Rap das Armas

Você já ouviu o funk “Rap das Armas”? É um funk antigo, que ganhou uma regravação um pouco mais pesada e fez muito sucesso, imortalizado no filme Tropa de Elite. Você tem ideia do que está cantando quando canta esta música? Se não tem, bem, você é uma pessoa de sorte. Era. Estou aqui para tirar sua virgindade de bom gosto, vamos explicar, passo a passo a letra de Rap das Armas para vocês. Desfavor: ocupando sua cabeça com informações inúteis que você não queria saber desde 2008.

Parapapapapapapa
Paparapapapapapa
Paraapapapapapaclak bum!
Parapapapapa

É o simpático ruído feio pelo disparo de um fuzil comumente utilizado nos morros do Rio de Janeiro, algo que o carioca certamente já escutou alguma vez na vida. Uma onomatopeia que significa “sai daí”.

Morro do Dendê é ruim de invadir
Nós com os alemão vamos se divertir
Por que no Dendê eu vou dizer como é que é
Aqui não tem mole nem pra DRE

Morro do Dendê é uma favela carioca, localizada em um bairro chamado Ilha do Governador, onde, só por curiosidade, também se encontra o aeroporto internacional do Rio de Janeiro. É a terceira maior favela do Rio de Janeiro. Se os dados oficiais oscilam entre 50 mil moradores, podem ter certeza que tem no mínimo 100 mil. Até onde eu sei (e confesso que não ando muito por dentro desses assuntos desde que larguei o direito), o Dendê (como é chamado pelos íntimos) é dominado pela facção TCP – Terceiro Comando Puro. É de fato um dos morros mais difíceis de invadir, por uma série de peculiaridades que não caberiam neste texto. Até hoje continua propriedade do tráfico. Quer dizer, todos são, mas nesse não deu nem para fingir uma pacificação. É conhecido por ser “ininvadível”.

Quando eles proferem a maravilhosa concordância “nós com os alemão vamos se divertir” eles querem dizer que inimigos serão sacaneados se entrarem ali. Alemão = inimigos, forasteiros, sejam eles polícia ou outras facções que tentem tomar o pode naquele morro. Se Divertir = vocês podem imaginar. No Dendê não tem mole nem para a DRE, que seria a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, responsável por coibir tráfico de drogas. Nem eles conseguem invadir o Dendê.

Pra subir aqui no morro até a Bope treme
Não tem mole pro Exército, Civil nem pra PM
Eu Dou o maior conceito para os amigos meus
Mas morro do Dendê também é Terra de Deus

BOPE vocês já conhecem, graças ao filme “Tropa de Elite”. É o Batalhão de Operações Policiais Especiais, onde estão os policiais mais preparados e sádicos do país, talvez do mundo. Notem que Batalhão é uma palavra masculina, logo, o correto seria “o Bope”, mas essa gente não acerta concordância verbal, imagina se vai acertar concordância nominal. Fato é que se o bicho estiver pegando no Dendê, nem o BOPE consegue subir.

O “Caveirão”, blindado do BOPE, supostamente preparado para encarar qualquer tipo de armamento, já foi visto saindo de ré do Dendê e fugindo. Em off, policiais do BOPE confidenciam que realmente se tremem de medo quando são designados para subir o Dendê. Imagina o que acontece com os outros infelizes. Ficou com medo de chegar perto do Morro do Dendê? Vem de barco para o Rio, ok? Se vier de avião, vai passar pertiiiiinho…

Diz a lenda que eles são bem unidos, daí a ideia de “dou o maior conceito para os amigos meus”. O tráfico dita regras no Dendê, mas também presta assistência a moradores de forma mais eficiente que o Estado. Longe de mim defender o tráfico, com esta frase estou é criticando o Estado. Apesar desta realidade sofrida, o Dendê é cheio de igrejas, a maioria evangélicas. Sim, é Terra de Deus (cadê o seu Deus?). Traficantes de Cristo. Aleluia!

