Atenção: Mandem os textos para desfavor@desfavor.com
Estão mandando os textos para o e-mail da Sally, o que está gerando confusão e com que os textos não sejam publicados na semana que chegam. Pode ser?

Relacionamentos inexplicáveis e uma escapada ao acaso do mau caminho.

Oi gente bonita (?) do Desfavor! Hoje vou dividir meus desfavares sentimentais mais “recentes” com vocês, vou narrar como foram minhas ultimas aventuras sentimentais, menos a atual, porque essa só Deus sabe onde vai parar…

Tenho dois patinhos na lagoa, sou bonita, universitária (isso não é classificado pra putas, é só pra me conhecerem), razoavelmente culta e tenho um ótimo senso de humor, bom, pelo menos pra mim.

Vamos voltar aos meus 13 anos, em 1999. Foi a primeira vez que beijei, o nome dele é José. O rapaz era apaixonado por minha irmã, que no momento estava a ficar com o amigo dele, e também foi o primeiro cara que minha irmã ficou. Estávamos em quatro, eu, ele, minha irmã e Wesley. Minha maninha (Mari) estava catando o Wesley e o José não parava de reclamar que a amava que iria até o inferno com ela. Eu inocente (?) falei pra ele: ” diga que está ficando comigo, assim ela ficará com ciúmes”. Esse Wesley já tinha tentado me beijar, mas eu não quis. Fiquei com o José, na verdade babei muito, e ele veio socando a mão no meu rabo, não deixei, então ele mudou as mãos para outro continente, duplo, redondinhos, quase pêras.

Fiquei com ele duas vezes, e na segunda o idiota (16 anos, drogado de bosta) falou em namorar, eu era bem (mais)imbecil, mas mesmo assim recusei e não o quis mais.
Minha irmã continuou de rolo com os dois, não ficando, mas se drogando. Eu zarpei fora. tempos depois maninha tirou o cabaço do José. O Wesley ligou aqui em casa atrás da Mari ( minha irmã) e falou de sexo e uso de drogas. Minha mãe ouviu na extensão, ligou pra mãe do Wesley. Wesley levou uma surra no meio da rua. Isso foi em 99, quando foi em 2003 ficamos sabendo que o José estava mais viciado do que nunca em drogas e que fora para Florianópolis, morar com outro homem. Ainda não descobri o modo de perar dele (passivo-ativo). Nunca mais vi.

Ano de 2000. Catorze aninhos no lombo, idiota, deslumbrada. Ser country era o bixo nessa época. Eu tinha uma amiga de colégio que só falava nisso, conhecia todos os cauboizinhos for hell da cidade. Eu não conhecia nenhum, mas sentia admiração por ela, pelos contatos, por ela sair e tal (vai dizer que com essa idade a maioria não é tudo besta, que paga pau pros outros?) Um belo dia ela falou do Cauboi valente, nem dei importância. Um belo dia fui num comício e vi uma camisa escrita seu nome e ele narrando um show country na rua de baixo de casa. No final o povo foi cumprimentar ele, eu me soquei no meio e fui lá falar come ele. Como eu não tinha assunto disse: ” acho que já te vi”. Ele respondeu: eu também, no Ventania” (eu nunca fui no Ventania). Trocamnos telefone e ficamos uma vez, como eu era menor ele teve mó cuidado, mas ficava com outras na minha frente. Percebam que eu fui pra cima dum cara só porque ele era pop (country) e não porque eu tinha interesse nele. Na época eu pensei que seria mais legal, mais pop também. Um dia ele ligou e falou: ” estou apaixonado por você, quando vamos começar a namorar?” Meu pai ameaçou tirar o telefone de mim, então eu desliguei. Quando eu toquei no assunto pessoalmente ele desconversou e eu fiquei muito mal. Como meu pai descobriu que ele era de maior, ele me xingou, disse que eu ia fazer exame de virgindade, foi horrível. Com o tempo eu desencantei. Nunca mais vi.

Ano de 2001. Na verdade conheci essa peça única em 200, ficamos mas nada de sério. Eu e minha irmã andavamos com um maconheiro ( eu nunca me droguei) e um dia ele nos apresentou a esse “Suiço”, eu com 14-15 anos, ele com 16. Minha irmã queria, mas ele ficou comigo. Ele era (é?) um drogado, mas exigia respeito por isso não me quis. O maconheiro que andava com nós falou pra ele que eu ficava com outros, me queimou haha. Ficamos outras vezes, mas não virou nada. Na época ele fazia tatuagens num quartinho, nada limpinho, tudo porco, a casa cheia de drogados (ele era cheio de bok) tive sorte de quando eu ia lá a polícia não ter chegado, uma vez que ‘quem tá junto se fode junto’ pouco importando se você não faz nada de errado também. Passei o ano de 2001 inteiro correndo atrás dele e chorando pra amigas. Eu não queria namorar come le, mas queria que ele gostasse de mim. Entendeu? Bom, não sei se isso é passível de ser entendido. (vou jogar a culpa na idade). Não o vi mais, mas em 2005 nos reencontramos numa sala do bate-papo uol, agora ele tem um stúdio de tatoo, e na época namorava. Não quis contato com aquele gibi ambulante, somente no msn às vezes, mas ele já foi bloqueado.

