIAGO: “Eu não sabia, eu juro que não sabia… se eu soubesse, teria te ligado de volta na hora e movido mundos e fundos para ficarmos juntos…”

SIAGO: Não, ela vai dizer que eu deveria ter feito isso de qualquer jeito.

SIAGO: “Por favor, me perdoa. Eu não quero mais nada nessa vida a não ser uma nova chance… não tem ninguém nesse mundo que…”

SIAGO: Não, muito frouxo.

SIAGO: “É o que tem pra hoje! Eu sei que você gosta de mim então larga de doce e vamos continuar nossa vida de onde paramos. Eu me virei, você vai se virar também!”

SIAGO: Não, eu provavelmente vou ser atacado com o Doutrinador.

Horas se passam, inclusive no trânsito caótico carioca. Siago segue até o último endereço conhecido de Sally. Nem a extorsão do flanelinha o incomodava naquele momento, só queria encontrá-la logo.

Siago pega seu celular e tenta ligar mais uma vez para Sally. Sem resposta. Manda uma mensagem:

“Estou no Rio na frente de onde você mora. Me diz onde te encontrar ou eu vou ficar aqui até ser esfaqueado.” – Siago

Minutos sem resposta. Até que:

“Tomara que te furem junto com a Debora” – Sally

“Me diz um lugar pra gente se encontrar” – Siago

“Complexo do Alemão” – Sally

“Estou indo então, quando chegar te aviso” – Siago

“Não! Isso é uma favela barra pesada, vão te matar” – Sally

“Então onde?” – Siago

“Espera” – Sally

CONTINUA

Para dizer que não acredita em nada, para dizer que ficou mais e mais paranoico(a), ou mesmo para dizer que ficou fã do Martín: somir@desfavor.com


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