(Este texto não é original para o desfavor, mas eu decidi que ele merecia mais uma chance de ser publicado antes de desaparecer para sempre nos meus arquivos desorganizados.)
Carta aberta às mulheres, ou: “Mas, Dr. Maligno, por que você fez isso?”.
INTRODUÇÃO
Quantas vezes você já não viu o herói ou a vítima da história fazer essa pergunta para o vilão? Essa cena de explicar o plano maligno é um dos clichês mais bem sucedidos da história das narrativas ficcionais.
Normalmente, o vilão não se dá ao trabalho de contar em detalhes o que estava fazendo até o momento definidor. A pergunta de ouro: “Por quê?”.
Entendo os vilões, não há a menor graça em expor seu estratagema genial para quem não está interessado em ouvi-lo. A reação da vítima, um misto de horror e admiração, deve ser deliciosa de se contemplar.
E é isso que estou prestes a descobrir. Faço parte do plano maligno, posso me considerar o vilão. E a vítima já fez a pergunta:
“Os homens estão diferentes, tem algo de muito errado com eles, mas… o quê?”.
Hoje em dia, de várias formas diferentes, essa pergunta povoa a mente de grande parte da população feminina. E esse é o meu sinal. Está na hora de explicar o plano maligno.
Os homens jamais aceitarão a ascensão feminina. Ou as mulheres realmente achavam que essa história de igualdade iria durar muito? Mulheres no poder? Isso é só uma fase, minhas caras leitoras. Querem entender melhor o plano? Vou simplificá-lo agora e entrar em detalhes depois. Confesso que estou adorando isso.
Problema: As mulheres decidiram que queriam igualdade. Mulheres são mais da metade da população mundial, algumas são extremamente inteligentes e a maioria tem habilidades que excedem e muito as masculinas, em incontáveis áreas. As mulheres lideram uma revolução muito poderosa, praticamente sem falhas exploráveis.
Só que esse não é o problema. O problema é como isso foi feito.
Solução: Descobrir a forma de ataque das mulheres, criar uma defesa, e logo após isso, achar o ponto fraco delas e atacar impiedosamente.
Não se surpreendam, mas os homens já estão na fase de “atacar impiedosamente”. Nesse exato momento em que você está lendo isso, as mulheres estão perdendo mais e mais território. Essa guerra já está chegando ao seu clímax. E, nos perdoem, mas vamos gozar primeiro.
Se você achava que a guerra dos sexos era algo puramente em tese, vai rever os seus conceitos a partir de agora. Agora, o plano masculino, em detalhes:
O PLANO
1 – Descobrir a forma de ataque do inimigo e criar uma defesa.
Na verdade, resolvi unir esses dois pontos por um simples motivo, o plano das mulheres apresentava algumas falhas primárias, que assim que expostas, tornaram-se a defesa dos homens.
Percebam que eu não estou diminuindo a inteligência do plano, apenas estou salientando que táticas de guerra sempre foram incumbência masculina. E que essa primeira tentativa das mulheres de mudar o mundo sofreu com a inexperiência das próprias.
De qualquer forma, parabéns pelo esforço.
1.1 – Como as mulheres atacaram.
Oras, se os homens estão no poder, estão por algum motivo. Estão por ter uma coisa neles que os torna mais aptos a liderar, algo que os fazem ter a capacidade se posicionar corretamente na escala de poder. Isso é algo inerente ao homem.
Espera aí! Se ser homem é condição básica do poder tradicional, como as mulheres poderiam ter chegado tão perto disso nos dias atuais?
A resposta é simples. Tão simples que cai na categoria de óbvio demais para perceber:
Se as mulheres nunca vão poder ser homens, é mais fácil descaracterizar o papel do homem e aproveitar essa falha deles para mudar a dinâmica do poder em escala mundial.
E foi exatamente isso que as mulheres fizeram. O homem foi desvalorizado, e a maior parte das mulheres participou ativamente disso. Pensem com calma: Qual a maior fraqueza da maioria dos homens?
Exatamente. Mulheres.
O instinto masculino urge, a cada minuto, incessantemente na busca pelo sexo oposto. Homens foram programados para isso, para atrair e conquistar a fêmea. O papel passivo feminino na mecânica da atração sexual apenas parece passivo. Na verdade, é muito mais ativo do que sugere. A mulher permite que o homem se apodere dela, é ela que escolhe quem vai aceitar ou não, e os homens sempre vão lutar por esse lugar cativo entre as pernas delas. Sempre.
Estou dizendo que as mulheres escolhem os homens. Esse poder sempre foi delas.
Mas elas queriam mais, não? Infelizmente para elas, o tiro saiu pela culatra, e tudo o que conquistaram até agora vai ser perdido, e, além disso, vão sofrer as retaliações por esse ato de rebeldia.
Não se brinca com natureza humana. Mas foi exatamente isso que aconteceu.
As mulheres queriam desmontar a figura do homem para conquistar ainda mais poder na sociedade. E como fizeram isso?
Usando o seu próprio poder. As mulheres ditaram suas novas escolhas para os homens, abusando especificamente do seu ponto fraco. Uma baixaria, se me permitem o comentário.
E como era de se imaginar, os homens atenderam.
O homem tradicional, seguro, corajoso e grosso foi preterido pelo chamado “homem-moderno”. Homem-moderno? Homem-inseguro, digo eu.
Essa demanda por um homem vaidoso, sensível e romântico destruiu as fundações do poder masculino. Utilizando o desejo sexual masculino como isca, as mulheres conseguiram criar uma distração momentânea, suficiente para garantir uma revolução feminina sem precedentes na história. E é exatamente aí que as coisas começam a dar errado.
1.2 – O ponto fraco, ou: “A melhor defesa é o ataque”.
A revolução está se estabilizando. Na maior parte dos países avançados, as mulheres estão encontrando barreiras cada vez menores. Estão tendo a liberdade inédita de escolher como viverão suas vidas. Não tenho nada contra isso.
A forma como essa revolução foi conquistada é que me incomoda. E, por uma doce ironia do destino, é exatamente o que incomoda vocês, mulheres.
Os homens andam confusos? Com dificuldade de assumir seu papel, principalmente nas relações amorosas? Você precisa se esforçar muito mais do que sempre precisou?
Perdoem-me, mas estou rindo. Os homens aceitaram esse jogo, e simplesmente deram o que as mulheres pretendiam querer.
Vocês usaram o seu poder de escolha para o mal. E percebem claramente que estão pagando o preço. Mas eu garanto que não é só a sensação de “faltar homem no mercado” que cria esse incômodo. O pior é que vocês mesmas estão se traindo. Típico, não? E esse é o gancho para o próximo capítulo.
2 – Atacar impiedosamente.
Pois bem. Para cada ação há uma reação.
Percebam que essa insatisfação feminina é um fenômeno recente. Acontecendo praticamente ao mesmo tempo que temos as primeiras presidentas em vários países, ao mesmo tempo que mulheres de todas as cores, credos e nacionalidades conseguem seu espaço no mercado de trabalho.
Essa insatisfação não ocorre sem motivo. Não se muda a natureza masculina. Somos excelentes estrategistas, e não deixaríamos uma ofensa como essa passar sem retaliações.
2.1 – Papéis invertidos.
Não foi usando o poder de escolha que as mulheres mudaram as características básicas do homem moderno? Pois é exatamente assim que estamos revertendo o processo.
Ao exigir do homem algo que não é da natureza dele, foi criada uma “zona cinza” nas relações entre os sexos. As mulheres foram obrigadas a assumir muitas das responsabilidades dessa relação, e ao mesmo tempo, cederam seu poder de escolha para os homens. Igualdade, certo?
Estamos escolhendo. Estamos escolhendo as mulheres que não se valorizam. As que abdicam do seu conjunto em detrimento do seu puro poder sexual. Xeque-mate.
As mulheres tiraram do homem grande parte de suas características masculinas. Um homem enfraquecido não deixa de ser um homem, e ainda vai buscar o poder de ser o macho de uma relação.
Mas, se esse homem perdeu grande parte do seu poder, como ele vai conseguir manter essa relação? Simples. Procurando mulheres ainda mais vulneráveis que ele.
Lei da oferta e da procura.
2.2 – Seus filhos pagarão por seus crimes.
Dramático, não? Mas é assim que as coisas estão se desenvolvendo.
Querem um sintoma de que o plano masculino está funcionando? Observem o mundo ao seu redor.
A quantidade de garotas desesperadas por atenção, sendo valorizadas apenas pelos seus corpos e nada mais é incrível. E esse comportamento cresce numa progressão geométrica.
Eu não consigo nem explanar corretamente o quão irônico é isso. Vocês percebem o que aconteceu? O discurso de valorização da mulher em detrimento de ser apenas um pedaço de carne está sendo soterrado justamente pelas mulheres usarem o sexo como base de sua revolução.
As novas gerações de mulheres terão de se adaptar aos novos tempos. Se os homens se assustam com mais facilidade, se eles não têm mais coragem de conviver com uma mulher poderosa, vão buscar refúgio em águas mais calmas.
E as mulheres que não se tornarem essas “águas mais calmas”, vão observar, impotentes, as que aprenderam a se rebaixar tomar a maioria absoluta dos homens do mundo.
Adivinhem só quais genes serão repassados e quais serão preteridos?
A segurança que as mulheres desenvolveram nessas últimas décadas está sofrendo um impacto enorme com a dificuldade dos homens em conviver com elas. E isso é percebido, de forma inconsciente, por todos. As mulheres mais novas já sofrem com esse abalo. Só que elas vão se adaptar. E as filhas delas já virão ao mundo com uma mentalidade bem parecida. E as mulheres inseguras que só conseguem se valorizar por características sexuais vão dominar o mundo.
Percebem onde isso vai parar? Vocês nos enfraqueceram, nós estamos devolvendo. Com juros e correção.
Eu já escrevi cheque-mate? Nunca é demais reforçar nesse caso: Xeque-mate!
CONCLUSÃO
Outro clichê famoso envolvendo a revelação do plano por parte do vilão é que ele sempre conta tudo antes da hora. E com isso dá uma oportunidade para a vítima de escapar.
Será que é o caso?
Será que as mulheres vão perceber que criaram um padrão de escolha para os homens que querem que na verdade só cria desgosto para as próprias?
Será que elas vão voltar a valorizar o homem verdadeiro e dar uma chance desse se posicionar ao lado delas ao invés de ter de derrubá-las impiedosamente?
Será que as mulheres vão perceber que não há nada errado em ser mulher?
Há uma chance das mulheres inseguras não destruírem completamente o que outras gerações de mulheres criaram baseadas numa premissa falha?
Essa e outras respostas no próximo capítulo.
Seja lá quando for.