Ano de 2002, 2003: Não fiquei com ninguém MESMO, nem uma bitoca. Em 2002 eu mudei. Apesar de nunca ter usado drogas ( ah, eu experimentei maconha, mas não fui usuária) mas eu fumava cigarro. Parei tudo, virei saudável, até carne eu cortei e adotei a corrida. Não sei porque não me envolvi com ninguém mais, mas eu cortei até AMIZADES que poderiam dar merda. Sabe quando você faz a coisa certa por impulso? Foi o que eu fiz. (Em 2002 minha irmã fugiu de casa com outro drogado, está com ele até hoje). Em relação a eu não pegar ninguém, não sei bem o que houve, mas eu me tornei insuportável, chata, moralista. Não por mal, mas por conflitos internos mal-resolvidos e também por não ter com quem conversar, uma vez que nem a irmã eu tinha mais. Mas fiz a coisa certa inconscientemente. Hoje me alegro por esse impulso. O resto foi dando certo com o tempo.

No final de 2004, no terceirão, no cursinho fiquei com um garoto. Foi diferente depois de anos beijar alguém ( ah eu não perdi a virgindade) mas eu me senti melhor, estava na minha, não tinha que provar nada a ninguém, não tinha que ser metida a pop, porra nenhuma. Tinha 17 anos, me alegri por isso e comecei a me arrumar mais e tal. UIm mês depois fiquei com outro de lá, fiquei feliz por saber que podia ficar com pessoas ‘normais’ e não era tão doidinha e chata como os meninos da sala falavam. Eu só andava com meninos, imaginem a boca suja que eu tinha?

Com 17( faltava uma semana pra fazer 18) anos passei num vestibular, uma Universidade pública mesmo, fiquei muito feliz. Comecei a graduação em 2005, estava muito bonita e corajosa até. Mas, meses antes, em Setembro de 2004, pra variar, me meti noutro rolo, mas esse é BEM mais diferente, foi virtual hahaha. No dia 7 de setembro de 2004 eu entrei num chat da uol e comecei a teclar com um tal de Gabriel. Fiquei meio balançadinha por ele, porque ele era mais inteligente, articulado, nem era bonito, só o vi na foto também. Não é que me apaixonei por ele virtualmente com direito até a ligar pra ele exigindo satisfação? Pra resumir, com toda razão ele me chamou de doente. Mas como ele tinha alimentado tudo isso eu retruquei a ligação e falei ” DOENTE É A SUA MÃE AQUELA BISCATE VAGABUNDAAA’ Ele ficou puto. Nunca mais vi, aliás, nunca vi, foi tudo virtual, nem quero ver.

Em 2005 conheci o Eduardo. Foi assim: saindo da aula fui com uma colega numa república, ele estava tocando violão sentado com outro amigo dele. Sentei com as meninas perto e comecei a puxar papo com ele, ele tocou pra todos nós. Dei indiretas pra ele, mas fui embora. Na metade do caminho me arrependi e falei pra minha amiga chegar nele e pedir o celular. Ela o fez, a Besta respondeu: ” manda ela vir aqui”. Eu fui ahaha. Ele disse ” quer meu celular” Eu: ” Simmm” , ele: ” quanto você paga??” Me matei de rir, mas ele deu o número. Uma semana depois minha amiga ligou pra ele, porque eu não tinha coragem. Nos encontramos, ele foi muito tarado, então eu cortei e pedi pra ele pegar nos meus peitos. Ele pegou, mas achou legal eu pedir, eu pedi do nada, como quem pede papel. Me ‘apaixonei’ por ele, minha amigas sofreram de ouvir eu falar nele por 10 meses…. É evidente que não deu nada, dois idiotas deveriam combinar, mas não foi o caso. Vejo ele às vezes, mas é indiferente, tenho até vergonha.

Vez ou outra eu fico com uma pessoas problemáticas, mas não monopolizo-as por tanto tempo mais, vou estudar pensar noutra coisa, ou catar outro que der vontade hahahahahah É tudo mais controlado agora, tenho paz interna!

Depois disso não cismei com mais ninguém, sim gente, CISMAR porque eu não acredito que nada disso que vivi até hoje teve sentimento, foram cismas. Cresci com pais briguentos, que quando eu tinha 9 anos falou ” pela sua aparência física você vai ser igual a sua tia uma putinha, tem o mesmo jeito” eu era uma criança, cresci vendo tudo errado, pai xingando a mãe de puta, mandando eu e minha irmã de castigo por qualquer coisa, uma mãe ignorante que por não poder se sustentar sozinha se submetia a isso(..) Meu pai jogando na cara dela que ela é uma puta, uma separada vadia, passando a mão na bunda dela na frente da gente, nos xingando de nomes pesados.
Não coloco a culpa de nada disso neles, só acho que se eu tivesse tido uma estrutura familiar melhor eu teria feito menos merda na vida. Eu poderia ter tido uma mãe pra contar minhas coisas, aconselhar. Pra minha mãe ninguém vale nada, só ela presta também, o resto é tudo puta, mesmo ela tendo um histórico de trair o primeiro marido, mas ostentar que casou virgem com ele(..) Meu pai é um fraco que levou um chifre da primeira mulher e gosta dela ainda e joga na cara da minha mãe. Essas coisas toda familia tem, mas eu só queria ter tido alguém pra conversar, só isso, mesmo assim eu não tenho raiva deles.

