Desfavor de mérito.

(imagem: primeira imagem do desfavor, como ideia ainda, em 2008)

Mais um ano de Desfavor começa, mais um ano de um dos projetos mais longevos da internet, por incrível que pareça. Sally e Somir tem orgulho do que construíram junto com os impopulares, mas o foco gera discussão.

Tema de hoje: qual é o maior mérito do Desfavor?

SOMIR

O foda-se. Não foda-se para a qualidade, porque mesmo nos textos mais merda somos nós tentando de verdade, mas o foda-se para a popularidade e para o aspecto financeiro do projeto. Estamos na internet moderna, mas não nos curvamos a ela.

Quando o Desfavor nasceu, no longínquo 2008, nossa ideia era produzir conteúdo que achávamos interessante e/ou divertido. De nosso ponto de vista. Claro que com o passar do tempo fomos nos transformando como pessoas, porque ninguém fica igual a vida toda (pelo menos não deveria), mas tinha uma convicção inicial de expressão a qualquer custo que conseguimos manter apesar de tudo.

O primeiro lugar onde eu e Sally escrevemos juntos existiu durante a era dos blogs, onde muita gente experimentou seus quinze minutos de fama com um novo formato de divulgação de conteúdo. Tivemos a mesma sensação de limitação com o poder dividido com outras pessoas, e decidimos pegar nossas coisas e fazer algo nós mesmos. Não achávamos graça em produzir material “seguro” para ganhar popularidade.

E se tem uma coisa que nos manteve unidos nesse tempo todo, que nunca permitiu que nossa parceria se quebrasse, foi essa ideia de fazer o que queríamos fazer sem nos obrigar a agradar todo mundo ou buscar fama virtual. É algo que vem da personalidade, muito mais profundo que um trabalho em comum. Tanto eu quanto a Sally derivamos felicidade de produzir o conteúdo que queremos produzir. Talvez até por motivos diferentes, mas a base é a mesma.

Tem muita gente que não gostou do que fizemos nesse tempo todo. Tem muita gente que entrou no Desfavor, achou nosso conteúdo horrível e foi embora. Tem muita gente até com problemas emocionais sérios que ficou grudada aqui feito uma craca mesmo dizendo que odiava a gente ou que escrevíamos. Alguns provavelmente vão deixar comentários neste texto.

Não ganhamos um centavo com isso. Todo ano gastamos um dinheiro considerável com a estrutura, dedicamos muitas e muitas horas produtivas da vida para manter o Desfavor funcionando. Mais do que palavras, temos atos para provar: estamos fazendo o que queremos fazer, isso aqui é de verdade, dos textos mais idiotas aos mais profundos. Não se sustenta uma mentira por tanto tempo, com tanto material produzido.

É isso que eu não vejo mais na internet de 2023. Esse tipo de conteúdo feito por puro interesse pessoal vai se tornando minoria, desestimulado pela concorrência de gente que vende a alma para o algoritmo, que quer pagar suas contas e/ou ficar rica com as redes sociais. Então, eu vejo um mérito muito grande em arrastar aquela “inocência” da internet do começo do século até os dias atuais. Não tem like, não tem dinheiro de anunciante, não tem expectativa de fama, só têm textos que queríamos escrever.

Tem conteúdo muito bom na internet moderna, eu mesmo consumo vários deles, mas fica claro como muita gente precisou se profissionalizar para aguentar o tranco de produzir material com frequência. Não é nem que eu esteja batendo em todo mundo que quis transformar sua produção em profissão, direito total deles, mas tem algo que se perde nesse caminho.

Cada um destes textos é um equilíbrio entre vontade de se expressar e zero repercussão se não acontecer. Quem é mais das antigas lembra de quando eu vivia com dificuldades de postar meus textos, a Sally já teve que tocar isso aqui quase sozinha por vários e vários dias que eu estava sem capacidade de produzir. Sally sempre achou jeitos “curiosos” de gerar uma punição para mim, mas nunca me chantageou emocionalmente, por exemplo. Eu não perco dinheiro nem mesmo a proximidade com ela se deixar de postar. Zero consequências mesmo.

