O reino encantado das Neves: Parte 2

“Não há ninguém mais bela que você, rainha. Até mais.” Hã? Oi! Eu sou o Espelho Falante, não se preocupem, estou fazendo apenas um bico em outra história. Vejamos… onde estávamos? Ah sim, Bianca acabara de sair do esgoto e encontrar um nobre homem cujas feições remetiam às de seu chefe, Júlio.

“Julius Maximo, príncipe do reino das Colinas, ao seu dispor.” – O homem, trajando uma reluzente armadura, faz um sinal para um de seus acompanhantes. “Paulino, dê algumas moedas para a pobre camponesa, sim?”

“Claro, Vossa Alteza!” – Paulino, que agora mostrava-se terrivelmente parecido com seu companheiro de caronas, Paulinho, desce do cavalo enquanto Julius e sua caravana começam a se afastar.

“Júlio! Júlio! O que está acontecendo aqui?” – Bianca, ainda com dificuldades de se cobrir, decorrência de suas vestes rasgadas, tenta se aproximar do cavalo branco do príncipe-presidente da empresa.

“Opa! Não vai sujar o cavalo do príncipe!” – Paulino segura Bianca pelo braço, apenas para perceber que alguma substância pastosa recobria a pele da jovem. Instintivamente recua o movimento e tenta balançar as mãos para se livrar de resíduos.

“Não, não vai…” – Bianca não pode competir com o alazão real. Enquanto Julius some pelas estreitas ruas do reino, nossa heroína situa-se na surreal posição que se encontra. “Que merda de sonho…” – Ela mal tem tempo de se voltar para o lacaio destacado para lhe fazer companhia quando sente o impacto de água gelada contra sua pele. “FILHA-DA-PUTAAA!”

“Você deveria me agradecer… Olha só, debaixo daquele monte de esgoto tinha mesmo uma bela donzela!” – Paulino sorri enquanto observa demoradamente a pele desnuda de Bianca.

“Você esqueceu um pedacinho…” – Bianca retribui o sorriso, enquanto passeia com os dedos pelo decote.

“Não estou enxergando, por que você não chega mais perto para me mostrar?” – Paulino tenta, em vão, parecer sedutor.

*SPLOSH!* – Bianca arremessa uma massa escura não-identificada no rosto de Paulino.

“ARGH! Pfft! Ptúú!” – Paulino realmente esquecera um pedacinho, mas não era exatamente o que esperava. “Pode esquecer… pfft… as moedas! Vocês da ralé são todos mal-agradecidos.”

Bianca, sem se importar com a reclamação daquele homem, tenta secar o que resta de suas vestimentas enquanto se afasta rumo a um aglomerado de camponeses logo à frente. “Como será que eu acordo? Normalmente acontece quando eu estou me dando bem… Mas do jeito que a coisa vai, eu nunca mais saio daqui!” – Pensa com seus inexistentes botões.

Ao se aproximar de uma espécie de praça, adornada por uma bela fonte central, percebe que o público reunido ali está prestando atenção no discurso de um senhor idoso, escondendo boa parte do rosto com um capuz, que do alto de um palanque improvisado com caixas de madeira fala e gesticula de forma contundente:

“… e enquanto pagamos impostos, aquele glutão devora nosso tesouro com a avidez de uma ave de rapina! Como se não bastassem os gastos descontrolados, ainda falha em casar sua única filha com um príncipe de reino abastado. Filha esse que prefere abrir suas pernas para qualquer um sob a vista grossa de todos do palácio! Até quando viveremos nessa imundice? Até…” – O homem para e volta sua visão para a direção de Bianca, já isolada pelos seus próximos por causa do cheiro terrível que exalava.

No mesmo momento, começa uma gritaria no lado oposto da multidão.

“GUARDAS! CORRAM!” – O grito gera um tumulto instantâneo. Cada um corre para um lado, sendo que Bianca, indecisa, gira sobre o próprio eixo enquanto recebe o choque de toda sorte de camponeses desesperados.

Até que sente um tranco e é levantada no ar. Um homem, visivelmente enojado, agarra Bianca e a coloca sob seu ombro. Ela tenta gritar, mas em virtude da situação, é apenas mais uma voz exasperada dentre tantas.

“Me larga! Me larga!” – Bianca bate nas costas de seu captor enquanto tenta se desvencilhar. O homem, um brutamontes de pele morena e roupas puídas, começa a desacelerar o passo e ameaça largar a fétida princesa dessa história. Enquanto sente que vai finalmente escapar, percebe guardas armados atacando todos os que ficaram para trás.

“Não me larga! Não me larga!” – Bianca agarra com ainda mais força no homem que a carrega, que solta um suspiro e uma interjeição de repulsa. “Eu não cheiro sempre assim, viu?”

Depois de algumas idas e vindas por entre as escuras vielas do local, o homem finalmente para e solta Bianca.

“Obrigada! É… ficou uma… manchinha no seu… no seu ombro.” – Bianca, visivelmente constrangida, tenta limpar a já imunda roupa do inesperado herói.

“Deixa pra lá… Eu vou queimar isso depois. Meu nome é Crell.” – Ele se afasta momentaneamente, procurando por testemunhas. Bianca percebe que o rapaz é bem atraente, bom, pelo menos para um troglodita. Não lhe parece má idéia entrar no clima medieval do sonho de uma vez…

“Bom, imagino que você queira sua recompensa…” – Bianca abaixa a cabeça, fingindo ser mais tímida do que realmente é. Ela começa a remover a parte de cima dos panos que a recobriam.

