Carne fraca.

+Considerada a maior operação da história da Polícia Federal, a Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira, desmantelou um esquema de pagamento de propina envolvendo funcionários do Ministério da Agricultura e empresários do ramo alimentício para relaxar a fiscalização e conseguir a liberação de licenças.

A corrupção e o descaso no Brasil sempre acha um caminho até nós. Dessa vez, ainda estamos digerindo essa bandalheira… desfavor da semana.

SALLY

Um escândalo sacudiu o país ontem e nos obrigou a reescrever o Desfavor da Semana às pressas: a operação “Carne Fraca” da Polícia Federal constatou corrupção, ilegalidades e nojeiras envolvendo grandes marcas de alimentos nacionais. Durante anos, comemos carnes fora da validade, com corpos estranhos misturados e até com substâncias cancerígenas enquanto estas ilegalidades eram toleradas pela fiscalização do Poder Público através de propinas que financiavam políticos corruptos.

Após mais de dois anos de investigações, a Polícia Federal conseguiu provar que marcas como Friboi, Sadia, Seara, Perdigão e Swift vendiam produtos adulterados, produtos que não eram o que diziam ser, fora da validade e/ou com corpos estranhos como papelão ou substâncias cancerígenas. O detalhe é que não vendem apenas no Brasil, exportaram para mais de 150 países. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo, e agora o mundo está indignado. Com razão. Se o brasileiro é cuzão e esquece/perdoa tudo, certamente países civilizados não comprarão mais carne do Brasil. Parabéns aos envolvidos.

Estes alimentos e fábricas, que deveriam ser fiscalizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, recebiam aval para vender basicamente qualquer merda através de propina. Carnes com validade vencida “maquiadas” para parecerem frescas (muitas vezes com substâncias comprovadamente cancerígenas). Carnes com água injetada para ficar mais pesada. Carnes de vaca e frango com papelão misturado para “render” mais. Linguiças recheadas com cabeça de porco. Esta é apenas uma pincelada das atrocidades que Sadia, Friboi, Perdigão, Swift e Seara (e outras marcas) vem fazendo por anos, com aval do Poder Público, que pegava o dinheiro da propina para deixar circular essas nojeiras e colocava no bolso de político corrupto.

Poderia ser mais um escândalo de corrupção, mas não é. Desta vez o dano não foi em abstrato, foi bem concreto. Você e eu comemos um peru de natal com papelão, coliformes e substâncias cancerígenas. Você e eu comemos carne com validade vencida, salmonela e pedaços de papelão e jornal no meio. Você e eu comemos frios e embutidos cuja embalagem diz ser de “carnes selecionadas” mas era apenas cabeça de porco. Desta vez impactou diretamente a todos nós, e, ao que tudo indica, isso vai fazer alguma diferença.

Também impactou o mercado internacional. Os principais jornais do mundo estamparam manchetes indignadas com a descoberta. Quando a vergonha internacional despertava apenas pena, ficava por isso mesmo, mas desta vez, os gringos foram afetados. Eles também comeram papelão, salmonela e substâncias cancerígenas – e não parecem felizes com isso. No mínimo, vem mais uma pancada financeira no Brasil. Duvido muito que não percam compradores depois de algo desse porte.

É um esquema antigo. Se seguirmos o rabicho (que político brasileiro sempre deixa), dá para ver que o plano começou há mais de uma década. Em 2005 o BNDS emprestou 80 milhões para a compra da Swift Armour, até então argentina. Lembro que fiquei puta, pois adorava os produtos da Swift e a qualidade caiu absurdamente depois que virou brasileira (agora entendo o motivo: papelão, salmonela, cabeça de porco e química cancerígena). A Friboi então, recebeu dinheiro público de forma nunca antes vista: 3,5 bilhões apenas em 2009. Políticos brasileiros fizeram tour pelo mundo fechando acordos duvidosos para exportação de carne brasileira. Há anos vem se desenhando esta máfia, em esforços diplomáticos e de incentivos financeiros para fazer decolar a indústria da carne no Brasil, não pensando na prosperidade do país e sim em ter uma fonte permanente e segura de propina, que funcionava em um esquema perfeitamente coordenado, para gerar subornos astronômicos e vender produtos sem qualidade.