Mesmo assim, os textos saem. Por isso nossos temas podem ir para onde vão: eu sinto que me repito nos temas? Sim, mas eu gosto dessa coisa de ir refinando uma ideia em diversas iterações. Eu enfiei ficção no meio do conteúdo sem nenhuma justificativa? Sim, mas eu me divirto escrevendo ficção. E digo com a experiência de mais de uma década conversando sobre temas e textos com a Sally, ela não faz nada forçada também. Ela não escreve o que não quer escrever, ela não se força a continuar colunas muito populares que não fazem mais sentido para ela (Sally Surtada e Processa Eu!).

Liberdade. Isso é o diferencial do Desfavor. Liberdade de sermos bons, de sermos ruins, de insistir no que acreditamos, de mudar de ideia se quisermos, sem nunca se preocupar se o número de cliques e visualizações aumentou ou diminuiu. Às vezes pegamos algum conteúdo que rendeu mais e estendemos, mas só porque nos divertiu a reação positiva. No sentido oposto, passamos quase dois anos lendo críticas aos conteúdos sobre a Covid-19. Se fôssemos obrigados a seguir a reação popular, não teríamos continuado. E se não tivéssemos continuado… isso aqui não seria mais o Desfavor, afinal, a coisa que achávamos mais importante dizer naquele tempo não seria dita.

É uma identidade, que muita gente não gosta, mas que nos entregou uma série de leitores e leitoras fiéis durante os anos. Tem gente que saiu da adolescência e chegou na vida adulta com o Desfavor, tem gente que começou na balada e agora tem filhos para cuidar, tem gente que entrou na velhice lendo a gente. E eu tenho certeza de que esse “foda-se” do bem que sempre tivemos aqui é parte essencial desse processo.

As pessoas sabem reconhecer quem faz as coisas de verdade, por gosto. Ninguém é obrigado a continuar nos lendo, nunca fizemos pressão por isso. Tem quem suma por anos e volta, tem quem chegue e tome um susto com mais de 14 anos de conteúdo nos arquivos, espantado como nunca ficou sabendo da gente antes. É como a Sally e eu lidamos com as pessoas na nossa vida: fica quem quer e só fica se quiser. As melhores relações que tivemos são baseadas nisso. Não gostou do Desfavor? Boa sorte na sua vida, mas estamos fazendo o que queremos fazer. Deixou de gostar do Desfavor? Boa sorte na sua vida, mas estamos fazendo o que queremos fazer. Voltou a gostar do Desfavor? Ficamos felizes, estamos fazendo o que queremos fazer. A gente não fica aqui forçado, vocês também não.

É sobre o foda-se. É o jeito Desfavor de ser, é o nosso jeito de ser. Eu tenho orgulho de ter mantido essa alma o tempo todo, mesmo mudando de ideia sobre inúmeras outras coisas. Na era das bolhas criadas por inteligências artificiais, conseguimos nos sentir livres.

Para dizer que gosta do texto porque parece mais culto quando te pegam lendo sobre cu, para dizer que o maior mérito é não gostar das coisas que você não gosta, ou mesmo para dizer que está se sentido velho(a): somir@desfavor.com

SALLY

Qual é o maior mérito do Desfavor?

A forma como disponibiliza conhecimento.

Para começo de conversa, é gratuito por convicção. Gratuito de verdade. Não cobramos e não monetizamos de nenhuma forma (muito pelo contrário, gastamos dinheiro com o Desfavor). Não temos patrocinador, não temos anunciante, não temos absolutamente nada nem ninguém que interfira direta ou indiretamente no que queremos dizer.

E poderia ser monetizado. É uma escolha que não seja. Os próprios leitores já sugeriram que a gente faça algum esquema de assinatura e, cada vez que alguém brinca nos comentários que paga sua assinatura, aparece um pessoal para perguntar como assinar para ter uma versão mais completa. Então, é gratuito por convicção.

