Grande perdedor.
Começa mais uma Semana Nacional do Bullying aqui na República do Desfavor, e para comemorar essa data tão feliz, passaremos a semana pisando nos derrotados da campanha eleitoral de 2022.
Começando pelo topo, Sally e Somir analisam os grandes derrotados na eleição presidencial. Os impopulares escolhem o voto útil.
Tema de hoje: quem foi o maior perdedor destas eleições presidenciais?
SOMIR
Da forma como eu enxergo as coisas, Lula foi o grande perdedor. Sim, ele terminou em primeiro lugar no primeiro turno, apenas 1,5% pontos de distância de vencer de cara, mas a minha lógica é a seguinte: perde mais quem tem mais o que perder.
Com os resultados consolidados, Bolsonaro pode até ter ficado puto da vida por não ter ganhado com 70% dos votos como sua bolha acreditava, mas na vida real foi bem melhor do que se esperava. Tebet foi bem melhor do que esperavam, Ciro foi bem pior, mas os dois candidatos só estavam lá para fazer figuração. É meio como dizer que a pessoa com o Fusca foi uma decepção por chegar depois de dois carros de Fórmula 1 numa corrida. Era uma disputa entre dois candidatos.
E dos dois com chances, quem saiu com gosto amargo na boca foi o Lula. Imagina só disputar uma eleição com o fuckin’ Bolsonaro, provavelmente o ser mais sem noção a usar a faixa presidencial na história do Brasil, e tomar sufoco dele na eleição? Da primeira vez era bem mais perdoável: o brasileiro médio não sabia quem o atual presidente era, mas dessa vez, tínhamos quase quatro anos de experiência com sua insanidade.
O brasileiro viu o Bolsonaro fazendo tudo o que fez, oferecendo cloroquina para ema e tudo mais… e ainda sim não votou em massa no Lula. Não que eu estivesse torcendo para o Lula, de uma certa forma eu fico feliz que tantos brasileiros não tenham perdoado o petista assim como eu não perdoei, mas o Bolsonaro fez o ex-presidente parecer uma pessoa digna e centrada em comparação.
Sim, de uma certa forma fez-se alguma justiça: não é porque o Bolsonaro é tão maluco que o Lula se tornou uma boa pessoa em comparação, mas eu realmente duvido que o brasileiro médio esteja pensando de forma profunda sobre o tema. A derrota real do Lula foi o desgaste da sua imagem ao ponto do brasileiro médio lembrar anos depois.
Sempre reclamamos que esse país não tem memória, não estou totalmente confiante que tenha adquirido essa capacidade, mas há de se realizar o fato de que alguma coisa ficou no inconsciente coletivo: nem mesmo os mais pobres, a imensa maioria do povo, votaram tão em massa no Lula assim. Não estivesse com a imagem arranhada, talvez tivesse o suficiente para ganhar no primeiro turno, mas nem o povo da favela estava disposto a fingir que o maior esquema de corrupção da história humana não tinha acontecido.
Ou, acreditaram mesmo que ele fecharia as igrejas e forçaria seus filhos a virarem gays. Com esse povo cada vez mais evangélico, não é impossível. Em ambos os casos, é um sinal de imagem enfraquecida: o pai dos pobres não é mais quem já foi um dia. E talvez pior ainda para Lula, boa parte dos brasileiros olhou pro Bolsonaro e disse que preferia Bolsonaro a Lula.
Se isso não é uma derrota catastrófica, eu não sei mais o que é. Sem contar que o bolsonarismo ainda aparelhou o Legislativo com um exército de peões do atual presidente, gente que vai estar lá com ou sem reeleição. Lula não só tomou uma chacoalhada com os resultados da corrida presidencial, como já sabe que vai ter muita encheção de saco caso vença no segundo turno.
Não, eu não sou tonto de achar que o Centrão vai continuar sendo bolsonarista assim que a caneta que assina o cheque for vermelha, mas tem um número considerável de bolsonaristas raiz no Congresso e no Senado, o suficiente para causar confusão a cada passo que Lula e seu novo governo derem. Some-se isso a uma vitória que quase certeza que vem muito apertada e temos um governo bem problemático à frente.
Uma vitória em primeiro turno daria mais legitimidade ao governo de Lula, seguraria um pouco os ânimos revolucionários dos bolsonaristas, protegendo o sistema pelo Legislativo que não estaria num um pouco disposto a anular suas eleições. No segundo turno, todo tipo de palhaçada pode acontecer, Lula já pode ter que começar seu governo expulsando do Palácio do Planalto um lunático berrando que foi roubado com suporte de quase metade do povo.
Não é um começo vencedor. E francamente, por mais que as pesquisas tenham acertado a votação de Lula, nem mesmo sua atual vantagem é tão segura assim, não se sabe no que esse povo vai acreditar até o dia da eleição, e sem a imagem de salvador da pátria, Lula não tem mais o benefício da dúvida. Pode perder sim. Não é o mais provável, mas está longe de ser impossível.
Só perde muito quem poderia ganhar muito. Lula teve um dos presidentes mais desastrados de todos os tempos para disputar a eleição contra, e está muito mais apertado do que o imaginado. Se isso não é uma derrota, não sei mais o que considerar derrota.
E tem mais um elemento ideológico aqui: a esquerda está morrendo como movimento de representação do brasileiro pobre. O PT e sua turma foram tão lenientes com a parcela histérica da esquerda identitária que pegaram emprestado sua arrogância elitista. O partido que representava o operário agora representa mais as pessoas de cabelo colorido para o povão. Eu acho uma outra derrota, ainda mais profunda: quando o cidadão pobre abandonado pelo Estado olha pro Bolsonaro e vê alguém mais interessado em ajudar, as coisas vão muito mal para a esquerda.
Sim, eu acho a queda do Ciro um fracasso enorme, mas pra mim a altura da qual se cai é mais importante. Lula era o presidente mais importante da história para a maioria dos brasileiros, hoje é mais a alternativa ao Bolsonaro do que qualquer outra coisa.
Para dizer que o brasileiro é o maior perdedor, para dizer que vamos todos perder, ou mesmo para dizer que tem saudades do Temer: somir@desfavor.com
SALLY
Quem foi o maior perdedor destas eleições presidenciais?
Dá para ver a coisa por diferentes pontos de vista aqui, mas, na minha opinião, o maior perdedor foi o Ciro Gomes: tinha nome, tinha experiência, tinha um grupo expressivo de eleitores e tinha dinheiro, no entanto, teve seu pior resultado de todas as vezes nas quais se candidatou à Presidência.
Não é pela derrota em si, esse era um jogo de dois e teria sido uma surpresa se uma terceira via tivesse conseguido quebrar esse formato. É pela forma como conduziu a campanha, pela forma como se expressou, se posicionou e por ter conseguido a proeza de ter ficado atrás até mesmo da Simone Tebet.
Nada contra a Tebet, ela fez uma boa campanha. Acho um mérito para uma “desconhecida” (no cenário nacional ela era basicamente uma desconhecida para a maior parte do país) chegar em terceiro lugar: mulher, vinda de um estado sem muita expressividade e ainda substituindo um candidato homem com mais nome do que ela. Tebet não ganhou mas foi muito bem.
Quando falamos de terceira via, Ciro tinha todas as vantagens: conhecido, transita tanto pela esquerda como pela direita (não vamos esquecer que ele já foi Ministro no governo Lula), família tradicional, longa carreira política, candidato a eleições presidenciais várias vezes, com recursos financeiros para contratar bons profissionais, apoio de vários famosos, homem, hetero e branco. Ele tem o pacote que normalmente o brasileiro votaria.
Só que não. O brasileiro não votou no Ciro. Ele ficou com 3% dos votos, em quarto lugar. E não aconteceu nada alheio à sua vontade para que este resultado se consolide. Não é como se tivesse aparecido um filho bastardo gritando que ele queria obrigar sua mãe a abortá-lo ou esses escândalos que a pessoa não controla. Foi tudo Made in Ciro mesmo.
Uma confluência de fatores que nem caberiam aqui, todos de responsabilidade do próprio Ciro, levaram a essa derrota. O caminho normal de qualquer profissional é que, com o passar do tempo, ele fique mais experiente, mais hábil, com mais networking e acabe mais bem-sucedido. Ciro não, Ciro foi decaindo com o passar do tempo. Vai encerrar a carreira isolado e rejeitado.
Não teve um grande escândalo que mine a candidatura do Ciro, teve um grande pacote de erros que ele mesmo perpetrou. Desde os vexames estilo Ciranha (quem paga sete milhões, recebe isso e continua com o publicitário tem culpa sim) até sua estratégia de bater nas pessoas erradas e da forma errada. Ele parece ter não percebido que os anos 80 acabaram. Não se atualizou – e a vida cobrou o preço.
Todo o resto da terceira via estava lá para começar a carreira. Não é como se Sorayão ou Candidato Padre tivessem a real esperança de se eleger. Estavam apenas em uma grande vitrine, plantando para colher no futuro. E isso eles conseguiram, agora todos nós sabemos quem eles são. Candidato Padre, por sinal, ficou na frente de vários políticos experientes, da terceira via, só “perdeu” para Soraya, Ciro e Tebet. É um mérito para um maluco que só fala bosta e tem layout de vocalista do Chiclete com Banana.
A derrota do Ciro é ainda mais amarga por ser muito fácil detectar onde ele errou. Qualquer leigo percebe, o que torna tudo ainda mais ridículo: o sujeito pagou sete milhões para que cometam erros que Somir e eu não cometeríamos por vários zeros a menos no preço. Como é possível que um homem com toda a instrução, experiência e contatos pise na bola tão feio? Não é só o contratar errado, é não perceber o erro durante o percurso e não corrigir a rota.
E, uma ressalva: nada contra o Ciro. Acho ele, inclusive, divertido. A raivinha, o descontrole, a tentativa de permanecer calmo e digno fracassando… me identifico com ele até. É um Rafael Pilha com verniz social. Gosto dele e acho que teria sido muito mais divertido tê-lo como Presidente e, sem dúvida, melhor do que Lula ou Bolsonaro (até meu cachorro seria). Mas, ele fez uma série de cagadas durante toda a campanha.
Não foram cagadas que você não tinha como saber que dariam errado. Não foi um tiro no escuro ou um salto de fé. Foram aquelas cagadas que você e olha e começa a gritar “NÃO, CIRO, NÃO! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!”. Daia até para escrever um texto detalhando todas elas e o que deveria ter sido feito em seu lugar, mas agora perdemos o timing: é muito fácil ser engenheiro de obra pronta. Não fossem os candidatos com nomes bizarros, que ocuparam todas as minhas postagens pré-eleitorais, eu teria feito esse texto.
Enfim, meu ponto é que Ciro era, de todos os candidatos da segunda via, o que tinha mais condições de ir melhor. Em vez de melhorar, ele regrediu.
Para você que é novinho, vamos recapitular: em 1998 Ciro teve 7.426.187 votos (11%), em 2002 teve 10.170.882 votos (12%), em 2018 teve 13.344.371 votos (13%). Este ano, ele teve 3.599.188 votos (3%), ou seja, metade dos votos da sua primeira tentativa. Ficou em quarto, mesmo sem ter candidatos expressivos na terceira via e com dois quadrupedes criminosos disputando o primeiro lugar. Fica bem claro que ele errou feio, não é mesmo?
De todos os que estão ali (e estamos falando até de um padre de bandana) quem teve o pior resultado analisado em um contexto geral, foi o Ciro Gomes. Some-se a isso o fato de que ele não é jovem (já passou dos 60) e, portanto, terá mais dificuldade para reverter isso, seja pela incompetência de se modernizar (alguém que dá ok para o Ciranha é quase que com certeza um caso perdido), seja pelo pouco tempo que resta para que reconstrua seu nome.
“Ain é esse povo merda que não se identifica com um homem educado e rico”. Olha, a Tebet não é nenhuma ignorante ou favelada, muito pelo contrário, ela é claramente elite: na forma de falar, na forma de se vestir, na forma de se comunicar. No entanto, teve mais votos do que ele, mesmo sendo uma “desconhecida” no cenário nacional. Não é por aí não. Ciro pode derramar farofa no chão que o povo vai continuar não votando nele.
Sejamos sinceros: politicamente, Ciro envelheceu mal. Não sabe falar para o eleitorado, seu mindset causa rejeição, sua figura não inspira confiança e não teve a inteligência de contratar pessoas que possam reverter isso. Se Lula conseguiu reverter a imagem de metalúrgico raivoso, tudo é possível, Ciro é que não soube fazer ou contratar quem o faça.
É aquilo que a gente sempre fala: o brasileiro não contrata por competência, contrata pessoas parecidas com ele, pois vê em um espelho sinal de competência – e quase nunca é, o ideal é contratar pessoas que não sejam parecidas com você, assim elas terão atributos que você não tem. Fora o fato de que todo mundo se acha muito competente, mas poucos são.
Eu não comemoro, eu preferia qualquer coisa a Lula e Bolsonaro, mas Ciro não mereceu ganhar, fez tudo errado. E fazer tudo errado quando você é burro velho, já tem um nome e tem recursos te torna o maior perdedor.
Para dizer que as eleições foram fraudadas e Ciro venceu no primeiro turno, para dizer que Ciro vai ter que frequentar o Superpop se quiser recuperar votos ou ainda para dizer que o maior perdedor foi o povo brasileiro: sally@desfavor.com
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Etiquetas: eleições, semana do bullying
Anônimo
Minha mãe tá escutando o horário político no rádio aqui comigo e, não sei se vocês repararam, mas o nível desta campanha é tão baixo que os dois lados ficam mais falando das merdas que o inimigo fez do que mostrando suas próprias realizações ou fazendo promessas.
Javaporco Antifa
No segundo turno da eleição passada foi a mesma coisa.
Fernando
Eu acho que o maior perdedor foi o Marcio França. Sério, perder a vaga do Senado para o astronauta vendedor de travesseiro deve ter doído no coração.
Javaporco Antifa
O astronauta de travesseiro teve a sorte de não se manchar muito com o Bolsonarismo, mas o França e o #hahahaHADDAD por tabela se lascaram por conta da mão podre do Lula.
Anubian
Lula, o grande perdedor? Tá de brinqueition, né?
Vamos lá, o cara adotou políticas públicas que avacalharam o país inteiro – talvez numa magnitude irreversível – chefia o maior esquema de corrupção da história do país, tem o partido completamente desmoralizado pela Lava-Jato, está quase senil, sequer conseguindo ficar sóbrio durante boa parte de suas aparições, e mesmo assim ressurge das cinzas com toda a classe artística, jornalística e acadêmica se ajoelhando perante ele, ele se candidata à presidência não porque precisa ou porque tem um grande plano mirabolante (ele já não tem mais condições de gerenciar o país, pro bem ou pro mal), mas simplesmente porque ele quer esfregar o saco na cara de todo mundo e provar que tem cacife pra isso. O cara bota uma legião de gente fazendo L, e quase é eleito em primeiro turno. E provavelmente vai levar no segundo. Grande perdedor um caralhinho de asas.
Pro grande perdedor, impossível não fechar com a Sally. O Lula cagou na cara dele em 2018, ele começou a mexer os pauzinhos achando que em 2022 ele se consagrava, e antes mesmo de 2019 terminar o STF soltou o mafioso e limpou a ficha dele. 2022 chegou, o cara teve menos votos que o Alckmin em 2018, perdeu pra Simone Tebet, uma candidata ninguém que o PMDB tirou do cu, testemunhou o fim de sua ambição política de âmbito nacional, e pra coroar, o grão de milho nesse bolo de merda, o Lula ainda passou o pau na cara do Coroné ao comprar o apoio do PDT e obrigando ele a declarar apoio pro Lula.
Ciro saiu dessa com o projeto político destruído, desmoralizado, e tendo que servir de capacho pro Lula.
Charles D.G.
O W.O.J. praticamente disse tudo que eu ia dizer, mas enfatizarei mesmo assim. Vou de Somir hoje, e o motivo é que o texto encerra uma verdade doída, muitíssimo doída para os adeptos da “esquerda”, e é, muito coincidentemente (ou talvez até que não, para as pessoas de bom senso), o que já venho pensando e dizendo há muito tempo para as pessoas de minha relação:
E tem mais um elemento ideológico aqui: a esquerda está morrendo como movimento de representação do brasileiro pobre. O PT e sua turma foram tão lenientes com a parcela histérica da esquerda identitária que pegaram emprestado sua arrogância elitista. O partido que representava o operário agora representa mais as pessoas de cabelo colorido para o povão.
Eu ia me alongar a respeito, mas Somir foi tão cirúrgico no diagnóstico do que é a esquerda hoje que não há necessidade. Só acrescento que a) isso será a morte da esquerda como opção viável ao bozonarismo raiz e b) seria melhor evitar o eufemismo “esquerda identitária” e usar o nome real da coisa: “extrema-esquerda”.
Javaporco Antifa
Na extrema-esquerda tem PCO. Melhor chamar logo pelo nome de IDENTITARISTAS mesmo.
Anônimo
PCO nem dá pra levar a sério…
Anônimo
Ciro achou que o Brasil inteiro era igual ao seu Ceará e se fodeu…
Sally
Nem isso, ele perdeu 80% dos votos no Ceará
https://g1.globo.com/ce/ceara/eleicoes/2022/noticia/2022/10/04/numero-de-votos-de-ciro-gomes-no-ceara-cai-81percent-em-relacao-a-2018.ghtml
Anônimo
Dessa eu não sabia! Quer dizer então que nem no Ceará ninguém aguenta mais ele?
Anônimo
Ciro está mais por baixo do que barriga de cobra. E eu estou com medo de que o Lula se eleja e, em vez de governar, fique só articulando sua vingança, querendo enfiar uma trolha bem grande e de com força no rabo de quem o submeteu à humilhação de ir pra cadeia.
Javaporco Antifa
O legal é que se ele tentar jogar assim, vai falhar miseravelmente, mesmo tendo o Supremo Tribunal do Pistolão de cúmplice em seus golpes.
De qualquer forma, ano que vem vou começar a colocar ele no Bolão Pé Na Cova. ACM não chegou nos 80 e duvido muito Lula chegar lá.
W.O.J.
Fico com o Somir nessa. Os fatos de não ter ganhado a eleição já no primeiro turno e de ter ficado à frente por uma margem muito pequena, mesmo concorrendo contra adversários bizonhos, mostram que Lula não é mais aquele. E, por mais que queira negar, o chefão do PT está sim com sua imagem desgastada pelos escândalos de corrupção de seu governo e por sua prisão. Isso sem falar que a esquerda está completamente desconectada do povão, apesar de ainda se dizer seu representante.
Suellen
Nesse contexto, as pesquisas terem apontado vitória do Bolsonaro em Manaus seria um bom indicativo desse raciocínio. A mesma Manaus em que as pessoas pagaram os tubos por um tubo de oxigênio para dar um fôlego a seus entes queridos não muito tempo atrás.
Mas, objetivamente, sem dúvida Ciro foi o maior perdedor. E nós com ele, pois enterrou de vez a ideia de uma terceira via. Agora a cada eleição, teremos que pensar em Teoria dos Jogos mesmo (+4/+8).
Javaporco Antifa
Minha torcida era pro Ciro perder e ficar atrás da Tebet mesmo.
O palhaço pode ter enganado os liberaloides da esQUEERda com a proposta populista de securitizar as dividas no SPC e no SERASA, mas não é segredo pra ninguém que tal turma no geral paga pau é pro Lulão velho de guerra.
E se o Lula vier a faltar, vai ser um desastre pra quem vive as sombras do lulismo, a não ser, talvez, pro PSOL, que se encaminha no sentido de se tornar uma espécie de PT 2.0, mas com um discurso mais alinhado com os identitários QUEER de classe média alta, com dinheiro e influência pra alienar grande parte da turminha zoomer e talvez mais adiante da criançada da geração alfafa, que teve Youtube e Twitch como substitutos (piorados) em relação ao que a TV foi para xoomers e millennials.