Sangue de Setembro

Terça-feira é Sete de Setembro, feriado brasileiro (mas não da RID) para comemorar a Independência. Bolsonaro está criando um clima pesado para o dia, dando a entender que o povo “vai mandar um recado” para seus detratores. Ao mesmo tempo, os detratores também prometeram sair às ruas para demonstrar sua putez com o governo. Nós preferíamos que essa palhaçada não acontecesse, mas se for, que seja muito violenta!

Desfavor da Semana (que vem?).

SALLY

Confesso que a tentação foi grande: o surgimento de uma nova variante chamada “Mu”, que entrou no Brasil graças à Copa América, permitiria uma infinidade de trocadilhos, piadas e xingamentos. Mas a “Mu” vai ter que ficar para outra coluna, o tema de hoje é mais urgente. Semana que vem parte dos brasileiros vai ter que pagar uma promessa que vem fazendo há mais de dois anos e, se pagarem vai ser uma merda – e se não pagarem também.

Novamente, pela milésima vez, Bolsonaro faz a única coisa que sabe fazer da vida: criar factóides com base em medo e polêmica para desviar a atenção para os crimes que e ele e sua família cometem. É o modus operandi de qualquer agente do caos: cria um factóide que sabe que vai colar, joga uma isca que sabe que todo mundo vai morder, só se fala nisso por uma semana e, no final das contas NADA acontece.

Isso diz mais sobre o brasileiro do que sobre Bolsonaro: é um povo profundamente burro. Até um hamster, se for submetido a um padrão de ação/reação qualquer por dois anos, aprende o resultado disso. O brasileiro não.

Dois anos se passaram e o brasileiro continua acreditando, levando a sério e dando atenção a cada factoide criado por Bolsonaro: perde tempo e energia se indignando, comenta, envia WhatsApp dizendo “olha que absurdo”, leva o tema para a mesa do almoço/jantar, briga com a família, briga em redes sociais.

Dois anos. Cachorro aprende em menos tempo do que isso. Dois anos. E se não for burrice, é coisa pior, como por exemplo, postar de boa pessoa: “Olha, Bolsonaro quer dar um golpe, veja como eu sou democraticão! Eu sou contra, eu sou um foco de luz no meio dessa escuridão, eu sou um alecrim dourado que torna o país melhor”. Vai dar meia horinha de cu, vai?

Na próxima terça-feira, Sete de Setembro, dia em que se comemora a independência do Brasil, já tem polêmica à vista. Bolsonaro, como de costume, começou a cacarejar sobre manifestações a seu favor. Entre outras baboseiras, ele disse que “vai ter mais de dois milhões de pessoas na Av. Paulista” e uma outra meia dúzia de bosta que foi entendida como uma ameaça à democracia.

Existiam duas opções: deixar este ser falando sozinho, tal qual se faz com maluco e focar nos crimes que ele e sua família cometeram ou dar total atenção e importância ao que ele diz. O que o brasileiro fez? Obviamente a segunda opção.

O que Bolsonaro disse foi tão importante e levado tão a sério que os retardados do outro lado da cerca, além de faniquitar para mostrar como são superiores e democraticões, ainda marcaram manifestação em resposta. Na mesma hora, quase no mesmo lugar. É Natal no Desfavor. Já compramos o milho para fazer a pipoca!

Antes de começar a descer o nível pra valer, eu gostaria de lembrar a todos que estas pessoas que “lutam contra” Bolsonaro, que o combatem, foram, são e sempre serão seus principais cabos eleitorais. Foram essas pessoas que tiraram Bolsonaro dos esgotos profundos do SuperPop e o colocaram na Presidência da República. Em nome de aparecer como democraticão do bem, deram a Presidência da República para o Bolsonaro e foderam com todo o povo que dizem querer ajudar a defender.

O problema não está no Bolsonaro cacarejar merda, isso ele sempre fez e ele sempre fará, é o que o define. O problema, o grande problema do Brasil, reside nos retardados que reverberam essa merda a pretexto de “combater” Bolsonaro.