Sei que sou uma louca de me expor tanto, mas eu estou muito feliz hoje, apronto uma ou outra mas não me drogo, tive juízo (instinto) de não cair em furadas. Minhas furadas foram de cismas mesmo, graças a Deus, eu poderia ter virado uma drogada vagabunda, mas não virei. Hoje eu estudo e tenho planos, perdoei meus pais também, afinal, eles nem sabem de tudo isso que aconteceu e mais: Eles não ERRARAM como eu disse a pouco, eles apenas não tiveram a maturidade de pais, eles agiram de acordo com o que eles sabiam agir. Eu aprendi na raça, não falo só de sentimentos e cismas, mas de tudo, me sinto feliz por ter outro tipo de comportamento e não implorar a aceitação alheia. E mais: Mil vezes feliz por não ser uma drogada. Do jeito que as coisas são, se eu tivesse continuado nessa, quem é que garante que eu DESFAVOR estaria aqui escrevendo isso?

Obrigada a quem leu meu desabafo, poucas pessoas sabem disso.

CeLina Amanda.


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DESFAVORES FAMILIARES

Dado o grande número de desfavores sociais que vêm nos assolando nos últimos tempos, resolvi escrever um desfavor pessoal, ou melhor, um desfavor familiar. Antes de começar a pôr meu guizo em ação, vou dar nome aos bois e ambientar para que todos nós entendamos a situação. (inclusive eu).

Moro com meus pais, minha irmã fugiu de casa com a namorado drogado, meu pai não se conforma com isso, nas suas crises de ódio desconta em quem está por perto. Eu também não sou grandes coisa, mas estudo e tenho projetos (duvidosos) de vida. Papi e mami são largados de suas primeiras relações e trazem rabichos (filhos). Meu pai é filho de uma beata inútil que vê mulher largada como mulher puta. No começo da relação de meus pais, minha mãe não podia nem passar na rua dos velhos, meu avô falava pro meu pai “tira essa puta da minha rua”, minha Vó: “Não vou reconhecer seus futuros filhos com ela”. Minha mãe brincou na época: “E essa velha é cartório pra reconhecer alguma coisa?”. A primeira briga foi a seguinte: Meus pais moravam juntos, mamis esperava eu, três meses eu acho, e todos foram em casa, inclusive os irmãos idiotas de meu pai. Na raiva que ela tinha de minha mãe, ela incentivava meu pai a sair com seu irmão e voltar de madrugada, nessa visita a velha falou: “você e o seu irmão deveriam sair mais para curtir essa fase..”. Nesse dia meu pai havia chego às 4 da manha bêbado igual um gambá. Puta da cara minha mãe xingou todos, coloco-os para fora sob lindos e poéticos palavrões. Como perceberam a velha foi cínica, ela sabia da saída noturna de papis.
Mudamos de Estado. Relações familiares estreitadas durante bons 15 anos, cresci sem avós paternos. (oh que dó de mimm, ohhh).

Quando as pessoas ficam velhas (meus queridos avós) elas tendem a ficarem “boazinhas” e se aproximarem dos filhos e noras, netos. Pois bem, os velhos vieram aqui em 2005. Eu não os conhecia direito. Quis esquecer as informações deles que eu já tinha e estava disposta a ter uma boa relação com meus avós, mesmo sabendo como eles são. Eu abstrai tudo e os tratei bem, MESMO. Nesse dia coincidentemente minha irmã fujona de casa baixou em casa. Baixaria à vista. Eles ficaram 10 dias em casa, tudo certinho. Um adendo, é que, eu e meu pai nos xingamos, brincamos, não é lá um relacionamento pai e filha tradicional mas é assim, eu me entendo assim com ele e nunca quase brigamos. Um dia fomos todos de carro (os véios juntos) fazer compras e deixar minha irmã no centro. No caminho meu pai xingou o namorado dela e começou a putaria. Ela desceu e foi ao encontro dele. Eu fiquei no carro com o resto do povo. Do nada meu pai “pela genética você vai ser igual sua irmã, uma puta que corre atrás de drogados pra casar”. Eu não aguentei e chamei ele de um nome carinhoso. Minha vó chamou minha atenção, brigou e eu ouvi quieta. Mas chegando em casa ela veio atrás de mim no quarto e começou a esbravejar que, ela como vó tem esse direito, eu respondi: “Como vó que me viu duas vezes na vida acha que pode falar assim? Sai do meu quarto”. Sob chantagem paterna pedi desculpas senão minha carta de motorista teria seu pagamento (cheque) sustado. Meus primos são todos uns idiotas nenhum faz faculdade, ela dá bastante dinheiro pra eles, até carro já deu. Eu nunca paguei pau pra ganhar nada. Eles até vão na missa com ela pra fazer bonito. Eu não faço e não faço MESMO. Embora papis diga para fazer…