Vem um de AR-15 e outro de 12 na mão
Vem mais um de pistola e outro com 3 oitão
Um vai de Uru na frente,escoltando o camburão
Vem mais dois na retaguarda mas tão de croc na mão.

Agora começa o desfile das armas. Relata a dinâmica no morro.Ao que parece, eles começam a narrar o passo a passo de um conflito no morro. Tudo começa com a sinalização de que “alemão” está subindo, e daí começa a movimentação esmiuçada abaixo.

Vem um de AR-15, que é um fuzil capaz de fazer um belo estrago. Hoje nem é mais o topo do ranking, mas quando os morros cariocas começaram a usá-la, apenas meia dúzia de países tinham esta arma em uso. Sua cadência de tiro (velocidade com que a arma pode disparar seus projéteis) é de 800 tiros por minuto e pode alcançar alvos a mais de 500m de distância. Já foi o queridinho, mas hoje perdeu seu posto para outros como a AK-47.

A “12” (apelido carinhoso que faz referência ao calibre da arma) é uma escopeta que atira em uma velocidade muito menor, mas faz um estrago muito maior. Um tiro de 12 pode arrancar a cabeça de uma pessoa. Recebi um vídeo mostrando o que acontece quando um tiro de 12 pega de raspão na sua boca. Sério mesmo, eu não tenho frescuras, se eu estou dizendo que a imagem é forte, é por ser forte de verdade. Não recomendo.

A dobradinha AR-15 e 12 já foram muito úteis, uma para longe e para abater em larga escala, a outra para perto e grandes estragos. Pistola é uma arma pequena, de pouco alcance. O único benefício é ser fácil de manusear. Por aqui é conhecida como “arma de menina”, é como se fosse o primeiro sutiã do tráfico. Crianças aprendem a atirar com elas. O “3 oitão” é o revólver calibre 38 (dito no aumentativo de forma bizarra), que é a ameba da cadeia alimentar das armas. Segundo eles dizem, 38 (em uma alusão ao calibre) é “arma de atirar em amigo e em sogra”. Alguns nem arma consideram.

Agora partimos para o outro lado, os policiais que estão subindo o morro. Um vai de Uru na frente, escoltando o camburão (carro da polícia). Uru é uma metralhadora brasileira. Sem mais, nem vale a pena falar mal dela. Era comum ir um infeliz na frente do carro da polícia armado com a “poderosa” Uru, caso houvesse necessidade de mais agilidade “corpo a corpo”. Os dois na retaguarda estão na verdade com uma pistola GLOCK na mão, mas se não acertam concordância verbal nem nominal, não vão acertar nome de arma. Se viesse com um Croc na mão o máximo que conseguiria é um atentado ao bom gosto em calçados. A Glock é uma pistola considerada segura, leve, discreta e fácil de usar, por isso costuma ser adotada pela polícia.

Amigos que eu não esqueço,nem deixo pra depois
Lá vem dois irmãozinhos, de 762
Dando tiro pro alto só pra fazer teste
De Ina, Intratec, Pisto-Uzi ou Winchester

Quando a chapa esquenta, todo mundo corre para ajudar. Ninguém se esquece dos amigos ou adia o combate. Ou seja, começa a sair Fulaninho armado de tudo quanto é buraco. E muito mais bem armado que a polícia. Observem que os irmãozinhos estão de 762, que é o apelido carinhoso do fuzil FAL, produzido na Bélgica. É um dos fuzis mais conhecidos do mundo e pode perfurar alvos a até 900 metros de distância. Os irmãozinhos dão tiro para o alto, só para fazer teste, ou seja, estão avisando para quem está subindo que não estão de brincadeira. É um aviso, um “tem certeza, mermão?”. Geralmente quem sobre responde também, dizendo a que veio. Se for um desavisado, pode ter tempo de virar as costas e ir embora.

