Ganhando na raça.

Um novo elemento surgiu na polêmica envolvendo Neymar e Álvaro González, zagueiro do Olympique acusado de racismo pelo brasileiro no último domingo. O canal espanhol “Gol” fez uma leitura labial da discussão entre os dois jogadores. “Puta Maricon” (em português, “puto viado”), seria o xingamento homofóbico retrucado por Neymar em resposta aos insultos – racistas segundo o brasileiro – proferidos por González. LINK


Neymar finalmente se assumiu negro depois de décadas dizendo o contrário. E já está queimando o filme da nova raça… Desfavor da Semana.

SALLY

Vocês se lembram do movimento “Me Too”, que surgiu com o objetivo de denunciar abusos cometidos contra mulheres? Começou com total furor, não se falava em outra coisa, as militantes chegaram até a ser agressivas. O desdobramento não foi bom: não reduziu a vulnerabilidade das mulheres e, apesar da causa ser real, perdeu a credibilidade pelos excessos que foram cometidos pelas militantes.

Pois é, agora vemos o mesmo acontecer, só que em uma versão ainda mais delicada. O “Black Lives Matter” começa a descambar para a esculhambação, fazendo um tremendo desfavor para todos os negros que são sim vítimas de racismo de diferentes formas diariamente. Parece que está virando hábito pegar um movimento legítimo e destruí-lo.

Um exemplo claro disso foi protagonizado pelo Menino Ney. Se antes o Pai estava On, parece que agora o Pai está Black. Em um jogo de futebol, só para variar, Retardado Ney perdeu a cabeça e saiu socando um jogador. Ao perceber que ia feder para ele (pela milésima vez), puxou a carta do racismo do bolso, um supertrunfo, que ninguém contesta. Disse que bateu no coleguinha por sofrer ofensas racistas e imediatamente a internet o apoiou gritando aquelas frases que colaboram para acabar com o movimento legítimo, coisas como “Fogo nos racistas!” e similares.

Ocorre que, passado o estardalhaço inicial, pegaram a gravação do jogo para analisar com calma e tomar as medidas cabíveis e o que se viu foi algo muito diferente do que foi contado. A emissora detentora dos direitos da partida analisou cada frame, chamando um especialista em leitura labial e… não tinha nenhuma ofensa racista.

Muito pelo contrário, até a data de hoje, o que se constatou foram ofensas homofóbicas partindo de Neymar. Ou seja: se fez de vítima alegando ter recebido uma ofensa politicamente incorreta, mas, na verdade, foi ele quem a proferiu. Usou o racismo para sair impune de mais um episódio onde se portou como um menino mimado e saiu socando quem o desagrada. O resultado: dois jogos se suspensão pela merdinha que fez.

A cara de pau foi tanta, que Menino Black Ney foi para as redes sociais desabafar. Pediu perdão pelo descontrole e disse que violência não leva a nada? Não! Reafirmou sua atitude imbecil dizendo que seu único arrependimento foi não ter batido na cara do outro jogador. A Puma deve estar super feliz com seu mais novo garoto-propaganda.

Mas, a questão de hoje nem é essa. Mesmo que seja constatado que de fato o jogador proferiu ofensas racistas contra Neymar, nos surpreende que ele, que por mais de uma vez disse que não era negro, agora vista essa camisa, não para lutar pela causa, mas para se dar bem, justificando mais um destempero e uma agressão cometida em campo, que, diga-se de passagem, não é justificável nem mesmo se de fato houve um comentário racista. Você levantaria uma bandeira que é levantada por um sujeito desses, mentiroso, oportunista e violento?

Ver Neymar, que repetidas vezes disse que não era negro, gritando “racismo” é intragável, mas ver gente dizendo que racismo se resolve cobrindo o racista de porrada é ainda pior. Mostra que, na essência, os discriminados são tão podres quanto os discriminadores, a única diferença é que não tem poder para exercer sua podridão. Seja qual for o ângulo pelo qual se olhe, há muitos desfavores sabotando o combate e a punição ao racismo real.