Ficamos todos mais três anos sem contado, eles voltaram, a mando de meu pai. Fomos todos à praia (mês passado). Eu, meus pais e meus avós. Tudo bem, tudo legal. Mas, meu tio apareceu. Ele é mimado, besta, só xinga mulher e idoso. É um policialzinho que só é valente com arma na mão. Quando meu pai o vê, vira criança e esquece de todos. Eu andei na praia com os dois. Meu pai falou pra ele que está com depressão e meu tio disse: “isso é falta de meter”. Na minha frente ele falava muita besteira. Meu pai achava tudo lindo, lindo… Eu já havia me desentendido com ele anos antes porque esse ser gosta de xingar mulher, de dar uma de herói, já tentou até bater na mamis quando ela estava grávida de mim, no episódio que relatei a pouco. Não nos desentendemos até então, o mimadão ficou de boa, até bati papo com ele. Todos na minha familia falam palavrão, inclusive mijar, e esse tio mais ainda. Estávamos indo para o mar, eu pai e tio, meu pai reclamou do frio, meu tio não. Eu olhei pro pai e falei “mija que esquenta”. Meu tio virou pra mim e disse “parece uma puta rampeira”. Falou num tom alto. Meu pai defendeu ele. Eu mandei ele se foder. Meu pai de novo defendeu ele. Meu tio disse novamente: “parece uma rampeira querendo chamar atenção pra dar a qualquer custo”. Meu sangue ferveu ” mas quem é que está gritando aqui em? Parece que é você, não é mesmo” Mandei ele calar a boca e o chamei de retardado. Meu pai deu razão pra ele, pra variar. Não vou dizer que estou certa, mas, ele falou perto de mim que meu pai precisava meter, eu falei mijar. Será que feriu a honra dele? Ele saiu de perto e foi pro fundo. Torci pra ele se afogar.

Titio é conhecido como “eu sou um cara que não tô nem ai pra porra nenhuma, sou quase o joão gordo, quero que se foda tudo, tudo pra mim entra por um ouvido e sai por outro”. Parece que não foi assim. Chegando no apartamento ele começou arrumar suas coisas e foi embora pra SP. Será que eu ofendi o “todo poderoso”, ou é só gritar e enfrentar que esses batedores de mulheres e idosos acalmam? Pois ele se foi. Meu pai me culpou. Eu não pedi desculpas, pois não as devia. Ele falou pra todos ouvirem “o ar está irrespirável”. Que dó. “quer que eu abra as janelas?”. Sem saber o que aconteceu minha avó deu razão a ele, não é de se estranhar, até meu pai deu. Sabe por que meu pai defendeu ele, nas palavras de papai: “porque ele é tio, é mais velho e tem direito de chamar atenção”. Ele tem 40 anos e é um bosta. Ele não tem esse direito, mas, vamos supor que ele merecesse, ele falaria meter na minha frente? Mijar parece mais leve. Ele falou coisas até piores já. Meu pai também fala, mas se acha que ele ia dar razão pra mim e brigar com aquele animal de 120 quilos?

Minha vó aproveitou o ensejo e foi falar pra minha mãe que respondona desse jeito eu morreria só. Minha mãe falou: “a senhora não costuma ouvir as duas parte, né, a Laure pode ser tudo, mas puta ela não é”. A vó ignóbil retrucou: “uma menina com faculdade respondona”. Mami interviu: “mas seu filho também tem faculdade, certo?”. Os argumentos da velha se foram e a cara de bunda continuou. Ela não tinha coragem de falar nada na minha cara, porque sabia que ia levar. No dia seguinte todos iríamos para SP e dormiríamos na casa desse tio. Ele falo pro meu pai: “se na minha casa ela me responder, ela leva na cara”. Meu pai me falou isso e disse: “nesse caso eu iria a seu favor laure”. Eu ia precisar levar na cara pro meu pai ponderar as coisas. Eu mexi os pauzinhos para não dormir lá. Certamente ele queria para me dar o troco. Passamos na casa dele. Eu não desci do carro, fui comer um churrasco no Tucuruvi.Ele deve ter morrido de ódio..como ele ia descontar assim? hahaha. Depois disso fomos para a casa da querida vovó, ficamos 5 dias lá, meu pai não me deixou pegar um bus pra casa e eu tava dura, então fui boazinha, mas, acidentalmente, quebrei muita coisa na casa dela. Acho que preciso de óculos.

Foi isso. Familia boa é a que fica longe ou perto onde ninguém se mete. Exste isso? Não sei, agora só sei que quero distância. Pelo menos disso tudo descobri que preciso usar óculos.

Laure


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DIÁRIO DE UM TÉRMINO – VERSÃO MASCULINA

Li o pedido de uma versão masculina sobre o diário de um término que a Sally escreveu na comunidade do desfavor e resolvi falar sobre as minhas experiências nesse campo. Do mesmo jeito que a Sally falou de tomar um fora ou ter que dar um fora numa pessoa que ainda se gosta, vou contar pelo menos o que acontece comigo…
Podem postar se quiser… Mas sem colocar o meu e-mail.

Dia 1 – Na hora de terminar foi difícil, doeu, mas você conseguiu se segurar e não chorar na frente dela. Você se sente muito mal por não demonstrar o que estava sentindo de verdade, fica pensando se ia mudar alguma coisa. Depois do baque do término, vem uma sensação estranha, como se você não sentisse nada mesmo, acho que a gente acredita na pose que fez mais cedo… Nas primeiras horas você não consegue chorar ou mesmo falar sobre o assunto, fica aquele silêncio interno e externo.

Ninguém ainda sabe do que aconteceu, e você fica imaginando todo o sacrifício que vai ser contar para os amigos ou mesmo para a família. Não é egoísmo de querer evitar trabalho, é medo de estar fragilizado pelo o que acabou de acontecer e acabar demonstrando isso para outras pessoas. É hora de ficar na sua, e se conseguir, chorar um pouco no travesseiro para soltar um pouco do que está represado. Nem sempre você consegue.

Dia 2 – Você acorda meio perdido, como se tivesse tido um pesadelo. Não demora muito para a ficha cair e você lembrar de tudo o que aconteceu no dia anterior. “Será que foi o melhor que poderia ter acontecido? Será que eu não consigo consertar tudo?” Agora é hora das dúvidas – pessoais e intransferíveis – já que um homem tem certeza do que decide e não volta atrás. Certo? Não, não vai ser agora.

É o momento de fazer a primeira grande tarefa do pós-término, que é escolher quem vai ser a primeira pessoa com quem você vai falar sobre o assunto. É estranho ligar para alguém e desabafar, você não quer ser lembrado como o cara que liga para um amigo e começa a chorar. Mais uma grande dúvida que você não quer sanar agora… Ao invés de admitir que precisa de um ouvido amigo, você decide que agüenta seguir sua vida normalmente e resolve seguir sua rotina. A primeira pessoa que fica sabendo nem é tão sua amiga assim, é só um coitado ou uma coitada que te pergunta o porquê de suas olheiras. Mesmo abrindo o jogo, não dá para dizer o que realmente está acontecendo com você, se nem para um grande amigo você choraria as pitangas, imagina só para uma pessoa com quem não tem intimidade? Você solta algo do tipo “É… O que se pode fazer?” e torce para que não percebam que seus olhos marejaram. Normalmente não percebem ou não tem coragem de te dizer que perceberam.

Começa a cair outra ficha, a de que você não deveria ter pulado a etapa de sofrer e de que você não é tão macho assim. Saindo do trabalho você liga para o seu melhor amigo e solta a bomba. Chegou a hora do bar.

Dia 3 – O dia começa pela madrugada, que você passa enchendo a cara. A conversa com seu amigo – ou mais amigos – não chega a ser um desabafo, na verdade você quer se convencer que está fazendo tudo certo e não teve culpa pelo fracasso da relação, discurso que é reforçado por quem está ao seu lado naquela hora. Você solta bravatas do tipo “Agora eu estou solteiro e quero fazer um estrago!”, “Vamos aproveitar a noite!”… Mas no final das contas você vai no máximo espantar alguma pobre garota que está próxima. Você faz pose – de novo – para quem está perto de você e acaba acreditando nela. Se a bebedeira permitir, você volta para casa e aproveita a facilidade para dormir sem pensar em nada.

O primeiro momento de perigo é quando você acorda, com aquele gosto ruim na boca e uma dor de cabeça daquelas… Você se sente um babaca, um perdedor… Dá aquele desespero de achar que fez uma merda muito grande se separando dela. Tudo aquilo do qual você fugiu ontem continua exatamente onde você deixou, você vai até o telefone e disca o número dela até o penúltimo dígito… E repete para si mesmo toda aquela argumentação babaca onde você é totalmente inocente e ela totalmente culpada. Não, não vai ser agora.

Se foi você que terminou, ela costuma não resistir mais e acaba te ligando. Pronto, você escapou dessa! Agora é hora de dizer o que está sentindo, de abrir o coração e contar como está sendo horrível para você, como você está completamente perdido… Mas não, não vai ser agora. Um nó na sua garganta não te deixa falar, e ela também não ajuda, parece que depois de só três dias toda a naturalidade que vocês tinham um com o outro se foi… Silêncios estranhos, perguntas banais… E você, frouxo, passa a imagem de quem não está nem aí para nada. Tudo continua na mesma.

Dia 4 – Parabéns, você conseguiu vencer a fase do choro fácil. A sua cabeça começa a voltar para o lugar, parece que finalmente o pior passou. Foram três dias difíceis… Você resolve comemorar, seja saindo de novo com seus amigos ou mesmo se permitindo alguma atividade solitária divertida. Se ela tenta falar com você hoje, você está inteiro, coloca a cabeça no lugar e diz tudo o que uma pessoa racional diria. É a sua função como homem pensar nessas coisas, você diz para ela que ela vai encontrar outra pessoa, que você nem era o homem certo pra ela mesmo… E todas essas bobagens que dizemos – à toa – para sentirmos que estamos a protegendo novamente.

O dia segue bem. Você ri, se diverte, começa até a fazer algumas piadas com o assunto. Acabou e você aceitou.

Dia 5 – A vida continua, você tem mais o que fazer. Aparece uma força de vontade incrível e você resolve arrumar suas coisas, colocar um pouco de ordem na sua vida. Aí começa a perceber alguns detalhes… Você não fez a barba nesse tempo todo, pediu pizza quatro dias seguidos e não jogou fora as embalagens, esqueceu de desligar a TV antes de dormir… E tem a sensação que dormiu abraçado com o travesseiro nas últimas noites. Estranho… parecia que você estava vivendo no automático. Se for parar para pensar, mal se lembra do que aconteceu até ali. Um homem não tem tempo de ficar pensando nessas coisas… Você começa a arrumar sua bagunça, pensa demoradamente na frente do espelho se deixa o bigode que acabou de aparecer ou não, tira aquela toalha mofada do chão do quarto…

Está na hora de seguir em frente, você já se convenceu. Até que você encontra alguma coisa dela perdida no meio da zona que você chama de casa… Uma foto, um brinco, um cartão de aniversário… Você acha que já superou, mas não, não vai ser agora.

Você olha para essa lembrança, não te parece nada demais. Até que acontece… E eu garanto para vocês que não sei se é só comigo ou se acontece com outros homens, nunca tive coragem de perguntar isso para outro… Um calafrio te anuncia o que vem por aí, e você não consegue mais se segurar, você chora de verdade pela primeira vez. A tristeza toma conta de você como um raio e toda aquela força anterior é reduzida a pó de uma vez. A sua única alegria é não ter ninguém para ver isso. “Acabou… Eu não vou mais ter ela por perto. Acabou…”

Do jeito que você é burro e teimoso, deve ter marcado algum programa para a noite e precisa se livrar dessa cara inchada urgentemente. Com um sacrifício enorme, você faz como sempre te ensinaram e engole o choro. Não importa se passou ou não a vontade, você para de chorar e se força a não ter nenhuma recaída. Quem vê de fora já acredita que você superou, e você vai manter as pessoas pensando assim custe o que custar.

Dia 6 – Você está desesperado porque percebeu que não está imune ao término. Você quer fazer o que puder para resolver isso. E já que você parou de mentir para si mesmo, fica muito mais difícil mentir para os outros. As pessoas mais próximas podem até perceber e taxar de recaída, mas você sabe que acabou de começar… O pior de tudo é que você já perdeu a oportunidade de desabar na frente dos outros. Ela está na sua cabeça, pela primeira vez desde o primeiro dia tomando quase todos os seus pensamentos. E pelo o que você já está sabendo, ela já até saiu com as amigas de novo… Sabe-se lá o que elas aprontaram.

Você não tem escolha a não ser engolir tudo o que estiver sentindo e não dar o braço a torcer. Homem não chora. Sorte que você já sabe como lidar com todo esse sofrimento sem dar nenhum sinal. Uma das melhores formas de fazer isso é não ficar sozinho, é muito mais fácil fingir que está tudo bem quando tem alguém olhando.

“Foda-se, eu não vou ficar em casa hoje… E se eu achar uma mulher razoável hoje, eu vou pegar, não quero nem saber…”

Essa vontade toda de sufocar a tristeza vira uma confiança das grandes, e confiança pega mulher. Sem contar que ainda dá para aproveitar a deixa de “acabei de terminar um namoro, sabe?”. Fácil fácil. Com sorte você até consegue evitar passar uma semana sem sexo.

Dia 7 – Você sabe que vai começar a sentir tudo o que ignorou até agora, e sabe que ainda vai tomar mais algumas dessas rasteiras dos seus sentimentos. Mas acabou o seu sofrimento para o mundo exterior. Você só se permite demonstrar um pouco de tristeza, de uma forma mais controlada e mais conformada, para algumas pessoas bem próximas. Não é exatamente o que você quer dizer, mas quebra o galho.

Você vai entregar as coisas dela que ficaram com você. Ela te devolve as suas. Se você olhar muito tempo para ela, desaba. Se você se permitir abrir o jogo com ela, vai passar a mensagem errada. Você não precisa querer voltar com ela para querer mais um tempo com ela. É mais ou menos o que ela devia estar sentindo quando te ligou logo após o término… Mas os nossos tempos são diferentes… Eu sou o homem, eu agüento. Talvez aconteça um sexo de despedida, mas bem lá no fundo você sabe que é uma idéia burra.

Nada fica resolvido.

Dia 8, 9, 10, 11… – Um homem supera o fim de uma relação em uma semana? Não, pelo menos eu não… Mas depois disso é só comigo. Eu vou fingir que tudo está bem bem antes de tudo estar bem. Vai passar, sempre passa. Você se distrai com o trabalho, resolve dar mais atenção aos amigos, pula de mulher em mulher para passar o tempo… Um homem dá o seu jeito…

Anônimo


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CONSUMISMO PATOLÓGICO

Sou carioca, amiga pessoal da Sally e psicóloga. Fiz minha tese de mestrado e estou fazendo a de doutorado com o tema consumismo patológico e fui convidada para falar um pouquinho do assunto por aqui, afinal, consumismo patológico é um grande desfavor. Autorizei a Sally a editar meu texto caso fosse muito técnico, espero que esteja compreensível.

A relação de consumo mudou ao longo das décadas. Inicialmente as pessoas consumiam pelo prazer de ter, de possuir. O prazer da compra estava ligado ao valor que aquele objeto agregava à pessoa e a seu patrimônio. Mulheres se realizavam consumindo produtos de sua realidade: geladeiras e outros eletrodomésticos. Com o passar do tempo, o perfil de consumo da nossa sociedade foi sendo modificado. A mulher entra no mercado de trabalho e seus desejos de consumo sofrem modificações. Ela não cobiça mais a geladeira, cobiça bolsas, sapatos, roupas e jóias. Atualmente eu me arrisco a dizer que em matéria de consumo, o homem se afirma pelo carro e pelos eletrônicos e a mulher se afirma pela bolsa e pelos sapatos.

Acontece que hoje não se consome mais para ter. A nova moda do consumismo é ostentar. Não importa mais o ter e sim que os outros pensem que você tenha. Quando estava escrevendo minha tese de mestrado estourou a moda das lojas que alugam bolsas de marca. Fui investigar. Entrevistei donas e usuárias e o aluguel custa em média R$500,00, isso mesmo: quinhentos reais. Por quinhentos reais é possível comprar várias bolsas lindas, então, porque alguém gasta quinhentos reais para uma bolsa que vai ter que devolver?

Pela etiqueta. Pelo status de ostentar em uma festa ou em uma entrevista de emprego uma bolsa com a marca Prada, Fendi, e similares. A estas mulheres não interessa possuir estas bolsas, interessa que as outras mulheres — porque homem não repara nisso — pensem que elas as possuem. Não podem comprar uma bolsa dessas porque custam valores astronômicos, no entanto, querem que os outros pensem que podem.

O que isso nos conta sobre a sociedade moderna? Essa preocupação excessiva em aparentar o que não é mais uma busca inocente por aceitação. Cruzamos essa linha. Mais parece busca pela admiração e pela inveja alheias. É o novo mundo brega, onde todos querem ser celebridade, todos querem glamour, todos querem seus cinco minutos de fama. Então, para ser o centro das atenções, para ser invejada, eu alugo uma bolsa cara que nunca poderia pagar e desfilo com ela por alguns dias.

As pessoas estão tão insatisfeitas e vazias que precisam recorrer a esse tipo de transação insensata. Porque o olhar do outro sobre nós nos preocupa tanto? Somos o que somos e não o que o outro acha que somos. Mas atualmente as pessoas não tem muita certeza do que são e se buscam no olhar do outro. Quando se tem sua identidade condicionada ao olhar do outro, se faz tudo que for possível para conquistar e seduzir esse outro — não no sentido sexual — e com isso, se cria um efeito bola de neve onde nos vemos obrigadas a fazer uma constante manutenção de uma mentira que não somos, mas que queremos vender que somos. Partindo dessa premissa que só conseguimos nos ver pelos olhos dos outros e de que nosso Eu Social é mais importando do que o real, consegui entender porque tantas mulheres consomem de forma predatória, gastando mais do que ganham, se tornando o que os advogados chamam de superendividados. Culpar a mídia seria a saída mais fácil. Eu não sou mulher de saídas fácies. Sem dúvidas a mídia tem sua parcela de culpa, empurrando produtos cujo preço real e preço de mercado são absurdamente díspares — hoje se paga pela marca e não pela qualidade do produto — e convencendo mentes mais fracas de que precisam daquilo para serem felizes e completas. Mas a culpa não é só da mídia.

Buscar a felicidade em uma compra é muito fácil e cômodo. É uma fonte imediata. Quando compramos algo que desejamos se inicia uma série de reações químicas no cérebro muito similares à do usuário de drogas que consome a droga. Há liberação de substâncias que dão a sensação de prazer. Com este alívio imediato, poucas pessoas ainda procuram a felicidade da forma convencional: batalhando por uma relação afetiva saudável, aproveitando bons momentos com a família, curtindo seus filhos, batendo um papo com amigos, etc. Por quê? Porque essas formas convencionais tem uma demanda de manutenção muito maior do que uma compra! Levam tempo, esforço e trazem um risco de frustrações. Cultivar laços amorosos e afetivos é uma tarefa trabalhosa, árdua e muitas vezes dolorosa. Então, é muito mais simples pegar um cartão de crédito e comprar aquele vestido.

O problema é que o bem estar da compra passa pouco tempo depois de realizada a compra. E o cérebro pede mais. É preciso liberar substâncias de prazer de alguma forma. Vem a falsa sensação de que precisamos daquele sapato. Tudo um truque do nosso cérebro para se entorpecer. Claro que fatores externos podem piorar o quadro: pessoas carentes, frustradas, solitárias, com baixa auto-estima e outros problemas acabam fazendo das compras seu porto seguro, sua dose garantida de felicidade.

Todas as mulheres que entrevistei me passaram uma impressão de futilidade, de vida vazia. Não falo de cultura ou de grau de escolaridade, falo da riqueza individual de cada um, da experiência de vida, dos valores. Mal comparando, da mesma forma que o homem frustrado afoga as mágoas na bebida, a mulher frustrada afoga as mágoas nas compras. É uma forma de não ter que lidar com o problema, de varrer a sujeira para debaixo do tapete. As pessoas vítimas desse consumismo predatório chegam a apresentar sintomas similares aos apresentados pelos viciados em abstinência quando não podem comprar. Nos casos extremos as compras não são auto-indulgências ou caprichos, são uma necessidade patológica, vulgo doença.

O mais grave é que as pessoas acham inofensivo e estimulam o consumo. É engraçadinho dizer em uma roda de amigas que comprou algo muito caro ou que gastou metade do dinheiro no shopping:

– “Amiga, hoje fiz uma loucura!”.

Deveria ser vergonhoso perder o controle desta forma, no entanto, é socialmente aceito. Aceito e estimulado. Não adianta lutar contra, esses são os novos valores e eles já estão criando raízes na atual sociedade. As chamadas Indústrias do Luxo faturam milhões todos os anos. A Daslu compra vestidinhos de oito dólares feitos com a mão de obra escrava de crianças asiáticas, coloca a etiqueta deles e vende por R$800,00 e as pessoas compram, para mostrar para as mulheres que as cercam que usam uma roupa da Daslu.

A solução? Conversando com a Sally — como é bom ter amigas não-consumistas que ainda cultivam o cérebro e sabem conversar — chegamos à conclusão que não há solução. Por mais que tratem estas mulheres que sofrem de consumismo patológico como doentes — que o são — ameniza-se o sintoma mas não se alcança a raiz do problema, que só poderia ser alcançada com um tratamento psicológico profundo ao qual elas não estão dispostas a se submeter e mesmo que estivessem, não teriam condições de aprofundar, pois são, por sua essência, pessoas fúteis e superficiais, que não sabem ou não conseguem aprofundar nada em suas vidas.

Vamos todos refletir por cinco minutos que valores são esses que andamos cultivando. Vamos tentar passar isso para nossos filhos. Que sociedade é essa de aparências que estamos criando? De supermodelos, de bolsas no valor de um carro, de relações afetivas precárias e superficiais, onde você é o que você tem. A verdadeira riqueza do século XXI não será o dinheiro, os bens e nem tampouco a informação — banalizada pela internet — e sim o poder de adaptação a um mundo em constantes mudanças e quebras de paradigma. Quem for criativo e souber se adaptar sobreviverá, os demais, ficarão obsoletos. Devemos investir mais em nós mesmas, como pessoas, e menos nas compras.

Termino o texto com uma frase da Sally, em resposta às minhas sugestões de tratamento:

– “Elas não querem ser tratadas nem curadas e é melhor que não sejam mesmo, porque mulheres assim não vão conseguir achar felicidade em mais nada, se você tirar as compras, elas serão infelizes. O melhor que você faz por elas é arrumar um marido rico para cada uma!”

Será?

Odalisca da Comunidade CF VIP


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Flocos de Neve

Todos os dias vemos novos escândalos pela tela da televisão ou do computador. Mas, cada vez damos menos relevância a eles, sob o argumento que já virou clichê: “Não tenho nada com isso.”. E são nesses momentos que, sim, a maioria das pessoas tem uma grande parcela de culpa.

O escândalo recente que correu o mundo a uma velocidade semelhante a da luz, e com todos os bes de Brasil e brasileiros, foi a suposta gravidez de gêmeos e a auto flagelação da advogada Paula Oliveira, na Suíça. Para pseudo leitores, ovelhas brancas no rebanho e pessoas com mentes e opiniões igualmente inexpressivas, o caso acabou por ai. Porém, nós não se aplicamos a nenhuma dessas categorias – logo, analisemos juntos essa situação.

Olhando com outros olhos, vemos claramente que ela tentou passar a perna no sistema suíço e ainda divulgou por vias transversas grupos neonazistas. No entanto, o absurdo não foi bem esse, e nem é sobre isso que quero falar nesse texto. O grande desfavor é o fato do pai de Paula ter acobertado a filha, mesmo sabendo que ela estava mentindo, coisa que, segundo testemunhas, não era a primeira vez. O pai dessa moça acobertou a filha, mas não apenas porque era pai, mas porque sempre fez isso. Se um pai acoberta uma filha diante de uma situação tão absurda e óbvia como essa, pode ter certeza que ele acobertou ela em situações costumeiras, que podem ir de pequenos furtos à situações escolares.

Outro caso que ganhou um destaque todo especial nos últimos dias, foi o trote de veterinária, onde os veteranos obrigaram os calouros a deitar e rolar na merda, literalmente. O pai de um dos calouros apareceu na TV no dia do trote alegando que o filho sofreu uma brutalidade. Sim, sofreu. Mas, o que vem acontecendo é que o pai desse rapaz sempre fala pelo rapaz. E o pior é que é rapaz mesmo, e não moleque. Mais um pai acobertando o filho.

Caro Leitor, atente que acobertar não é o mesmo que defender. Acobertar é dissimular.

O problema é que essa mania não vem de hoje. Um exemplo clássico, porém pouco conhecido disso, era o homem que era acobertado pela avó, enquanto matava pessoas para tirar a pele. Este caso ficou tão famoso , que os romances O Silêncio dos Inocentes e Dragão Vermelho, de Thomas Harris, foram inspirados nesse caso de assassinatos em série.

Terminando este texto, deixo um apelo para pais de filhos pequenos: se vocês os amam, não acobertem suas crianças. O mundo precisa de adultos que ao menos tenham expressão própria e não sustentem mentiras desconexas. É evidente que sua filha não fará o mundo de idiota, e se filho não vai rolar na merda ou sair esfolando pessoas. Mas, acreditem quando eu falo que eles foram acobertados em situações bem menores. Teu filho/a pode não virar um serial killer, mas existem crimes como espionagem industrial, charlatanismo, entre outros, que, aos olhos de alguns não são nada, mas sim, são grande coisa. Portanto, ensinem seus filhos a não mentirem e não os acobertem. Pessoas assim não geram lucro algum. “O que para uns é um floco de neve, para outros é uma nevasca.”

Ká.