Nomes de Eleitos

Comecemos pelos hediondos na essência, aqueles candidatos que, mesmo com nomes dentro da normalidade, não acrescentarão nada de positivo para o país – muito pelo contrário.

Carla Zambelli, aquela lunática que, em plena pandemia, disse que estavam enterrando caixões com pedras dentro e incentivou as pessoas a abrirem os caixões, lembra? Aquela que foi internada alegando estar com covid e apareceu no dia seguinte em redes sociais dizendo estar ótima por causa da Cloroquina e o hospital desmentiu que estivesse internada por covid, alegando que ela estava ali por uma endometriose? Se elegeu.

Eduardo Bolsonaro? Eleito. Ricardo Salles, que asfaltou a Amazônia? Se elegeu. Celso Russomano? Eleito. Pastor Marco Feliciano? Também! Mario Frias, atorzinho de Malhação, aquele que falou que Paulo Gustavo não morreu de covid e que ativista negro deveria tomar banho, também se elegeu.

Luiz Philippe de Orleans e Bragança? Eleito! Nem precisa voltar à monarquia para que a família real tenha poder no Brasil. O “delegado” Paulo Bilynskyj, aquele que foi baleado em situação suspeita na casa de sua namorada (e que não é mais delegado, foi demitido por ter usado um vídeo de estupro como incentivo a concursando para os quais dava aula) também se elegeu! Tiririca? Não seria uma eleição se Tiririca não fosse eleito!

E por falar em tradição, Roseana Sarney foi eleita novamente. Aécio Neves também. Gleisi Hoffmann também. Pazuello, aquele ignóbil que deixou gente morrer por falta de oxigênio? Eleito! Não apenas eleito, como segundo mais votado! Benedita da Silva, Crivella, Pedro Paulo (aquele que espancava a mulher), todos eleitos! Maria do Rosário, Osmar Terra (Plana) e até Zé Trovão, de tornozeleira eletrônica… todos eleitos!

Lembra quando se lamentava que o Deputado Federal mais votado era o Tiririca? Pois é, você está pestes a sentir saudades disso. O mais votado foi um moleque que divulgou um vídeo de uma aluna transgênero usando o banheiro feminino de um colégio com o título “Travesti no banheiro da escola da minha irmã”, detonando a escola e a pessoa que estava usando o banheiro, incentivando os pais a boicotarem a escola. “Mas Sally, brasileiro não tem memória”. Querido leitor, isso foi em julho, dois meses atrás.

“É por isso que eu vou votar no Lula, eu quero que isso acabe”. Não vai acabar. Inclusive se o Lula se eleger vai piorar, a resposta será ainda mais raivosa, mais destrutiva, mais agressiva. A patrulha vai aumentar, para, a cada vírgula, dizer “olha aí no que dá colocar o petê no poder”. Não há forma de impedir isso com o voto, isso se impede com educação, conscientização e diálogo.

Mas o brasileiro prefere apontar e repetir como são burros os bolsonaristas. Sabe o que muda assim? Nada, absolutamente nada. E burro é quem faz isso, pois está polarizando ainda mais a situação e, adivinhem? Gente burra é maiora. Quem vai acabar tomando bem no cu é você, que desfila sua superioridade intelectual, pois o grupo que você está antagonizando pode não ser inteligente, mas é maioria – e é isso o que é levado em conta no sistema eleitoral brasileiro.

Estes e muitos outros hediondos estão eleitos, criando um Congresso muito mais conservador, sem qualquer alinhamento ideológico que não os próprios interesses dos congressistas. Para conseguir ter qualquer coisa aprovada por estas pessoas (e Presidente da República não pode nem peidar sem autorização do Congresso) vai ser necessário pagar um mensalão muito mais caro que o de 10 anos atrás.

O que nos leva ao ponto de sempre: foda-se quem for eleito para Presidente da República, não há qualquer perspectiva de melhora com estes Congresso. O Presidente estará de mãos atadas, dependendo desse bando de malucos que, juntando a ambição e a incompetência, não serão capazes de fazer o país dar um passo à frente. Nessa altura, eu votaria penando em que será o Ministro da Economia em cada governos, para que a trolha que vai entrar, talvez, seja um pouco menor.

Dito isto, vamos aos bizarros-raiz, aqueles cujo nome e postura não indicam que serão capazes de desempenhar o cargo da melhor forma possível. Durante esse um mês de Anula Eu, não faltou leitor dizendo que esses bizarros estavam ali apenas para fazer número, como coadjuvantes e que eles nunca se elegeriam. Eu acreditei. A gente faz isso, acredita no que quer acreditar.

Pois não foi bem assim. Por motivos de espaço (preferi colocar menos nomes mas poder comentá-los), não coloquei todos os bizarros que se elegeram nesta postagem, mas você pode consultá-los no sute do TSE: sendo bastante bondosa e relevando muita coisa, contei, por alto, mais de 200 nomes que, em minha opinião, eu não colocaria nem como síndico de prédio.

Vejamos: o Congresso é composto por aproximadamente 600 ignóbeis. Se, destes, 200 são material do Anula Eu, pelo menos um terço do Congresso é de pipoqueiros, funkeiros e pessoas que não sabem nem onde estão. Sim, essas pessoas se elegeram. Sim, elas criarão as leis que você e o seu Presidente da República terão que cumprir nos próximos anos. Boa sorte a todos.

Vamos a um rápido passeio por alguns nomes que se elegeram?

Começamos com Yuri do Paredão (o Brasil nos faz torcer para ser um ex-BBB, pois é melhor isso que o um membro de um grupo de extermínio), Dayany do Capitão, Gilvan O Federal da Direita, Da Vitória, Glaustin da Fokus, Adriano do Baldy, Daniel Agrobom (novamente, torcendo para isso ser um supermercado e não Daniel um desmatador), Detinha e Josimar Maranhãozinho.

Temos ainda o formalíssimo André Fufuca, Marreca Filho (fascinada com a ideia de ter uma mãe marreca), Emanuelzinho, Pinheirinho (achei oportuno, o Natal está chegando), Emidinho Madeira, Beto Preto (branco como um papel) e Priante.

O fascinante Antonio Doido também se elegeu (quem disse que sinceridade não leva a lugar nenhum?), Keniston, Delegado Caveira, Lula da Fonte, Jadyel da Jupi e Washington Quáquá, que um olhar descuidado pode pensar ser um vendedor ambulante conhecido por uma onomatopeia, mas é vice-presidente do PT.

Prosseguimos com Juninho do Pneu, Mineiro (eleito pelo Rio Grande do Norte), Danrlei de Deus Goleiro (nada como um ex-jogador da seleção brasileira para uma atividade intelectual!), Daniel da TV, Lebrão, Helena da Asatur, Toinho Andrade, Carlos Gaguim (ninguém escolhe ser gago, mas escrever errado sim).

A quem interessar possa, Moderno Maximus teve apenas 37 votos. Que país bosta! Eleger todas as outras aberrações? Claro, sem problemas! Mas o único que eu estava torcendo? Ah, não, esse não, esse será rejeitado! Mestre Dejair Canibal teve 566 votos. Ah, desculpa, já ia esquecendo: isso é só para Deputado Federal. Vamos agora para os estaduais…


Sim, meus queridos, a piada pronta continua. Achou que era só para fazer número, que os candidatos com nomes inaceitáveis nunca iriam se eleger? Um conselho: não subestimem o Brasil.

Começamos por André da Droga Vale (continuamos esperando que esse seja um nome de farmácia e não que o nobre congressista distribua drogas), Tchê (eleito pelo Acre!), Chico Viga, Jack JK, Abdala Fraxe, Rozenha e Bobô. Eu tenho uma amiga cujo cão se chama Bobô, mas infelizmente não foi ele o eleito.

Prosseguimos com Hassan de Zé Cocá, Zó, Binho Galinha (os animais com penas levaram vantagem nessa eleição), Raimundinho da JR, Pancadinha (nessa altura prefiro que o apelido venha do fato dele bater na mulher e não da música de axé com esse nome), Firmo Camurça e Davi de Raimundão (corajoso da parte do Davi assumir esse relacionamento, só não precisava ser no nome).

Temos ainda Missias do MST (assim mesmo, com “i”), Pablo Muribeca, Ferraço, Alexandre Xambinho (nível: não sirvo nem para escrever o nome de um iogurte), Issy Quinan, Lincoln Tejota, Carlos Lula, Rafael Leitoa e Juscelino Marreca (definitivamente, as aves estão com tudo!)

Continuamos com Ana do Gás, Nininho, Valdir Barranco, Beto Dois a Um (teria Beto dupla personalidade?), Juca do Guaraná Filho, Doorgal Andrada, Betão, Lohanna e Bim da Ambulância (imaginando que tipo de história Somir escreveria para Bim da Ambulância).

Temos Zé Laviola, Professor Cleiton Cleitinho (Cleiton² ficaria melhor), Grego, Cobra Repórter, Batatinha, Matheus Vermelho, Chió, Chamonzinho, Chicão, Direcu Ten Caten, Zeca Pirão, Antonio Tonheiro e Bob Fllay (com esta exata grafia).

Continuamos com Chaparral, Aglaislon Victor, Kaio Maniçoba, José Patriota, Joel da Harpa, Nino de Enoque, Gracinha Mão Santa, Nerinho, Valdecy da Saúde, Tia Ju, Brazão e Gustavo Tutuca. Estou ficando sem forças para comentar.

Carlinhos BNH, Giovani Ratinho, Fred Pacheco Banda Dom, Wendel Lagartixa (Deputado mais votado no seu estado!), Tomba Farias, Costela, Paparico Bacchi, Joel da Igrejinha e Gaúcho da Geral.

Neri O Carteiro, Classmann (esse merece muito um Des Contos!), Dr. Luiz do Hospital, Gislaine Lebrinha, Chico Mozart, Eder Lourinho, Dr. Claudio Cirurgião e Marquito Marcos José Abreu.

Para finalizar, temos Pato Maravilha, Chico do Correio, Luizão Dona Trumpi (me diz que não foi uma homenagem a Donald Trump!), Paula da Bancada Feminista, Delegado Olim, José Wilson Xerife Consumidor, Barba, Monica do Movimento Pretas, Capitão Telhada, Gipão e Vitão do Cachorrão.

Eu não sei nem o que dizer. Olhando para tudo isso, só um pensamento me vem à cabeça: o Pilha poderia ganhar. Quando fazíamos campanha política para o Pilha (sem ele nem saber), era uma piada, uma brincadeira com o absurdo. Hoje, o Pilha poderia tranquilamente ganhar.

Digo mais: o Pilha seria melhor que a maioria desses bizarros que se elegeram. Talvez melhor do que os políticos profissionais também. Lamentável, muito lamentável.

Se somar os bandidos corruptos com os incompetentes dá 100%. É com essas pessoas que o Presidente da República vai ter que compor, negociar, conversar. O que vocês acham que pode sair de bom dessas pessoas?

Repito o que venho falando desde o começo do ano: pouco importa quem seja o Presidente da República, quem manda no país é o STF e o Congresso e ambos estão com composições hediondas. Em vez de perder seu tempo militando por político X ou Y, use sua energia para buscar meios de sair do Brasil.

E parem de se aborrecer por política, é uma causa perdida no Brasil!

Para dizer que pela história de vida Mestre Dejair Canibal ele merecia ser eleito, para dizer que quer ver o Somir escrevendo sobre Moderno Máximus ou ainda para dizer que a Lei da Ficha Limpa só serviu para barrar o Pilha: sally@desfavor.com

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Comments (18)

  • Valeu pela menção desonrosa de alguns dos 1501 eleitos para a deputaria federal, para as deputarias estaduais e para a deputaria distrital, mas tenho uma que é um desfavor ambulante que se a cara de pau permitir, vai tentar se eleger pro congresso daqui há quatro anos.
    Falo aqui de uma blogueira que vivia de expor o filho autista de uma forma mais acintosa que o Miogo Dainardi e que vendo que autismo estava rendendo grana, fama e poder pros envolvidos com a questão graças ao nefasto efeito Treta Ghunberg, resolveu correr atrás de se garantir numa mamata a todo custo fazendo carreira na política.
    Inicialmente a mesma esteve metida no partido do solzinho, um lugar tóxico especialmente para os mais jovens e no qual ela entrou já se achando concorrendo ao cargo de deputada federal. Ficou de suplente, mas nem esperou muito tempo e foi querer concorrer de vereadora na cidade de Pão Saulo, também ficando de suplente.
    No correr de todo o tempo entre eleições ela estava lá bajulando suas então colegas de partido com interesses pra lá de óbvios.
    Ao ser exposta, além de processar civelmente (por uma página com alcance mínimo) por supostos danos morais e de quebra criminalmente nos três crimes contra a honra quando forçando muito, só seria cabivel um, mas sabe como é a ju$tica bra$ileira onde Fariana Merrer conseguiu levar um processo criminal no qual ela claramente perderia até as últimas consequências, conseguindo até uma lei em sua homenagem graças a indecorosa postura do advogado que defendia sua contraparte.
    Do nada tal pessoa de blogueira passa pra dona de um instituto… Oi, será que vocês não estão percebendo alguém queimando a largada logo de cara com sua própria autopromoção? Algo fede demais ai e esse angu tá cheio de caroço.
    Se fosse pra eu escolher entre Zarla Cambelli e tal ser, logicamente ficaria com a Zarla, que com todos os seus abusos e suas loucuras, ainda serve pra contemporizar em alguma questão política enquanto outras figuras carimbadas do meio político no geral não estão dando a mínima.

  • Para fazer justiça ao Tiririca (em comparação com o resto), lembro que ele tinha um projeto de lei para “Política Nacional de Apoio ao Circo”. Além de obrigar estados, municípios e a União a reservarem dinheiro do orçamento para o setor, Tiririca queria que cada município do país tivesse um espaço adequado para receber o circo. Tinha ainda um outro voltado para aposentadoria de trabalhadores circenses. Diante da palhaçada (/turun tss/) que nos aguarda, eram projetos interessantes.

    • Socorro

      Congressista muito bem pago para pensar no bem da coletividade, em um país onde falta o básico, só pauta assuntos de interesse pessoal!

    • Além disso, o Tiririca é frequentemente elogiado como um dos deputados mais assíduos nas sessões parlamentares.

      Por outro lado, elogiar político pelo mero ato de comparecer no local de trabalho – especialmente num local no qual só são obrigados a ir à terça, quarta e quinta – é só mais um indicativo do buraco moral e ético em que estamos enfiados…

      E parece que não largamos a pá. Queremos sempre cavar mais fundo.

  • “Alexandre Xambinho (nível: não sirvo nem para escrever o nome de um iogurte)”. Mas CHAMBINHO não é um iogurte! É um queijinho! É chamado de queijo petit-suisse, tá escrito na embalagem. Mas esse queijinho é confundido com iogurte por causa da textura, do gosto doce e porque adicionam polpa de fruta na fabricação.

  • Porra, parece que a cada ano o Brasil consegue se tornar um país MAIS insalubre pra se viver pqp Tenho considerado cada vez mais realmente imigrar e só voltar aqui pra ver família e amigos

  • Sally, esse Bobô que você mencionou no texto é mais um ex-jogador que conseguiu se eleger graças à fama que ainda mantinha desde os tempos de ídolo do futebol. Maior estrela do Bahia campeão brasileiro de 1988, Bobô também rodou por São Paulo, Fluminense, Corinthians e Internacional e teve ainda uma breve passagem pela seleção. Uma polêmica em que se envolveu na época em que jogava e sobre a qual ainda hoje não gosta de falar ocorreu enquanto atuava pelo São Paulo, quando supostamente teria sido assediado sexualmente pela filha do então presidente do clube, José Eduardo Mesquita Pimenta. E uma outra coisa pela qual esse ex-jogador ainda é lembrado é a homenagem que recebeu de Caetano Veloso na letra da canção “Reconvexo”, em um verso que diz: “Quem não amou a elegância sutil de Bobô”?

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