Além disso, não é conteúdo setorizado, nichado. Falamos sobre tudo, desde fezes até energia nuclear. Desde física quântica até clipe de funk. Isso é algo muito difícil de encontrar hoje, ainda mais quando a equipe de produção de conteúdo conta com apenas duas pessoas.

Não raro cai um desavisado aqui em um texto específico (costuma acontecer muito no texto sobre gatos) e acha que é um blog inteiro sobre esse tema. Hoje o conteúdo é tão voltado para nichos que muita gente sequer consegue compreender o conceito de um blog que fala sobre tudo.

O estilo slow content também me orgulha. Vivemos na era do resumo, do rápido, do descartável. Desfavor está há quase 15 anos firme e forte no seu formato de textos de quatro páginas (às vezes mais) levando conhecimento (mesmo quando tem opinião nos textos, tem informação também) de forma lenta, mais profunda do que a média e com o máximo de didática que conseguimos.

Nossa “linha editorial” (por falta de termo melhor) também é um diferencial: em tempos e corta-cola, de vencer quem divulga a informação mais rápido, nós nos propomos a trazer sempre um novo ponto de vista sobre temas atuais. Tentamos não reproduzir o que todo mundo está falando, apesar de ser o que rende mais visualizações. Preferimos tentar abordar os temas com uma nova perspectiva. Não é algo que eu veja muita gente fazendo, principalmente por anos a fio.

Nossa forma “com culhões” de apresentar opiniões e conhecimento também são um artigo em falta no mercado: falamos coisas que podem ser passíveis de processo (ou coisa pior) e seguramos o rojão de todos os comentários polêmicos que geram o mesmo risco. Para quem não sabe, legalmente, a responsabilidade pelo que é dito nos comentários é nossa, não de quem deixa os comentários.

Nós compramos o barulho do leitor para fazer dos comentários uma área livre para expressão. Não quer dizer que aprovemos tudo, aquilo que não agrega não é aprovado. Mas já aprovamos coisas que podem ser consideradas racistas (que nós não consideramos) e outros supostos crimes que poderiam gerar alguma dor de cabeça. Por mais que não seja assim tão fácil chegar até os autores de um blog, quando realmente existe interesse ou um clamor popular forte, pode acontecer. E nós topamos correr esse risco.

Outro mérito é a quantidade de conteúdo: é diário, há quase 15 anos, mas também é independente: você pode deixar de ler um tempo e retornar, sem ficar perdido. Não escravizamos o leitor, somos como uma revista, o que interessa a pessoa lê, o que não, vira a página. Mas o conteúdo está lá.

Também procuramos produzir conteúdo que mantenha o leitor atualizado. Se você viu explodir uma polêmica ou um assunto complexo, você sabe que provavelmente vai abrir o Desfavor e encontrará um texto sobre isso. Queremos dar uma opção a quem não tem tempo ou paciência para fazer pesquisas extensas, como por exemplo toda a história de países que estão em uma guerra. Aqui tem o básico que você precisa saber para não passar vergonha.

Além disso nosso conteúdo é original. Não tem corta-cola, não tem repetição, não tem texto antigo reciclado. Tudo que você lê aqui é conteúdo original, literalmente falando: nada é terceirizado. Nós fazemos tudo, desde a pesquisa até a revisão final do texto. Mais ninguém mexe nos nossos textos.

Nosso conteúdo, além de não ser nichado, é eclético. Tem humor, tem ficção, tem utilidade pública (nossa série de primeiros socorros já ajudou muita gente), tem todo tipo de estímulo que você possa imaginar. Falar sobre tudo nem sempre quer dizer um conteúdo eclético: tem gente que faz blog falando mal de tudo. Fala sobre tudo? Sim, mas com um único enfoque. Aqui você vai encontrar de tudo e com diferentes enfoques.

Tem a parte do anonimato também, que eu acho um mérito. Não no sentido de “conseguir se manter escondido”, pois isso a gente já desistiu faz tempo (nem faz mais sentido), tanto é que vários leitores nos encontraram pela internet da vida (oi Sam, oi Bel) e outros já nos conheciam desde antes (oi Suellen).