Também foi gente com a Submetralhadora INA, que acredito eu, já nem exista mais. Intratec na verdade é o nome do fabricante, nunca saberemos exatamente qual modelo o camarada trazia. Pisto-Uzi é, na verdade, uma derivação do nome em inglês: PistolUzi. É uma pistola-metralhadora que o povo curte muito, pois tem o poder de fogo de uma metralhadora e a leveza e tamanho de uma pistola. Um uma pistola Uzi faz um estrago com pouco esforço. Winchester é um rifle já conhecido no mundo musical, quem não se lembra quando Pablo trouxe uma para João de Santo Cristo em Faroeste Caboclo?

Eles são bandidos ruim e ninguém trabalha
De Ak47 na outra mão a metralha
Esse rap é maneiro eu digo pra vocês
Quem é aqueles caras de M16

Aqui, ao que parece, entrou mais gente no contexto. Talvez, além da polícia, uma facção rival de “bandidos ruim” que não trabalham. Não trabalham, mas estão fortemente armados, de AK-47. Vamos falar dessa belezura: o fuzil mais traficado do Brasil e mais copiado no mundo todo. É um fuzil que pode ser totalmente submerso em água e continuar disparando assim que for retirado. Mesmo que não seja limpo, ele é mais potente que outras armas da mesma categoria. Com um poder de fogo absurdo, é de fácil utilização. Basicamente em uma hora você aprende a utilizá-lo. Hoje é novo queridinho nos morros, substituiu a AR-15.

Sobre a “Metralha”, sabemos que é uma metralhadora, mas o modelo vai ser um tanto quanto improvável de depreender. Até porque, desde que parei de torcer para o Flamengo meu contato com a alta criminalidade do Rio de Janeiro caiu drasticamente, não tenho consultores que possuam esse grau de intimidade com arma. Não sei quem são os caras de M-16 também estão muito bem armados, esse é o principal fuzil das forças armadas dos EUA.

A Vizinhança dessa massa já diz que não aguenta
Nas entradas da favela já tem ponto 50

Os moradores, com razão, estão saturados dessa guerra civil na porta de suas casas. Os encarregados de fazer a “segurança” do morro, que ficam na porta tomando conta com um fuzil desse calibre . Este fuzil é usado em guerras, para abater unidades aéreas ou perfurar blindados, só para vocês terem uma ideia do seu potencial. Quase nada barra uma bala de fuzil “ponto cinquenta”. Dá para atirar contra alvos aéreos. Teve uma cena linda de um helicóptero da polícia caindo em chamas aqui no Rio que ilustra muito bem.

E Se tu tomar um “Pá” será que você grita?
Seja de ponto 50 ou então de ponto 30

Tomar um “pá” é levar um tiro. Diz a lenda que bandido macho toma tiro calado, gritar é para os fracos. No caso da ponto 50, acho que a pessoa não grita não, a menos que morto fale.

Mas se for alemão,eu não deixo pra amanhã
Acabo com safado dou-lhe tiro de Fazan
Por que esses alemão,são tudo safado
Vem de Garrucha velha dá dois tiro e saí vuado
E se não for de revólver,eu quebro na porrada
E Finalizo o rap detonando de granada!

Alemão, como já sabemos, é inimigo. Inimigo se mata. No caso, com tiro de Fazan, o que continua um mistério para mim. Após muito debater o assunto, uma fonte da polícia me assegurou que se referem a um tipo de arma conhecido com PASAM, enquanto que uma fonte do gueto me assegurou que é o apelido carinhoso dado ao fuzil FAL, que por ser grande, virou “Falzão”, que migrou para “Fazan”. Anyway, o alemão leva um tiro no final das contas.

“Esses alemão”, e aqui acredito que se refiram especificamente aos policiais, vão de “garrucha velha”, ou seja, uma arma velha, ultrapassada, ridícula, dão dois tiros e saem correndo. É que durante um tempo foi uma ação comum da polícia carioca, eles recebiam bonificações por incursões em morros (já que ninguém nunca queria ir). Daí iam apenas para constar, para ganhar a bonificação: colocavam o pé dentro, davam uns tiros e saíam correndo. No final do mês o salário vinha maior.