Essas pessoas são piores do que Bolsonaro, pois elas são as responsáveis pelo poder que ele tem. Se você não quer mais o Bolsonaro no poder, são essas pessoas que devem ser “combatidas”: as que combatem o Bolsonaro.

Mas, felizmente, no nosso caso, não queremos combater ninguém, nessa treta entre dois lados, somos a favor da briga. Então, estamos aqui, com nossos corações cheios de esperanças, aguardando que essa massa de idiotas (tem gado dos dois lados da cerca) promova um belo espetáculo na próxima terça.

Queremos que todas estas pessoas tenham um aprendizado contundente: não é assim que se faz as coisas (para um dos lados), não é assim que se resolvem as coisas (para o outro lado). E, como as outras possibilidades já foram esgotadas, sabemos que esse aprendizado virá da única forma que resta: na dor. Na terça ou no futuro, não importa quando, virá um grande aprendizado pela dor. E, paradoxo: esse é o grande desfavor da semana, mas também é nossa grande expectativa. Já estamos com a pipoca na mão para assistir.

Estão bravinhos uns com os outros? Estão cheios de ameacinhas uns com os outros? Ótimo. Na terça-feira vai ser o dia de provar se são realmente pessoas de palavra ou apenas cuzões que fazem ameaças vazias. Vão lá e se comam na porrada. O mínimo que esperamos depois de tanta encheção de saco é muita violência física. Nível Game of Thrones.

Aquela porradaria aberta, honesta, franca. Aquela porradaria bacana, que um membro da torcida organizada do Flamengo olha e diz “Irmão, passou dos limites”. Aquela porradaria profissa, que um membro da torcida organizada do Corinthians olha e diz “Mano, não precisava tanto”. São mais de dois anos de promessas, as expectativas estão altas.

Vale tudo: cadeirada, soco, chicote, espada medieval, unhada e até puxão de cabelo. Mas façam. Ambas as partes: vão lá e façam tudo que estão reciprocamente ameaçando há dois anos. É para sair no meio de uma pandemia e se aglomerar? Pois bem, cambada de filho da puta, façam valer o espetáculo, pois ele vai custar caro e será pago com vidas. Troquem porrada até aprenderem que não é por aí que se resolve nada.

O mínimo que eu espero é uma pancadaria generalizada daquelas que faz torcida organizada de futebol parecer a chapeuzinho vermelho. É o mínimo. Ameaçaram tanto, tanto, tanto entupindo os ouvidos de todo mundo por anos, que se fizerem apenas 10% do que ameaçaram, o Brasil fica pior do que o Afeganistão na próxima terça.

Aproveita. Vai estar todo mundo pertinho. É a última chance de ambos os lados de não ficarem desmoralizados como cuzões de internet que bravateiam online e peidam ao vivo. Provem que nós estamos errados em ficar repetindo que são amarelões de rede social, revolucionários de iPhone, idiotas que exaltam armas, mas que não tem cu de jogar nem um ovo no vizinho. Chegou a hora de vocês brilharem: vão para as ruas e façam tudo que estão prometendo desde 2019/2020.

Por favor, violência de qualidade. Nada de gritinho e amigo segurando para não sair porrada. Violência, com “V” maiúsculo. Nível Otamendi. “Ain, mas este texto é uma apologia à violência”. Não, apologia à violência esses dois grupos de débil mentais estão fazendo em redes sociais há dois anos impunemente, nós só estamos cobrando que o que eles juraram fazer seja cumprido.

Não importa o desfecho, o que quer que aconteça terça já é o Desfavor da Semana hoje: se houver uma pancadaria generalizada é um desfavor (porém, será um espetáculo de qualidade que vamos amar) e se não houver, também é um desfavor, pois indica um bando de playboyzinho que ameaça em rede social e não tem culhões de fazer porra nenhuma ao vivo, um povo de frouxos que precisa de injeção de testosterona.

“Pegaremos em armas”, “Vão ter que matar gente”, “vai ter tiro”, “vai ter sangue”. Pois muito bem, meus queridos, chegou o grande dia, para ambos os lados. Vão para as ruas, deem o seu show. Vamos descobrir se esses dois grupinhos são uns boçais ou uns covardes. No aguardo.

Para dizer também torce por cenas lamentáveis, para dizer que ambos os lados vão amarelar ou ainda para dizer que quem ganha é a Delta: sally@desfavor.com

SOMIR

Eu tenho uma opinião impopular: faltou guerra e violência no Brasil, especialmente em momentos chave como a Independência, a República e até mesmo a Abolição. Sim, tivemos vários episódios sangrentos na história do país, mas quase sempre foi um massacre contra uma força menor. O brasileiro só parte pra porrada quando tem certeza que vai esmagar o adversário, na maior parte do tempo, tenta a via de um acordo feito nas coxas.

A Abolição da escravidão foi lenta e confusa, um misto de pressão externa (fomos um dos últimos a fazer) e algumas gambiarras para salvar a pele de quem estava abusando de outros seres humanos. A República não precisou de muita coisa para ser instaurada, a monarquia já estava cansada mesmo. E o que comemoramos dia 7 foi provavelmente a independência mais tranquila de todas as colônias. Dom Pedro assumiu o poder, seus pais disseram que tudo bem. O país ficou do mesmo jeito que antes.

São momentos que não ensinaram grandes lições para o povo. Muita gente só ficou sabendo anos depois, em todos esses casos. As ideias revolucionárias que definem vários momentos da história brasileira não revolucionaram muita coisa. O povo foi se assentando lentamente na nova realidade, com muitos acordos e concessões em prol da via de menor esforço. Até mesmo a ditadura acaba lentamente, sendo consumida de dentro para fora por corrupção. E com uma bela anistia para todos os absurdos cometidos.

Pois bem, me junto ao coro da Sally aqui para desejar que pelo menos uma vez, as pessoas tenham uma história de pancadaria honesta e equilibrada para contar para as próximas gerações. Nada de mandar exército massacrar meia dúzia de rebeldes, nada de se juntar com os outros países para esmagar o Paraguai… não, dessa vez queremos ver dois grupos em pé de igualdade se matando por uma ideologia. Mesmo que sejam ideologias confusas que não resolvem problema algum do país.

Mas é só para deixar claro o que fúria sem cérebro pode fazer: acha que tem que matar esquerdista? Que tem que matar bolsonarista? Então beleza, vamos ver então como isso resolve as coisas. Porque pra dizer que tem que matar a pessoa que pensa diferente de você, você tem que ter uma certeza absurda sobre o que está falando. Tanta certeza que está disposto a morrer por ela. Quando começar a voar tiro e facada, aí sim eu vou saber que não é papo de rede social, radicalização “em tese” de quem está protegido pelo monitor.

Vou continuar discordando do rumo que esquerda e direita querem dar para o mundo, mas pelo menos vou respeitar o sacrifício por uma ideia. Porque mesmo no texto anterior sobre radicalização, onde eu falava que até o centrista podia radicalizar na apatia, ficou faltando um elemento importante: a radicalização “em tese” mencionada no parágrafo anterior. Enquanto ter uma opinião política violenta e intolerante não gerar consequências reais, é radicalização em tese. Para virar prática, só saindo na rua para bater no amiguinho que pensa diferente.

Sim, radicalização em tese não é o pior dos mundos se ficar presa apenas na internet, mas tem os seus perigos: o primeiro de influenciar malucos, o próprio Bolsonaro quase morreu e ganhou a eleição por causa de um; o segundo é enfraquecer todo o processo político, que depende de acordos, concessões e diálogo, acima de tudo. Radical em tese pode até não explodir em praça pública, mas torna impossível chegar a qualquer conclusão.

Sorte dos fisiologistas, políticos profissionais que ficam surfando na opinião popular sem tomar decisões reais, apenas acumulando patrimônio com dinheiro público. Para um país girar em falso como o Brasil adora fazer desde o milênio passado, basta alternar fases de apatia com radicalização em tese. No final das contas, nada muda consideravelmente, mas quem está no poder se mantém. Não se esqueçam que Bolsonaro já mamava nas tetas públicas há décadas, e ensinou todos os filhos a fazerem a mesma coisa. Mesmo que aconteça um golpe no Sete de Setembro, a velha política vai estar no poder do mesmíssimo jeito.

E apesar de não apostar nem uma bala Juquinha num auto-golpe bolsonarista, se ele acontecer, vai ser no estilo brasileiro: uma coisa meio empurrada com a barriga, com as pessoas demorando para reagir e se acomodando numa nova realidade que não muda tanta coisa assim. Duvido que vejamos muita violência, talvez não vejamos nenhuma. É assim que o Brasil vai perdendo suas oportunidades, uma atrás da outra.

Mas, se por um acaso a radicalização deixar de ser em tese, e primeiro em Brasília e São Paulo, os grupos rivais resolverem começar uma pancadaria sem precedentes, aí eu vejo uma vantagem: a radicalização vira prática, é vista e percebida de verdade em rede nacional de televisão. A ideia de um golpe não viria de forma lenta e preguiçosa, sendo rechaçada violentamente. O Brasil teria que lutar para chegar num resultado. Lutar de verdade e viver com as consequências. Perceber que tem influência direta no resultado do que acontece no país.

E, é claro, eu vou achar divertido ver gente maluca que quer empurrar suas ideias à força se matando. Comprei pipoca extra para o Sete de Setembro. Eu duvido que vamos ver mais do que umas pedras e uns sopapos, mas se a coisa realmente escalar, eu acredito que vai ser uma batalha pela alma do Brasil. Não para entrega-la à esquerda ou à direita (ambos se provaram inúteis), mas para o brasileiro finalmente ver que existe vida fora da preguiça com a qual tocam esse país.

Talvez tenha faltado esse povo lutar pelo seu país. Estamos torcendo pela briga, se não por um resultado claro, mas pelo menos pela mensagem: internet não é vida real.

Para dizer que vai montar uma manifestação para chamar todos de imbecis, para dizer que apologia à violência é crime, ou mesmo para me chamar de isentão (eu estou pregando que eles se matem): somir@desfavor.com

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Comments (14)

  • Protesto não vai resolver, daqui a pouco tudo volta na mesma merda de antes.

    Eu acho que a população deveria simplesmente fazer um cerco a Brasília, e pegar político, ministro e etc, e botar fogo em praça pública. Porque aí, os próximos que vierem no lugar deles vão ter um exemplo

    E não, eu não me importo com a vida deles uma vez que eles comem lagosta enquanto tem gente morrendo na fila de hospital.

  • Eu aposto em um quebra-pau “Esquerda x Direita” na Paulista. Aqui em Brasília, por ser tudo muito longe, acho mais difícil de acontecer. O máximo que pode ocorrer aqui é uns 10/20 aloprados tentarem invadir o Congresso e o STF, a polícia descer borracha, prender todo mundo e ficar por isso mesmo. Aí o bolsominion vai gravar trocentos vídeos denunciando o “abuso-das-forças-policiais-comunistas-que-estão-cerceando-o-direito-a-liberdade-de-expressão-isso-é-ditadura-bua-bua-bua” (sendo que o animal defende intervenção militar com o Bozo no poder, ou seja, a “ditadura só presta se eu concordo com ela”).

    Eu tô no aguardo do dia 08, quando essa cambada de reaça inútil vai cair na real e perceber que o “minto” não vai fazer porra nenhuma (como sempre). Que o gado apanhe tanto fisicamente quanto moralmente.

  • Muito a propósito, um tal de Felipe Moura Brasil, num texto recente dele em sua coluna do UOL, citou dois filósofos (que ele classificou como “conservadores”: Roger Scruton e Edmund Burke) que teorizavam sobre a idéia de um conglomerado humano dar certo como nação a partir do momento em que todos olhavam para o mesmo lado e desenvolviam um sentimento de coletividade que os faria brigar com outro grupamento humano em busca da defesa de seus interesses comuns. Sob esse aspecto, portanto, Afeganistão e muitos lugares na África estariam fadados a fracassar como nação pois não passariam de um bando de tribos pequenas (distintas em tudo que poderia caracterizá-las como um grupamento de ideais semelhantes) se matando perenemente entre si geração após geração, sem uma unidade que as caracterizasse (acho que todos se lembram de Iugoslávia, Tchecoslováquia, URSS, Nagorno-Karabakh, cossacos, uigures, etc.).

    Bem, a mim isso sempre me pareceu muito lógico, muito embora eu tivesse me sentido incomodado com o texto desse colunista, que fez questão de frisar bem o caráter conservador de ambos os estudiosos, como se isso fosse um demérito, ou como se essa idéia só pudesse sair da cabeça de um conservador, com tudo de ruim que essa definição carrega. Eu acho que não se trata de conservadorismo, mas da constatação de um fato imediato da vida em comum de pessoas que se acham próximas: ou elas se agrupam, decidem um código social/moral/religioso/econômico sob o qual vão viver, encampam essa idéia e se impõem ao mundo como a NAÇÃO A ou B ou, simplesmente, não funciona! Pra mim, por exemplo, Índia (um lugar pra lá de cagado) é tão nação quanto França, independente da situação econômica. Talvez eu, como pessoa de Exatas, não esteja enxergando alguma sutileza por trás disso tudo, e até gostaria de ouvir outra opinião que me fizesse enxergar além, se é que isso é possível.

    Mas por que eu disse tudo isso? Porque sempre foi essa a opinião que carreguei e, em mais de uma vez, publiquei aqui no Desfavor: a bananalândia, enquanto nação, sob esse aspecto, não deu certo. Índio, negro e europeu sempre cagaram baldes uns para os outros e mesmo os índios da era pré-bacalhoeiros também não se entendiam e ficavam ou cada um na sua ou se matando, sem uma unidade que os juntasse. Brasil sempre foi uma tragédia anunciada nesse sentido e não é agora, em pleno século XIX, que isso vai mudar. E esse embate do Sete de Setembro é um espasmo falso de civilidade porque nunca foi a junção de pessoas pelo Brasil, mas pelo combate aos fantasmas quixoteanos que habitam o imaginário dessa parcela doente da população.

    Seja como for, também já comprei a pipoca, louco pra ver o circo desmoronar (porque pegando fogo já está faz tempo).

  • “(…) Para dizer que ambos os lados vão amarelar”. Eu acho que vão amarelar mesmo, Sally. Por que, assim como “tem gado dos dois lados da cerca”, também tem muito bunda-mole dos dois lados da cerca. E, Somir, quanto a esta sua frase: “O brasileiro só parte pra porrada quando tem certeza que vai esmagar o adversário, na maior parte do tempo, tenta a via de um acordo feito nas coxas.”, eu não poderia concordar mais.

  • Não seria bom se houvesse um evento tipo no filme Uma Noite de Crime e essa raça toda se matar? 1x ao ano, todo 7 de setembro os 2 grupos extremistas se enfrentando sem polícia pra apartar.

  • Essa desgraça me faz ter saudades do Lula. Pelo menos ele teria dado o rabo pro ditador chinês e conseguido vacinas rápido pra todos. Mesmo sendo a fracota da coronavac, os comércios não teriam fechado até falir e a inflação não teria voltado assim. Eu hoje fiz uma coisa que não fazia há anos que era dar esmola, mas fiquei com tanta pena duma idosa que pedia que não consegui recusar. Na época do Lula não via tanto pedinte na rua, as contas de luz e gás nas alturas, vamos voltar a usar lamparinas e fogão a lenha. A culpa disso é da família Bozo e do Paulo Guedes. Eu nem ia mais votar, mas agora vou fazer questão de martelar o 13 só de revolta.

    • HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
      Foi uma maravilha o Minha Casa, Minha Dívida. O malandro deixou tudo estourando pra depois vir se fazer de bom moço e ainda tá cheio de idiota caindo no golpe, que tá ai e cai quem quer, mas com sorte, o mesmo nem termina o mandato. Se duvidar, nem começa e fica numa vibe Tancredo Neves, que aliás, quando morreu tinha a mesma idade que o malandro tem hoje. O ruim é quem fica de vice do malandro pra segurar a bomba.

  • Enquanto isso, entra ano e sai ano e a Europa e os Estados Unidos continuam engolindo os jovens inteligentes e talentosos dos países pobres (“emergente” é meu pau de óculos). Isso é preocupante, porque esses países já passam por redução na taxa de natalidade e não completaram direito sua industrialização, vivem apenas de exportar pedra e fruta. Provavelmente a China vai ser o único país pobre a contornar esse problema, porque já percebeu que pra um país prosperar precisa de cérebros e tecnologia e está investindo nos seus jovens em vez de apenas roubá-los e sugá-los.

    Fora que a classe média no Brasil já está totalmente arregaçada, porque há entre 70 a 100 milhões de pessoas que não se sustentam, vivem carregadas no colo pelo resto do país. Isso é muita coisa.
    Uma hora essa bolha vai estourar, e não vai ser bonito.

  • Quem realmente deveria se revoltar não se revolta. Aqueles milhões que não têm dinheiro nem pra passagem de ônibus, mas que ainda não se revoltaram e saíram roubando e matando porque um cartão de Bolsa Família acalma o desespero, evita revoltas em grande escala e mantém o poder nas mãos da mesma elite política.
    É só pegar os sobrenomes dos políticos atuais, das metrópoles até vilarejos no cu do Brasil. ​Tudo controlado pelos mesmos de sempre. Monte a árvore genealógica desses canalhas e analise os contatos, histórias e acordos políticos, desde lá no início da República (até mesmo antes em alguns casos) até os dias atuais. A maioria dessas famílias recebeu cargo político lá na queda do Império, era o início do governo republicano. E essas mesmas famílias controlam o Brasil até hoje.
    A estrutura do Brasil não muda e não mudará. Pois da parte desses que têm o poder nas mãos, qualquer mudança que seja: melhora educacional, tecnológica (somos o celeiro do mundo), econômica (redução de impostos), sanitária (todo mundo com água tratada e saneamento básico). Tudo isso significa a perda de controle, que levaria à perda do poder. Não é simplesmente “saber votar em quem presta”. Ninguém presta.

    Não há solução, o jeito é cada um cuidar da própria vida.

  • ‘Talvez tenha faltado esse povo lutar pelo seu país.”
    Muito pelo contrário. Os brasileiros já se revoltaram muitas vezes, mas sempre foram reprimidos pelo exército ou pela polícia. Nesses momentos as instituições estatais funcionam muito bem…
    Revoltas como Canudos, Contestado, Sabinada, Farroupilhas, Revolução Pernambucana, entre outras tantas mostram bem o que o Estado defende e quem ele combate e se preciso, em último caso, extermina alegando “manutenção do controle e da ordem”.
    Nesses casos todo o aparato do poder sob ameaça se junta. Judiciário, Legislativo e Executivo pegam o exército e pedem por fim da bagunça e retorno do controle político.

    Acho que os brasileiros cansaram de lutar pra perder sempre.

    • Mas o ponto é que faltou luta generalizada, eu menciono as pequenas revoltas no texto. Elas não dão conta de mexer com a mentalidade do povo da mesma forma que uma mega revolução.

      • E em muitos desses momentos históricos, como por exemplo em Canudos, as forças de repressão do Estado brasileiro passaram por poucas e boas antes de finalmente acabarem com as revoltas.

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