É anonimato no sentido de que o foco aqui é no conteúdo, não na minha carinha, no meu corpinho, na cor atual do meu cabelo, no que eu compro, no que eu visto. Nós estamos em segundo plano, para deixar o conteúdo brilhar. Quantas pessoas fazem isso? Quantas pessoas dizem “meu conteúdo é mais interessante do que a minha vida e a minha aparência, vou priorizar isso”?

O próprio fio condutor que une e amarra tudo que a gente faz aqui, o “desfavor”, é único: foi uma palavra que a gente criou, que significa o contrário de fazer um favor. Um ”desfavor” é fazer um desserviço e conseguimos, há 15 anos, amarrar tudo que escrevemos em torno desse tema central: os desfavores o Brasil e do mundo.

“Mas Sally, vocês falam de coisa boa”. Sim, como forma de suprir uma lacuna, que é o grande desfavor envolvendo o tema. Se todas as escolas ensinassem primeiros socorros e todo mundo soubesse salvar seu pai ou sua mãe de um infarto ou de um AVC, não seria necessário que dois leigos precisem sentar a bunda na cadeira e estudar isso à exaustão para tentar traduzir estes procedimentos em um texto palatável. Falamos de coisa boa, mas por um motivo: é um desfavor que isso não seja ensinado a todos em larga escala.

Outro ponto forte do nosso conteúdo é: não estamos preocupados em visualizações, por isso podemos falar das coisas feias como elas são, por mais incômodo que seja. E, não se enganem, “falar mal”, falar dos desfavores não é “baixo astral” ou negatividade. É a forma mais eficiente de correção da realidade bosta na qual vivemos.

Jogando luz no que precisa ser melhorado/solucionado damos oportunidade às pessoas para que elas se unam, olhem para essa situação e façam algo. Não somos o Felipe Neto gritando “não faz sentido”. Não é falar mal por falar mal, é apontar o problema, suas raízes e debater soluções.

Talvez você encontre algumas destas características em outros lugares, mas todas, eu acho muito difícil. Só aqui no Desfavor. Talvez você não ache mérito nada do que eu falei, e tá tudo certo, isso é um julgamento pessoal de cada um, mas na minha escala de valores, hoje, eu faço no Desfavor exatamente aquilo que eu acredito que é o melhor para quem nos deu a honra de nos incluir em sua lista de curadores de conteúdo.

Faço o que eu sempre gostaria de ler, mas nunca encontrei em lugar algum. E, pelo número de leitores que temos, eu suponho que este blog tenha alguma utilidade.

Para dizer que nosso maior mérito é não cobrar pois você está pobre, para dizer que nosso maior mérito é a coluna Siago Tomir ou ainda para dizer que nosso maior mérito é a coluna Des Contos: sally@desfavor.com

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Comments (30)

  • Hahaha o que eu mais gosto é a maneira como vcs tornar os temas super fácil de entender e o foda-se se fulano gosta ou não eu adoro isso, parabéns sou super fã desse blog.

    • Falar difícil é fácil, quase todo mundo consegue. E falando difícil você distrai o leitor para que ele não perceba incoerências, falta de profundidade e outras falhas na sua escrita: a pessoa acha que não entendeu por ela ser burra.

      O difícil mesmo é falar fácil, deixar seu ponto completamente nu, para ser debatido.

      Muito obrigada por destinar tempo da sua vida para ler o que escrevemos!

      • Aproveitando o gancho, será que cabe um texto sobre gente que fala difícil? Sabe, pessoas que não admitem a própria ignorância e que, com muita verborragia e um pretenso rebuscamento no vocabulário, só conseguem impressionar mesmo aqueles que são tão ou mais parvos que elas próprias. Um exemplo famoso da ficção é o político baiano Odorico Praguaçu, interpretado pelo ator Paulo Gracindo na novela global “O Bem Amado”, de 1973: analfabeto, antiético, grosseiro e proviciano, mas que diz suas parvoíces carregadas de neologismos com tal convicção em seus discursos que acaba convencendo seus cupinchas e eleitores, que são tão tapados quanto ele mesmo.