Por fim, se tudo mais der errado, esgotarem as munições de todas as armas, se este não for mais o recurso, os Fulanos estão dispostos a partir para a porrada mesmo. Corpo a corpo. E finalizam o rap detonando uma granada, que por sinal, é algo bastante comum no Rio de Janeiro. Até mesmo nas ruas, vira e mexe morro (favela) e asfalto (cidade formal) se desentendem e sobram umas granadas no meio do caminho. Dirigir no Rio é quase Mario Kart.

Pronto! Agora você já sabe o que está cantando. Por nada.

Para relembrar com nostalgia os textos sobre Teoria das Cordas, para dizer que se vier ao Rio vai ser de barco ou ainda para dizer que em 2016 o Dendê vai ter alemão de verdade para atirar: sally@desfavor.com

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Comments (80)

  • CARLOS EDUARDO

    No trecho “Dendê também é terra de Deus”, cabe também acrescentar o fato de que os dois “compositores”, Cidinho e Doca, são moradores da “Cidade de Deus”, famosa favela de Jacarepaguá. Daí a “homenagem”.

  • Relendo este texto, me lembrei agora de algo que vi em outro lugar sobre a I.N.A. (Indústria Nacional de Armas), fundada em Santo André (SP) após a II Guerra: um de seus primeiros modelos de submetralhadora, inspirado num antecessor dinamarquês da época da guerra, tinha fama de arma não confiável, que vivia “engasgando”, falhando e negando fogo. Por isso, seus detratores passaram a dizer que a sigla da marca, na verdade, significava “Isto Não Atira”.

  • Li a musiquinha cantando hahaha
    Depois desse texto me sinto tão entendida sobre armas. Obrigada, Sally, por iluminar nossos conhecimentos. Já sabemos que quando dominarmos o Suriname conhecimentos desse tipo não serão um problema.

  • Nossa, eu que nasci e vivi no Rio nos meus primeiros 8 anos de vida, fiquei assustada. Espero nunca mais voltar pra essa joça.
    Pior que eu nunca entendia direito a música, só o “papapapa” e o “ruim de invadir”, mas sempre ouvi as pessoas cantando de boas, como se fosse um jingle acéfalo de comercial.

  • Há pessoas que dizem que funk é cultura. Cultura se resume a coisas como sexo, drogas e violência? O mundo está perdido. Boa sorte pra quem tiver filhos porque olha, tá difícil explicar esse mundo.

  • Já imaginava várias das coisas que a Sally mencionou no texto quando ouvi o tal “Rap das Armas” pela primeira vez, que foi quando assisti ao filme Tropa de Elite. Lembro que tinha neguinho que saiu do cinema repetindo essa merda sem nem entender o que estava cantarolando…

  • Creio que o pessoal aqui já sabe, mas o AK-47 também é uma das armas prediletas de terroristas e de grupos paramilitares em todo o mundo, de vietcongues dos anos 60 e combatentes de países africanos em guerra civil até guerrilheiros das FARC e membros do Estado Islâmico. Além de, claro, traficantes cariocas. Esse fuzil é tão popular entre essa “turminha da pesada” que figura até na bandeira nacional de lugares como Moçambique, Zimbabwe e Timor Leste.

    Talvez o maior espólio – pelo menos material – da ex-URSS, o nome da arma vem da sigla para o nome russo “Avtomat Kalashnikova obraztsa 1947 goda” (“Arma Automática de Kalashnikov modelo de 1947”) foi criada pelo militar russo Mikahil Kalashnikov baseando-se no antecessor alemão Sturmgewehr 44 (literalmente “Fuzil de Assalto”), usado pelos nazistas na Segunda Guerra e em um “corta-e-cola” de mecanismos e tecnologias de outras armas. O AK-47 é de fabricação simples e considerado uma arma rústica, mas eficiente. A engenharia e metalurgia soviéticas da época da criação do fuzil eram relativamente primitivas em comparação com as de países do Ocidente. Isso, no entanto, fez dessa arma um “pau-pra-toda-obra”, capaz de operar tanto no calor do deserto do Saara quanto no frio da Sibéria e mesmo depois de ser enfiada na lama, na areia ou no fundo de um lago.