E aqui cabe ressaltar que não há partidos a se apontar. A montagem do esquema foi toda autorizada e equacionada no período PT, mas o PMDB se financiou diretamente destas propinas também. É um modus operandi do Governo, não importa quem esteja no poder. É uma obra de arte da corrupção onde todo mundo seu sua pincelada. É falta de vergonha na cara coletiva, falta de respeito e certeza da impunidade.

Para piorar a situação, ninguém sabe explicar se os alimentos disponibilizados para venda estão próprios ou impróprios. Em vez de, na dúvida, fazer um recall e tirar todos os alimentos suspeitos do mercado (que, no caso, seriam todos da Friboi, Sadia, Seara, Perdigão e Swift, gerando um desabastecimento severo), a orientação é que “o consumidor fique atento à cor, textura e odor” dos alimentos, para identificar quais estão adulterados. Oi? Jogar essa responsabilidade para o consumidor, que não tem a menor condição de detectar uma substância cancerígena na comida? É muito lamentável como estamos abandonados por aqueles que estão no poder.

É óbvio que eu vou promover um boicote e não vou mais comprar nada destas marcas (vou ter que viver de peixe, acredito), mas, considerando a enorme fatia do mercado que monopolizam, não estou livre de comer produtos de uma destas marcas na rua. Como saber qual a marca da carne que é servida por um restaurante? Como saber de onde é aquele frio do sanduíche que é vendido? Vai ser praticamente impossível escapar destes alimentos imundos, vencidos e cancerígenos. Mas, mesmo assim, vale o boicote direito. Se todo brasileiro fizer isso, eles vão quebrar, algo muito pior do que prisão. Os convido a fazer o mesmo.

Para fechar o texto, quero contar uma experiência pessoal que, à época, não soube interpretar como deveria. Estava em uma casa de praia onde estava presente uma alta figura da Friboi. Conversa vai, conversa vem, ele me perguntou por qual motivo eu só usava um item de uma determinada marca. Eu disse que trabalhava para essa marca, por isso achava incompatível usar concorrentes e citei como exemplo: “Seria como trabalhar na Coca-Cola e desfilar por aí com uma Pepsi na mão, seria como você comer outra carne que não fosse Friboi”. Ele riu e disse “Pode ter certeza que eu como outra carne que não é Friboi”. Babaca que sou, na época não entendi. Hoje entendo.

O pior foi ver entrevistas com agentes federais dizendo que esta é apenas uma das muitas investigações sobre serviços e produtos adulterados que estão em andamento. Qual será a próxima descoberta? Um shampoo que causa cegueira por substâncias tóxicas? Um absorvente que te esteriliza por causa da química? Até onde vai a permissividade com ilegalidade e substâncias nocivas para a saúde da população em nome de propina? Estamos abandonados nas mãos de um Governo que não se importa com produtos que matam e adoecem o cidadão. Cada vez menos dá vontade de morar no Brasil.

Para aceitar o desafio e boicotar todas as marcas envolvidas, para aceitar o desafio e sair do Brasil ou ainda para tripudiar por ser vegano e não se tocar que sua comida deve ser adubada com urânio, talidomida e cianureto: deixe seu comentário.

SOMIR

Quando ouvi falar da operação da Polícia Federal indo atrás de irregularidades em frigoríficos, com adulteração de produtos e propina para fiscais, não pude deixar de ter a mesma sensação de quando o que é noticiado é mais um esquema de corrupção político sendo descoberto: o de só estarem provando o que todo mundo já sabia. Começaram a mexer nessas coisas só agora ou só agora estamos reagindo a isso?

A minha impressão é que pela primeira vez em muito tempo estamos vendo a óbvia bandalheira tupiniquim desnudada. E essa é a analogia mais correta, creio eu: assim como com a nudez, em tese todos nós sabemos o que estava coberto, mas só não estávamos vendo. A Lava-Jato realmente vai se tornando um marco na nossa história, com seu processo de remoção das roupas de nossos antigos reis. Mas como sempre, uma coisa é o que imaginamos, outra é o que vemos.