“Que tal deixarmos isso para uma próxima?” – O sorriso de Crell só não é mais amarelo do que a coloração da pele recém-descoberta de Bianca. “Além disso, eu te trouxe aqui a pedido de Mathias.”

“Quem?” – Bianca, contrariada, retorna ao seu estado de recato.

“Creio que seja eu quem pediu uma audiência particular com a senhorita.” – O velho que fazia o discurso há pouco, surge das sombras, para o susto de Bianca.

“Eu não estou tão agradecida assim, vovô…” – Bianca tenta esconder mais um pouco de seu corpo.

“Um homem como eu não se prende mais pelas tentações da carne, jovem. Você tem idéia de como pode ser útil para o reino?” – Mathias circunda-a, com passos curtos e semblante inquisidor.

“Não estou interessada em continuar na carreira de limpadora de esgotos…” – Bianca responde.

“Poucos de nós, da plebe, já vimos como a princesa se parece. Em alguns anos trabalhando como conselheiro no palácio, fui capaz de vê-la algumas vezes em ocasiões solenes. A princesa Bianca das Neves passa seus dias em uma torre do castelo, a espera de um príncipe que atenda seus requisitos.” – Mathias, eloqüente, continua.

“E eu sou a cara dela?” – Bianca percebe que o escritor da história não prima pela originalidade.

“Sim! Para uma limpadora de esgoto, a senhorita é muito sagaz! Nós podemos utilizá-la para levar a frente um plano deveras engenhoso.” – Mathias parece empolgado.

“Já sei, vocês querem que eu troque de lugar com ela e influencie o rei a cortar impostos… blá blá blá…” – Bianca prepara-se para contar a verdade e divertir-se com a ingenuidade do idoso conspirador.

“Pelo contrário, pretendemos matá-la.” – Mathias sorri confiante. Bianca retesa todos os músculos do corpo. “Minha jovem, a princesa Bianca é o principal motivo pela derrocada desta outrora tão próspera região. Sua recusa em aceitar um consorte de posses nos condenou ao isolamento. Com ela fora do caminho, a esperança do povo esfacelar-se-á e o caminho para um golpe ficará livre para nós.”

“E se eu não aceitar?” – Bianca tenta se afastar lentamente.

“Minha querida, essa opção não está disponível.” – Mathias gesticula, pedindo o apoio de Crell. “Mas não se preocupe, você não correrá riscos… Você é muito valiosa para nós… Ah sim, perdoe-me a falta de modos… Qual a sua graça?”

“Cinderela!” – Bianca também não é um primor de originalidade.

“Pois bem, Cinderela, você será vigiada de perto por Crell. Sugiro que cuide de sua higiene e esteja pronta para novas ordens. Lembre-se… Uma palavra e você vai ter saudades do tempo em que engatinhava pelos esgotos…” – Mathias some por entre as sombras novamente.

“Posso… posso ir?” – Bianca olha para o seu recém-proclamado vigia.

“Fique por perto. Se tiver algum problema, basta me chamar…” – Crell repete o movimento de Mathias e some das vistas de Cin… Bianca.

Bianca começa a vagar sem rumo pelas ruas da cidade. A noite cai sobre o Reino das Neves, o burburinho do dia dá lugar ao implacável silêncio da solidão. “Talvez… Talvez seja tudo uma metáfora do meu sonho… Quando eu morrer na verdade eu vou estar matando meu eu-princesa e deixando viver meu eu-limpadora-de-esgoto. Mas eles são a mesma pessoa. Acho que a moral desse sonho é que eu sou a princesa-limpadora-de-esgoto. Eu não sabia que sonho tinha moral… Acho que vi muito desenho animado na infância. Daqui a pouco aparece uma propaganda…”

Precisa de um Espelho Falante para te dizer que você é a mais bela das belas? Precisa de um conselho amigo ou uma opinião falsa sobre seu vestido te deixar gorda? Olhe para seu espelho e fale o número de seu cartão de crédito três vezes.

Voltando à programação normal, Bianca finalmente reencontra a saída de esgoto pela qual saiu de sua torre. Aproveitando a falta de vigia na área, volta a se embrenhar pelo nojento túnel até encontrar a escada de cordas pela qual desceu anteriormente.

Tentando abstrair a sensação de cócegas que por volta e meia tomava seu corpo, Bianca chega ao topo, batendo a cabeça na portinhola de madeira. “Ai!” – Bianca bate algumas vezes, na esperança de encontrar o guarda amigo.

“A senha, poooooor favooooor…” – A voz afeminada e grossa não deixa dúvidas sobre quem estava do outro lado.

“Abre-te Sésamo?” – Bianca confia novamente nos clichês.

“Engraçadinha… Diz logo, menina!” – Responde o guarda.

“Sei lá… Tem pergunta de segurança que nem e-mail?” – Bianca obviamente não presta atenção na época que está.

“Começa com Caaaa…” – A voz oriunda do outro lado parece mais afrescalhada ainda.

“Ca… Caralho! Abre logo essa merda!” – Bianca perde a paciência.