    Outra característica dos AK é que suas partes podem ser facilmente substituídas – uma arma russa pode ter uma peça búlgara, outra chinesa e outra romena, por exemplo. Mal comparando, quase dá pra dizer que o AK-47 está para as armas como o Fusca está para os carros. Assim como os chassis e a mecânica básica de um Fusca são simples e baratos o bastante para serem usados na customização/fabricação caseira de quase qualquer veículo, o AK-47 também permite que surjam verdadeiros “frankesteins”.

    Estima-se que haja mais de 90 milhões de AK-47 no mundo todo e, apesar de a própria Rússia já ter adotado outras armas mais modernas, o fuzil de Kalashnikov ainda não saiu de produção. Além da alta oferta – incluindo a do mercado negro -, a arma, como a Sally disse, também é a mais copiada do mundo.

  • O sonho da minha mãe é conhecer o Rio, mas já falei que vai ficar só no sonho mesmo. Depois desta explanação então… Fico triste por não poder conhecer a Confeitaria Colombo, até roupa do final do século 19 eu usaria… Hahaha

  • Hue, agora quando ver um vídeo de algum desavisado cantarolando isso, vou me lembrar do tempo que a molecada cantava música do É o Tchan (mete em cima, mete embaixo, depois de nove meses você vê o resultado).

    Mas em off, o que é esse aviso? Os inclusos estavam insultando a Sally?

  • Como cria do interior que sou, vivendo a vida inteira em cidades que não possuíam mais de 200 mil habitantes, tenho a ideia de que o Rio de Janeiro é o verdadeiro inferno. Porto Alegre pra mim já é assustadora, se eu chegar a ir pro RJ não volto. Fico mortinha por lá.
    Esse rap dá uma ideia de terra sem lei, onde tudo é uma verdadeira zona, o caos impera e a população está sempre guerreando. É muito medo! E é incrível como os traficantes tem tanto alcance com armamentos muito melhores que os do Estado. Enfim, RJ? Não, obrigada.

    • Pode vir, você não vai sentir medo, a cidade dá uma falsa sensação de segurança. Só não pode sair passeando sem supervisão de um nativo local.

  • Aproveitei o horário do almoço para ler a postagem escutando a música. Show de horrores! Cenário de guerra!

    Eu moro em São Paulo há muitos anos e, mesmo sendo uma cidade violentíssima, não se compara ao Rio. Até porque, para quem mora relativamente bem e perto do metrô como eu, dá pra levar uma vida relativamente calma, apenas com cuidado normal de qualquer grande cidade. Fui furtada várias vezes, mas assalto mesmo foi apenas uma vez e, mesmo assim, acabou tudo bem.

    O Rio é uma bomba relógio. Eu só dirijo em São Paulo com GPS. Sou péssima de localização. Moro perto da escola em que trabalho e dá para ir de metrô numa boa. Mas quem precisa dirigir no Rio sem saber o caminho corre risco de vida” Se a porra do GPS errar, o motorista para uma desses passeios no inferno!

    Nunca atravessei a ponte e nem tenho vontade. Rio não é pra mim, não. Essa sua postagem me deu calafrios. Não sei como os cariocas enfrentam essa guerra diária.

  • Ai, Sally, odeio funk com todas as minhas forças…
    Batida Ixxxcrota, letra ixxxcrota, arranjo ixxxcroto.
    Será que estou virando uma intolerante?

  • Nunca gostei dessa “música”, agora gosto menos…
    Eu só conhecia a parte do “parapapapa” e os primeiros versos, e ainda “cantava” errado… Agora deu pra perceber q é mais escrota do q eu pensava…

  • Jacob Burckhardt

    Cara, que texto bacana! Ótima pesquisa! Lendo isso bateu até uma nostalgia dos 30 anos que eu morei no Rio… Pronto, passou! Não que Porto Alegre não tenha sua cota de problemas, mas realmente tá difícil de bater a cidade maravilhosa e seu trânsito “Mario Kart com granadas”! Hahahahahahaha! Eu rio MUITO porque já vivi isso, acreditem…

    • Karteado Granadável

      Ponto, passou, né ? Hahahahahahaha!

