
Boyceta é o cu!
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Uma pesquisa realizada com dados do site WordTips divulgou a definição de palavras que cada país mais pesquisou em 2024. Os brasileiros mostraram o tamanho da sua expressividade on-line tornando “boyceta” a mais buscada não apenas no Brasil, como em todo o mundo, com cerca de 220 mil acessos por mês. LINK
No Paraguai foi xenofobia; em Moçambique, filosofia. O padrão se repete mundo afora, com o Brasil absolutamente fora da curva. E mais, foi, por números, a palavra mais pesquisada NO MUNDO TODO. Desfavor da Semana.
SALLY
Tempo de leitura: esqueci de contar
Resumo da B.A.: o texto fala da vagina da mulher mas escreveram errado nao entendi o motivo do rapaz falar tão mal deve ser viado.
Eu sei que aconteceu muita coisa relevante esta semana, mas, sinto muito, o tema é este. E por insistência minha. Eu fiz questão. O que pode parecer uma besteira para muita gente, é uma abominação se você analisar a situação com um pouco mais de calma.
Eu não peço muito do Brasil. Eu não espero muito do Brasil. A gente já sabe que vem merda. A gente já sabe que vai ser medíocre. Mas eu ainda espero que não passe vergonha perante o mundo. Inocência minha, provavelmente.
Saiu uma lista das palavras mais buscadas por cada país no ano de 2024. A lista completa está aqui, inclusive com infográficos.
Vamos analisar rapidamente. Eu não vou pegar países civilizados, pois é muito esperado que a palavra mais pesquisada pelo Canadá seja “integridade”. Vamos pegar país fodido, país com IDH 0,5 para baixo. Países nos quais as pessoas claramente não têm condições de nada a não ser de tentar sobreviver.
No Senegal, a palavra mais procurada foi “biodiversidade”. Na Nigéria foi “amor”. Mesmo em países nos quais a busca não foi de grande profundidade, ela está em um patamar aceitável. Na Etiópia, por exemplo, o termo mais buscado foi “serviços”. Vamos dizer o que mundo todo está dentro de um padrão de normalidade e adequação.
Menos quem? O Brasil, lógico. A palavra mais buscada pelos brasileiros em 2024 foi BOYCETA. Boyceta, sabe? É essa a palavra que o mundo vai vincular ao Brasil. Essa foi a prioridade de pesquisas do brasileiro em 2024.
“Mas Sally os critérios dessa…”. NÃO. Pode parar por aí. Sob nenhum critério deste planeta o resultado da palavra mais buscada do seu país pode ser Boyceta. Não. Simplesmente não. Apenas pare. Inaceitável.
Se você não faz parte da maioria esmagadora dos brasileiros que passou 2024 pesquisando por Boyceta na internet, aqui vai uma rápida explicação: é uma “nova designação” para o orifício anal de homens que de alguma forma não se acham tão masculinos, algo como “a buceta do homem”. Também tem um pessoal que pegou a palavra para tentar criar um gênero novo, mas insanidade a gente vai ignorar neste texto. Vamos falar apenas da vergonha.
Cu é cu. De homem ou de mulher. É cu. Não importa como você se sente, do que você gosta, como você se identifica. É cu. Não há necessidade de criar um nome especial para o seu cu. O seu cu não é mais especial do que outros cus. Mas ok, gente criando nome bizarro para se sentir especial a gente entende, é parte do pacote dessa gentalha woke que em 2024 estava se sentindo empoderada.
O que eu não entendo é que a palavra mais pesquisada de 2024 seja essa. A pessoa podia aprender qualquer coisa. A pessoa tinha todas as informações do mundo ao alcance do seu clique. Não precisava aprender física quântica, sabe? Não estou pedindo erudição ou conhecimento universitário. Podia apenas pesquisar algo que não fosse vergonhoso, que tivesse alguma utilidade e que pudesse torná-la uma pessoa melhor.
Mas não. Boyceta. E agora o mundo todo tem acesso a esse tipo de escolha do brasileiro. “Mas Sally, você não pode falar muito pois a Argentina pesquisou a palavra Holístico”. Posso. Posso falar sim. Posso falar para um caralho. Primeiro acho mérito a maior parte da população não saber o que significa “Holístico”. Segundo que é algo voltado para saúde física e mental, não é um apelido de cu.