A portinhola se abre. “Carvalho! Por que você sempre esquece, princesa?” – O guarda diz enquanto ajuda Bianca a sair dali. “Que cheiro é esse, menina? Eu disse para não sair aquela hora…”

“Eu só preciso de um banho quente…” – Bianca segue em direção a seu quarto.

“Vou mandar as criadas aprontarem para você, bem. Eca…” – O soldado afeminado vai tapando o nariz enquanto desce pelas escadas da torre.

Bianca finalmente adentra seu quarto. Pamonha abre apenas um olho, faz contato visual e bufa de forma irônica antes de voltar a sua posição original.

“Se eu ganhasse uma moeda de ouro para cada vez que você volta assim…” – diz Pamonha.

“Cala… cala a boca, tudo bem?” – Bianca prepara-se para retirar as roupas sujas quando é interpelada por batidas na porta. “AAAARRRGH! O QUE FOI AGORA?”

Abrindo a porta, depara-se com três mulheres, que arregalam os olhos. A mais velha, forçando sua entrada, diz: “Princesa, você tem poucos minutos para se aprontar, o príncipe Julius mudou seus planos e está aqui para te fazer a corte!”

“Julius?” – Bianca entra no clima de desespero. “Vai demorar um mês para tirar esse cheiro!”

“Eu tenho um plano…” – Digo eu. Qual? Oras, esperem o próximo capítulo. Meu emprego depende disso.

Continua…

O reino encantado das Neves: Parte 1

Olá, eu sou o Espelho Falante e a partir de agora serei seu narrador. Se você não se lembra do que aconteceu no capítulo anterior, azar. Meu contrato diz especificamente que só devo contar a história a partir de agora. Bianca, nossa heroína, sente-se sob o efeito de drogas… Quem escreveu isso? Tudo bem… Tudo bem… Como eu ia dizendo, Bianca acabara de sair de um elevador e encontrar em sua frente um local completamente novo, onde uma figura conhecida a esperava:

“Eu sei que eu sou fofinho e encantador… MAS EU NÃO SOU DECORAÇÃO! Eu poderia ter morrido de fome!” – Pamonha, o gato, parece furioso.

“Você… Fala?” – Bianca arregala os olhos.

“Ha! Muito engraçado! A Princesa Negligente agora virou Princesa Boba-da-Corte? Você me prende nessa torre sem NADA para comer por um dia inteiro para fazer sei-lá-o-quê com algum daqueles seus camponeses fedidos e ainda volta brincando com o assunto?” – Pamonha dá as costas para Bianca e bufa. (Gatos bufam em contos-de-fadas, aceite.)

“Torre?” – Bianca finalmente começa a prestar atenção ao aposento no qual se encontra. De formato circular, com as paredes formadas por substanciosos blocos de pedra, todo decorado com motivos medievais.

“Continua brincando mesmo… Um dia desses alguém abre o bico sobre as suas escapadelas e o Rei te manda ser a consorte daquele balofo gasoso do Reino dos Repolhos.” – Pamonha pula sobre a enorme cama no centro do quarto, atravessando o mosquiteiro para finalmente repousar sobre um enorme travesseiro dourado.

“Aquele palmito… Aposto que foi o palmito de ontem. Eu deveria ter escutado a voz do meu bom-senso.” – Bianca divaga, ainda no mesmo lugar.

Depois de notar um grande espelho na parede, Bianca se aproxima para analisar sua situação atual. Surpreende-se com as roupas que veste, algo mais comum em histórias infantis sobre reinos muitos distantes do que intoxicações alimentares.

“O que está acontecendo?” – Bianca move-se para ter uma visão melhor de seu suntuoso vestido.

“Defina acontecendo.” – Eu digo. (Pois é, narrador e personagem. Estraga a história mas dobra meu pagamento.)

“AAAAHHH!” – Bianca cai sentada após o susto de ouvir uma voz sair do espelho.

“Como quiser, Princesa. Neste exato momento Vossa Alteza acaba de cair no chão.” – Um rosto, mais parecido com uma máscara teatral, surge na superfície do espelho.

“Mas que merda! Tudo fala aqui, é?” – Bianca nem se dá ao trabalho de se levantar.

“Princesa, esse palavreado não é digno de sua realeza.” – O espelho diz.

“Pronto, começou a chatice.” – Pamonha rebate.

“É minha função cuidar do desenvolvimento adequado de nossa Princesa.” – Espelho falante.

“É minha função cuidar do nhé nhé nhé nhé nhé…” – Pamonha imita o Espelho.

“Estou acima de suas infantilidades, felino.” – Espelho.

“Também está acima da minha caixinha de necessidades…” – Pamonha.

“Oras, seu animal imundo… Princesa, eu não sabi… Princesa?” – Espelho.

Bianca havia se retirado dali enquanto a discussão acontecia. Depois de passar pela maciça porta de madeira que selava o quarto, Bianca deu de cara com um pequeno aposento cuja saída era uma escadaria espiral para baixo. Mas logo após colocar os pés para fora do ambiente onde se encontrava, foi interpelada por dois homens vestindo pesadas armaduras metálicas. Guardas.

“Vossa Alteza deve permanecer em seus aposentos.” – A voz, abafada pelo capacete, demonstrava seriedade.