      Acredito !

      Difícil demais, muitos modos e “motivos” para o impacto disso chegar diretamente, nem sei como meu ir e vir ainda…”é”…”normal”…

  • Eu queria prestar concurso pra Brigada Militar enquanto não me formo. Agora já não sei se quero porque aqui em Porto Alegre tem a Vila Cruzeiro (esse câncer gaúcho é a Rocinha de Porto Alegre) e os brigadianos fazem muita ocupação lá e na Restinga (metástase do câncer). E se me matarem? Imagina a vida dos infelizes tendo que subir uma Favela da Maré da vida? Imagina as mães e as esposas dessas criaturas esperando em casa. Tenho pena. Se ao menos o dinheiro fizesse jus…

    • Infelizmente, nem o dinheiro, faz jus – nem administrativamente (a nível médio, em tribunais) está valendo a pena; literalmente nada do Direito (ou próximo) têm estado (suficientemente) suportável…

      • DSVS,

        Tá ruim para todo mundo. Mas vocês do Direito ainda tem a chance de passarem em um bom concurso público (que exige nível superior).

        Eu não fiz Pedagogia sonhando em ficar rica, mas imaginava que haveria mais reconhecimento… mais valorização, sabe? Muito frustrante.

        Atualmente, a melhor profissão é Youtuber. Com “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” somada a uma boa dose de sorte (ou contatos), muita gente sem grandes talentos está fazendo fortunas…

    • Nossa, quando leio esses relatos parece que Curitiba é uma cidade tão tranquila. O máximo que vi por aqui até hoje foi uns arrastões nos terminais de ônibus mais distantes na zona sul.

  • Por isso sempre falo da importância das letras nas músicas. Nego canta rindo a “musica do filme”, sem nem saber o que ela representa!

      • Sally, o pior de tudo, é a glamourização dessa vida.
        Outro dia, uma mulher que conheci, que tinha vindo de Juiz de Fora pra viver aqui, estava exaltando o quanto o Rio é maravilhoso. Eu comecei a rebater, argumentar que as coisas por aqui não são bem assim, é que muito marketing, comecei a dar uns choques de realidade nela…
        Ela solta “na verdade, estou morando em Jacarepaguá porque meu marido tem medo, por mim, ia morar na favela”. Quase dei 5 tapas na cara dela.
        Expliquei que lá, o que impera é a lei do tráfico, desde o que você compra, até a hora que você tem que chegar e em casa e pode dormir. E pedi pra ela parar de acreditar nas favelas de novela da Globo, parar de falar em voz alta sobre o que não conhece na cidade.

        Fico indignada em como vendem que esse estilo de vida é tranquilo, alegre, solidário e feliz. Fico puta.

        • Mega Desacreditado

          Eu também, também fico puto e (quando acho que é uma chance) tento alertar…

          Impressionante a alienação : uma procura básica e, provavelmnete, é exatamente contra mulher(es) sobre uma ou outra atrocidade das mais tristes (com “comuns”) de todas, quando subnoticiadas !

          Pior, também : conheço quem havia vindo há (algumas) décadas e ainda insiste no “é só evitar… way of life”…

  • O melhor seria mudar de país. Talvez aqui no meu estado eu não esteja seguro. Capaz de um tiro resvalar em mim. Ou de planeta.

    Achei que iam surgir coisas como bazuca no texto.

  • Sally querida, muito obrigada por me fazer ler toda a “música” , tendo em mente a melodia, aquelas vozes roucas e sotaque peculiar , que tenho certeza, me acompanharão ao longo do dia!