Negros de ocasião (quanto querem cotas, quando querem usar a cartada do racismo para justificar o injustificável, etc.) fazem um movimento legítimo parecer um golpe. Usam de uma demanda válida para obter benefícios pessoais e causam mais danos aos negros que os racistas padrão. E gente que valida agressão física acaba validando também a fama de negros serem bandidos, marginais, pessoas perigosas. Então, parabéns ao combo que armaram, vocês estão matando uma bela chance de conscientização, diálogo e entendimento.

Hoje, convém ser negro quando você é rico e famoso, pois você ganha essa cartada do racismo para jogar quando quiser. O detalhe cruel é: ela só vale se você for rico e famoso. O pobre continua sofrendo racismo sistematicamente e isso não ganha visibilidade, a menos que seja por motivos egoísticos, como por exemplo a pessoa que quer posar de inclusiva na internet e “denuncia” um caso (entre um milhão). No geral, os negros que não são Neymar continuam se ferrando, como sempre.

Assim, um movimento que se propõe a ser inclusivo passa a atuar de forma discriminatória. Ele só se aplica a famosos, a ricos e a pessoas que, pela sua condição, teriam as ferramentas para se defender. Nasceu para incluir, mas cresceu e passou a segregar. E seus protagonistas estão se portando como oportunistas e egocêntricos, desacreditando a causa. Já vimos isso antes, não é mesmo?

Graças ao Me Too e às oportunistas que usaram essa cartada buscando algum benefício pessoal ou buscando agredir um grupo que viam como supostos inimigos (os homens), se instaurou uma enorme desconfiança sobre mulheres que dizem ter sofrido assédio. O mesmo pode acontecer com os negros: atitudes como a de Neymar podem criar uma desconfiança permanente cada vez que uma pessoa acusar a outra de racismo.

Qualquer excesso é nocivo e, cedo ou tarde, começa a ser socialmente repelido. O movimento negro está se excedendo ao fazer acusações de racismo onde não existe para justificar algo que os desagrada, e na agressividade com que tratam os brancos. Responder a violência com violência nunca é inteligente, sobretudo quando você ainda é o lado mais fraco. Fatalmente, quem faz isso sairá trucidado.

Mas, o sonho de todo oprimido é ser opressor. Quando te mandam calar a boca por não ser seu “lugar de fala” (uma das maiores imbecilidades que alguém pode fazer é cessar o diálogo), conquistam a antipatia de uma maioria que, além de tudo, é mais poderosa. Na vida real, nada mudou: brancos continuam ganhando mais do que negros e tendo mais cargos de poder. Por uma migalha de sensação de poder de mandar um branco se calar, angariam antipatia e resistência a uma causa que, em essência, é muito válida.

A base do Black Lives Matter, seja o movimento original, seja o mero respingo que chegou ao Brasil, está se tornando instrumento para conquistar benefícios pessoais ou motivo para atacar brancos graças a muito rancor reprimido. Não sai nada de bom nisso aí. Mesmo que as pessoas não percebam a complexidade desse mecanismo de negritude seletiva, elas sentem que há algo falso, egóico, aproveitador e agressivamente desagradável. E repelem. Parem que ainda dá tempo.

Para dizer que não se importa, para dizer que está comendo pipoca e assistindo os tiros no pé ou ainda para dizer que Neymar socando alguém parece um louva-deus: sally@desfavor.com

SOMIR

Só pra tirar isso do caminho: eu não acho que ninguém deva ser punido por troca de ofensas numa discussão acalorada. Especialmente num campo de futebol, onde o Q.I. médio dos participantes raramente atinge três dígitos. Pune a pancadaria e pronto. Mas, o trem de tratar adultos como adultos na sociedade moderna já partiu, não adianta mais ficar correndo ao lado dos trilhos…

Voltemos ao que ainda se deveria poder discutir, muito embora eu esteja desconfiado que o trem já está rápido demais: Neymar finalmente se assumindo negro depois de uma carreira montada ao redor de tentar se posicionar como branco – inclusive com aquela belíssima frase sobre não sofrer com racismo por não ser negro – deveria ser um momento de empoderamento. Finalmente se olhou no espelho e tomou uma decisão. Mas, não é sobre isso que estamos falando… Neymar finalmente acreditou que teria alguma vantagem escolhendo a raça negra. Sinal dos tempos.