“Vossa Alteza? Eu só quero tomar um ar fresco e ver se acordo!” – Bianca tenta avançar, mas é bloqueada pelo outro guarda.

“Ordens do Rei.” – A mesma voz decreta.

“QUE REI? REI DE QUEM? EU QUERO SAIR DAQUI!” – Bianca empurra o homem que impedia sua passagem. Em vão.

“Deixe que eu cuido dela, verifique se ela colocou mais uma trança falsa na janela.” – O guarda que estava quieto faz um sinal para o outro, que se retira rumo à escadaria mais próxima. Bianca fica sozinha com um homem que deveria ter no mínimo dois metros de altura, armado com uma espada maior do que ela mesma. Nesse momento, nem uma agulha passaria… (Se é que vocês me entendem.)

“Princesa, eu já te disse que nesse aí eu não confio. Puxa-saco do Rei. Tinha que ter dado o sinal…” – Levantando seu elmo, o guarda olha ao redor, certificando-se de que não havia mais ninguém por perto.

“De nooovo? Aquele bofe da estrebaria deve mesmo ser mesmo um a-ni-mal! Ui! Vai ter que emprestar! Hahahaha!” – Curiosamente afeminado apesar de suas feições másculas e corpo avantajado, o guarda segue até uma armadura decorativa escorada na parede.

“O que… você… está fazendo?” – Bianca, desconfortável, nota que o guarda coloca a mão entre as pernas da figura, como se estivesse pegando seus… genitais.

“Vou abrir o buraco. Não é isso que você quer, queridinha?” – O guarda continua mexendo no mesmo lugar.

“Abrir o buraco? Isso é alguma gíria para viadagem?” – Bianca, como sempre, sutil.

“Gíria? Viadagem? Que palavras são essas? Andou se atracando com aquele estrangeiro de novo, safadinha? Achei! Rápido.” – O “homem” pega uma grande chave de metal e segue até um pequeno alçapão no chão, que passara despercebido por Bianca até este momento.

Após abrir a portinhola, ele dá uma longa olhada para a Princesa.

“Você vai descer vestida assim? Costuma ser arriscado essa hora. Bom, ele já está acostumado a viver entre cavalos mesmo…” – O guarda parece surpreso.

“Só quero sair daqui. Onde isso vai dar?” – Bianca mal dá tempo para ouvir a resposta e já vai entrando no apertado buraco no chão. Uma escada improvisada com cordas é o meio de locomoção. Não se enxerga nada para baixo.

“No lugar de sempre, a saída do es…” – Um barulho de passos força o afrescalhado tamanho família a mudar o rumo da conversa.

“Desce! Desce! Ele voltou! Quando voltar é só dizer a palavra secreta!” – O guarda diz de forma apressada.

A porta se fecha, deixando Bianca num breu completo. Sem ter outra alternativa, continua descendo. Quanto mais avança, mais sente um cheiro desagradável. As peças do quebra-cabeça finalmente começam a formar uma figura em sua mente.

“Caralho… Eu estou no cano do esgo…” – Bianca é interrompida pelo impacto de um poderoso jato de água acompanhado de alguns detritos sólidos. Juntando coragem, volta a respirar só para constatar o cheiro que já imaginara.

“Não dá pra ficar pior do que isso…” – Bianca, ignorando uma das regras mais básicas de histórias ficcionais, diz as palavras mágicas que desencadeiam os próximos acontecimentos.

“Minha perna está formigando… Acho que estou acordando. Ainda bem.” – Bianca relaxa presa na escada esperando o fim dessa confusão.

“Estranho, parece mais uma cosquinha… E está nos meus braços também… Opa! Chegou na testa… Agora vai.” – Mas nada ocorre. A sensação estranha continua e Bianca resolve sentir sua pele para saber o que estava acontecendo. Seguindo a movimentação em seu rosto, sente alguma coisa sobre sua bochecha. Algo que consegue pegar. Algo que se movimenta. Algo com perninhas.

“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!” – No desespero para se livrar das incontáveis baratas que andavam sobre seu corpo, Bianca se solta e começa a cair.

Queda amortecida pelo seu vestido, que se prende a alguma coisa no caminho e torna a aterrissagem suficiente macia para que ela finalmente perceba uma luz no fim do túnel. Refeita do susto, engatinha por uma estreita galeria rumo à saída.

Encharcada de água de esgoto e semi-nua, Bianca finalmente experimenta as benesses do ar-livre.

“Puta-que-pariu, como isso fede!” – Ainda absorvida pelos seus pensamentos, não percebe que está sendo observada.

“Veja só, tão bela camponesa presa a tão repugnante profissão. Deveriam proibir damas de limparem esgotos.” – Ao levantar os olhos para seguir a voz que acaba de ouvir, Bianca depara-se com mais um homem de semblante conhecido, montado num imponente cavalo branco.

“Júlio?”

Continua… (E dessa vez continua, palavra de Espelho!)