  • Pretendo nunca pisar no Rio de Janeiro, essa guerra contra o tráfico é uma grande burrice das autoridades que continuam gastando dinheiro e colocando em risco a vida da população por uma coisa que é simples de solucionar, simplesmente legalizem as drogas garanto que não conseguem impedir ninguém de usar drogas então o melhor seria legalizar pra que pessoas inocentes não corram o risco de morrer no meio do fogo cruzado

    • Não é por aí. CD e DVD são legalizados e geram uma indústria pirata bizarra por aqui. Tudo, mesmo legalizado, pode ser vendido mais barato na ilegalidade, por não pagar impostos. E viciados que sobe morro é viciado pobre, vai continuar subindo, pois não vai ter dinheiro para comprar droga em farmácia com o maravilhoso imposto de 300%

      • Se o combate as drogas é burro, liberar e não fazer nada é mais burro ainda.

        Este combate, é um mal necessário. Vc só vai perceber a importância dele, se um dia seu desejo se realizar.

        E claro, legalização resolve tudo, porque todo maconheiro vai virar ‘agricultor’, o governo, produtor, e o traficante, que não poderá mais traficar (sic), vai procurar um emprego/estudo para se tornar um membro útil na sociedade.

        Final feliz.

        sqn

          • Eu também gosto quando maconheiro defende sua droga como se estivesse defendendo a cura do câncer. Ou quando eles usam uma lógica do tipo “mas açúcar, álcool e cigarro fazem mais mal e são liberados…”

            Quer fumar, se drogar e ser visto como um fracassado problema SEU. Quer militar a favor de algo que não entende e que afeta coletivamente a sociedade, também é problema meu e vou falar o que não quer ouvir.

            • Muito medo com o tanto que andamos concordando. Neguinho defende seu direito a uso sem pensar no que os bm e a sociedade fariam caso drogas fossem liberadas.

              • Sally,

                Não uso e nunca usei drogas ilícitas.

                Mas acho a legalização, se fosse mundial e começasse pelos Estados Unidos, seria uma forma de tirar o poder financeiro do tráfico em todo planeta.

                A guerra às drogas gera mais mortes do que o consumo. Legalizar é tentar fazer alguma coisa. Até porque é ilegal, mas “se você quiser comprar é mais fácil que pão” .

                • A guerra às drogas é tão calamitosa que lembro até de Los Zetas !
                  Nunca será de mim “a solução”, mas acho que concordamos que é bizarro ter que continuar com a certeza de manutenção dessas “marcas de sádicos”…

                  Faz muito bem quem quer (e consegue) se manter fora daqui !

                  É a capital que tenho como mais próxima e (ainda tão) necessária, se eu não fosse tão “radicalmente urbano” (porque é com a Baixada atual minha “comparação” – ô “vida”…) eu já tentaria me transferir completamente para a Região Serrana (na falta de um plano mais concretizável para Sul ou, principalmente, “Alta” Europa, né ?)…

                • Vc nao acha que se tirar essa fonte de renda deles vai ser pior? Vao aumentar assaltos, estouro de caixas eletronicos etc.

                  • PC,

                    Será que os traficantes vão migrar para outros crimes? Talvez. Mas, para impedir isso, vamos manter esse sistema falido, corrupto e muito VIOLENTO? A violência já existe, já é absurda, assustadora, parece uma guerra.

                    Não sei se ela vai aumentar com a legalização, mas não vejo o contrário como verdadeiro: Nada garante que a violência não vai diminuir ou vai se manter estável se não houver a legalização. Só porque os atuais traficantes não migraram para outros crimes, não significa que são menos violentos ou que se possa controlar melhor a violência dos outros crimes.

                    • Porque, claro, ser contra a legalização é o mesmo que ser a favor de não fazer nada…

            • Hugo, também são ridículas as afirmações que a maconha é cura milagrosa para diversas doenças. É uma desonestidade intelectual.

              • Pessoal não sabe a diferença de thc fumado e cannabidol como componente farmaceutico.

                Estão apenas temtando justificar o seu uso.

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