Olhem as buscas dos vizinhos. Equador procurando por “Filosofia”, a Colômbia por “ética”. Mesmo quem está mais fodido, como a Venezuela, está buscando por ferramentas para lidar com isso: “Resiliência”. Os retardados do parquinho procurando Boyceta são os brasileiros mesmo. Nunca mais coloco a América Latina toda no mesmo saco, claramente temos uma criança com problemas mentais nessa turma.
“Mas Sally, qual é o seu ponto?”. Meu ponto é reclamar por duas páginas que o brasileiro passou o ano de 2024 pesquisando cu de homem na internet. Meu ponto é que, apesar de tudo, o Brasil seria um país com um potencial enorme se não tivesse esse povo desinteressado, estelionatário e fissurado em cu. Meu ponto é que eu nunca estive errada a cada dia que senti desgosto e reclamei por morar no Brasil.
“Mas Sally, o que eu posso fazer?”. Primeiro não passar o ano inteiro procurando por cu de homem na internet, em vez disso, usar a ferramenta para algo que melhore a sua vida e a vida dos outros. Segundo, sair do Brasil, pois se você está aqui no Desfavor, você certamente não pertence a um país que procurou massivamente por Boyceta durante todo um ano.
É sério gente, não tem qualquer condição do Brasil da minimamente certo nas próximas décadas. Eu entendo uma eventual conexão afetiva com o país, mas pensem se vale mesmo o risco de sair na rua e levar um tiro, ou pior, de ver seus pais ou seus filhos levando um tiro. Não esperem o pior acontecer. Dá para sair. Não é tão difícil como parece. Toda semana tem dezenas de propostas de trabalho em outros países, como vocês viram ano passado na coluna O Brasil Tem Saída.
Não é só sobre a vergonha. É sobre a índole de um povo. Um povo cuja palavra procurada é Boyceta não quer melhorar, não quer usar os recursos disponíveis para fazer de si mesmo e de seu país um lugar melhor. Vai muito além da vergonha. É sintoma.
“Mas Sally, problema todo país tem”. Me aponte um país cuja população tenha se dedicado incessantemente a pesquisar cu de homem durante todo o ano. Problema todo mundo tem, mas a palavra mais pesquisada ser Boyceta, só o Brasil. O Brasil está sempre muitos degraus acima dos outros em crime, vergonha e problemas.
Que vergonha de vocês, Brasil!
SOMIR
Tempo de leitura: 24 minutos
Resumo da B.A.: entendi que o autor é contra ou a favor dos gays, e sou contra ou a favor dele por causa disso. Precisamos de mais ou menos leis contra ou favor disso.
Esquerda diz que Venezuela e censura é democracia, direita quer dar golpe militar e diz que isso sim é democracia. O brasileiro não sabe nem o que é democracia e está querendo aprender o que é “boyceta”. Vou escrever sempre entre aspas porque não aceito a palavra no vocabulário tradicional.
Então vamos entrar de cabeça nessa “boyceta”… ok, eu acho que poderia ter escrito essa frase melhor… mas seja como for, é mais do que o contraste vergonhoso entre o Brasil e TODOS os outros países que apareceram na lista, é o que essa pesquisa significa sobre a mentalidade do povo.
Se o brasileiro fosse destaque apenas por futilidade da definição de palavra que mais procura, poderíamos explicar pela posição mais única do país na combinação entre pobreza e acesso à internet: estamos num país mediano em diversas características, mas essa média é alcançada por contrastes severos. Quando vamos bem em algo, vamos bem em padrões de países riquíssimos, quando vamos mal, vamos mal em padrão país em guerra civil.
É um povo especialmente ignorante e marginalizado com acesso quase que universal à internet. É um país onde mais casas tem smartphones do que banheiros. Em outros países que consideramos precários, esse contraste é menos pronunciado, então dados de pessoas que usam a internet são mais condizentes com a parcela mais rica e educada da população.