O escândalo dos absurdos realizados por algumas das maiores empresas do setor alimentício nacional foi recebido com destaque, mas muito menos choque do que deveria. Há anos eu falo, meio sério, meio de brincadeira, que salsichas são feitas com tudo, menos carne. E repito isso por ter ouvido de pessoas mais velhas. Não é como se fosse um susto terrível que todas as táticas sujas descritas até aqui estivessem mesmo acontecendo. Tem coisas que não dá para esconder tanto assim: boatos sobre a péssima qualidade dos alimentos produzidos em escala industrial não se materializam no inconsciente coletivo do nada.

E de uma certa forma, estamos acostumados com a ideia. Não com a ideia de que estamos comprando carne estragada e cheia de aditivos, mas sim com a de que mesmo que tenha, que pelo menos não esteja muito na cara. Mais ou menos como sempre foi com política. Se você parar para pensar, qual a surpresa de sair uma lista de delação de uma empreiteira com basicamente metade dos políticos brasileiros? É destaque, mas não é choque. O sistema é assim. É suficiente para o brasileiro que pelo menos não esfreguem muito na sua cara a bandalheira, afinal, meio que serve para aquele acordo de desonestidade sob vistas grossas que permite coisas como o “jeitinho brasileiro” continuarem funcionando.

Em países mais sérios não tem gente inescrupulosa que arrisca com a qualidade dos alimentos para aumentar seus lucros? Claro que tem. Saiu uma análise recente dizendo que pouco mais da metade da carne de frango vendida no Subway tinha DNA de frango. Escândalos do tipo acontecem em todos os lugares, porque o ser humano é mais ou menos a mesma merda seja lá onde for. O que diferencia o país sério da bandalheira é o tamanho do choque da população com a sujeira.

Aqui, pode aprontar se souber manter o sistema lucrativo para um número suficiente de pessoas. O brasileiro parece acostumado com um serviço ruim em todas as esferas da vida e, resignado, está disposto a fingir que não é com ele se for poupado do trabalho de tomar uma atitude e se colocar numa posição ética que precisaria de defesa posterior. Quando a pessoa não quer pagar o preço da excelência, contenta-se com qualquer desconto.

Mas isso obviamente explode na cara do brasileiro de tempos em tempos, os males da incompetência dificultam a vida de todos, o tempo todo, mas quando fica impossível esconder que o povo compactua de uma forma ou outra com a qualidade abissal não só dos serviços como dos produtos que utiliza no seu dia a dia. Custa caro ficar chocado com o caso dos frigoríficos.

Custa caro porque significa que você tem que entender o que é qualidade, o que é levar a sério um trabalho… e depois disso, só com muita auto-enganação para voltar ao ritmo comum da vida brasileira. Este texto não deixa de ser uma autocrítica: para ficar realmente furioso com o que os frigoríficos e fiscais fizeram com o povo brasileiro, precisa-se importar o suficiente com padrões mínimos. O que às vezes passa reto para quem passou a vida inteira entendendo excelência pelo padrão do jeitinho.

Eu queria ter ficado tão escandalizado quanto a Sally. Infelizmente, não fiquei. Soou-me meio que como um fato da vida… políticos roubam, quem produz alimentos em larga escala é porco e inconseqüente. E se você só ficou com um “nojinho” de uma carne podre ou se sentindo lesado por ter comprado papelão como carne, preste atenção no que está realmente se passando na sua cabeça. Pode ser só a putez de ter algo que você sempre teve capacidade de entender finalmente passando pela barreira da negação.

Enquanto o Brasil for do jeito que é, enquanto essa fase de varrer a sujeira para fora do tapete (finalmente) não for sinônimo de boicotes e esforços extras da população para se colocar num padrão de qualidade do que faz que seja reprodutível em suas instituições e empresas, vai ser mais um caso para terminar em pizza, agora com cobertura de alguma carne que sabemos estar adulterada.

Para dizer que eu devo estar estragado, para dizer que pelo menos o nome da operação foi bacana, ou mesmo para dizer que se é Brasil, é ruim: somir@desfavor.com

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Comments (48)

  • O boicote é o mais correto a se fazer? Claro!
    Mas como cobrar de um povo que mata macaco por causa de febre amarela, que ele boicote empresas assim? Dada a falta de educação da nossa população, eles sequer devem saber o que significa boicote!