No Brasil, vivenciamos um elemento de caos racial único no mundo. Nos censos, o povo pode escolher qual é a cor da sua pele, e o brasileiro, criativo como sempre, nos entrega uma lista interminável de cores. Eu adoro isso. Me entristece que no final das contas compilem tudo isso como brancos, negros e pardos. O Brasil deveria dar o exemplo mundial com uma lista de 500 cores diferentes no censo pra ninguém mais saber como classificar as pessoas por raça. Mas, cá estou saindo pela tangente. Neymar é um típico exemplo de brasileiro de raça indefinida, o que o permite escolher de acordo com a ocasião.

Deveria ser um momento de festa para a sociedade brasileira e mundial que Neymar tenha escolhido se dizer negro: significaria que estamos avançando na agenda pela igualdade entre as raças. Mas, na prática, não foi o que vimos. Se você tem alguma noção sobre quem é Neymar e quem são a maioria das celebridades hoje em dia, sabe que o clima político atual influencia muito as crenças pessoais desse grupo de narcisistas incorrigíveis. Eles são o que parece mais popular a cada momento.

E no momento, o que é muito popular entre as celebridades é se descrever como aliados do movimento Vidas Negras Importam. Claro que elas importam, mas importam mais quando há um suporte midiático. Neymar é uma celebridade esportiva, e neste momento, especialmente entre as celebridades esportivas americanas, esse é o assunto que mais importa.

Neymar não quer seguir ser uma celebridade europeia mais discreta como Messi, ele quer ser uma celebridade americana espalhafatosa como LeBron James, e para isso, é preciso ter uma postura midiática muito diferente de outros jogadores de futebol. É preciso ser uma celebridade mais conectada com elementos externos ao jogo. Nos últimos anos, Neymar até que está indo bem nesse sentido, praticamente não falamos mais sobre como ele joga ou deixa de jogar, é sempre sobre sua personalidade e sobre as polêmicas nas quais se envolve. Para a escola americana de celebridades esportivas, isso funciona.

E nos EUA, nada é mais importante no mundo esportivo agora para angariar atenção do que ser parte do movimento BLM. Não é coincidência que Neymar tenha escolhido fazer seu “chá de revelação de raça” agora. Claro, a oportunidade bateu na porta quando ouviu (ou inventou para se salvar) um xingamento racista de outro jogador, mas se o outro jogador realmente o chamou de macaco, eu duvido que tenha sido o primeiro a fazer isso. A baixaria rola solta entre jogadores de futebol em campo desde sempre. Mas dessa vez, talvez de caso pensado, talvez por um reflexo recém-condicionado, Neymar resolveu fazer caso.

Não tem nada de errado de se posicionar contra ofensas racistas, é um comportamento que deve ser incentivado, mas nesse caso expõe uma questão que parece passar por debaixo dos radares dos justiceiros sociais do século XXI: estamos realmente tornando o mundo mais justo quando apenas celebridades tiram proveito da situação? O mundo parece estar combatendo o racismo em indústrias bilionárias, mas basicamente só nas posições de mais prestígio. Atores e atrizes já milionários de Hollywood reclamam de menos oportunidades de ganhar mais milhões, atletas riquíssimos amados por milhões discutem como são oprimidos diariamente…

O movimento parece cooptado por gente que tem… privilégios. E o problema disso é que para o cidadão comum, algo parece fora do lugar quando tem que se preocupar com o preconceito sofrido por um atleta que ganha mais em um mês que ele vai ganhar na vida toda. Mais ou menos como aconteceu no movimento Me Too. Acredito que tenha resolvido o problema de produtores de Hollywood tentando fazer sexo com atrizes famosas, mas assim que as coisas se acertaram por lá, não é curioso como as coisas começaram a ser esquecidas no resto do mundo? No final das contas, parece ter reforçado os ranques dos homens que acham que mulher só acusa homem de estupro quando se arrepende do sexo. E, bônus, fez com que muitos homens deixem de se aproximar de mulheres no trabalho para evitar acusações futuras.