A sublime canção entoada pela Banda Real guiava seus passos. Ele, galante como sempre, tentava roubar dela um simples olhar. Ela, tímida como sempre, era guiada pelos decididos passos dele pelo salão enquanto escondia em vão um sorriso debaixo de suas rosadas maçãs da face. Covardemente, seus olhos encaravam diretamente as reluzentes insígnias, provavelmente de batalhas vencidas no passado.
Estava nos braços de seu herói e tudo o que conseguia fazer era ignorá-lo. Encheu-se de coragem e procurou os olhos encantadoramente esverdea…

BIIIP BIIIP BIIIP BIIIP BII…

“Eu mereço…” – Bianca desliga o despertador e volta para debaixo dos lençóis, não antes de grunhir algumas expressões de baixo-calão. Um gosto amargo na boca leva embora os últimos resquícios de tranqüilidade da manhã.

“Aposto que o príncipe não ia gostar de me beijar assim…” – Bianca fala com o espelho. Hábito que já tentara abolir de sua vida faz tempo sem sucesso.

“E além disso, que mulher da minha idade sonha em ser princesa de conto-de-fadas? Nem para me comer aquele príncipe serviu…” – Ao terminar de escovar os dentes, prepara-se para um café da manhã nutritivo, composto de um gole de café e um cigarro.

Bianca segue então para uma chuveirada, gelada. O chuveiro estava queimado há mais de uma semana e ela tinha o hábito de só se lembrar disso quando já era tarde demais:

“AH! DROGA!”

Logo após o relaxante banho, uma longa e frustrante seqüência de escolher a roupa, dar um jeito no cabelo e cobrir as insistentes olheiras. Por alguns instantes contempla a possibilidade de tornar-se feminista e abandonar de vez qualquer traço de vaidade.

CRÉÉÉÉÉUUUUU… CRÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉUUUUUUUUUU…

“Alô?”

“Vamos logo com esse ritual de beleza, princesa!”

“Paulinho, você nem imagina como eu quero te matar agora.”

“Acelera o processo, a gente vai chegar atrasado no trabalho.”

“Estou indo…”

Bianca lembra-se que baixou o toque errado para o seu celular na noite passada. Mas não dava tempo de mais nada. Pega sua bolsa e desce apressada para pegar sua carona diária.
Paulinho é mais um daqueles imbecis do setor financeiro, mas é um imbecil que mora perto e tem um carro. Em troca de um lugar no banco de passageiros, Bianca é obrigada a ouvir as fantasiosas aventuras sexuais do colega.

“Eu disse pra ela ficar relaxada, mas a amiga estava botando pilha, sabe? Mas você me conhece, Bianquinha… comigo não tem dessa de nhé nhé nhé… eu traço mesmo! A mulata foi primeiro, ela era perfeita, sabe? Corpaço, uma bundona deliciosa. A loirinha não ficou atrás, viu eu me agarrando com a negona e veio pra festa, sabe?” – Paulinho dá uma piscadela, procurando a aprovação de Bianca.

“Hm hum…” – Bianca controla cada músculo da face para evitar uma risada. Mas o resultado é uma expressão confusa, um misto de constipação severa com ânsia de vômito.

“Tá ficando excitada, Bianquinha?” – Paulinho sorri de forma sedutora. Sedutora para ele, pelo menos.

“Não, é vergonha…” – Ela só não explica que é vergonha alheia por um homem achar que sua expressão denotaria alguma excitação sexual.

“Desculpa, é esse meu jeito honesto.” – Paulinho estufa o peito e murcha a barriga, que agora pára de encostar no volante.

“Olha só, chegamos… Daqui eu vou a pé mesmo.” – Bianca mal espera o carro parar na frente do estacionamento para saltar do veículo.

“Nosso encontro de amanhã está marcado, hein Bianquinha?” – Paulinho buzina três vezes, o suficiente para metade dos transeuntes da rua prestarem atenção na cena.

Incluindo Júlio, o vice-presidente da empresa e candidato a Mister Universo, sendo que a última atribuição, embora não oficial, era compartilhada pelo imaginário da maioria das funcionárias da empresa.

Bianca, sentindo-se horrível como sempre, percebe que Júlio presta atenção nela pela primeira vez em três anos e logo após olha para o carro de Paulinho, que vai desaparecendo da visão conforme adentra a garagem do prédio.

Ele se limita a um sorriso irônico e a cumprimenta com um aceno de cabeça.

“Eu não tenho nada com ele.” – Bianca fala sem pensar.

“Pois não?” – Júlio detém-se da caminhada rumo à entrada e espera a aproximação de Bianca.

“Eu sou solteira.” – Bianca continua falando sem pensar.

“… Tenho certeza que você encontrará alguém. Tenha um bom dia.” – Júlio sorri mais uma vez e segue seu caminho.

Bianca, estática, mal pode acreditar no que acabara de dizer. O dia tinha começado muito mal. Sem outra solução, decide que oito longas horas de trabalho maçante serão o complemento ideal para seu calvário.

Ao adentrar o elevador lotado, Bianca procura uma posição confortável e instala-se em meio à multidão. Sentindo uma pressão em suas nádegas, move-se um pouco para frente. O elevador parece demorar horas para começar a se mover. Novamente ela sente a pressão, e ao olhar para trás, percebe um estagiário abusado tentando se aproveitar da situação. Bianca fecha a cara e aponta o dedo no rosto do rapaz:

“Dá para parar de me encoxar, seu safado? Eu sou uma mulher de respeito! O que você acha que está fazendo, hein?”

CRÉÉÉÉÉUUUUU… CRÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉUUUUUUUUUU…

O silêncio constrangedor no elevador torna-se risada uníssona. Bianca começa a ficar roxa de vergonha e desce no primeiro andar no qual o elevador pára.

Bianca atende ao telefone, a voz do outro lado é de sua vizinha octogenária, Marieta:

“Bia? O seu gato está miando sem parar… Estou preocupada.”

“Ai meu Deus! Esqueci de colocar comida para ele.” – Bianca começa a imaginar Pamonha definhando de fome enquanto se pergunta por que não foi ter uma dona melhor.

“Bom, eu só resolvi avisar… Desnaturada…” – Marieta desliga.

Pamonha teria de resistir. Bianca não podia sequer considerar atrasar hoje, ainda mais com a onda de demissões que assolava a empresa ultimamente. Esperou o próximo elevador e teve uma grata surpresa. Pela primeira vez desde que chegara ali, o elevador estava vazio. Assim que colocou os pés dentro daquele delicioso e inabitado cubículo de metal, ouviu um grito:

“Espera! Espera!”

Bianca finge que não ouviu e torce para aproveitar sua dádiva sozinha. Em vão… As portas, que ficaram a centímetros de se fechar completamente, são reabertas por um enorme homem vestindo um terno claramente inapropriado para a circunferência de sua barriga. Ele sorri, o suor abundante de sua testa reluz e nesse mesmo momento, Bianca é bombardeada com um perfume horrível e em dose exagerada.

Bianca torce para chegar logo no seu andar. O silêncio no elevador é quebrado pela voz do seu acompanhante:

“Eu sou sua fada-madrinha.”

Com um movimento vagaroso, Bianca move sua cabeça para fazer contato visual.

“Isso mesmo, eu sou a sua fada-madrinha.” – O homem olha diretamente para Bianca, seu bigode suado move-se de acordo com as palavras proferidas.

“Desculpa, eu não estou te entendendo…”

“Fui mandada aqui para transformar sua vida. Aposto que com um pouco de mágica você vai ser muito mais feliz.” – Agora a situação começa a ficar realmente surreal, apesar de ser claramente um homem de mais de cento e cinqüenta quilos a falar, a voz começa a ficar doce e feminina.

“Ai, só me faltava essa, eu estou pirando.” – Bianca põe as duas mãos na frente do rosto e faz um aceno de desaprovação.

“Próximo andar: Reino Encantado das Neves.” – Ainda pode-se ouvir a voz, agora completamente feminina.

Bianca começa a imaginar se está assim por ter pulado o café-da-manhã. Apesar das mãos cobrindo seus olhos, sente uma variação na luz do ambiente. Ao desobstruir sua visão, depara-se com um lugar bem diferente de um elevador e um “rosto” conhecido:

“Pamonha?”

Continua… (ou não, vocês decidem)


JANEIRO

SALLY:

  • Em janeiro de 2008, o CU-rinthins lançou sua linda camisa roxo-Tinky-Winky.

SOMIR:

  • Em janeiro de 2008, o PODEROSO TIMÃO começa seu planejamento exemplar para voltar à primeira divisão;
  • Polícia encontra as telas roubadas do MASP em dezembro de 2007: Hobbit Tupiniquim de Cândido Portinari e Retrato de uma Baranga, de Pablo Picasso.

FEVEREIRO

SALLY:

  • Bostafogo perde campeonatos para o Flamengo e chora, chora e chora, dando início à campanha “Volta Vasco, por um vice menos chorão”.

SOMIR:

  • Algum time carioca ganha de outro time carioca igualmente inexpressivo. Aparentemente todos os times que jogam aquela campeonato saem com alguma taça;
  • Fidel Castro resolve colocar as barbas de molho após décadas de dedicação à causa socialista para dedicar-se agora a sua imensa fortuna pessoal. Rumores sobre seu estado de saúde precário surgem na imprensa internacional, óbvias mentiras já que o sistema de saúde cubano é o melhor do mundo e ninguém fica doente por lá.

MARÇO

SALLY:

  • Dengue explode no Rio de Janeiro. O prefeito Cesar Maia,que primeiro negou a epidemia e depois se arrependeu e confirmou, em vez de combater o mosquito, sugere que as pessoas usem calça e manga comprida quando a temperatura estava em torno de 40 graus;
  • Em São Paulo, o doce casal Nardoni joga a menina Isabella janela abaixo. Até hoje sou obrigada a escutar coisas sobre esse assunto, quando todos os dias morrem centenas de crianças nas mesmas condições ou em condições piores. Mas sabe como é a classe média, só se comove com aquilo que se identifica.

SOMIR:

  • Argentinos demonstram sua revolta com os desmandos de sua presidente batendo em panelas. Especula-se que a deterioração das panelas tenha agravado a fome por lá;
  • Liga Brasileira de Arremesso de Garotinhas enfrenta sua primeira tragédia em décadas de atuação e é obrigada a mudar seu slogan: “LBAG 2008: Ninguém segura!”.

ABRIL

SALLY:

  • Ronaldo, o Fenômeno, é flagrado com três travestis em um motel do Rio de Janeiro. Ele teria ido com seu carro a um local onde é um notório ponto exclusivamente de travecos, colocou TRÊS para dentro do carro e rebocou para um motel xexelento. Passou HORAS com eles lá dentro para ao final dizer que “descobriu” que eram homens. Isso tendo uma namorada. Qual foi o desfavor? Ele fez isso usando uma camisa do Flamengo! *&¨%$#@ catador de traveco da *&¨%$#@ vai logo pro Corínthians seu *&¨%$#@!;
  • Pau a pau (sem trocadilhos) com ele, também posso citar o padre que amarrou uma penca de balões ao corpo e resolveu que iria voar como uma forma de protesto. Até mesmo Deus achou por bem retirar esse desfavor da face da terra!

SOMIR:

  • Armação de três travestis contratadas pelas Adidas vitima Ronaldo Fenômeno. Imprensa mente descaradamente;
  • Elisabeth Fritzl entra para o Guiness Book austríaco por ter ficado de castigo por 24 anos. Seu pai, Josef Fritzl, não confirmou que travessura a filha aprontou para merecer tamanha punição. Inconformadas com a liberalidade de Josef, que permitiu até televisão durante o castigo, as autoridades austríacas praticaram justiça poética e agora é Josef que vê o sol nascer quadrado.

MAIO

SALLY:

  • Pipocam entrevistas com nosso maior desfavor literário, Paulo Coelho, em função do lançamento de sua biografia. Somos obrigados a saber detalhes da vida do “Mago” que não fazíamos a menor questão. Por exemplo, falando sobre as relações homossexuais: Nas três relações homossexuais que admite ter tido, o escritor Paulo Coelho diz que somente em uma delas a coisa teve, digamos, começo, meio e fim.

SOMIR:

  • Terremoto mata (pelo menos) 85 mil pessoas na China. Mais de 40 milhões de pessoas são afetadas pelo tremor, que alcançou 7,8 graus;
  • Preta Gil escorrega e cai durante apresentação no Rio de Janeiro.

JUNHO

SALLY:

  • É sancionada a lei que proíbe dirigir com qualquer dosagem de bebidas alcoólicas no organismo. Desde um bombom de licor até uma cachaça, tudo punido da mesma forma. Qual é o desfavor? Que depois disso, eu que não bebo, virei a motorista oficial da galera, aumentando o índice de acidentes e barbeiragens no Rio de Janeiro.

SOMIR:

  • Exército prende os sargentos Laci Marinho de Araújo e Fernando de Alcântara por desacato ao código de heterossexualidade. Fontes internas afirmam que o que acontece dentro do corpo militar fica dentro do corpo militar. (A menos que se use uma camisinha…)


JULHO

SALLY:

  • Morre Dercy Gonçalves. Justamente no único ano onde eu não coloquei o nome dela no bolão do cocadaboa!

SOMIR:

  • Trafican… Revolucionários das FARC(you) liberam Ingrid Betancourt após 6 anos de cativeiro. O motivo alegado foi o embarangamento da ex-quase-presidente da Colômbia, segundo os radicais, eles já têm drogas demais por lá.

AGOSTO

SALLY:

  • As Olimpíadas de Pequim foram um grande desfavor para o Brasil. Teve gente perdendo a vara, teve gente levando medalha de bronze no futebol e teve gente dando um Duplo Twist Cagado e caindo de bunda no chão.

SOMIR:

  • O americano Michael Phelps demonstrou para o mundo que não é só mais um rostinho bonito na natação ao arrebatar seu 14º ouro olímpico durante os jogos de Pequim;
  • A russa Yelena Isinbaeva foi profissional: Não escondeu a vara feito a atleta brasileira e acabou batendo mais um recorde. Diversão e trabalho são coisas diferentes.

SETEMBRO

SALLY:

  • Nosso Presidente da República assina a reforma ortográfica para foder mais ainda com todos nós, pessoas que sabem escrever. As novas grafias de diversas palavras mais parecem aquele Miguxês bizarro que se fala na internet.

SOMIR:

  • Lula voltou ao mar para ajudar na extração simbólica da primeira leva de petróleo da camada pré-sal no Espírito Santo. O desfavor é o pé-frio do nosso presidente. O petróleo está com um dos preços mais baixos da história. Deveria continuar cuidando de sua especialidade: O álcool;


OUTUBRO

SALLY:

  • Eleições. Não preciso me aprofundar;
  • Dado Dollabela faz barraco com Luana Piovani em boate. Não preciso me aprofundar;
  • Maradona é o novo técnico da Seleção Argentina. Novamente, não preciso me aprofundar;
  • A refém Nayara volta para o cativeiro em uma prova de despreparo da polícia paulista. O seqüestrador não é morto por atiradores de elite sob o argumento de que “era só um rapaz apaixonado” e que “iriam falar mal de ele fosse morto”. Eloá é morta pelo “só um rapaz apaixonado” e sua amiga que voltou ao cativeiro leva um tiro nos cornos.

SOMIR:

  • Depois de ter sua sexualidade questionada por Marta Suplicy, Gilberto Kassab ganha a eleição para prefeito em São Paulo. O tiro dos marketeiros de Marta saiu pela culatra: Os paulistanos queriam alguém com experiência em sair do buraco;
  • Lindemberg falha no seu plano de conquistar o coração de Eloá, que vai parar no peito de outra pessoa.

NOVEMBRO

SALLY:

  • Chove pra caralho em Santa Catarina. E a imprensa fica monotemática.

SOMIR:

  • Barack Obama é eleito presidente dos EUA, e o primeiro negro da história a ocupar este cargo. Democratas, republicanos, racistas e racionais de todo país finalmente concordam em uma coisa: Pelo menos não foi uma mulher!

DEZEMBRO

SALLY:

  • Morre o maldito Marcelo Silva e a imprensa fica monotemática novamente. Eu juro, eu era feliz e não sabia! Preferia as chuvas…

SOMIR:

  • Ronaldo Fenômeno decide ir para um clube de futebol sério, e acaba no Corinthians. Fica evidente que no Rio de Janeiro as coisas vão muito mal…

Salve salve galerinha do desfavor! Estou muito feliz porque o Somir finalmente deixou eu fazer a minha coluna! Quer dizer, ele não disse que eu não podia… Que se foda!

\o/

Pra quem não se ligou ainda, eu sou o estagiário do blog! A Sally e o Somir ficam fazendo pose de quem toma conta do pedaço, mas é o Marquinhos aqui que faz essa budega funcionar. É foda, viu? Tenho que ficar o dia todo editando as fotos no Photoshop, corrigindo texto e aceitando comentário. Não sobra tempo nem pra sair de casa… Mó loser.

Aí já viu, né? Quem não tem cão caça com gato. Toda vez que dá um tempo eu vou xavecar umas minas no MSN, vô adicionando do Orkut e mandando ver no meu charme.

Mas tá foda achar umas perva que não sejam uns DESFAVORES! É só merda, quer ver?

TOP 5 DO MARQUINHOS DE DESFAVORES DAS MINAS NO MSN:

5 – Traduz aí: Sei lá o que dá na cabeça das minas, mas sempre elas tem uns 1000 gifs ridículos para ilustrar o que escrevem… Quando você vê o primeiro pode até ser engraçadinho… Mas quando começa aquela putaria de bolotinha, letrinha e bichinho pulando na sua tela não dá pra entender mais porra nenhuma do que ela ta escrevendo. Tudo bem que quase sempre o que elas escrevem é uma merda mesmo sem desenhinhos, mas pra comer essas pervas tem fingir que entende o que elas querem dizer, né?

4 – Nome de princesa: E nem to falando de princesa da Disney, até preferia ver Cinderela como nick da mina ao invés de “Jurandir vou te amar para sempre nos meus sonhos mesmo depois de você ter me chifrado com a minha irmã de doze anos de idade – O amor é que nem dar o cu: Dói no começo e pode dar merda no final – Hoje vou beber MOITO na balada UHUUU!”.
Porra! Escreveu, escreveu e escreveu mas não disse o nome! Você tá lá esperando alguma mina ficar online e quando aparece uma não dá para saber quem é. Aí você chama Mariana de Fabiana e ferra seu esquema pra night.

3 – Propaganda engordosa: Nóóó… rodei MUITO por causa dessas coisas. Tá bom que se é pra colocar uma presença tem que botar foto boa, mas, porra… se você não era gorda na foto e tá gorda agora não é mais você! (Nem to falando tão mal, já estive em mais gordinhas do que a hipertensão…) É sacanagem anunciar uma coisa que você não é. Ainda mais quando você faz aquele esforço do inferno pra fazer a mina ligar a webcam e percebe que ganhar o dobro do que esperava nem sempre é uma coisa boa. Eu só vou nas fofinhas quando as outras inhas me cortam… E como eu tomo mais corte que pulso de emo… Gordinhas, parem de sacanear, sua vez chega!

2 – Muito barulho por nada: Tipo, certeza que alguma mina que está lendo faz isso. Sei lá, mulé acha que só porque ta no MSN tem que ficar empolgada pra caralho com qualquer coisa.

-=marquinhos-gostosaum91=- diz: E aí, gata? Qual a boa de hoje?
patypakitaehnois diz: maaaaaaaaaaarquiiiiiiiiiinhooooooooooo!!!!!!!!!!!

Aí você pensa: “Já era, se já ta gemendo com meu nome agora imagina de night?”

-=marquinhos-gostosaum91=- diz: Diz então, tem programa para hoje?
patypakitaehnois diz: sei laaa… to psndo aindaaaa, eee vc???

Aí você pensa: “Ô beleza! A mina ta na intenção…”

-=marquinhos-gostosaum91=- diz: Eu pensei num esquema só nós dois, topa?
patypakitaehnois diz: amoooooooooooooo!!! fechoooooouuuuuuuuuu!!!

Aí você pensa: “Cacete! Ou cheirou meio quilo de farinha colombiana ou ta doida por mim!”

Passa o dia, você dá aquela ligada pra confirmar o programa e:

Marcos Paulo: Eeee aííí Patyzinha???
Patrícia Fernandes: Marcos? Ah, eu ia te ligar.
Marcos Paulo: Peeenseiii em tuuudo, vamo num barzinho foooooda e depoooo…
Patrícia Fernandes: Não vai dar, Marcos. Eu tenho prova amanhã. Depois eu te ligo, ok?

Desfavor, aí…

1 – Não topar sair com o Marquinhos: Aê, se eu quisesse mulher pela internet eu entrava num site pornô, onde eu posso tirar o som… Como nem o Somir nem a Sally estão por aqui, acho que eu vou fazer isso mesmo!!! É nóis!

Um aperto de mão pros manos e um beijão nas minas!
Saudações Marquinescas!