Viu? Eu sei entender a nuance aqui. Só que isso não salva o tema. Porque a palavra “boyceta” injeta de volta algo nefasto na situação. Não é que o brasileiro é especialmente fútil, porque elas por elas, o americano também é. Se fosse uma gíria de um influencer, algo mencionado na novela ou mesmo um fetiche aleatório, poderíamos ficar só na questão da futilidade.
Foi uma palavra adaptada de uma gíria do inglês, que eu já leio há muitos e muitos anos sempre com o mesmo significado (cu masculino), que chegou no Brasil na esteira de tantos outros conceitos derivativos da cultura americana. Mas veja só, quando, por algum motivo que eu não entendo, essa palavra começou a furar a bolha da perversão de nicho para a perversão generalizada, começou a se transformar.
Não se engane, “boyceta” é exatamente o que você imagina pela conjunção das palavras, vem de boy pussy (e sua corruptela bussy) do inglês, algo como buceta de menino. Eu acho hilário escrever essas coisas de um jeito sério… mas foco: um ser andrógino aparece como primeiro resultado da definição, dizendo que boyceta é seu gênero, e dando uma explicação cujas palavras não se unem para gerar significados.
Não é papo de velho: esse povo do B (bissexuais) parece que não consegue se aceitar como é, e todo dia inventam um gênero novo para explicar a mesma coisa, o B. Não precisa ser complicado assim: você sente atração sexual por homens e mulheres, o resto é só sua personalidade. Se eu me sinto atraído por mulheres com cabelo liso, eu não sou heterolisosexual, e se às vezes gosto de mulheres de cabelo cacheado, não me torno heterolisosexual demicacheado!
Gosto não é orientação, personalidade não é gênero. “Boyceta” é mais um desses termos que abusa da boa vontade das pessoas mais racionais, que não, não querem ver os outros tristes e se sentindo deslocados, mas que não precisam de palavras específicas para respeitar o outro. Francamente, se alguém me diz que é “boyceta”, eu começo a desconfiar seriamente até da inteligência da pessoa.
E isso também vai irritando as menos racionais, que pela sua confusão perene sobre o que acontece no mundo, acaba ficando mais intolerante com o que é diferente. Gente que cai no papo furado de sacerdotes religiosos, gurus e coaches em geral, e que no final das contas votam em Bolsonaros para salvar o mundo desse caos mental. Essa gente existe, e quase sempre em volumes suficientes para formar maiorias.
“Boyceta” é complexidade por complexidade. Eu quero viver num mundo onde você pode ter todas as características desse suposto gênero, só não quero viver em um onde precisamos criar um gênero para isso. Porque é ceder à intolerância, é reforçar a ideia que você precisa de bandeiras para tudo o que é para buscar força nos números. É essa ideia torta das políticas identitárias que só conseguem nos separar ainda mais e enfiar a ideia de combate eterno ao invés de convivência pacífica.
E isso é papo de velho: é algo chulo também. “Boyceta” não é conversa de gente educada. Sério, eu escrevo baixarias aqui, mas está no contexto de ser baixaria pelo humor da coisa, ou para reforçar alguns pontos. Mas é tempero, não é prato principal. Essa coisa de combater o preconceito lacrando na cara do sociedade com papo chulo é preguiçoso e superficial. É como eu achar que entrar numa igreja evangélica e cagar no chão na frente do culto todo configura alguma crítica válida.
Não, é só cagar no chão mesmo. “Boyceta” é só cu mesmo. É baixaria que nem choca mais, para ser honesto. O gênero musical preferido da maioria dos jovens é alguém narrando sexo ao som de uma batida. O fato dessa ter sido a pesquisa mais importante para o brasileiro ano passado é o combo nefasto de futilidade por interesse fútil e por falta de utilidade no processo todo.
Porque se você parar para pensar mesmo, é um passo para trás: no meu tempo, o gay era mais macho. Ele enfrentava o preconceito para ser quem queria ser. Com essa profusão de novos gêneros, parece que estão tentando se esconder na multidão. Não é cu, é “boyceta”, um misto de masculino e feminino que não mexe demais com as ideias de gênero comuns na cabeça das pessoas. Relação homossexual disfarçada de hetero.
Eu considero uma derrota depois de tanto tempo ter que ficar criando gêneros e orientações sexuais complexas para não lidar com o fato de querer (ou não querer) dar o cu. “Boyceta” é medo de se assumir. No conceito original, era uma escapatória mental (das mais mequetrefes) para não se aceitar como homem que se sente atraído sexualmente por homens, usando uma ilusão de feminilidade para diminuir as ansiedades em ambos os lados da relação; e quando jornalistas se viraram para achar alguma definição para o termo “boyceta” que não fosse só “gíria para cu de homem adaptada porcamente do inglês”, forçaram a barra com esse novo gênero.
Para ficar ainda mais explícito como desfavor: quem pesquisou por “boyceta” no Brasil nem achou o significado correto. Sentiu o nível de insanidade e desinformação que vivemos? Por isso que falamos que tem muitos países bagunçados nesse mundo, mas o Brasil vive em sua própria categoria.
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O problema não é dar o cu, é negar a realidade.
Ainda bem que nunca tinha ouvido falar nessa desgraça! Que povinho da desgraça esse! Boyceta de rú é côla!
Nem vou dar um google nesse demônio pra não dar ainda mais engajamento!
Mais uma vez feliz em não me enquadrar no conceito do BM!
Tanta coisa para pesquisar, para aprender, para conhecer… e o povo em massa foi de Boyceta
É disso que povo gosta, é isso que o povo quer…
E agora vai ter muito mais busca, porque vcs foram publicar aqui, vou ter que buscar pra aprender que porra é essa que geral tá falando.
Boyceta boyceta boyceta pra todos!
“Essa coisa de combater o preconceito lacrando na cara do sociedade com papo chulo é preguiçoso e superficial.”
Aquele traveco “erudito” do Tertuliana Lustosa tinha que ler isso e parar de rebolar a sua CUCETA (sim, pra ele é CUCETA! Googleiem e sofram!) nos eventos dos quais participa, por amor das próprias causas (furadas) que defende.
Boyceta seria tipo um gíria pra “homem” trans, não? Tipo, eu sou homem e tenho buceta [a original de fábrica, no caso]. A primeira vez que eu ouvi o termo foi qd esse corte de podcast viralizou: https://youtube.com/shorts/SP80mPlt85s?si=zLUW_rVGmkW-zMxa
A expressão pra homens gays seria “cuceta”, eu acho
Sim, e sobre “boyceta = homem trans” também há isto:
https://www.youtube.com/watch?v=yZuAiHBsGLI
Eu me rebelo contra isso porque a fonte principal é sempre a mesma pessoa. O termo boyceta e cuceta são ambos logicamente derivados da expressão do inglês que assombra a internet há mais de uma década. Eu sei de onde essa gente pega as referências culturais americanas, é da centopeia humana chans -> reddit -> redes sociais, cultura online sempre flui do ambiente mais anônimo para o menos anônimo. A turma do abecedário do Q para frente não tem o mesmo processo “ao vivo” de desenvolvimento de cultura, dependem de comunidades online. Podem reapropriar o termo de mil formas diferentes, mas eu mantenho: veio de boypussy sim, porque é uma das palavras na gênese da cultura queer online, e spoiler: os Qs são um fenômeno de internet.
Faz total sentido que a galera queer pegue tudo da gringa. A teoria deles não faz menor sentido levando em conta a realidade do Bananil
A boca só fala aquilo de que o coração está cheio, e os dedos só digitam em buscas online aquilo de que a cabeça está cheia. Se a maioria dos BMs só tem merda na mente, não me admira que fiquei pesquisando por ainda mais merda na internet. Ou, pra usar uma expressão da Sally: “Não saem rosas de um pimenteiro”.
Corrigindo: ” * Se a maioria dos BMs só tem merda na mente, não me admira que FIQUEM pesquisando por ainda mais merda na internet”.
Parafraseando o Professor Girafales, há diversos tipos de países no mundo: existem os excelentes, os ótimos, os bons, os regulares, os ruins, os péssimos… E o Brasil…
Uma categoria à parte, né?