Nomes de Candidatos – Parte 10

Vamos analisar a região Norte, ou parte dela, já que a quantidade de bizarrices surpreende, dada a baixa densidade demográfica. Na minha cabecinha inocente, o Acre, por exemplo, teria uma meia dúzia de nomes estranhos e seria apenas uma menção honrosa. Nada disso, tem poucas pessoas mais muito nome bizarro na região Norte! Vamos conseguir terminá-la antes das eleições? Provavelmente não (e ainda estamos devendo o Espírito Santo!). Mas vamos tentar…

Entre as muitas reclamações/acusações que recebemos (e não aprovamos) está a de que damos pouca representatividade a mulheres nesta coluna. Eu fico fascinada com a falta de compreensão das pessoas: se você cria uma coluna para esculhambar pessoas que acredita estarem se expondo ao ridículo, citar poucas mulheres é uma forma de falar bem das mulheres, visto que elas tiveram mais bom senso que os homens.

Mas, para deleite daqueles com problemas de cognição, o Acre nos traz um número imenso de mulheres sem bom-senso, com nomes que poderiam tranquilamente ser de vilões de episódios do Chapolin Colorado ou de uma posição sexual constrangedora. Pela primeira vez um painel de fotos que ilustra esta postagem tem apenas mulheres (ao menos é o que achamos). Parabéns, mulheres do Acre!

Na categoria “você teve a oportunidade de trocar de nome”, candidatos que podiam ter escolhido um nome melhor para representá-los. É o caso de Adekson Lima, Adevilson Queiroz, Adonay, Almineres do Eldorado, Bestene, Denifrance, Eros Asfury, Francineudo Costa, Hallisson Rodrigo (só eu leio “Ralisson” quando esse tipo de nome aparece?), Izaute Vaz, Jamyl Asfury, Jecson Dutra e Jossicleudo Melo.

Na categoria “mudou para pior”, candidatos que conseguiram piorar seus nomes de batismo. É o caso de Lene Petecão (que na vida real se chama Sirlene da Cunha), Protetora Maura Akino (que na vida real se chama Maura de Aquino), Roberto da Princesinha (que na vida real se chama Ramão de Oliveira), Socorro Formiga (que na vida real se chama Maria Socorro de Oliveira) e Reginaldo Nota 10 (que na vida real se chama Reginaldo Freire).

Temos ainda André da Droga Vale (esperamos que seja o nome de uma farmácia e não uma afirmação em favor das drogas), Angelino do Pandeiro (Angelino dos Santos era bem melhor), Antonio Chumbão (Antonio Oliveira é para os fracos) e Chicarlos (Francisco Carlos era melhor).

Temos também Dje Cavalcante, cujo nome real é Maria de Jesus Cavalcante, Dyan É O Manoel do Carmo, cujo nome real é Manoel do Carmo e ele parece ter decidido acrescenta Dyan e Bebe Bolsonaro. Daí você pode pensar “Mas Sally, “Bebe” é um apelido aceitável para pessoas com nome como Roberto ou Bernardo” e eu respondo: o nome real do cidadão é Vilandro Soares.

Edmirque parece não gostar do seu nome e nós não o culpamos por isso, mas, na hora de mudar, escolheu Edmirk. Francisco de Andrade queria um pinto, mudou seu nome para Francisco Pinto, Freud deve explicar. João Ferreira achou que seria melhor mudar seu nome para uma alcunha que faça referência a um criminoso famoso conhecido inclusive por crimes sexuais e escolheu “João de Deus”. Labibiano mudou para Labib, como se fizesse alguma diferença.

Temos também o fascinante caso de Dennys. O nome real de Maria Magalhães, mas o brasileiro é tão bizarro no nome e na forma que não sabemos se Maria se identifica com o gênero masculino por isso mudou o nome para Dennys ou se Maria é apenas uma mulher sem muita vaidade, que achou seu nome sem graça e resolveu mudar para Dennys sem compreender que se trata de um nome masculino. Mas, em ambos os casos, poderia ter escolhido um nome melhor, então, entra para nosso rol de homenageados.

Na categoria “q” temos Willington Wa, Zé Prego, Bigode, Cabide, Ceará da Carne de Sol, Decio Hunikiu (cujo nome real é Raimundo da Silva), Duda da Praia da Amizade, Fabio da Judia e Irmã Chaguinha. Como o nome real de Irmã Chaguinha é Maria do Nascimento de Oliveira, fiquei me perguntando de onde veio o Chaguinha. Cheguei a uma conclusão e não quer ser desmentida se não for verdade pois gostei muito: depois do Chaminha agora temos o Chaguinha, mascote que representa as feridas de Cristo.

Temos ainda Joyce dos Buracos, para a qual também temos uma teoria que explica o nome, mas não vamos falar sobre isso, pois pode ter alguém comendo. Continuamos com Maria Vai Com As Outras, Marquinhos Tchucka´s Motos, Nova´s, Osvaldo do Quintal, Pastor Maanaim, Pepes (no plural), Rogger Wins, Sandro Treme Car, Souza Sombra, Tampinha Bittar, Tchê, Toinho do Povo e Zuila Doméstica.

Se a única referência do Estado que você tem é a Lindamar, saiba que é isso aí. Foi extremamente difícil selecionar quem seriam os seis principais que apareceriam na foto, daria para fazer umas dez fotos com seis candidatos que despertam esse mix curioso de atração/repulsa, algo similar a ver um animal atropelado na beira da estrada.

Na categoria “Apego a nome escroto”, candidatos que poderiam ter mudado nomes que não o favorecem, mas não o fizeram. É o caso de Appio Tolentino, Eleomea Barroso, Helade Maués, Jacauna, Orsiene Jr, Pauderney Avelino, Sirrame Maquiné, Adjunto Afonso, Brenna Dianná, Delzuita Cavalcante, Franck Rennãn, Hilal, Jetro Xavier, John Helton e Márllen.

Suponha que você se chama Raiderson Maia de Araújo e pretende aparecer com outro nome na urna. Qual dos três nomes você mudaria? Raiderson, Maia ou Araújo? O nobre candidato optou por mudar seu sobrenome e ser conhecido com Raiderson Teco.

Na categoria “Apego a mudanças escrotas”, candidatos que mudaram seu nome para pior. É o caso de Babalu, Cacique Mungurukú (o branquíssimo Ismael Franklin tentando pagar de índio) e João Bithy (ex-João Batista). Josente dos Santos é um nome bonito? Não me parece, entretanto, me parece melhor do que Joseth Yohanna. Temos ainda Tiu do Mapiá (qual é o problema com Antonio da Silva?) e João Bolinho (ao que tudo indica, João da Costa não era um nome suficientemente nutritivo).

Na categoria “q”, aquela em que não conseguimos compreender ou classificar os nomes, temos Jefferson Brasil Cante, Andre Marsilio da BR 319, Cearazin Semisera, Eck Cachoeira, Fabio Duarte O Fabio do Bairro, Helda A Mestiça, Jorge Miguel O Parceirão (que tem cara de matador de aluguel), Luiz Vasques O Gordo do Agro.

Gostaria de propor um jogo a vocês. O jogo se chama “observem o Desfavor sendo processado”. A candidata é Michelle Da Bancada das Manas. Vocês acham que ela é bonita ou feia? Gorda ou magra? Bem-vestida ou malvestida? Cabelo humano ou cabelo escroto? Sintam fluir a energia que emana do nome Michelle Da Bancada das Manas e me digam que layout se espera desta pessoa. Intuiu como ela é? Beleza, agora clica na foto para que a imagem dela apareça e me diz se você acertou.

Não é curioso como quem mais luta contra estereótipos faz questão de ser um estereotipo com pernas?

Temos ainda Papaleguas, que, pelo olhar, parece ter desistido da vida. Nem percam tempo votando nele, capaz de ser encontrado enforcado em seu quarto amanhã. Para completar, Samarone o Verdadeiro, Tânia Rainha do Norte (prefiro a Samsa, obrigada), Tiago Zangadão, Toninho Pinguim, Vovô Saúde, Walterlux´s e o maravilhoso Zé Gotinha da Floresta. O brasileiro estraga tudo que toca, meus mais sincero parabéns.

Na categoria “Seus pais te odeiam”, candidatos que não receberam os melhores nomes ao nascer, mas resolveram continuar com eles na urna. É o caso de Charly Jhone, Jodoval, Madson, Margleide, Marvulli, Mercurio, Milhomen, Ruzivan, Besaliel, Channandra Pires, Enoque Palmerin, Ericlaudio, Karlyson Rebolça e Rayfran Beirão.

Na categoria “Essa pessoa não tem amigos”, candidatos que mudaram seus nomes para pior, como é o caso de Anderson Conceição, que acreditou passar mais credibilidade ao eleitor se mudasse para Anderson Batucada. Edimilson Silva achou mais adequado ser conhecido como Bananeira. Simone Gama seria um nome normal e fácil de lembrar, mas a candidata preferiu ir de Saimon Dias. Charlon Silva sentia que havia algo no nome dele que não ornava e resolveu o problema mudando para Scharllon. Agora sim ficou bonito!

Um candidato merece destaque nessa categoria, pois marcou a minha vida: João da Silva. João da Silva achou que Moderno Maximus era muito mais legal. Obviamente, assim que li o nome percebi que ele era forte candidato para o rol de imagens que ilustraria o Amapá, e fui abrir a foto dele para confirmar se ele merecia esta deferência.

Quando a foto abriu, fui tomada por uma crise de riso que me fez cuspir o café que estava na minha boca agora Moderno Maximus será eternamente lembrado pelas manchas que ficaram na minha mesa, no meu mouse e na roupa que eu estava usando. Maldito anão do Senhor dos Anéis!

Na categoria “q”, aqueles nomes que não conseguimos compreender ou classificar, temos Neném do Frango, Original do Fala Comunidade, Professor Andlé (que se chama André) e Bill Clinton do Amapá, um candidato que realmente me intrigou. Ele parece com o Bill Clinton? Não. É branco de olhos claros? Não. Tem idade similar? Não. O partido tem afinidade política com Bill Clinton? Não. Só posso imaginar que ele foi flagrado enfiando um charuto em alguém.

Temos ainda Edem Jardim, Fortunato Feijão, João Sorrisão, Madinbu da Amazônia (a grafia correta seria Majin Boo, mas curtimos o jeito nerd de chamar o cara de gordo do caralho), Rodrigo do Dog Bengala e Valda Furacão.

Espremendo mais do que cabe, vamos forçar a barra e incluir o Tocantins, com um resumo mega hiper resumido dos piores nomes.

Na categoria “Por qual motivo não mudou essa bosta?” temos candidatos com nomes muito ruins, difíceis de compreender e de memorizar que optaram por prosseguir com eles nas urnas. Escolhemos três para representar toda a categoria: Charleide Matos, Gylwander e Welmisclene,

Na categoria “Trocou bosta por merda”, candidatos que não receberam os melhores nomes de seus pais e, ao trocarem, foram igualmente infelizes. É o caso de Aeronssaytt, que trocou seu nome para A´eronssaytt (agora ficou bonito, hein?). Letícia Suarte achou que seu eleitor leria mais facilmente o nome Lethycia. Rademarker achou que fazia toda a diferença mudar para Radmark. Não vejo a hora dos Enzos crescerem, teremos candidatos com nomes mais aceitáveis.

Na categoria “q”, aquela onde não conseguimos compreender ou classificar os nomes, temos Capitão Sulino, Carlos Gaguim, CB Irmão Elmir (No Rio de Janeiro CB = Sangue Bom), Fernando da Ração, Fumacinha, Jair Bolsonarinho (que deve ter idade para ser pai do Bolsonaro), Tôin de Xica e Belchior Lulão, sobre o qual não vamos fazer piada, pois Microcefalia é uma doença séria.

Temos ainda Dejari Contemplação, Duminguim, Filho Finan, Gipão, Kurica, Manin do Zorra, Miudo e Mundicão.

Finalizo com duas constatações. A primeira é a quantidade surpreendente de mulheres chamadas “Socorro” que encontrei nesta região, a ponto de me perguntar se é de fato um nome ou se as pessoas estão pedindo socorro por morar ali. A segunda é que não faz qualquer diferença quem seja o Presidente, com um Congresso lamentável, ele nada poderá fazer.

Quinta-feira termos nossa última postagem especial analisando os nomes dos candidatos!

Para dizer que nem sabia que o Tocantins ficava na região Norte, para dizer que o nome do seu próximo animal de estimação será Moderno Maximus ou ainda para dizer que está surpreso pelo Acre ter habitantes: sally@desfavor.com

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Comments (30)

  • Vai ter texto específico sobre os candidatos do Espírito Santo? E eu que achava que a única função do Espírito Santo era aumentar a distância entre o Rio de Janeiro e a Bahia…

  • Carlos Gaguim e Pauderney Avelino são relativamente conhecidos nos seus estados; o primeiro já foi governador de Tocantins e o segundo exerceu seis mandatos de deputado federal pelo Amazonas.

      • Narrador do Jockey Clube

        “E foi dada a largada para o Grande Prêmio Bizarrice Eleitoral 2022! Correndo este páreo estão Carly Jhon, Mercurio, Margleide, Marvulli e Moderno Maximus! Carly Jhone sai na frente, acompanhado de Margleide, Marvulli e Mercurio… E, correndo por fora, aí vem Moderno Maximus! Carly Jhone fica logo pra trás. Agora a liderança está com Marvulli, que vem sendo seguido de perto por Moderno Maximus! Que grande corrida! Agora é Mercurio que é ultrapassado espetacularmente na entrada da curva 4! Moderno Maximus passa por todos, assume a ponta e dispara, ficando vários corpos à frente! Modernmo Maximus já não pode mais ser alcançado e… Cruza o disco final!”

  • “Hilal” remete a Helal, sobrenome do tal Constanteen, figura-tabu no estado do Espírito Santo (que ainda falta ser dissecado nesta brilhante série de artigos!) por ter sido confirmado como assassino da pequena e linda Araceli, junto com outro psicopata, o tal de Dante Michelini, ambos viciados em drogas de famílias poderosas que fizeram de tudo não apenas pra abafar o caso (os dois foram condenados mas não cumpriram pena) como também para ameaçar qualquer um que tocasse no assunto, mais ou menos como o boçalnaro anda dizendo que vai fazer com cada um que puxar papo sobre seus imóveis comprados com dinheiro vivo. Até hoje, mencionar o caso Araceli causa mal estar e desvios de conversa entre os habitantes de Vitória.

    De tempos em tempos é necessário rememorar esse caso escabroso (um dos mais vergonhosos do estado do Espírito Santo), pra que as novas gerações vejam como o bundil é uma merda duma terra sem lei na qual você pode fazer de tudo, se tiver grana. Mais ou menos como no filme “O albergue”.

    • Caralho, Charles… Dei uma busca rápida no Google sobre esse caso e o pouquinho que eu li já me embrulhou o estômago. É assustador! Como é que pode? E pensar que isso aconteceu há mais de 50 anos…

      • Mais embrulhante ainda, W.O.J., é ver como tudo isso se passou. Busque pelo livro “Araceli, meu amor”, de José Louzeiro. Lá tudo é descrito com detalhes. Infelizmente, é mais uma daquelas obras estilo “Honoráveis bandidos” (do Palmério Dória), em que se conta um monte de coisas absurdas, muitas delas crimes comprovados, e fica tudo por isso mesmo.

  • Esse “Francisco de Andrade” que mudou para “Francisco Pinto” poderia ter feito pior. Pelo menos ele teve o bom senso se não ter trocado seu primeiro nome para Jacinto”…

  • Esse Radmark, pelo seu nome real e pela idade (de acordo com a ficha no TSE, nasceu em 1970), pode ter tido um pai que achou bonita a sonoridade do sobrenome do Almirante Augusto Rademaker. Veterano da Segunda Guerra Mundial, esse descendente de alemães fez parte, ao lado do general Aurélio de Lira Tavares e do major-brigadeiro Márcio de Sousa Melo, de um triunvirato, chamado de Junta Governativa Provisória e que assumiu temporariamente o comando do Brasil por apenas dois meses em 1969, entre o afastamento de Artur da Costa e Silva da presidência por doença (seguido do impedimento do então vice, Pedro Aleixo) e a eleição indireta de Emílio Garrastazu Médici.

  • Nas estatísticas de visualizações do Desfavor, vocês conseguem ver por estado ou só por país? Será que tem algum leitor acreano?

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