  • Texto extremamente necessário!
    Aliás, muitos pontos pra comentar, vamos lá:

    Concordo que tem que ter muita maturidade emoncional mesmo pra querer minimamente ter filhos e também cuidar deles. Educar, dar carinho, amor, atenção, e ainda ensinar respeito e valores éticos e morais nesse mundo estanho que a gente vive hoje é realmente uma tarefa e tanta, e exige se anular, em partes e por um bom período pra cumprir com a função à altura. Se não estiver disposto, nem tente!

    Concordo também que parece haver uma imposição da sociedade, como se quem não quisesse ter filhos tivesse que ser apedrejado e mal visto por todos. Essa visão tem que mudar e pra ontem!

    Aliás, eu tenho a impressão e hipótese de que essa história de que “ahh vou convencer o cara e ele vai aceitar, vai ser um bom pai com o tempo”, vem dos grandes romances (tá cheio de obra do Balzac com enredos do tipo), ou se não – considerando que quase ninguém hoje lê romances clássicos -, deve vir dessas novelas da Globo por aí, que grande parte do enredo são inspiradas nos grandes romances clássicos, sempre o mesmo clichê de amores impossíveis, imposições sociais e apetrechos.

    E não, por mais que tu queira fazer a pessoa mudar, se ela não quiser, ela não muda! Já vivi isso na pele, por conta própria, não adianta mover esforços se a pessoa não quiser e não fizer a parte dela. Vale pra decisão sobre ter filhos, vale pra tudo.

    • Acho que esse comentário era para o outro texto, mas, em todo caso, respondo aqui mesmo: não vale a pena correr esse “risco” de achar que o outro vai mudar quando falamos em filhos, é a vida de outro ser humano que está em jogo, não é só a sua. Apostar em uma mudança que, na maior parte das vezes não acontece, para dar um bom pai/mãe para seu filho é egoísmo. Por não querer procurar um parceiro decente, acaba condenando a criança a um pai/mãe bosta.

      • Sally desculpe, realmente o comentário era parar o texto sobre não ter filhos. Foi pro lugar errado hehe… Se o Somir puder consertar depois, seria interessante.

  • “Jogando luz no que precisa ser melhorado/solucionado damos oportunidade às pessoas para que elas se unam, olhem para essa situação e façam algo”.

    Lembro com satisfação quando leitores foram consultados para dar ideias quanto à mudança de leiaute do blog, que resultou em um conteúdo maciço e eclético cujo conteúdo pode ser acessado de forma cronológica e conforme o tema.

    Essas funcionalidades do blog permitem saber o que era discutido aqui em uma época ou acontecimento específico, o que traz um valor ainda maior ao que é publicado aqui.

    Quanto à criação da palavra “desfavor”, por mais que o contexto da sua criação tenha sido um tanto esdrúxulo, só tenho a agradecer o que ocorreu pois logo após essa dupla decolou em ‘carreira solo’…

    • Picuinha de mulé. Desfavor nasceu de faniquito de egos. É a prova que sempre dá para fazer uma limonada de um limão…

  • Liberdade é uma palavra boa adotada pelo Somir, mas eu acrescentaria além desta, a palavra autenticidade. O desfavor tem esse mérito de ser algo autêntico, original, e permitir que os participantes sejam também autênticos, verdadeiros, e possam falar sobre tudo em um ambiente seguro, sem maiores consequências. Achar um lugar hoje na Internet para isso é realmente difícil!

  • Difícil escolher um mérito apenas, pra mim são muitos. Acho surpreendente o blog existir há 15 anos de maneira ininterrupta e os assuntos serem os mais aleatórios possíveis. Vi muito site nascer e morrer, muitas modinhas virtuais surgirem e desaparecerem, mas o Desfavor continua firme e forte (e isso não é pra qualquer um).

    Outro mérito é o fato de vcs não serem patrocinados por ninguém. Pro senso comum de quem trabalha com internet isso é ruim, mas no caso do Desfavor a gente sabe que, se a gente vai ler algum texto opinativo, a opinião é totalmente de vcs mesmo, sem qualquer influencia externa. O que mais tem hoje é “influenciador” que se “desconstrói” depois que a grana começa a entrar.

    E, por ultimo, ainda acrescento que o site tem sido um verdadeiro “ponto de equilíbrio” nesta época polarizada insuportável de chata. É um verdadeiro alivio ler um texto aqui que não vai ficar 100% a favor do preto ou do branco, mas sim explorar a gigantesca área cinzenta entre os dois.

    No mais, parabéns pelo trabalho de tantos anos.

  • Eu gosto bastante do Desfavor pelo conteúdo diverso, tem pra todo mundo e sempre dá pra aprender coisas novas. Mas o que eu mais gosto é que não tem apelação e “macaquices” pra chamar a atenção como é tão comum em dias atuais, ou mendicância de likes, clickbaits e essas merdas.
    Fora que é aqui que eu vejo as notícias da semana. Sim, eu vejo a lista toda.
    Não dá para prever o futuro mas de coração eu espero que o Desfavor dure muitos e muitos anos mais.

    • Concordo totalmente com você. A primeira regra da vida de quem escreve tem que ser: não se trai a confiança do leitor. Nada de bait, coisas para aparecer ou algo do tipo. Pode dar certo uma vez, mas depois a pessoa não volta, ou, se volta, te lê com desconfiança.

      Por isso fizemos uma Constituição do Desfavor: para que todo mundo saiba exatamente o que esperar do blog.

      obs: emocionada em saber que alguém lê todas as notícias do A Semana Desfavor!

  • Gosto como vocês destrincham os assuntos, realmente o básico pra não ser um completo sem noção, e são textos simples de entender.

    Comigo começou com um texto sobre vômito, me ajudando a lidar com minha emetofobia (ô fobia desgraçada, viu).

    Também é muito reconfortante um eventual “não precisa ser assim” e um “não tem que nada” daqui sobre as neuras comuns dessa sociedade de merda. Não é todo lugar que sabe abordar sobre inteligência emocional sem soar como um coach maldito.

    • Emocionada. É a constatação de que não importa qual seja o assunto, mesmo que seja vômito, se você escrever do jeito certo, atrai leitores de qualidade!

  • Poderia ser monetizado mesmo, não pelos leitores, mas por anunciantes. Teve uma época que virou e mexeu tava falando de doenças, achei um saco. O bom é variedade. Uma boa fonte de informação, as coisas que mais chamam atenção se encontra aqui bem explicado.

  • Os dois textos de hoje se complementam. E quanto à pergunta “qual é o maior mérito do Desfavor”?, para mim, a reposta está justamente em uma amálgama das que foram apresentados pelo Somir e pela Sally: entregar diariamente conteúdo original, interesante e diversificado por anos a fio resistindo a modismos e temperando tudo com um belo de um “foda-se”, tanto para o que se convencionou considerar como popularidade na internet quanto para as formas que muita gente por aí adota na tentativa de conseguir relevância.

  • “O inusitado é melhor do que o óbvio”.

    Gosto bastante daqui, acaba sendo acolhedor frequentar essas páginas dia após dia.

    Obrigada, Sally e Somir, por proporcionarem essa experiência.

    • Dependendo do assunto, é melhor mesmo obter as informações por escrito. Em textos é possível ser bem mais minucioso e profundo, e ao mesmo tempo, manter uma prosa ágil e cativante, dependendo só da habilidade de quem redige. As postagens sobre o coronavírus, por exemplo: se todo aquele volume de informação que a Sally nos trouxe fosse transmitido de forma audiovisual, poderia ficar cansativo, mesmo fracionando em uma série de vídeos curtos. Sem falar que é bem provável também que muita coisa acabaria “se perdendo na tradução” ao se pssar da linguagem puramente escrita para a de um meio que exige simplificação.

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