    Outra coisa: onde compraremos carnes e frangos agora? Como saber a procedência? Difícil, viu…

    • Frango, carne e frios em geral. Provavelmente todos contaminados. Aquando abrirem todas as delações dessa operação é que vamos ter a real noção do tamanho da coisa.

      • É, não sei se viram, frigoríficos aqui em Curitiba e na região já estão sendo fechados, todo mundo sendo demitido, fábricas de ração animal sem receber material pra fabricar ração… Pelo visto, o negócio tende a ser grande. Um “contatinho” aqui do Paraná me disse que o tamanho da coisa não é nem 1/3 do que foi revelado publicamente até agora.

        Lembro-me de um ex-namorado meu que trabalhava com biotecnologia voltada pra produção alimentícia e ele ficava me contando sobre os segredos e podres da indústria de alimentos… Bebidas, especificamente da coca-cola, são um perigo: puro sódio e açúcar.
        Para embutidos ele comentou uma coisa ou outra nesse sentido, que usavam acido ascórbico demais (é vitamina C, tem efeito antioxidante, em teoria não causa câncer, mas não deveria ser ingerido em excesso, nem ser colocado em carnes!) e sódio demais (esse sim, pode dar problema de pressão, tireoide etc).

  • agora eu entendi por que o BM é tão resistente! vive na imundice, come porcaria… ô desgraça. Não sei o que vou comer de agora em diante, tudo parece estar contaminado. pensei em comer peixe, mas tem o mercúrio. frutas e verduras têm agrotóxicos perigosos. não dá nem pra viver de água e luz, pois a água pode conter alumínio e a luz dá cancêr. tá difícil.

  • e alguém acha que o consumo de carnes, embutidos e derivados vai diminuir? A população vai boicotar esse tipo de alimento? As autoridades aumentarão e melhorarão processos e metodologias de fiscalização? hahahahahaha, quem acreditar nisso, pode ter certeza, acredita em CUelho da pascoa, tbem.
    E eu não to nem ai para quem quer comer carne estragada, carne com papelão, carne podre… cansei, de argumentar com fumantes sobre riscos à saúde que o cigarro causa e tenho amigos que fumam e debocham… então, quero mais é que se phodam!
    Quer comer carne podre, phoda-C, eu não como!
    Quer fumar cigarro que pode te dar cancer, phoda-C, eu não fumo!

  • Innen Wahrheit

    Pesquisando por “operação carne fraca” no Google, deparei-me com dois links fixos no topo de todas as páginas de resultado da busca:

    https://www.googleadservices.com/pagead/aclk?sa=L&ai=DChcSEwiFxoq84OLSAhWJBZEKHYO0D9QYABAAGgJjZQ&ohost=www.google.com.br&cid=CAASJORojdERdB5tZKad7Dicxy_Uhyo__gCem6DPVvfpN6_CfnV3jw&sig=AOD64_3EeoK4apPWp7JI0e6kd_CS_g9EsA&q=&ved=0ahUKEwi_44e84OLSAhXGDpAKHYyvBIY4FBDRDAgY&adurl=

    e

    https://www.googleadservices.com/pagead/aclk?sa=L&ai=DChcSEwiFxoq84OLSAhWJBZEKHYO0D9QYABABGgJjZQ&ohost=www.google.com.br&cid=CAASJORojdERdB5tZKad7Dicxy_Uhyo__gCem6DPVvfpN6_CfnV3jw&sig=AOD64_1s2kEfcglHfdnc1jzzC90ZhcnkPg&q=&ved=0ahUKEwi_44e84OLSAhXGDpAKHYyvBIY4FBDRDAgb&adurl=

    Aparentemente a BRF e a JBS querem se assegurar de que suas explicações sobre a situação sejam lidas antes das notícias, de modo a minimizar seu impacto sobre a opinião pública – e assegurar que, a exemplo do caso do leite há alguns anos, as pessoas continuem consumindo seus produtos quando a repercussão das notícias diminuir.

      • Meu professor da disciplina de Segurança do Trabalho citou como um exemplo de insalubridade o frigorífico da Seara no qual ele trabalhou quando era estudante e estagiava na área. Em tal frigorífico se efetuada o abate de aves e as pessoas entravam na Câmara fria com uma roupa inadequada para a temperatura da mesma. Ele relatou o caso de gente que chegou a se machucar seriamente e ainda assim continuava trabalhando. Ele ficou 45 dias lá de experiência e depois disso saiu de lá. Hoje ele trabalha com estações de tratamento de água e esgoto como engenheiro químico.

      • Aliás : o Maggi achou espaço / “peroba” para se atrever a desacreditar a PF…

        E, ainda : fora da RID, só vi umas reações mais enérgicas no público do “Zero Hora”…

  • Eu fui / sou dos surpresos…

    Apesar de ter relembrado dos açougues e aviário aonde parentes iam comigo na minha infância; e das lembranças ruins de alguns pós-churrascos – babaca que fui, ainda não tinha essa parte desconfiança…

    Aliás, trago aquela frase (aproximada) da Sally que foi ainda mais “profética” que naquela (anterior) época :

    ” Se isso é o que apareceu, mal
    imagino o que ficou escondido ! “

  • Dei minha contribuição para este assunto, explicando-o para colegas estrangeiros de várias nacionalidades, membros de um grupo de discussão sobre eletrônicos vintage do qual faço parte. Eles são de praticamente toda a Europa, Oceania e das partes civilizadas da Ásia. Adverti-os sobre a maracutaia, expliquei a índole do brasileiro médio e aconselhei boicote total ao lixo que foi enviado a seus países. Como eles são mais conscientes e ciosos da saúde pública como bem comum, espero ardentemente que eles divulguem minhas explicações e efetivamente boicotem toda essa porcariada que lhes foi impingida.

    • Tomara que sim. Para eles vai ser mais fácil, eles tem outras opções. Aqui, se quisermos boicotar, vamos ter que parar de comer carnes e frios, pois eles monopolizam o mercado.

    • Eu queria boicotar, mas daí vou ter que ficar só no peixe. Como faz pra não enjoar? Que a Friboi era ruim alguns amigos que trabalham com carne já tinham me falado, agora até Sadia e Perdigão na lama é de doer!

        • Peixe também pode estar contaminado com metais pesados, produtos químicos e sei lá quais outras porcarias desaguam no mar.

          Esse caso me lembrou um programa que estava vendo na televisão outro dia. Dizia que no final do século XIX, com a chegada de muitos imigrantes na américa do norte, os açougueiros encomendavam muita carne para lucrar mais. Como naquala época não havia geladeira a carne ficava exposta e acabava criando vermes. Então eles pegavam a carne podre, colocavam bórax (um produto de limpeza) que apenas tirava o cheiro ruim. Depois coloriam com tinta para tecido vermelha, para ficar com aspecto de carne fresca, moíam e faziam linguiças com tripas de porco. Entretanto as pessoas comiam e continuavam passando mal.

            • Não sei dizer se todos, Sally, mas imagino que infelizmente seja a maioria, devido ao relaxo, à porquice e à falta de fiscalização que sempre são constantes por aqui. Na dúvida, é melhor abrir o olho ou então só comprar em locais de confiança, o que é bem difícil, claro…. E, até onde soube, o atum é dos que mais tem mercúrio.

  • Li no twitter recentemente que “Sempre que alguém gasta muito dinheiro com publicidade, eu sempre imagino que tem algo de errado com esse alguém. A Friboi é um exemplo.” É…

    Pensando aqui, se retirarem todos os produtos suspeitos das prateleiras, não sobra mesmo nada de opção pra comprar. Será mesmo que haverá uma puta repercussão e boicote etc, ou vai ser só mais um escândalo que vai ser esquecido e deixado de lado daqui alguns poucos dias?

    • No Brasil eu acho que não acontece boicote não, que esse povo não é consciente nem organizado. Mas internacionalmente, não duvido…

  • Me lembrei do caso dos leites adulterados até com ácidos, cal e sabe-se lá mais o que….o que aconteceu com os envolvidos?
    Não deu em nada, algumas manchetes indignadas e partimos pra outras denuncias piores, e assim prosseguimos, apáticos com tudo isso, tudo está corrompido, absolutamente tudo, não há nenhum setor que esteja sem máculas dessa podridão.
    Também concordo com o Somir, acho que não saberíamos reconhecer um padrão melhor, ter uma referência de excelência para comparativo, e já nem sabemos discernir o bom do ruim nesse país com tudo tão cagado.

    • É, mas neste caso, 150 países se foderam junto. O desfecho vai ser diferente sim. Sabe quem é o concorrente do Brasil? Os EUA. Adivinha se não vão nos massacrar?

      • Só há resultado quando a merda respinga nos países de verdade. E mesmo assim, a longo prazo as coisas não mudam.

  • “…para tripudiar por ser vegano e não se tocar que sua comida deve ser adubada com urânio, talidomida e cianureto”

    Vegano/vegetariano tirando onda porque “ain, num como carne mesmo”, mas se esquece que socam agrotóxicos nas verduras/legumes até não poder mais. O jeito é viver só de luz.

  • A melhor parte está sendo ver a reação dos bloguinhos e portais petistas da linha do Brasil 24/7: o problema não é estarem vendendo carne podre cheia de química e papelão, o problema é que a Polícia Federal malvada está destruindo a indústria nacional e milhares de brasileiros podem perder o emprego. Mais ou menos a mesma ladainha sobre a Odebrecht.

      • Sim, os portais petistas estão até alardeando que isso seria parte de um complô dazelites brasileiras com os Estados Unidos e sabe-se lá mais quem que teria como objetivo quebrar o Brasil e vender os pedacinhos a preço de banana.

        Sabe aquele discurso do entreguismo, das privatizações e etc? Bota um chapéu de alumínio nele e é isso aí.

        • Já chegaram no meu wasabi mensagens dizendo que devemos comemorar porque “apenas” 33 funcionários do Ministério e 21 unidades dos frigoríficos em questão estão envolvidos na denúncia…

    • Você acredita que eu cheguei a ver esquerdopata pregando que querem destruir o Brasil e que “roupa suja se lava em casa”? Se fosse Temer tentando abafar o caso diriam que ele é conivente com o crime!

    • ( Desconfiei que fosse isso no resumo para o Google Notícias, mas rapidamente havia deixado pra lá – definitivamente ainda negam o atual mindset / panorama… )

  • Tô de boca aberta até agora com essa história, Sally. Cambada de pilantras! Já disse aqui e torno a dizer: Tudo por aqui é sempre mais cagado e quando se trata de se enfiar na merda, o Brasil não cansa de mostrar que sempre dá se lambuzar mais um pouquinho, Concordo com sua idéia de não comprar mais dessas marcas, mas acho difícil de ser posta em prática; e concordo com o Saga quando ele diz que falta por aqui a cultura do boicote. Espero mesmo que os filhos-dumas-putas que fizeram isso se ferrem “grandão e de com força” quando os gringos resolverem tomar providências, porque desta pocilga eu já não espero nada. Por fim, permita-me repetir duas frases do final do texto: “Até onde vai a permissividade com ilegalidade e substâncias nocivas para a saúde da população em nome de propina? (…) Cada vez menos dá vontade de morar no Brasil.”.

  • “Estamos abandonados nas mãos de um Governo que não se importa com produtos que matam e adoecem o cidadão.” Burros são eles, matar o povo que fornece dinheiro pra eles roubarem! Daqui a pouco a fonte seca e eles invadem nossas casas pra confiscar nossos bens pra vender. Sério, eu nem consigo mais achar graça de piadinhas políticas de tão bizarro que a situação está.
    *respira

    Uma das coisas que falta no brasileiro é isso mesmo, a cultura do boicote. Mas o brasileiro costuma aceitar qualquer coisa pois “é o que tem pra hoje” ou simplesmente por falta de estrutura pra pensar. Fora o fato de ser um povo e um país enormes, não sei se há homogeneidade populacional suficiente pra um super boicote. Ainda mais quando grande parte não tem muitas opções de alimentação…

    • (…) Fora o fato de ser um povo e um país enormes, não sei se há homogeneidade populacional suficiente pra um super boicote. (…)

      Não há e nunca haverá, “a julgar” pelos próprios comentários-análises que temos sobre isso em outros temas…

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