Na prática, o Me Too está mais fraco do que nunca, mas como as celebridades mimadas de Hollywood já estão conseguindo fazer filmes de super-heróis terríveis só com mulheres, problema resolvido, as pobres que levem dedadas. O movimento Black Lives Matter parece estar seguindo por um caminho parecido. As soluções sugeridas para o problema de violência policial ou são ridículas, ou não conseguem suporte real. Mas, LeBron James consegue impedir a realização de um jogo da NBA quando quiser, e Neymar pode se livrar das consequências de imagem por ter enfiado uma porrada em outro jogador por dizer que ouviu uma ofensa racista. A questão aqui é que assim que surgir um ponto de equilíbrio para as celebridades negras dando suporta ao movimento, ele vai começar a seguir pelo mesmo caminho do Me Too.

Afundando no esquecimento com uma herança maldita na cabeça das pessoas: a memória de ricos mimados reclamando de problemas que não parecem tão graves assim, ou que pelo menos pareciam ter todas as condições de enfrentar desde o começo; e a realidade das pessoas que aparentemente estavam ajudando ainda vivendo os mesmos problemas, mas cercadas de pessoas que acham o movimento uma palhaçada por causa dos palhaços que o divulgaram.

Se eu fosse negro, não estaria feliz pelo Neymar ter entrado no meu time. Ele é cai-cai…

Para dizer que branco não tem que falar de questão racial, para dizer que Evitar Suspensões Importa, ou mesmo para dizer que igualdade é só na escrotidão: somir@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: ,

Comments (26)

  • Bons tempos em que o xingamento e a porrada faziam parte do futebol. Tempo das chuteiras sóbrias, sem VAR e cabelinhos.

    • Eu também sou bem “Old School” em relação a futebol, J.M.de S.. Ou, como disse em um antigo comentário meu aqui no Desfavor: “O futebol de que eu aprendi a gostar – sem frescuras nem falso glamour e de gente com outra postura diante da vida – infelizmente não existe mais”. E mais: Pelé pode já ter falado muita merda, mas ao menos em uma declaração a esse respeito ele acertou. Veja: “Se eu fosse parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, toda partida teria que parar. O torcedor, dentro de sua animosidade, ele grita. (…) Durante os meus mais de 20 anos de carreira, aprendi a entender as ofensas pelo fanatismo dos torcedores e jogadores. Na emoção, durante os jogos, o torcedor e o jogador desabafam, ofendendo as mães e também pelo lado do racismo. (…) No meu caso, quando terminava o jogo, todos vinham me abraçar e pedir desculpas”

      O que acha?

      • Acho que um sujeito que não aguenta a pressão da torcida e o terrorismo psicológico do jogo não pode ser jogador de futebol. Pode brincar de futebol na educação física ou no playground do prédio. Futebol é uma mistura de caça e guerra, mas um pouco atenuado. Sou contra aleijar o adversário, como fazem caras como o Sérgio Ramos, o Júnior Baiano, o Moysés (Bangu). Tirando isso, expulsa do jogo e fim. Sem essa frescurinha de mais jogos de punição. Quer ver jogo de menina, vá ao futebol feminino.

  • O me too está para o feminismo de bolha assim como o black lives matter está para as barganhas OPORTUNISTAS dos ativistas do movimento negro.

    Na verdade, esses novos cruzados virtuais são muito importantes no sentido de dar visibilidade em favor de tais causas, alimentadas por uma posição ideológica enviesada, mas no geral são ineptos no sentido de atacar o problema, antes tirando vantagem as custas disso pra tentar formar o seu gado político, com o objetivo de assim tirar vantagem política e econômica as custas disso.

    E claro, grandes empresas aproveitam a situação para faturar em cima. Da mesma forma que a Natura foi tirar proveito da polêmica em torno da sexualidade de Thammy Gretchen, o Magazine Luiza foi tirar proveito da situação vendendo uma imagem de boa empresa dizendo que na próxima seleção de trainees (quase o equivalente a “estagiários”, só que no ambiente de escritório e com gente eventualmente graduada recentemente) selecionaria apenas negros pros candidatos.

    Pra quem nasceu na cidade onde o Magazine Luiza tem sua sede e sabe que lá a população negra propriamente dita é quase ínfima, isso é puro esculacho, em especial com os barganhadores que acham que estão tirando a barriga da miséria.

    Tenho lá minhas dúvidas se a turma de WAKANDA vai se animar a se dirigir lá pra FRANCA pra tentar uma vaga que no geral paga cerca de uns dois mil reais por mês de salário líquido.

  • Eles não vão parar enquanto não destruírem uma das poucas coisas boas do Merdil, que é essa relativa “paz étnica” que temos. Preconceito existe, mas não estamos em guerra uns contra os outros. É guerra que eles querem forçar, pra fazerem uma “partilha da áfrica” aqui, pelos recursos naturais, quando tudo estiver destruído.

    • É, isso mesmo… temos “paz racial”, o negro tem mais é que se subordinar e se humilhar calado. Pelo visto, bom mesmo seria se voltasse para a senzala.

      • o negro tem mais é que se subordinar e se humilhar calado. Pelo visto, bom mesmo seria se voltasse para a senzala. Racista de merda. Sorte a sua que eu não sou dono do blog pra saber seu IP, senão metia um processo no seu rabo pra aprender a ser gente.

  • Agora que lhe foi conveniente – ou necessário – é que o Neymar resolveu dizer que é negro, é? E o Somir ainda tocou em dois pontos interessantes no texto dele: 1- o fato de que já há bastante tempo nós praticamente não falamos mais nada sobre a performance do “Menino Ney” em campo, uma vez que ele tem chamando atenção somente por sua personalidade – para lá de repulsiva – e pelas polêmicas em que se envolve com freqüência e 2- essa vontade toda que esse merdinha do Neymarra tem de um dia se tornar “uma celebridade americana espalhafatosa como LeBron James”. Quanto a esse sonho dele , permitam-me usar um bordão da Sally: “Que falta de ambição na vida…”

  • Não acho que ele não ter se assumido negro anteriormente seja um fato tão relevante.
    Hoje em dia o que é negro é extremamente discutível, e quando a pessoa sofre racismo e/ou injúria racial… O peso vem na hora.

    • Não é que ele não tenha se assumido, ele passou anos negando
      E ele não sofreu injuria racial, muito pelo contrário, a primeira agressão partiu dele e foi homofóbica. Não há registros no vídeo do outro jogador ter dito qualquer coisa racista. Mas mesmo que tivesse dito, Neymar perdeu o direito de reclamar.
      É bem simples: se você ataca de forma preconceituosa primeiro, não pode reclamar de uma resposta preconceituosa.

      • Supondo que ele tenha ouvido algo racista… Acho o que você compara uma falsa simetria. Chamar alguém de macaco é muito mais pesado em nossa cultura. Homofobia é errado, machismo é errado, ok. Mas não é por isso que se eu te chamar de filha da puta ou de viadinho e vc me responder que sou um macaco, que serão coisas simétricas. São xingamentos com pesos muito diferentes e um erro não justificaria o outro.
        Talvez um dia… Talvez um dia a homofobia será equivalente ao racismo, não hoje.

        • Quem disse? Quem é você para medir ou quantificar a dor de cada ofensa? Eu hein… mas só me faltava essa, querer dizer que o sofrimento de X é maior ou mais válido que o sofrimento de Y.

          Além disso isso foi dito na cultura de um país europeu, não no Brasil.

          • Você só pode morar em Nárnia mesmo kkkkkk
            Esse tipo de relativização é muito interessante e valida basicamente 100% das injúrias raciais em partidas de futebol. Até porque sempre alguém vai xingar o outro de alguma coisa, e alguém como você vai dizer “Quem é você para medir ou quantificar a dor de cada ofensa?”, Eu hein.

          • É tudo oportunismo.
            E antes que falem qualquer coisa, esses movimentos pretensamente identitários usam o discurso da inclusão pra promover a exclusão. Vivem de fazer as pessoas de massa de manobra política pra suas próprias finalidades mesquinhas.
            E se neguinho fica todo irritadinho por ser chamado de macaco e reage todo raivosinho, feito certos “artistas” e políticos por ai que vivem se alimentando de apelação, é justamente porque tá com medo de perder espaço em meio ao jogo de alpinismo social que rola por aqui nessas bandas.
            Daí fica com essas palhaçadas querendo impor uma novilíngua pra tentar se esquivar daquilo que pode atrapalhar seus intentos nesse campo, tais como a utilização de eufemismos como o termo “humilde” em substituição a POBRE e SUBSERVIENTE e o termo “comunidade” em substituição ao termo FAVELA. E tudo isso pra quê? Pra não ter alguém andando com as línguas nos dentes e cortando o barato, até porque esse povinho quer mesmo é tirar vantagem na crista da onda.
            E pra completar, REPARAÇÃO HISTÓRICA É O CARALHO! Esse povo quer é tirar vantagem, pegando a janelinha, aproveitando-se da posição de militante pra ganhar no grito, mas no fim não passam de meros CAPITÃES DO MATO usados ao bel prazer pelos “gigantes” de nossa economia oligopolizada.

  • “estamos realmente tornando o mundo mais justo quando apenas celebridades tiram proveito da situação?”
    O mundo nunca será justo, a história humana pode ser resumida em alternâncias de quem domina e quem é dominado, simples. Há pessoas (que não entendem bulhufas nem de genética nem de história) que dizem que a miscigenação vai deixar todo mundo sem identidade, com a mesma cara e a mesma pele e não haverá mais preconceito. Na realidade, qualquer diferença minúscula vai ser um pretexto. Na África e na Ásia existem guerras étnicas que datam de milênios, por causa de uma diferença no tom de marrom da pele e formato do nariz. E os europeus podem até terem parado de guerrear entre si, mas continuam se discriminando pelo local de nascimento, preconceito contra europeus do leste é comum na Europa ocidental, apesar de serem todos igualmente branquelos. Enfim, o ser humano é um lixo.

    • Sim, não é como se preconceito fosse uma invenção cruel do homem branco, mas o mundo não está preparado para essa conversa.

  • Nisso que dá importar ideologias de um país nada a ver com a gente, nem no idioma, nem na história, nem na cultura. Aí gera esse fenômeno do “pardo de schrodinger”, em que o pardo é negro ou branco dependendo do caso. Em resumo isto aqui: https://preview.redd.it/la20r7e607zz.jpg?width=640&crop=smart&auto=webp&s=0b047927c5a953233d21d0bbb6a2c4a55c9c79f1
    E ainda tem o erro de achar que todo mundo que tem a pele amarronzada é negro (mediterrâneos? indígenas? sul-asiáticos? adaptação natural ao clima ensolarado? alô?), querem forçar uma Wakanda no Brasil que simplesmente não existe, igual sulista achando que é europeu. Acabem com essa baitolice de contagem racial e joga logo todo mundo na etnia “brasileiro”, superem essa merda.

  • Maricon, ele deve ter entendido Macacon. Além do mais, essa história de racismo, viadismo, gordismo, vem tudo da mesma panela canhota da lacração. Tanto faz. Esses viadon criam caso por tudo!

    • Neymar que chamou o colega de puto, maricon e outras ofensas homofóbicas. Ele começou a briga. E depois foi chorar que recebeu ofensas racistas (que não foram detectadas no vídeo, mas as dele sim). Em tese a ofensa foi “Mono sucio” (macaco sujo).
      Na boa? Desde que o mundo é mundo jogador se xinga em campo. Neymar xingou, o cara xingou de volta, Neymar não aguentou e bateu no cara e depois foi chorar puxando a carta do racismo. Vergonhoso.

Deixe um comentário para Anônimo Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: