Aberração culinária.

O brasileiro é conhecido pela sua criatividade, muitas vezes doentia, na hora de adaptar a culinária mundial. Sally e Somir não toleram grande parte dessas liberdades tomadas pelo povo tupiniquim, mas discordam sobre qual é maior ofensa de todas. Os impopulares compartilham suas receitas.

Tema de hoje: qual a maior atrocidade gastronômica do brasileiro?

SOMIR

Eu fiquei em dúvida sobre falar de pizza ou de concordar com a Sally. Brasileiro adora inventar moda e misturar tudo o que é capaz de mastigar e engolir achando que está sendo criativo. Mas aí eu pensei em tocar numa instituição quase que sagrada deste povo: o churrasco.

Veja bem, é uma escolha sobre qual a pior característica da culinária: o excesso de invenções ou fazer as coisas malfeitas. Eu até tolero um pouco de invenção, às vezes saem coisas boas, mas o que o brasileiro médio faz com o churrasco é puro descaso mesmo.

É claro que eu entendo que carne custa caro e vivemos num país de pronunciada desigualdade social, mas até por isso eu acho um absurdo perder tanta carne nesse ritual dantesco que o povo chama de churrasco. Não é toda carne que funciona direito com esse tipo de cozimento na base de carvão! E isso deveria ser evidente: não teriam inventado panelas se carne sempre ficasse melhor sobre a lenha.

Mas o brasileiro é teimoso: qualquer coisa vai para a grelha, e o resultado final pouco importa. Algumas carnes tem alto índice de gordura intramuscular, o que favorece o cozimento no fogo aberto: a gordura derrete e dá sabor à carne, mantendo sua maciez no processo. Algumas até podem ser mais limpas, mas tem uma camada de gordura generosa que resolve o problema, como é o caso da picanha.

Infelizmente, a maioria das carnes que funcionam muito bem com churrasco são caras. Ou mesmo quando não são, exigem conhecimento mais aprofundado para serem feitas da forma correta, às vezes com um cozimento muito lento. O brasileiro liga pra isso? Claro que não. Compra o máximo que puder da carne mais barata que acha e arremessa ela sobre uma grelha qualquer.

Aqui entra a mentalidade bizarra de fartura a qualquer preço. Talvez seja algo mais comum em países pobres, ou mesmo um reflexo indireto de viver num dos continentes com maior fartura de alimentos do mundo (brasileiro não sabe como é mimado com oferta de variedade de alimentos), criou-se a cultura que o banquete é o objetivo final. Quanto mais você tiver de comida, melhor. A qualidade dela fica em segundo plano.

Churrasco de brasileiro é planejado para empanturrar todo mundo. E sim, mesmo aqueles que são ruins de carne normalmente substituem o alimento pela bebida. Você tem que sair passando mal, nem que seja de quantidades industriais de cerveja barata. Quantidade está acima de qualidade. Até por isso a carne brasileira não é das melhores.

Quem já teve oportunidade de comprar carne uruguaia ou argentina sabe que parece que vem de um universo paralelo onde você não precisa mastigar setenta vezes um pedaço de carne antes de engolir. O brasileiro não vegetariano deve ter uma das mandíbulas mais poderosas do mundo, padrão pitbull depois de ver uma criança.

Eu falo das carnes dos nossos vizinhos próximos para explicitar como é uma questão de escolha mesmo. Naquelas bandas carne dura não é tolerada, e os produtores têm que focar em mais qualidade. Já por aqui, é normal vender qualquer porcaria desde que tenha cor de carne. O Brasil é um dos três maiores produtores de proteína animal do mundo, os melhores exemplares são exportados e nós ficamos com os restos. Como o povo está treinado a fazer churrasco com o máximo da pior carne possível, esse esquema continua funcionando.

Isso quando se importam com volume de carne, boa parte dos churrasqueiros brasileiros só estão nessa pelo álcool mesmo. Como sabem que a maioria dos presentes são selvagens que comem qualquer coisa depois de bêbados, e mulheres que em sua imensa maioria comem apenas carne carbonizada, abrem mão do foco do evento fazendo um monte de coisas bizarras como maioneses, saladas e quantidades absurdas de farofa para encher a barriga das pessoas que começam a reclamar da fome. Claro, até a maioria estar bêbada e mais preocupada em fazer uma competição de pior gosto musical possível.

E aí talvez um incômodo mais pessoal: embora a gordura tenha efeito em dar sabor e maciez para a carne, nunca vi povo tão animado para ficar mascando chiclete de gordura como o brasileiro! Metade da carne costuma ser gordura com gosto de sebo, e com a mania de cortar minúsculos pedaços de cada pedaço de carne “para durar mais”, se você tem alguma intenção de saborear a carne, tem que ficar pescando um pedaço que não seja branco da tábua. Até algum bêbado chato te chamar de fresco por não querer comer a mesma lavagem que ele acha aceitável. Eu desejo muito sofrimento para o maldito que inventou de fazer cupim no churrasco. Se eu quisesse morder gordura, eu achava uma gorda masoquista para namorar.

Podem me xingar, eu não ligo mais: eu levo em consideração a classe social da pessoa para decidir se vou ao churrasco dela ou não. Sim, gente endinheirada também bebe até vomitar e dança funk no churrasco, isso já é inevitável hoje em dia, mas pelo menos eu sei que um ou outro pedaço de carne com gosto de carne. Normalmente é só pose do anfitrião, mas serve para ter alguma coisa pra comer. E eu sei que mesmo se eu levar um corte mais nobre, não vai ter um desgraçado para arremessar na churrasqueira e depois servir micropedaços da carne que parecem ter saído de uma balada na boate Kiss.

O único churrasco que presta é o que você faz com pouca carne e companhia muito limitada. Se o evento tiver uma pessoa que você não conhece a pelo menos uns cinco anos, vai ser uma merda. Brasileiro se orgulha muito do churrasco que faz, mas quase sempre sem nenhum mérito.

Hereges.

Para me chamar de fresco, para dizer que churrasco é pra beber e só, ou mesmo para dizer que eu nem falei sobre 90% da carne ser linguiça barata: somir@desfavor.com

SALLY

Qual é a pior atrocidade gastronômica do brasileiro?

São muitas, mas muitas mesmo. O brasileiro é um desgraçado quando falamos em culinária. Não importa o prato, é uma orgia de carboidrato (batata, arroz, farinha, tudo junto, tudo muito. É over. Tudo é over. Aquele cachorro-quente que só falta colocar pipoca. Ketchup em tudo quanto é canto. A porra da feijoada, com direito a meter não uma, mas duas frutas no prato salgado (banana e laranja) e tantas outras.

Mas tem uma que eu acho mais grave: as derivações que fazem da culinária japonesa. Quer ser um povo bosta que come restos? Vai lá, faz a sua feijoada, como o cu do porco enquanto chupa uma laranja, mas não avacalha com a cultura alheia. Enrolar arroz no bacon, colocar picanha no meio e chamar de sushi é sacanagem.

As atrocidades vêm em diferentes níveis. Primeiro começou com condimentos inadequados. Pessoas com a mente em um lugar muito ruim começaram a botar maionese, ketchup e mostrada em sushi e sashimi. Ruim, péssimo, porém ainda existia a possibilidade de que quem aprecia a culinária japonesa de verdade pudesse comer uma boa refeição: o prato chegava à mesa puro, imaculado, ele apenas era corrompido pelo consumidor.

Depois começou a avacalhação total, que praticamente impede que se coma culinária japonesa correta no Brasil (que é a mais gostosa). Hoje, salvo honrosas exceções, servem o mesmo peixe em tudo quanto é canto, o que varia é o corante que esse peixe come em cativeiro: se vão te vender como salmão, dão um corante laranja, se querem te vender como atum, dão um corante roxo.

Isso faz com que todos os peixes tenham o exato mesmo gosto: de sabão. Pouco importa, o brasileiro mergulha o peixe no molho shoyu como Tétis mergulhou Aquiles no Rio Estige: fica só o calcanharzinho da fatia de fora, o resto vai ensopado para a boca. Aproveita e molha o arroz no shoyu (em vez de molhar apenas o peixe) e deixa absorver bem o líquido, que é para o seu corpo ter tanto sódio que no dia seguinte nem o anel entra no dedo. HORROR.

Ah, mas se fosse só isso… A coisa continuou a desandar. Acho que quando o brasileiro viu que não haveria resistência, que o Japão não declararia guerra nem nada, ele pensou “ok, dá para esculachar”. Aí, meus amigos, o céu é o limite: sushi no copo, sushi doce, “jatopeia” (dá um Google e chora) e coisas ainda piores.

Foda-se. Bora colocar salsicha no sushi. Vamos meter maionese. Vamos fritar o sushi inteiro e servir ele à milanesa. Foda-se, foda-se, foda-se. Japão tem receio de treta desde que tomou uma bomba atômica, pode escrotizar eles à vontade, pega nada não. Bota morango e calda de chocolate por cima do arroz, é certeza de impunidade!

Para que algo seja chamado de “sushi” basta que seja em formato de rolo ou cone e tenha arroz, no meio. Por cima você bota o que quiser: picanha, pesto ou porra de girafa, não importa. É sushi. No Brasil tudo é sushi. Se você começar a usar arroz como mais um ingrediente dos hediondos cachorros-quentes de rua, ele passa a ser considerado sushi.

E, já que se perdeu completamente a vergonha na cara, o medo e respeito, vamos dar um passo além. Vamos enfiar fruta na comida salgada! É chique! Vai lá, bota maracujá no sushi. Faz pior, converte o sushi em um doce e faz bolo de sushi, misturando “salmão” e morango! Pega a porra do gengibre, que está no cantinho destacado justamente para isso não acontecer, soca por cima do sushi e come!

É identidade cultural que se procura? Toma então, sushi com miojo dentro! Tudo muito japonês! Pega o wasabi e faz uma laminha gororobenta com o molho shouy, de modo a que os restaurantes de cansem de tanto limpar toalha de mesa manchada, se rendam, e passem a oferecer a mistura já pronta. Faz sushi de sushi, um Inception Fail onde o recheio do sushi é… outro sushi.

E quando o brasileiro, racionalmente, compreendendo o que está fazendo, decide “dar um toque” brasileiro ao sushi? Ele sabe que aquilo não deveria estar ali, mas o paladar aberrante de um povo que vai a outros países para comer fast food demanda que a comida seja uma abominação gustativa. Vai lá, coloca pimenta biquinho por cima de algo que já leva pimenta. Bota Doritos picado por cima do sushi. Coloca cheddar, o favelizador oficial de qualquer prato. Faz um enroladinho de ricota e chama de sushi!

Eu só vou falar por um móvito: está no Google, eu tenho provas. Fizeram uma coxinha de sushi. Já a pizza de sushi tem dois patamares de desrespeito: um grande sushi em forma de pizza, grande e amassado (ruim) e uma pizza mesmo, com massa, molho de tomate e queijo com uns sushis jogador por cima (inaceitável). Tem até sushi de feijoada (feijão mastigado envolto em couve refogada).

Você sabe que a coisa passou completamente dos limites quando é preciso começar a explicar entre parênteses o que é aquilo, pois uma pessoa de plena posse de suas faculdades mentais não consegue nem sequer entender o que diabos seria um sushi de feijoada. Fondue de sushi. Sabe o que é? Não sabe, pois o seu cérebro não possuí uma disritmia gastronômica para pensar em uma atrocidade dessas: faz um sushi com morango no meio e mergulha em uma panela com chocolate quente.

Tem a sopa de sushi. Você faz tipo um pirão de peixe, uma coisa meio líquida, meio pastosa (ainda acho que é maisena, água e caldo de peixe) e coloca sushizinhos boiando quando estiver bem quente. E nem me façam começar a falar dos Temakis. Os Temakis, como os conhecemos, nem são parte da culinária japonesa, mas abominações como o Strogomaki (arroz enrolando em alga com estrogonofe e batata palha no topo) é um combo que ofende mais de uma nação. Talvez Putin tenha declarado guerra depois de ver um desses e ficar de péssimo humor.

Eu juro, eu vi essa semana um TEMAKI NO OVO. Um “ovo de Páscoa” cujo recheio é uma gororoba de peixe cru, maionese e cebolinha. Para fechar, temos o sushi burguer: arroz moldado no formato de mão de hambúrguer, frito à milanesa + peixe cru misturado com maionese + outro arroz/pão.

É POR ISSO QUE OS ETS NÃO VÊM. Eles olham e pensam “não há qualquer condição, vamos para outro planeta”. Aí ainda fica filho da puta dizendo “se houvesse vida inteligente, já teriam entrado em contato”. Você acha? Você realmente acha?

Querem comer comida bosta? Façam com os pratos do seu país, ou, se pegarem a culinária estrangeira como inspiração, chamem de outra coisa. O que o brasileiro fez com a culinária japonesa é imperdoável. Sushi com azeitona, sushi com passas, sushi com batata palha… Numa boa, se um dia o Japão declarar guerra ao Brasil, eu estou do lado deles!

Para compartilhar outras modalidades de sushi hediondo nos comentários, para dizer que se fosse servir o sushi original como tem que ser o brasileiro não comeria ou ainda para dizer que eu não comentei sobre quem coloca ovo frito no topo do sushi: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: ,

Comments (40)

  • O churrasco é mesmo péssimo. Até nos restaurantes “argentinos” do Rio é terrível. O negócio é fazer em casa mesmo.

  • Brasileiro Normal e Acima da Média

    Com o Somir lembro do pesadelo das festas da minha infância, com aquela carne horrível de dura sendo servida com farinha em flocos. Nojo define. Com a alimentação horrível que tinha em casa combinada ao terror nas eventuais festas, acabei desenvolvendo um quadro que beirava a anorexia.
    Com a Sally, fui me lembrar de outra bizarrice. Manga (que madura é uma fruta que consegue fazer sua glicose subir tanto quanto leite condensado) no “sushi”.
    Tenho horror a pensar que substituem o peixe por essa fruta, que me causa arrepios desde a infância.
    BM no auge da pobrice você pode ver chupando manga, sendo que a expressão “cão chupando manga” tem sua origem em tal imagem pavorosa.

  • Dou um desconto pro churrasco porque o churrasco abominável é coisa do povão mesmo, coisa simples e sem pretensão de ser mais do que comível… se bem que o chiclete de gordura realmente é grotesco.

    Já o sushi/temaki com um cromossomo a mais é enaltecido como se fosse uma iguaria gastronômica, e quem compra e come essas coisas costuma ter uma condição financeira e social mais alta do que o Tião que só quer se entupir de carne e cerveja barata enquanto ouve Barões da Pisadinha e tirar um cochilo depois. São pessoas que pagam bem pra comer sushi frito de carne seca com cream cheese, sashimi de merluza congelada com corante acompanhada de maionese de alho e mostarda, temaki de calabresa com cebola grelhada e outros crimes contra a humanidade. Fecho com a Sally.

  • Como sou casada com um japones sem misturas então eu não como comida japonesa ruim. Ele nem chega perto desses restaurantes japoneses no Brasil. E das raras vezes que nós fomos, o restaurante teve que ser escolhido a dedo, e tem que ter uma parcela grande de japoneses que frequentam.

    Mas saindo das duas opções, a PIOR comida que eu ja vi no Brasil, foi a buchada! Coisa fedorenta e nojenta! Uma lavagem de entranhas envolta no estomago de um bicho!!! Só de lembrar o cheiro daquilo sendo cozinho ja me da vontade de vomitar.

  • Da última vez que fui comer pizza me ofereceram um sabor de feijão (eu quase vomitei). Até então eu não sabia que esse sabor existia. Sem contar as pizzas doces que são uma merda, pizza com carne é abominável, as com frutas então, horríveis. Avacalhação sem fim com as pizzas.

  • Seria da hora ver vc junto com o Jacquin provando e analisando os pratos dos BR! No ifood mesmo, eu nem testo mais restaurante, porque é cada coisa de cair o cu da bunda e cansei de perder $

  • Sobre sushi, pizza e outros pratos que foram violentados por brasileiros metidos a “criativos”, nota-se que na culinária tipica brasileira, o principal ingrediente é a anarquia.

    Se os japoneses descobrirem o que o Brasil faz com o sushi, logo logo abre aqui uma filial da Unidade 731.

    Já a parte do churrasco…não basta servir carne completamente carbonizada (porque tem que ter “nojinho de sangue”), a pessoa ainda tem a petulância de debochar de quem come a carne no ponto certo, dizendo atrocidades como “tá vivo ainda”. Brasileiro, além de fazer merda com carne na mão, ainda ridiculariza quem acerta a receita!

  • Churrasco é o pior.
    Sushi já é ruim mesmo sem abrasileiragem, mas gosto de outros pratos da culinária japonesa.
    Precisam ver a mania de americano em fritar tudo. Gente das américas não liga muito pra preservar culturas, é tudo vira-lata de índio com imigrante de tudo que é canto, hue.

  • Voto com a Sally. Adoro comida japonesa, mas essa invencionices brasileiras me deixam com nojinho. Até lasanha de sushi (!!!!!) eu já vi. Não tem como defender.

  • O pior pra mim são os doces caseiros. 1kg de açúcar para cada 100 gramas de abóbora ou batata. Os de maracujá me dão náuseas só de lembrar.

    Precisam colocar latas e mais latas de leite condensado em algo já extremamente diabético. E brasileiro não sabe usar corante. Definitivamente, não sabe. O que você vai esperar de um povo que usa chuchu para falsificar cerejas.

    Ah sim! Adoro também quando parecem que esqueceram os doces refrigerados e agora eles têm gosto de fundo de geladeira…

  • Nem se eu pedisse sairiam dois presentes destes para encher os meus olhos de horror e esse sorrisão nos lábios do início ao fim.
    Perfeitos.
    To rindo, mas com vontade de chorar.
    No texto do Somir faltou a carne empanada na cinza. (Jesus, já vi isso!)
    No texto da Sally não faltou nada.
    Que triste pra quem ama um prato com qualidade e não quantidade.
    .
    E aquele cara porco que orgulhosamente contou que almoçou dois miolos, jogou ketchup em cima e
    meteu Tabasco original importado pra incrementar? Eu quase chorei com o desperdício do Tabasco. Algumas pessoas deveriam ter pedras em seus pratos, não iam sentir a menor diferença.

        • Miolo à milanesa é uma delícia.
          Churrasco no Brasil geralmente é horrível, os melhores que comi fora de casa foram no Rio Grande do Sul. Na Argentina fazem churrascos que achei maravilhosos, agora, tenho uma pergunta para a Sally. Estive em diferentes lugares na Argentina, inclusive fazendo trabalho de campo. E vi muito (e comi também) incluídas no churrasco partes bovinas como testículo e úbere. Também em restaurantes. Não se aproveita o boi todo na Argentina?

          • Hoje algumas partes do boi vão para a China, antigamente se aproveitava o boi todo.
            Hoje a maioria dos açougues tem apenas as vísceras que são mais tradicionais, como o chinchulin (intestino delgado) e a mollejas (timo), por exemplo. Se você quer alguma parte menos comum, não é em qualquer lugar que se encontra, provavelmente vai ter que encomendar com antecedência.

  • Nunca experimentei sushi e concordo totalmente com o Somir, principalmente com esse negócio de “chiclete de gordura” no churrasco.

    • Um dos motivos que me fizeram não gostar de churrasco – além da ocasião, do ambiente e das companhias – é o fato de que jamais fui a um em que ao menos a carne fosse boa. Nas poucas vezes em que eu me forcei a ir após muita insistência de ouras pessoas, sempre me deparei com carne ou dura demais, ou gordurosa, ou carbonizada.

  • Segui a sugestão da Sally e busquei no Google por imagens das invenções que BMs fazem com sushi e vi cada coisa… Uma pior que a outra. A “jatopeia” acabou sendo até que leve comparada com outras hediondezas que eu vi.

  • “O Brasil é um dos três maiores produtores de proteína animal do mundo, os melhores exemplares são exportados e nós ficamos com os restos. Como o povo está treinado a fazer churrasco com o máximo da pior carne possível, esse esquema continua funcionando.” Eu creio que você até já sabe, Somir, mas isso de exportar aquilo que é bom e deixar só o resto para ser consumido pelo povão também acontece com muitos outros produtos alimentícios originários daqui: café, soja, frutas…

  • Somir e Sally: eu não sou um grande fã nem de churrasco nem de sushi, mas ri à beça dos textos de vocês hoje. E uma frase que BM adora repetir com um orgulho bobo-alegre para rebater críticas como as desta postagem é “o gringo cria, o brasileiro melhora”. Só que o conceito de “melhorar” dessa gente é empetecar, descaracterizar e desvirtuar o original achando que estão é sendo “criativos”. Sempre exagerada com tudo, a BMzada confunde fartura com excesso e crê que “comer bem” é se empaturrar até passar mal.

  • Desses dois a pior atrocidade é comida japonesa, mas é mais por questão de afinidade porque quase nunca como churrasco. Quando viajei pra São Paulo e fui num restaurante japonês autêntico, fiquei abismada com a diferença dos “sushis” que eu vivia comendo na minha cidade.

    No geral, a pior atrocidade é doce. Pegam qualquer coisa e socam açúcar, creme, leite condensado, leite ninho, nutella, oreo, nem dá mais pra diferenciar um doce de outro. Qualquer bolo simples retangular que sua avó/tia fazia nos anos 90/ 2000 pras festas das crianças da família dá de 10 a 0 nesses bolos moderninhos.
    Esses dias minha mãe me emprestou um livro de receitas de doces que ela tem há quase 30 anos. Mais de 100 receitas de vários doces diversos, pãezinhos, bolos de frutas, pudins de tudo o que é tipo. Só TRÊS receitas do livro levam leite condensado (tem uma teoria da conspiração que diz que essa forçação de leite condensado nos livros de receita BRs tem um dedo da Nestlé, mas vai saber), hoje em dia se a receita NÃO leva essa desgraça é exceção.

      • Muito interessante!
        Sobre o brigadeiro Eduardo Gomes, o doce acabou sendo uma homenagem um pouco ambígua, por ser o brigadeiro “um doce sem ovos”. Aparentemente o homenageado havia no passado sofrido um terrível acidente, que resultou na perda dos balangandãs…

        • A história da origem do nome do doce eu já conhecia, mas isso de uma “homenagem um pouco ambígua, por ser o brigadeiro ‘um doce sem ovos'” me surpreendeu. Pela rápida busca que fiz no Google, parece que esse papo de o militar Eduardo Gomes, assim como a guloseima que “batizou”, ser “sem ovos” – devido a um tiro que supostamente o teria atingido durante o Levante dos 18 do Forte de Copacabana de 1922 – seria um boato espalhado por adversários políticos para desmoralizá-lo.

      • Atirem as pedras quem, quando criança e escondido da mãe, nunca fez um furo e mamou em uma lata de leite condensado Nestlé um pouquinho por dia até secar a lata.
        Duvido que tenha sido só eu…
        Kkkkkkkk

Deixe um comentário para Brasileiro Normal e Acima da Média Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: