Eco-divertido!

O Desfavor Explica de hoje vem falar de ecologia. Não é segredo para ninguém que Desfavor odeia o Greenpeace e outros tipos de eco-chatos. Não que a gente odeie a natureza em si, a gente odeia o papel ridículo e inútil que estas organizações fazem em atos que acabam transtornando a vida de pessoas como eu e você, quase sempre sem obter resultado. Foi quando começamos a observar um grupo de dissidentes do Greenpeace que despertou nossa simpatia: Sea Shepherd. Com eles, a ecologia vale a pena.

Por mais que a gente brinque e trolle eco-chatos dizendo que quer mais é que o planeta se exploda, que a Amazônia vire um estacionamento e que “meu tataranetos que se virem”, qualquer cabecinha com um mínimo de raciocínio sabe que são apenas brincadeiras provocativas para ver as comadres do Greenpeace quicando no calcanhar nos comentários. E é justamente por isso que a gente debocha, porque eles são histéricos. Desfavor gosta de resultado, de coragem e de inovação. Será que o Greenpeace não percebeu (ainda) que não basta se pintar de baleia morta e deitar em uma rua de grande circulação, congestionando o trânsito, para resolver a questão?

Tudo começou muitos anos atrás. Era uma vez um menino, que aos nove anos de idade, viu seu animal de estimação morto em uma armadilha de caçadores. Ficou putíssimo e em vez de chorar, protestar e fazer escândalo, saiu no dia seguinte destruindo tudo quanto era armadilha que encontrou na floresta que cercava sua casa. Esse homem era Paul Watson. A ecologia sempre foi a sua causa. Ecologia não é a minha causa, nem a causa do Somir, mas a gente respeita pra caralho Paul Watson, porque ele luta pela causa dele da forma que nós admiramos: na porrada e na trollada.

Seu amor pela ecologia o fez sair do Greenpeace e criar sua própria organização, o Sea Shepherd (“Guardiões do Mar”), que foi fundado por Paul Watson, em 1977. A idéia surgiu quando Paul, ainda no Greenpeace, estava engajado em um dos projetos-palhaçada que eles costumam fazer. A idéia era entrar em um bote inflável e ficar na frente de um gigante navio baleeiro, mais precisamente por cima das baleias, achando que com isso o navio daria meia volta e não caçaria as baleias, por medo de acabar matando os seres humanos. Entendem porque o Desfavor despreza o Greenpeace? Pode dar certo uma idéia imbecilóide dessas?

Enfim, lá foi Paul Watson com mais meia dúzia de Greenpeaces em um botezinho inflável de merda tirar onda de herói neste plano furado. O que aconteceu? Cagaram e andaram solenemente para eles. Começaram a lançar arpões como se eles não existissem. O primeiro arpão acertou uma fêmea. Ele diz que essa baleia “gritou”. Tenho cá minhas dúvidas. Só sei que ele conta que vendo isto, o maior macho do bando resolveu ficar na frente do resto para protegê-los, pulando em direção ao navio, quase caindo por cima do bote. Acabou arpoado também, na cabeça, tombando do lado do bote. Os Greenpeaces sobreviveram por milagre.

Paul começou a ver que essa papagaiada não conscientizava ninguém e muito menos surtia resultado. Tem coisas, minha gente, que só na porrada. Vamos combinar, se alguém entra na sua casa e começa a destruir as suas coisas, colocando em risco inclusive a sua sobrevivência, você se pinta de foca morta e deita no chão para chamar a atenção da sociedade? Eu sento a porrada, facada, tiro ou o que mais estiver ao meu alcance! O mesmo vale para o nosso planeta. O planeta está fodido. Ouviram? FO-DI-DO. Acabou essa graça de protesto, de consciência… nada disso resolveu. Tá na hora de ir para o pau.

Percebendo isto, Paul decidiu que aquele eco-chatismo inútil não servia mais para ele e viu que era hora de tomar atitudes mais radicais. Começou a ousar quando ainda fazia parte do Greenpeacde. Um incidente causado por seu suposto “radicalismo” terminou em sua expulsão do Greenpeace: Paul viu um caçador matando foquinha a machada e em vez de se fantasiar de foca, se cobrir de sangue falso e deitar na frente das câmeras da CNN, achou que era mais produtivo enfiar a porrada no sujeito. Deu-lhe uma surra, tomou seu machado e jogou o cara nas águas geladas do Alasca. O Greenpeace o acusou de “roubar propriedade privada” (sim, o machado) e o expulsou. Paul decidiu que faria as coisas do seu jeito e fundou o Sea Shepherd. Porque sim, na porrada é mais gostoso – e mais eficiente.

No Sea Shepher o buraco é mais embaixo. Sua base não é neguinho fantasiado fazendo factóide nem vendendo produtinho com logo para arrecadar 300 milhões de dólares por ano. Eles são gente que faz. Segundo relatado em seu livro, e repetido em diversas entrevistas, ele encara a coisa como uma guerra. E é, porque na paz, já vimos que neguinho não respeita, não quer nem saber. Paul Watson é o Capitão Nascimento da luta ecológica. Gente com culhões o Desfavor admira, por mais que não sejamos adeptos da causa.

Em vez de ficar boiando que nem um babaca em um bote enquanto neguinho manda arpão na sua cabeça, Paul adotou uma nova estratégia. Ele pega um barco, manda turbinar para ficar indestrutível e dá porrada nos pesqueiros até eles afundarem. Mais: ele sacaneia. Frases como “Seu maldito! Matador de baleias filho da puta, sua carreira vai terminar hoje” são ditas pelo rádio para os barcos segundos antes do ataque. Depois, tome porrada. Ele porra o barco, dá a volta e porra mais uma vez. E deixa bem claro que foi de propósito, e quais foram os seus motivos. Desfavor acha bacana atos de desobediência civil como estes. É contra a lei? Negativo. O navio pesqueiro é contra a lei. Pirata atacando pirata. Ladrão que rouba ladrão… cem anos de perdão para Paul Watson.

Com o tempo, o Sea Shepherd foi se sofisticando. Já atacaram navios pesqueiros com helicópteros. Perguntado se mataria uma pessoa para defender a causa, ele diz que sim, diz que “a sobrevivência da espécie é anterior aos direitos do indivíduo”. Paul afundou metade da frota de navios baleeiros da Espanha. Também afundou metade da frota de navios baleeiros da Islândia. O cara não ta aí para brincadeira. Não é a toa que quando ele estava à frente do Greenpeace foi a época em que a instituição conseguiu mais vitórias em suas lutas.

Sobre o Greenpeace, Paul é curto e grosso: “O Greenpeace está mais interessado em levantar dinheiro vendendo produtos do que em salvar a Terra”. Sim, ele tem razão. Greenpeace é uma papagaiada anos 80 que não sei como sobreviveu até hoje. Cheiro de merda no ar? Que nada! O climão começou muito antes, quando numa entrevista Paul chamou os militantes do Greenpeace de “garotas-Avon do movimento ambientalista”, porque segundo ele, tudo que sabiam fazer era passar de porta em porta pedindo dinheiro. Ele tem razão, pois dos 300 milhões que o Greenpeace arrecada por ano, 70% é destinado não para a proteção da natureza, e sim para conseguir novos sócios.

Nem preciso dizer que ele foi preso uma caralhada de vezes. Porque vamos combinar, as atividades ilegais sempre tem gente grande no respaldo. Mas nunca foi condenado. E não se intimidou, continuou mandando ver. A revista “Time” lhe concedeu o prêmio de “Herói da Ecologia do Século XX”. Seu livro “Ocean Warrior” foi campeão de vendas. Mas, ainda assim, a imprensa continua dando destaque ao Greenpeace. Sabe como é, as garotas-avon tem din din. Quem quiser, pode pesquisar sobre os prêmios que o Sea Shepherd e que Paul ganharam em seu site: www.seashepherd.org

Muitos olham torto para Paul e para o Sea Shepherd. Foram apelidados de ecoterroristas. Eu, particularmente, prefiro ser terrorista do que mala sem alça. Em vez de pagar um mensalinho para o Greenpeace para ficar com a consciência tranqüila, tipo “pronto, fiz minha parte, ajudei a defender a natureza”, o Sea Shepherd arregaça as mangas e faz a diferença, ainda que com métodos discutíveis. Você acha ruim? Ok. A outra opção é assistir à depredação e morrer quando acabarem de foder com o planeta. E aí? Qual vai ser?

O Sea Shepherd não vive só de proteger baleias. Também luta contra o massacre de focas e golfinhos, pesca predatória e até contra a exploração do plâncton. Para proteger os tubarões, fez uma trollada sensacional para investigar uma quadrilha que contrabandeava barbatanas. Sua atuação é assim, com métodos peculiares: ou na trollada (por exemplo, empregando ex-mergulhadores da marinha para fazer furos nos cascos dos navios ou inutilizando redes de pesca com ganchos colocados em barcos), ou na porrada. Como o próprio Paul define, o Greenpeace é uma organização de protesto, enquanto que o Sea Shepherd é uma organização intervencionista. Desfavor acha que protesto é coisa de bebê chorão e dificilmente resolve casos extremos como a destruição do planeta. Desfavor apóia a pancadaria ecológica.

E adianta, viu gente? Adianta mesmo. Dados oficiais mostram que só no último ano, o Sea Shepherd causou um prejuízo de aproximadamente 70 milhões de dólares no governo japonês, por exemplo. A meta dos japoneses baleeiros seria matar mil baleias e só conseguiram matar 550. A empresa japonesa Nissui (de produtos alimentares) se desfez das suas ações (vendeu a preço de banana) depois de um boicote bem sucedido a navios baleeiros. Quer resultado mais concreto do que isso? Não é a toa que o slogan na página do site que trata da filiação é “nós não falamos em salvar os oceanos, nós o fazemos!”.

Nem preciso dizer que ele tem vários desafetos pelo mundo. Já passou por maus momentos: foi arrastado em águas geladas pendurado em um barco até perder sua consciência, foi torturado e quase sufocado com óleo de baleia, apanhou e coisas piores.

Paul, sempre que pode, tenta amenizar sua fama de mau (porque, Paul? Nós te amamos justamente por isso! Por ter culhões!). Diz que nunca foi condenado por nenhum crime e que sua intenção não é ferir pessoas. Mas se precisar, vai fazer. Não precisam acreditar em mim, procurem vídeos sobre as operações do Sea Shepherd e verão exatamente do que se trata. Tem uma operação chamada “Operação Musashi” cujo vídeo ficou bem famoso. Tem outro vídeo de um ataque a um baleeiro japonês que é bem divertido e tem até um vídeo explicativo chamado “This is Sea Shepherd”, que apesar de ter uma ou outra cena meio forte, vale a pena ser visto.

No Brasil, o Sea Shepherd iniciou suas atividades em 1999. Não possuí nenhum funcionário assalariado, só trabalha lá quem quiser ser voluntário. Vendem no máxima uma camisetinha básica, ao contrário do Greenpeace, cuja lojinha virtual vende de tudo, até mesmo colar, bolsa, brinco e etc. E o povo do Sea Shepherd não faz ode à violência em seu site, o que também é um bom sinal, já que todos sabemos que bravateiros não costumam ser de nada (vide o ano que se passou com zero processos contra o desfavor e mais de cem ameaças de processos nos comentários).

Trollzinho ordinário que é, em vez de ficar fazendo passeata na rua para que o governo cague e ande na sua cabeça, Paul dá algumas dicas para fazer a diferença. Por exemplo, bater onde dói: no bolso. Sugere que aqueles que quiserem lutar pelas baleias encomendem um carro japonês, solicitando que ele seja importado para seu país e depois cancele o pedido dizendo que está indignado com a matança de baleias no Japão. Neguinho já deu um prejuízo sério por conta disso, que fez o governo japonês rever uma série de leis e atitudes. Esse tipo de mensagem é ouvida.

O sujeito é doido varrido? É sim. Só fica em casa duas semanas por ano, e mesmo assim, o endereço é sigiloso, porque meio mundo quer matá-lo. Mas temos que respeitar a estratégia adotada por ele. Paul é gente que faz. O Sea Shepherd é instituição que faz. Depois do vexame protagonizado por todos no Cop 15, isto é algo que merece mais do que destaque: merece admiração. Falando nisso, vamos ver o que ele disse em uma entrevista sobre esse assunto, mais especificamente sobre aquecimento global: “Acho que é uma moda passageira. Nada de muito eficiente está sendo feito (…) Devemos frear o crescimento populacional optando voluntariamente por ter menos filhos. Muitas organizações ao redor do mundo vão lucrar usando o apelo de “ajude a salvar o planeta”.

Evidente que quem dá a vida para salvar a vida de uma baleia é um demente. Mas mais demente ainda é quem se fantasia para encher o saco alheio. O primeiro demente a gente respeita, apesar de discordar. O segundo não. Acho importante que todo mundo saiba que nem todo ecologista é um bebê chorão que vive de pentelhar os outros em vez de tomar uma atitude.

Para dizer que ainda se lembra que eu dei uma surra em uma ativista do Greenpeace, para dizer que quer trollar os japoneses e para dizer que prefere quando eu não escrevo textos sérios: sally@desfavor.com

SAAAAALLLYYYY!!! VEEEMMMM VEEEEEEEERRRRRRRRRR!!!

ATENÇÃO: ESTE TEXTO PODE NÃO SER BEM DIGERIDO.
– Oi Amigo! Tô precisando de você! Quando podemos almoçar juntos?

– Você ta doente, Sally?

– Não, to ótima, é que queria te fazer umas perguntas técnicas…

– Não é aquele seu blog maluco de novo não, né?

– É sim!

– Não bastou aquilo sobre peidos?

– Pois é, é que estamos fazendo uma Semana Escatológica e…

– O que?

– Semana Escatológica

– Sally, o que você quer de mim?

– Informações sobre merda

– Sally, NINGUÉM vai querer ler sobre merda!

– Eu leria sobre merda!

– Você é maluca!

– Nossos leitores também são!

– Pode ser na terça, 13h?

– Fechado!

O Desfavor Explica de hoje é sobre merda. Porque olhar a merda é nojento, mas falar sobre ela é bacana.

O nome técnico para merda é “fezes”. Fezes são basicamente a sobra dos alimentos que ingerimos e (não) digerimos. A palavra “fezes” vem do latim: faeces, que significa “resíduos”. Cagamos para eliminar aquilo que ingerimos mas nosso organismo, por alguma razão, não absorveu.

Segundo informações médicas, as fezes costumam ter uma coloração que oscila entre o “castanho-pardo e castanho escuro”. Isso me entristeceu, pois o castanho-pardo é a atual cor do meu cabelo (sério, esse é o nome na caixinha de tinta), o que me faz pensar que tenho cabelo cor-de-merda cada vez que me olho no espelho. Em todo caso, há relatos de fezes das mais diferentes cores: cinza, preta, avermelhada, verde, branca, amarelada e outras. As causas para essas alterações podem ser facilmente encontradas na internet, por isso, vou pular essa parte. Tenho tanto a dizer…

A textura normal das fezes é a pastosa. Isso foi uma surpresa para mim, pois sempre achei, na minha ignorância merdal, que a textura normal fosse algo um pouco mais sólido. A textura da sua merda vai depender do quão rápido os alimentos não aproveitados pelo organismo passarem pelo intestino. Quanto mais demorarem a passar, mais o intestino absorverá água, por isso, mais secas elas ficarão (castigando seu cuzinho na saída). Quanto mais rápido elas passarem, mais moles ou até mesmo líquidas elas sairão.

Do que é composta a nossa merda? Por incrível que pareça, uma merda mais ou menos normal é composta por aproximadamente 75% de água. Com 80% de água a bosta já fica meio mole e com 90% vira diarréia. Esta informação me intrigou: porque, se na diarréia a bosta é mais diluída, o fedor é maior? Não deveria feder menos? Parece que, geralmente quando temos uma diarréia, o fator externo que a provoca acaba por ser o responsável por seu cheiro sofrido: fermentação intestinal, uma infecção, uma comida estragada, um vírus ou algo do tipo.

Mais da metade da massa da nossa merda é comporta por bactérias mortas (90% da massa seca da merda é composta por bactérias). O resto é composto de materiais não digeridos, como sais, celulose, fibras e etc. Sim, nós não digerimos fibras. A razão pela qual nos mandam comer fibras é justamente essa: por não serem digeridas, elas empurram o bolo fecal, facilitando o trânsito intestinal.

Ao contrário do que eu imaginava, a coloração marrom da merda não vem nem destas bactérias mortas, nem de pigmentos do sangue, e sim de restos de pigmentos da bile, alguma coisa relacionada com estercobilina e hidrobilirrubina. A tal da estercobilina é um pigmento escuro formado no final da digestão a partir da oxidação do estercobilinogênio, que, por sua vez, é produto da digestão da bílis – líquido que ajuda a quebrar a gordura e absorver nutrientes no intestino. Quanto mais as fezes demoram para sair, mais estercobilina é produzida.

Atenção porque agora vem uma informação bombástica que vai mudar a sua vida: a merda pode ter diversos formatos, que serão definidos pelo esfíncter anal de cada pessoa. Calma aí, ninguém vai cagar em forma de barquinho nem de casinha, mas porra, nem todas as merdas são iguais. Sabe casquinha do Mc Donalds saindo da máquina? É mais ou menos isso.

A quantidade média de merda eliminada por dia é entre 100 e 150g. Pode chegar a 1kg, dependendo do quanto a pessoa come e do seu estado de saúde. Não existe quantidade de vezes “normal” para cagar por dia. O normal é aquilo que te é habitual. Existem pessoas que cagam três vezes por dia e são tidas como normais e existem pessoas que cagam a cada dois dias e também são tidas como normais. A preocupação deve surgir quando a freqüência das cagadas te trouxer algum desconforto.

A partir de que momento a comida deixa de ser comida e passa a ser merda? Tantas questões fascinantes… Ahhh… como eu queria mais de quatro páginas! Bem, quando a comida está na boca, ela é chamada de “bolo alimentar”. Ao ser engolido, ele passa pela faringe e é levado ao estômago. No estômago ele é dissolvido pelo suco gástrico e passa a se chamar “quimo”. A esta altura, se ele sair do corpo, ainda não é merda, é vômito. A parte final do estômago, chamada Piloro e depois que o alimento (quimo) passa por ela, podemos começar a pensar em chamá-lo de merda. Depois do Piloro tem um tubo que liga o estômago ao intestino delgado, chamado “duodeno”. Depois do duodeno, deixa de ser quimo e passa a ser chamado de “quilo”, que em minha humilde e leiga concepção, já preenche os requisitos para se classificado como merda.

No intestino delgado (duodeno + jejuno + íleo) é feita a digestão de proteínas, de carboidratos, de gorduras e a absorção de nutrientes. Depois, no intestino grosso (ceco + cólon + apêndice + reto) é absorvida a água e a merda é expelida pelo ânus. Teóricos da área dizem que só depois que chega ao intestino grosso a merda é merda. Mas eu (quem se importa?) acho que saiu do estômago já é merda.

Pasmem, quando a gente pergunta debochando se alguém comeu merda, nem imagina que de fato existam pessoas que o façam. Mas tem. Tem gente que acha inclusive “terapêutico” comer merda. Evidente que qualquer pessoa com bom senso sabe que é uma imbecilidade sem fim comer bosta, entretanto, eu não sabia propriamente os motivos. Fui forçada a verbalizar esta pergunta desagradável.

– Comer merda pode fazer mal à saúde?

– Sally, as pessoas da mesa ao lado estão olhando de cara feia para a gente

– Isto é uma entrevista para escrever uma matéria sobre fezes, eu sou obrigada a falar de merda aqui!

– Você planeja comer merda?

– Não, eu pretendo informar aos leitores as razões técnicas pelas quais não se deve comer merda

– Eles precisam de razões técnicas para não comer merda?

– Porra, será que você pode responder às minhas perguntas?

Foi um custo obter algumas informações. Custa responder? Pois bem, tirando o fato de ser nojentão, comer merda pode fazer mal. Uma merda pode ter até 500 diferentes tipos de bactérias, algumas nada inofensivas. Além de ter muitos tipos de bactérias, sua concentração é elevada, podendo chegar até 10 trilhões por cada grama de merda. Isso pode causar uma grave infecção. Para você que se amarra no 2 girls 1 cup, favor não repetir isto em casa! O perigo é tão grande que dentistas recomendam que as escovas de dentes fiquem a uma distância de pelo menos 2 metros do vaso sanitário para prevenir a contaminação. A menos que seu banheiro seja enorme, recomendo que guarde sua escova de dentes em uma gaveta, porque se deixar ela na canequinha de bobeira, do lado do vaso, pode ser que você esteja esfregando coliformes nos dentes todos os dias.

Merda não deve ser desprezada enquanto matéria prima. Merda tem utilidade científica! Merda pode ser usada para realizar análise de DNA! O médico que teve a santa paciência de responder às minhas perguntas bizarras ficou pensativo, coçou a cabeça e disse que, apesar de nunca ter pensado nisso ou ter feito nada parecido, tecnicamente é possível apurar o DNA de uma pessoa com uma amostra de merda. Também é possível dizer o que uma pessoa andou comendo e em alguns casos é possível verificar se a pessoa usou drogas. Merda pode dizer muito sobre seu autor. O foda é colher a merda no sapatinho, sem a pessoa saber, porque quando ela bate na água da privada está contaminada e não serve mais como prova.

Agora a pergunta que não quer calar: porque a gente se depara com aqueles grãos de milho na bosta? Desfavor explica aquilo que todo mundo tem vergonha de perguntar! Caro leitor, você acha milho no seu tolete porque o milho consiste em uma fibra insolúvel que não é digerida pelo nosso organismo, quando engolida inteira. O revestimento do grão de milho é de celulose, que não pode ser digerido pelo organismo humano. Quando você mastiga bem o milho e consegue separar o grão interno deste revestimento de celulose, o grão interno é digerido e passa despercebido nas fezes. Mas se você é um esganado que come como um ogro, acaba engolindo um ou outro grão inteiro de milho. Ele não é digerido em função desse revestimento de celulose e acaba saindo intacto no seu tolete. Mastiguem bem seus milhos e evitem a bosta-chokito.

Também perguntei se a indicação técnica mais correta é cagar sentado. Porque sei lá, né? Vai que tem um jeito melhor… Para a minha surpresa, anatomicamente, a forma que mais facilita a saída da merda não é o clássico sentado no troninho e sim de cócoras. Isso mesmo, você pode observar que a maior parte dos animais tendem a agachar-se na hora de cagar. Sai mais fácil ao agachar-se. Porque? Bem, essa posição relaxa a musculatura que controla a saída da merda e, desculpem o trocadinho, deixa o reto mais reto, favorecendo o ato de obrar. Só deve ser tomado um único cuidado: o cu de um ser humano agachado desemboca no seu calcanhar, portanto, se quiser obrar nesta posição, faça com as pernas abertas sob pena de se cagar todo – literalmente.

Porque algumas vezes a bosta flutua e outras a bosta afunda? Tantas dúvidas existenciais! Parece que quanto mais gordura um tolete tem, mais ele flutua. Convoco os leitores a fazer o experimento, porque como é de conhecimento geral, eu não cago, portanto, não posso ajudá-los. Preciso da ajuda de vocês. Vocês mortais que cagam, mantenham uma dieta com pouca gordura por uma semana e comprovem o grau de afundabilidade de seus toletes. Depois, metam os cornos na banha: batata frita, chocolate, sorvete… e me digam se suas bostas não estão boiando. Desfavor incentiva experiências científicas.

É possível cagar em bolinhas, tipo uma cabra? Sim. Caso você queira fazer deste momento horrendo uma atividade lúdica, pode se divertir contraindo seu esfíncter durante o ato de cagar, “cortando” a bosta que sai nos mais diversos tamanhos. Uma espécie de “bosta salaminho”. Ninguém ganha nada com isso, mas é possível.

“Sally, aproveitando que você está se aprofundando no assunto, gostaria de saber porque algumas vezes a bosta faz arder meu cu quando sai”. Ok, Som… quer dizer, caro leitor. Eu perguntei isso ao médico. A ardência anal pode ter diversas causas. Geralmente é causada por temperos fortes e picantes. Estes temperos, principalmente quando vem em formato de óleos (sabe aquela pimenta vermelha em óleo?) passam intactos pelo nosso sistema digestivo, saindo da mesma forma como entraram: ardendo. Mais, o efeito é tão devastador que a ardência pode ser sentida inclusive quando dos peidos. Também pode acontecer do tolete ser grande demais, quando a pessoa come feito uma ema esganiçada, arrombando o cuzinho do dono. Porque cu estica pouco, cu tem limites de elasticidade. Podem chegar a acontecer fissuras anais, que são rasgos na região. Mas não há motivo para desespero: o cu (junto com a boca, que ironia!) é uma das regiões do corpo que se recupera mais rapidamente no que diz respeito à cicatrização. Se uma merda arrombar seu cu, em poucos dias ele se recupera.

Uma breve curiosidade sobre merda no reino animal, que vai fazer você repensar aquele beijinho na boca do seu mascote: alguns animais comem bosta. E não se trata de um comportamento eventual, comem bosta como rotina, por uma necessidade fisiológica. Ainda me lembro dos meus tempos de estagiária em uma clínica veterinária quando, horrorizada, constatei que um lindo coelho branquinho devorava sua merda na calada da noite. Comecei a dar faniquito, quando o veterinário me explicou o mundo mágico da Coprofilia Noturna Obrigatória. Parece que a dieta de alguns roedores é de difícil digestão, então, eles tem que passar o alimento diversas vezes por seu sistema digestivo para absorver tudo que precisam (depois vem hippie dizer que a natureza é sábia! ô porra mal feita!). A vaca come, engole, vomita e come novamente (ruminante), já o simpático coelho, come-caga-come novamente. E não vai pensando que é só o coelho não. Tem cachorro que adora uma bosta, principalmente aquelas com alto teor de proteína. A merda de gato, por exemplo, tem um alto teor de proteína. Não raro quem tem cão e gato pode flagrar seu totó comendo a bosta do gato.

Ficou tanto por dizer… Hemorróidas, vômito fecalóide, coprofilia como prática sexual, Verônica Moser e tantos outros assuntos fascinantes… O limite de quatro páginas, que por sinal, ultrapassei, é uma merda.

Para dizer que você também não caga, para dizer que só vai voltar no desfavor na semana que vem e para me mandar uma foto do seu tolete: sally@desfavor.com

ATENÇÃO: NINGUÉM LÊ O QUE ESTÁ ESCRITO NESTA LINHA VERMELHA!
O Desfavor explica desta semana é sobre… DESFAVOR.

Texto: Sally (Para evitar que Somir complique.)

Comentários: Somir (Para evitar que Sally simplifique.)

Para você que fica se perguntando como é estas porcarias de textos chegam até aqui todos os dias, aqui vai um “making of” do funcionamento do blog.

Mas não sabemos explicar ainda como eu e Sally não nos matamos após um ano de blog. O desfavor é como um filho para nós: Eu negligencio e Sally reclama.

Primeiro, realizamos reuniões periódicas via MSN para discutir o andamento geral do blog. Tentamos inserir novidades de tempos em tempos, acrescentar quadros fixos e retirar alguns que não fazem tanto sucesso. Não sei como, Madame consegue ver quantas pessoas diferentes acessam nossas postagens por dia. Depois elabora gráficos coloridinhos para que eu entenda o que está se passando. O quadros com menor índice de visitas vão sendo substituídos, como foi o caso do DR Forever e do DRAMA!

O desfavor tem um contador de acessos invisível, (que instala um vírus no seu computador) através do qual eu posso saber como as colunas estão se saindo. Obviamente eu gosto mais das postagens que fracassam com a opinião pública. Nossas reuniões de MSN são uma queda de braço entre meu elitismo e o populismo de Sally. Desse tênue equilíbrio nasce o estilo do desfavor.

Também filtramos os assuntos que mais agradam os leitores pelo mesmo esquema. Daí eu procuro escrever sobre aquilo que tem mais retorno e Madame, só de birra, evita esses temas ao máximo, escrevendo aquelas coisas elitizadas sobre física quântica. O que costuma dar mais ibope por aqui é escatologia, sexo e subcelebridades. O que dá menos ibope é política, ciências. Madame chora lágrimas de sangue cada vez que constata isso. Eu acho BA-CA-NA.

Nossos leitores, num lampejo de inteligência, já nos disseram com todas as letras que para eles não é melhor que escrevamos sempre sobre o que eles pedem. Faz sentido para mim. Uma pessoa inteligente não gosta de ficar sempre lendo textos com os quais já sabe que vai concordar. Surpresa faz parte da graça de visitar um blog tão pesado em conteúdo como o desfavor. E por mais que minha CARA adore essa pose populista, sabe que se nos “vendermos” ao gosto da maioria isso aqui vai virar uma BOSTA como vários outros blogs por aí.

Cada quadro tem um modo de elaboração próprio. No momento, nossa agenda fixa é:

Ele Disse, Ela Disse (segunda-feira):

Os temas são enviados por e-mail ou discutidos por msn e decididos com antecedência. Sempre temos meia dúzia de temas reservas prontos. Não pode ser qualquer um, temos que discordar de coração (tá, não é tão difícil assim). Procuramos alternar temas mais polêmicos de realidade social com temas banais.

Esta coluna é o ponto de partida do desfavor. O nome do blog era para ser “Ele disse, ela disse” e ser totalmente focado nesse tipo de argumentação guerra dos sexos. Percebemos então que tínhamos capacidade para fazer muito mais do que ficar falando de relacionamentos e criticando o sexo oposto. As outras idéias de colunas surgiram logo na sequência.

Somir: Você acha que conviver com ex é aceitável para o casal?

Sally: Não, acho constrangedor e chato

Somir: É, eu também.

Sally: Podemos falar sobre a existência de vida em outros planetas

Somir: Mas eu não duvido que exista.

Sally: Então porque merda você fica me chamando de maluca quando eu fecho a janela por medo de ser abduzida?

Somir: Porque se eles conseguem viajar de uma galáxia para outra, devem conseguir abrir janelas…

Sally: saco

Somir: E sobre homeopatia? Você usaria?

Sally: Só se eu me chamasse Acauã Sol e vivesse sem me depilar em alguma cabana no meio do mato. Acho coisa de hippie, que não adianta nada. Antibióticos rules

Somir: Me mata de orgulho!

Sally: Pior é que já tem comprovação de que aquelas bolinhas e gotinhas funcionam!

Somir: Sim, já provaram que placebo pode funcionar.

Sally: Pode ser

Somir: Temos que achar alguma coisa na qual a gente não concorde…

Sally: Você odeia o Fábio Jr? Eu odeio muito o Fábio Jr.

Somir: wat

Sally: Ok, não é um bom tema

Somir: Eu acho que todo mundo tem o seu preço, você concorda?

Sally: concordo… se a pessoa viver de PROSTITUIÇÃO

Somir: Hahahaha! Achamos o tema!

Sally: Piranho!

Sally Surtada, Somir Surtado, Flertando com o Desastre, Desfavor Explica (terças e quartas):

São postagens individuais, portanto, não temos o que discutir. Cada um faz o que quer. Eventualmente a gente se consulta quando precisa soltar alguma informação a respeito do outro que possa trazer algum problema. Revezamos por semana, ou seja, se em uma semana eu posto na terça e Somir na quarta, na semana seguinte ele postará na terça e eu na quarta. Também temos o cuidado de combinar que não fiquem duas colunas iguais na mesma semana. Se na terça eu fiz um Flertando com o Desastre, na quarta Madame tem que fazer outra coluna. Eu também deixo estas colunas todas prontas no final de semana e vou mandando para Madame durante a semana. Já Madame senta para escrever quando faltam vinte minutos para a hora limite de postagem.

Eu entrei no desfavor pelo “Flertando com o Desastre”, fiquei pelo “Desfavor Explica”. Aliás, um dos meus maiores sofrimentos até hoje no blog foi explicar para a Sally como funcionava o rodízio. Estávamos apertados com uma ordem que punia um de nós toda a semana com dois textos de quatro páginas seguidos. Mas para ser honesto, o rodízio nada mais foi do que um plano meu para incentivar Sally a escrever menos a sua coluna “Sally Surtada”. Cacete, era um desperdício de criatividade. Ainda bem que ela gostou da mudança e começou a escrever coisas diferentes.

Somir: O que você tem pronto para terça? SS?

Sally: Não, não agüento mais escrever SS, agora que passei a escrever FD e DE não quero outra coisa da vida!

Somir: Estamos evoluindo!

Sally: Tenho um FD e um DE prontos, o que você vai colocar na quarta?

Somir: DE.

Sally: Então na terça vou de FD

Somir: Beleza. Semana que vem a gente inverte, eu faço um FD.

Sally: Você nunca mais fez Somir Surtado

Somir: Naquele esqueminha “Guia para Histérica”, nunca mais! Quando eu não sei mais onde colocar o texto que escrevi que vou com essa coluna.

Sally: Acho que você poderia fazer um DE sobre a “teoria dos jogos”, é um campo da matemática aplicada. O principal exemplo é o “dilema do prisioneiro”

Somir: É um assunto interessante.

Sally: Eu sempre me fodo no dilema do prisioneiro e em situações desse tipo, eu não sei cooperar para ganhar

Somir: No Suriname esse tipo de atitude tirânica vai ser útil!

Sally: Falou Sr. Generosidade

Somir: Ainda estamos jogando na minha cara aquela história do bolo?

Sally: Aquilo foi muito do escroto. Nem estava, mas agora estou. Muito do escroto não dividir um pedaço de bolo!

Somir: VOCÊ DISSE QUE NÃO QUERIA QUANDO EU ESTAVA COMPRANDO!

Sally: Mas depois eu mudei de idéia! MUITO DO ESCROTO!

Sally: ESCROTO! ESCROTO! ESCROTO!

Somir: Sally Surtada…

Processa Eu, Deleta Eu (quinta-feira):

Como vocês sabem, o Processa Eu é meu e o Deleta Eu é dele. Também revezamos, uma quinta-feira para cada. Mas trocamos sugestões de “homenageados”. Mesmo esquema de organização das colunas anteriores: eu deixo vários prontos e Madame faz aos 48 do segundo tempo.

Se eu não me engano, o Processa Eu! foi a segunda coluna que definimos. A idéia era tirar um sarro dos blogs que falavam de celebridades baixando a porrada e as transformando em seres (desprezíveis) humanos novamente. É a única maneira de me fazer ler sobre algumas pessoas. Não sei se te agradeço ou não, Sally… O Deleta Eu! foi criado para que eu pudesse baixar o nível e me divertir também. Funcionou.

Somir: Como assim você não consegue?

Sally: Não consigo

Somir: Mas você sabe que ele fez muita coisa errada?

Sally: Sei, mas eu amo ele

Somir: AMA? Por quê?

Sally: Pelas mesmas razões que eu amo você: é um tirano, déspota, egoísta, mandão, teimoso e intolerante

Somir:

Sally: Não adianta, eu não consigo escrever um PE sobre Fidel

Somir: Você não está sendo profissional!

Sally: Minha profissão não é ser escritora de blog

Somir: Eu vou lembrar disso quando você der chilique pelos meus atrasos.

Sally: Isso se chama responsabilidade

Somir: Minha profissão não é ser responsável.

Sally: Queria fazer sobre o Fábio Jr. Sinto todo um ódio gratuito pelo Fabão

Somir: Do nada?

Sally: Bom, do nada não. Faz anos que eu tenho esse pesadelo com ele…

Somir: Ele te bate no pesadelo?

Sally: Não, pior…

Somir: Ele CANTA PARA VOCÊ?

Sally: HAHAHAHA! Pior! Sonho que estou entrando na Igreja, vestida de noiva, toda de branco, e quando subo no altar… QUEM está me esperando? Fábio Jr! Eu CASO com o Fábio Jr. no sonho!

Somir: Ótimo, agora eu também odeio o filho-da-puta!

Des… Contos (sexta-feira):

O Des…Contos consiste em contar historinhas, sejam elas reais ou não. Pode ser um Eu, Desfavor (histórias vexatórias sobre nós mesmos), pode ser Siago Tomir ou Samy Sollir (histórias vexatórias que um conta a respeito do outro) ou podem ser histórias puramente ficcionais que eu não sei fazer, mas Madame sabe. Como sempre, eu deixo uma meia dúzia pronta e Madame escreve quase que em tempo real.

Se apenas textos argumentativos não cansam os leitores, cansam este que lhes escreve. Sem essa escapatória narrativa eu começaria a inventar histórias no meio dos textos “sérios”. Vai ver é meu inconsciente nerd me dizendo que está com saudades dos meus áureos tempos de Mestre de RPG. E, claro, não deixa de ser uma vingança contra quem reclamou da DRAMA! Pena que Sally insiste em escrever colunas populares no dia.

Somir: Você tem que escrever sobre mim TODA SEXTA?

Sally: Não é sobre você, é sobre Siago Tomir

Somir: Porque você não escreve histórias de ficção?

Sally: Porque eu não sei fazer isso

Somir: Todo mundo sabe fazer isso.

Sally: As minhas ficam uma merda

Somir: Já tentou?

Sally: Além disso eu sempre acabo colocando informações reais, é mais forte que eu!

Somir: Sincericida!

Sally: Posso escrever um Siago Tomir sobre aquele casamento que a gente foi?

Somir: NEM PENSAR

Sally: Mas foi tão engraçado…

Somir: Qual parte do NEM PENSAR você não entendeu?

Sally: Mas a vergonha não foi só sua, eu também passei vergonha!

Somir: Sally, vou repetir: NEM PENSAR

Sally: Você diz que todo mundo tem seu preço…

Somir: Lá vem…

Sally: Então… qual é o seu preço para me deixar escrever um Siago Tomir sobre aquele casamento que a gente foi?

Somir: NEM PENSAR

Sally: Viu? Nem todo mundo tem seu preço

Somir: A troca não é vantajosa.

Sally: Se você um dia me aborrecer de verdade, você sabe que eu vou acabar escrevendo um Siago Tomir sobre aquele casamento, né?

Somir:

Sally: SALLY WINS – FLAWLESS VICTORY!

Somir: Depois eu é que sou nerd… Miss Mortal Kombat! É errado dizer que eu fiquei excitado?

Sally: É

Somir:

Sally: Eu ainda vou publicar isso, seu nerd!

Somir: O que é um peido para quem está todo cagado? FINISH ME!

Sally: hahahahaha

Desfavor da Semana (sábado):

Esta é a coluna que mais nos consome e onde mais damos furo (atraso ou não postar), porque não pode ser escrita com antecedência. Pegamos o fato que consideramos o maior desfavor da semana, no Brasil ou no mundo e comentamos. Em função do grande número de atrasos, estipulamos uma regra onde o tema deveria estar decidido até sexta, na parte da manhã. Madame cumpre? Não. Claro que não. E nem sempre a escolha do tema é fácil. Muitas vezes batemos boca sobre o melhor tema e é um custo para decidir. Também é preciso que a gente concorde com o tema, porque ao contrário do Ele Disse, Ela Disse, tem que ser algo que ambos concordem. Sem contar que encontrar tempo para pesquisar e ler sobre um tema em 24hs é muito complicado para quem tem a agenda de trabalho que nós temos. Mas a gente vai levando.

Apesar de ser fraca em comentários normalmente, esta é a coluna que mais traz leitores novos para o desfavor (O que não é exatamente uma coisa boa, levando em consideração o que apareceu recentemente…). Não nos preocupamos muito em pegar o “assunto do momento”, mas tem semanas onde não tem jeito. O mais importante da coluna é ter um “assunto maior” intimamente ligado com o fato apresentado. Podem perceber que já falamos sobre praticamente tudo quanto é tipo de assunto polêmico nessas colunas. Por mais que alguns assuntos pareçam bobagens, é a coluna de maior “comprometimento ideológico” do blog. Apesar do mundo ser um desfavor, não é qualquer merda que rende uma análise complexa. Tem que ser uma bela de uma merda.

Sally: Lançaram nos cinemas o documentário “Coração Vagabundo” sobre Caetano Veloso, isso é um desfavor.

Somir: Já é ruim o bastante que tenham feito um filme sobre ele, pior ainda se a gente divulgar essa merda.

Sally: Mas é um desfavor! Tem até nu frontal dele no filme! Quer desfavor pior do que esse? Deve ser igual ao Mr. Burns, dos Simpsons

Somir: SEM CHANCE. Me recuso.

Sally: Mas que caralho! Você sempre se recusa!

Somir: Você vai querer ver o filme para poder falar sobre ele?

Sally: É, é um bom argumento. Não sei se tenho estômago para ver esse filme ainda hoje

Somir: Touché!

Sally: Saco.

Quando os textos estão prontos, Madame monta sua apresentação no blog. Ele faz tudo, desde a formatação até as ilustrações. Nesse ponto, eu sou uma completa parasita, meu único trabalho é mandar o texto para ele. Raramente dou sugestões sobre as ilustrações, e sinceramente, quando ele faz da cabeça dele, fica bem melhor e bem mais engraçado.

Mesmo que não agrade a todos, o desfavor é um blog com um layout bem “quadrado”. Não dava para ser diferente com a quantidade de texto que publicamos todos os dias. E quando o seu foco é no texto, formatação é essencial. A minha sorte é que a minha CARA não comete erros de português, porque todo o resto que ela pode fazer para complicar a minha vida com a publicação dos textos… Eu gostaria de poder ilustrar melhor o desfavor, mas o tempo é escasso e o foco é outro.

Minha única participação depois de enviar os textos diz respeito aos CORTES. Porque às vezes são necessários cortes, por diversos motivos. Algumas vezes porque minhas postagens ficam enormes e ultrapassam o limite de 2 ou 4 páginas, que foi estipulado como limite máximo para que o texto não seja cansativo. Outras porque a gente detecta que está escrevendo algo que pode magoar pessoas com as quais nos importamos de forma indireta, e não queremos isso. Não somos de indiretas, quando queremos magoar falamos de forma muito clara, com nome e sobrenome. Considerando que boa parte das pessoas no mundo são paranóicas, excessivamente sensíveis e auto-centradas a ponto de achar que tudo é com elas, decidimos adotar essa medida. Mesmo assim, às vezes passa alguma frase infeliz que magoa alguém. Paciência.

Dava pra fazer outro blog só com o excedente de textos da Sally. Todo mundo reclama da regra das quatro páginas, mas é só postarmos uma coluna muito maior que os comentários desabam. A sorte é que eu banco essa regra e faço o papel de vilão com o maior prazer. Podem me chamar de tirano que eu adoro! Muitos dos cortes também são pelos assuntos tratados. Sally já teria passado a senha do banco dela aqui se eu não tivesse pedido (às vezes não tão educadamente) para que ela não se expusesse tanto. A parte de magoar as pessoas é a minha preferida, mas Sally me pede (às vezes não tão educadamente) para que eu deixe de ser babaca e me concentre no assunto. Caro leitor ou leitora: Toda vez que eu digo algo que te incomoda, tenha certeza que eu estava pensando em você e fiz de propósito, mesmo que não te conheça ou não dê a mínima para o que você pensa. Você é importante assim, viu?

A fase final, que é a aprovação dos comentários, não tem regra fixa. Cada um tem seus critérios pessoais. O único combinado é que quando um comentário for dirigido especificamente a um de nós, ele deve ser deixado ali, para que o nominado decida se quer aprová-lo ou não.

Eu gosto de comentário me esculhambando, Sally acha que é bater palma para maluco. Eu não gosto de comentário de analfabeto funcional, Sally acha válido. Mas a maioria absoluta passa. Quase sempre apagamos comentários repetidos (gente desesperada) ou spam (pois é, já descobriram o desfavor…).

Apesar de não combinar nada, acabamos adotando critérios muito parecidos: quando é uma crítica ao que foi escrito permeada por ofensas, acabamos aprovando. Quando é um amontoado de ofensas permeado por uma que outra crítica ao que foi escrito, recusamos. Existem exceções, claro. O que as pessoas não entendem é que isto aqui não é uma democracia, que não precisamos ser justos e que nem ao menos estamos dizendo que sejamos justos. Não deu para perceber que a gente adora uma tirania? Não temos a menor intenção de justiça, temos intenção de fazer o que a gente quiser.

Concordo em gênero, número e degrau. Isto aqui não é uma democracia. É um blog.

E repito o que eu sempre disse: sinto vergonha alheia por quem de dá ao trabalho de fazer críticas pessoais nos comentários. Acho um papelão virtual. Tem uns que o Somir até dá um print e me manda debochando com frases como “internet: coisa séria” ou ainda “tenho inveja de você, porque você é mais odiada do que eu”. Pura perda de tempo, mas, em todo caso, continuem perdendo tempo, pois são mais acessos ao nosso blog.

A vantagem das pessoas que vem aqui reclamar é o número de piadas prontas que elas nos proporcionam. Desde “RITLER” até “do mal”, são essas bobagens que realmente colocam o “des” no “favor”. Fazemos mesmo questão de publicar suas ofensas, mas tem gente que nem passando atestado de fracassado virtual consegue ser divertida. Ofensa de adolescente “irônica” não tem a menor graça. GRIPE SUÍNA KKKKK!

Quanto à parte financeira, bem, nós somos radicais nesse ponto. Já nos fizeram muitas propostas mas nunca aceitamos. Verdade seja dita, as propostas referentes ao blog em si nem foram tão rentáveis. As propostas mais tentadores vieram de publicação de livros e de escrever para revistas e outros meios de comunicação. Curiosamente, elas sempre envolveram separar a gente. Acho que isso acontece porque temos estilos muito diferentes. Regra de ouro: onde um vai, o outro vai. De onde um sai, o outro sai. Nunca aceitamos nada que nos desse um centavo ligado ao Desfavor. E acho que não vamos.

Mas nem fodendo. Nós gostamos do desfavor pelo mesmo motivo que nos gostamos: Por não valer nada! Só tem uma forma de aceitarmos dinheiro aqui dentro: Doação. E como ninguém vai doar dinheiro para duas pessoas que se divertem enfiando o dedo na ferida alheia, o blog vai ser um hobbie (trabalhoso) por muito tempo ainda. A “regra de ouro” vale mais que qualquer oferta “indecente”.

Sally: Mas a proposta chegou para o e-mail do desfavor@desfavor?

Somir: Yup.

Sally: Que deselegante! Se a proposta era para mim, podiam ter mandado para o sally@desfavor!

Somir: Não mandaram também?

Sally: Não. Vai ver queriam criar conflito

Somir: Hahahaha!

Sally: Não me espanta, vindo dessa revista, que é o Manual da Mulher Neurótioca Moderna que Tira onda de Descolada

Somir: Quando me chamaram para escrever naquele outro blog também mandaram para o desfavor@desfavor…

Sally: É verdade

Somir: Se fosse uma publicação de livro sem censurar nada do que a gente diz, só com transcrição do blog, você aceitaria?

Sally: Quem, em nome de Gezuiz, vai querer transcrever essas merdas que a gente posta? Texto sobre como cagar na casa do namorado sem dar bandeira, texto sobre subcelebridades e um diário acompanhando a rotina de Rafael Pilhaaaa!

Somir: Quem quer vender para pessoas que assistem Zorra Total, Faustão, que compram livro do Paulo Coelho e que votam no Lula, oras!

Sally: Faz sentido

Somir: Infelizmente.

Sally: Estamos contribuindo para a mediocridade da sociedade?

Somir: Não, a gente coloca postagens de alto nível, não é nossa culpa se elas não dão ibope.

Também não fazemos promoções, que eu chamo carinhosamente de “Tática cachorrinho, biscoitinho”. Já adestrei muitos cães assim. Peço que eles façam alguma coisa e digo “Cachorrinhoooo! Biscoitinho!” e abano um biscoito. O cachorro obedece, nem tanto porque quer e sim pelo biscoito. Nossos leitores não são cachorrinhos e nosso blog não é biscoitinho.

Não esperem ganhar porra nenhuma nossa além dos textos. Nada contra quem faz, mas a gente acha ofensivo. Vai desculpar a arrogância, mas nossos textos são bons o suficiente para que as pessoas venham aqui por eles e não por um brinde. Eu mimo meus leitores com presença, com textos diários de quatro páginas, com textos atendendo a sugestões, com textos atuais sobre os quais estudo muito antes de escrever. Isso vale mais do que biscoitinho, até porque, biscoitinho qualquer um pode dar.

Manifesto Desfavorista. REVOLUCIÓN! O desfavor é o blog TODO errado, e vai continuar sendo assim. Não temos a menor necessidade de ficar trazendo gente a rodo pra cá… A retenção de leitores pára-quedistas é muito grande. É por essas e por outras que eu posso responder alguns e-mails pedindo “troca de tráfego” com um sonoro “Enfia o banner no cu.”

Um ano de desfavor! Se piorar, estraga.

Não fui eu!

Para compensar esses Desfavor Explica que Madame fica escrevendo sobre assuntos de nerd, a bagaceira vem aqui falar de um assunto um pouco mais popular: peido. Simples assim.

Me recuso a começar definindo o que é um peido. Vocês sabem. E quando abri a Wikipédia e li a definição como “ventosidade anal” tive uma crise de riso de cinco minutos, o que atrasou meus trabalhos. (infantil? Eu?). Me recuso a chamar de “pum”. É PEIDO mesmo. Se você tem “finesse”, chamará o peido de “flato”, que vem do latim: flatus (significa sopro).

Sim, embora nenhum de nós admita (ou não devesse admitir), todos nós peidamos. Diversas vezes por dia, estudos estimam que seja em uma média de 15 vezes por dia. O intestino humano produz entre 200 e 2000ml de gases (morria sem saber que peido se mensura em ml). Não existe pessoa que não peide (menos eu e você). Em alguns casos, as pessoas podem peidar até mesmo algumas horas depois de mortas.

Vamos analisar a magia da formação do peido (eu não falo flatos, eu não tenho finesse).

O peido pode se originar dos gases resultantes da fermentação das bactérias que existem em nosso intestino na tentativa de decompor o alimento ou ainda do ar engolido por uma pessoa.

No caso do ar engolido, é possível minimizar o estrago. Pessoas engolem ar falando, mastigando, fumando e etc. Até bebidas com gás podem piorar o problema. Algumas medidas simples podem diminuir consideravelmente a quantidade de ar ingerida, como por exemplo, comer devagar ou não falar muito rápido. Mas é impossível parar de engolir ar. É inevitável. Até quando engolimos saliva, engolimos pequenas bolhas de ar. Sem contar que parte do ar engolido pode ser eliminado por um belo arroto. Tá vendo, leitora? Quando seu namorado arrotar, não brigue com ele. É o que eu sempre disse… antes por cima do que por baixo.

Dizem que a maior parte dos peidos vem do ar ingerido, portanto, com alguns cuidados é possível diminuir a potência da sua bazuca anal.

Este blog é classe PURA!

O grande problema está nos gases produzidos pelas bactérias do nosso intestino. Esse não tem jeito. Alguns alimentos em especial geram mais gases do que outros, como por exemplo fibras, frutose, sorbitol, rafinose ou lactose (procure no Google quais são, eu só tenho 4 páginas e o assunto é fascinante). Outros não geram gases mas deixam o gás que já existe com um cheiro DO MAL.

Querido leitor, você sabe porque o peido fede? É uma história muito triste que eu preferia não ter investigado. Existem pessoas que defendem a idéia de que, com o peido, se liberam pequenas partículas de merda no ar, por isso, quando você inala o peido, estaria inalando a merda alheia, ainda que em menores proproções. Um cientista imbecilóide de uma republiqueta da América Central teria até feito um exame e constatado a presença de coliformes fecais nas narinas de um voluntário (wat) que se dispôs a cheirar o peido diretamente do cu de outro voluntário (WAT). Como é um exemplo muito surreal (quero crer do fundo d’alma que nunca ninguém vai se dignar a fazer isso). Melhor se apegar às explicações científicas, que soam menos terríveis: Os gases intestinais contém sulfeto de hidrogênio (gás sulfúrico), enxofre e outras substâncias que cheiram mal. Quando mais delas, pior cheira seu peido.

Mas não é só isso. O cheiro do peido também pode depender do tempo em que ele ficou preso no seu intestino. Simplificando muito a história: quanto mais tempo ele fica lá dentro, maior será sua concentração de nitrogênio em sua composição, porque os demais gases vão sendo absorvidos pela corrente sanguinea. Por isso, você, Leitora, que está com seu namorado ao lado, segurando o peido por um tempo, nem pense em entregar os pontos e peidar, porque vai sair ainda mais fedido. Seja macho, Cara Leitora, segure o peido até o fim e só peide longe dele. Desfavor ensinando o pulo do gato: ou peida logo, ou não peida, porque se deixar destilar, vai feder pra caralho.

Em minha pesquisa sobre o assunto, ouvi um médico especialista. Acredito que ele não vá mais me dirigir a palavra depois disso. Fiz uma série de perguntas inapropriadas e quando ele se esquivava, eu pressionava para obter uma resposta. Tudo belo blog.

Uma das coisas que ele soltou no meio de uma resposta e que me chamou a atenção foi o seguinte: pessoas não peidam barulhento quando dormem, se uma pessoa soltou peidorrão daqueles que mais parece ruído de frasco de shampoo quando está no final, é muito provável que esteja acordada. A revolta tomou conta de mim. Quantos peidos eu já perdoei nesta vida achando que a pessoa estava dormindo e não tinha culpa? Será que a pessoa estava acordada e achando bonito? DE-BO-CHE. Darei esporros em alguns ex-namorados depois dessa.

“Mas Sally, como fazer para expelir os gases antes do meu namorado chegar? Me ajude, ele está vindo para a minha casa!”. Calma. Não tem como ficar 100% livre dos gases, mas podemos amenizar a situação. Você vai ter que ficar em uma posição chamada “genupeitoral”. É humilhante. Mas é mais humilhante soltar uma bufa na frente do seu amor, portanto, respire fundo e vamos lá: fique de joelhos com o corpo dobrado para frente, deitada por cima das suas coxas. Aproxime o peito o máximo que puder de seus joelhos. Procure manter o ânus (é o fim do glamour) acima da sua cabeça. Não, não é trollagem. Isso ajuda a expelir os gases. Você também pode deitar com a barriga para cima e pedir para que alguém empurre suas pernas flexionadas contra o peito, mas francamente, ninguém merece essa tarefa.

O que os olhos não veem, o nariz sente.

Importante: Esta ilustração é meramente fantasiosa, já que Sally não peida.

“Mas Sally, estou apavorada! Não quero peidar mais! Quais são os piores alimentos que devem ser evitados?”. Você vai peidar. É uma cruz que temos que carregar. Sonho com o dia em que o ser humano aproveitará tudo que ingere e com isso não seremos mais forçados a tarefas degradantes como cagar e peidar. Por falta de uso, o buraco do cu vai fechar com o passar das gerações, o que também nos poupará de algumas práticas sexuais não desejadas. Voltando à sua pergunta: ovo, feijão, repolho, alguns açúcares e refrigerantes ou bebidas com gás.

Claro que existem problemas específicos, tudo depende do organismo. Algumas pessoas tem problemas com certos alimentos. Eu tenho um amigo que quando ingere lactose interdita o ambiente quando peida. Parece que tem um elefante morto no recinto. Chega a ser radioativo. Peida e sobre aquela nuvem em forma de cogumelo. Observe seu organismo e constate quais são os alimentos que despertam a podridão dentro de você.

“Mas Sally, sou homem, acho mó legal peidar fedido, inclusive faço competição com meus amigos para ver quem peida pior. Como peidar podrão?”. Amigo leitor, uma palavra para você: Albumina. Tome albumina, mas tire o cachorro do quarto, porque o cheiro pode matar um pequeno mamífero.

Outra questão crucial: porque alguns peidos são ruidosos e outros não? Parece que tudo depende da vibração gerada pelo peido ao passar pelas membranas do ânus e pelas bandas (wat). Conforme a velocidade com a qual o peido é expelido, combinada com a contração do esfíncter, pode sair um peido silencioso ou um lambretão. Quanto mais relaxado o cu, menos barulho o peido vai fazer. E mais: cus naturalmente apertadinos tentem a soltar peidos mais barulhentos que cus arrombados com pregas descoladas. Desconfie daquele seu amigo que só peida silencioso, ele pode ser um arrombado.

É nóis no lambretão!

Perguntei a esse médico táticas para peidar sempre silencioso e ele se recusou a responder por diversas vezes, mas, diante da minha insistência, ele deu algumas dicas, todas impraticáveis: abrir as bandas com as mãos, piscar o cu e ir soltando aos poucos e outras coisas tão humilhantes quanto. A menos pior é sentar em um local fofo e macio, que abafe o cu, e soltar lentamente. (caralho, Somir vai me matar quando ler o nível intelectual desta postagem).

Cá entre nós, constatação empírica (observando os outros, claro. Eu não peido), já repararam que o peido ruidoso fede menos? É impressão minha? Os silenciosos são os piores. Apelidei esses peidos em mute de “ninja”, porque são silenciosos e mortais. O lambretão é mais humilhante, sem dúvidas, mas é menos fedido.

Fui perguntar isso pro médico também e ele respondeu “Sally, desculpa eu te perguntar, mas… que tipo de blog é esse que você escreve?”. Depois de insistir, ele disse que nunca tinha lido nada a respeito (Desfavor inovando na literatura médica) mas desenvolveu uma teoria com base em seus conhecimentos técnicos: quando o peido faz barulho, é porque reverberou nas bordas do ânus. Essa difusão que provoca o som acaba “diluindo” o peido, que ganha uma leve oxigenação, diminuindo a concentração de gás metano, diminuindo o cheiro. Quando o peido sai sem oferecer resistência, não se dilui, ficando mais concentrado e por isso mais fedido.

O cheiro também depende de uma série de condições do ambiente para se propagar, como umidade, vento, temperatura e a distância de quem peidou. Ambientes fechados acentuam o cheiro do peido, porque há menor capacidade de dispersão. Quanto menos diluído, mais ele fede. Isso explica porque peido no elevador é sempre sofrido.

Me foi dito que a parte do dia em que estamos mais propensos a peidar é a manhã, especialmente ao acordar (vulgo “trovão matinal”) e quando OS OUTROS vão ao banheiro cagar (porque eu e você não cagamos, muito menos peidamos).

“Sally, sempre vejo piadas sobre pessoas que acenderam seus peidos, isso é realmente possível?” Sim, querido Leitor. Isso é tecnicamente possível, porém desaconselhável. Sairá uma chama azul ou amarela do seu cu (dependendo da predominância de gás metano ou de hidrogênio no seu peido). Entretanto, existem grandes chances de que, quando o peido acabar, o fogo continue cu adentro. Um quarto das pessoas que tenta isso se queima. Desfavor não recomenda que você acenda seu peido. Ficaadica.

wat

Acreditem ou não, já recebi um e-mail de uma leitora perguntando sobre peido vaginal. Sim, os chamados “peidos vaginais” existem (em inglês: queef), mas não fedem. Não há produção de gases na vagina, é apenas ar que entrou. Quando sai, costuma fazer barulho. E sim, é muito constrangedor. Costuma ocorrer durante o sexo, em função da dinâmica do movimento. Acaba entrando ar e em algum momento ele tem que sair. Para diferenciar se foi um peido ou um queef, aguarde alguns instantes – se não feder foi queef.

Pergunta: sou só eu que rolo de rir quando escuto barulho de peido? Assista o vídeo abaixo e faça o teste. Se você não rir, é uma pessoa madura.

Tô muito triste, porque acabou o espaço e eu ainda tinha muitas coisas para falar. Se deixasse eu fazia um Desfavor Explica de vinte páginas sobre peido. Boa sorte na semana que vem, vendo Madame falar do Big Bang, Efeito Casimir ou qualquer outra bosta sacal.


Bônus do Somir, que chora de rir com peidos.

Para dizer que você vai seguir todas as dicas para peidar menos barulhento e menos fedido quando estiver bem acompanhado, para me chamar de bagaceira e dizer que é muito maduro para este texto e para pedir um Desfavor Explica sobre merda: sally@desfavor.com

Efeito dominó

Ontem, por volta das 22h, vários estados brasileiros enfrentaram um blecaute generalizado (outras regiões com as quais ninguém se importa continuaram com o abastecimento de energia elétrica intacto).

Recentemente eu falei sobre a importância da energia na história da humanidade, e de como o consumo desenfreado está intimamente ligado com o que nos faz ser o que somos hoje. A prova está aí: Algumas horas sem energia e grandes cidades enfrentaram situações caóticas.

Na posição de âncora de “jornal celular” para Sally, fiquei sabendo de vários boatos correntes na Cidade Maravilolsa (uma das mais atingidas pelo corte).


Desfavor Fone!

SALLY: A energia jááá voltou aí?
SOMIR: Vantagens do mundo civilizado.
SALLY: (xingamento 1) O que aconteceu?
SOMIR: Alienígenas estão sobrevoando as maiores cidades do mundo e…
SALLY: (xingamento 2) E eu já fechei as janelas. O que aconteceu com Itaipu?
SOMIR: Os alienígenas…
SALLY: (xingamento 3)
SOMIR: Sei lá, a energia voltou aqui, eu nem me preocupei.
SALLY: Eu estou aqui no escuro, perdida, e você nem para saber o que está acontecendo para me acalmar? Disseram que eu tinha que estocar água! Você não se preocupa comigo?
SOMIR: Tem certeza que você não é judia? Eu vou descobrir o que aconteceu e já te aviso.


A explicação oficial é simples. Simplesmente uma zona! Itaipu, uma usina hidrelétrica monstruosa situada no estado do Paraná (fronteira com o Paraguai), parou de funcionar porque uma das linhas de transmissão de energia (obviamente comprada no Paraguai) foi interrompida por “problemas atmosféricos” (eles também dizem isso de alienígenas… coincidência?).

Como o Brasil tem um dos sistemas de energia mais modernos do mundo, quando uma das linhas tem problema, metade do país fica no escuro! Não é magia, é tecnologia! Mas esse tipo de situação não assusta uma nação avançada como a nossa! Para o caso de problemas com a geração de Itaipu, temos várias usinas termoelétricas prontas para assumir automaticamente.

A questão é que… elas meio que não funcionaram. Espero que não tenham colocados os sensores de abastecimento que as ligariam na tomada comum…

Ok, pelo menos ainda temos nossas usinas nucleares! As Angras custaram bilhões dos cofres públicos e são o pináculo da tecnologia tupiniquim de produção de energia. Lembram que até os americanos malvados queriam roubar nossos segredos? Se não resolve o problema geral, pelo menos o Rio de Janeiro estaria protegido! Opa…

Bem que dizem que energia nuclear não é confiável.

São Paulo e Rio de Janeiro, como as duas maiores cidades do país, obviamente foram as mais afetadas pelo blecaute. Cada uma com sua especialidade: Os paulistas ficaram presos no trânsito, os cariocas em casa.

Espero não ter colocado as fotos erradas...


Desfavor Fone!

SOMIR: Oi! Já vi o que aconteceu.
SALLY: E aí, quanto tempo até voltar a energia?
SOMIR: A energia nunca mais vai voltar. O Brasil vai se tornar um cenário do Mad Max. Eu vou deixar mullets crescerem e já estou indo te buscar no meu carro pós-apocal…
SALLY: Por que eu resolvo ligar para você? De tanta gente, justo para você?
SOMIR: Por quê? You don’t need another heeeeroooo!
SALLY: Somir, o que aconteceu?
SOMIR: Itaipu está inteira. Foi um fio no caminho que quebrou.
SALLY: Hã? Eu estou no escuro por causa de uma merda de fiozinho desencapado?
SOMIR: Você e o Paraguai.
SALLY: Que vergonha. Tem amigos meus me avisando para não sair de casa porque a coisa está feia nas ruas.
SOMIR: Pelo menos dá para enxergar as trajetórias das balas no céu!
SALLY: Tem um helicóptero passando aqui por perto, vamos ver se pegam esse…
SOMIR: Ok, fique longe da rua e dos helicópteros.
SALLY: Você fez a postagem de hoje?
SOMIR: O… apagão…
SALLY: Eu te liguei ANTES do apagão para perguntar se você tinha postado.
SOMIR: Está… tudo… escuro… Não consigo postar!
SALLY: A roça onde você mora funciona com um lampião. Amanhã você VAI fazer um desfavor explica sobre o apagão.
SOMIR: Merda.
SALLY: Vai escrever o texto, Somir! E me avisa se tiver alguma notícia sobre quando a energia volta.
SOMIR: Você não manda em mim!
SALLY: *rosnando*
SOMIR: Mas… eu vou quebrar essa. Até mais tarde…


O Brasil depende de Itaipu. A usina hidrelétrica que mais produz energia no mundo. Vamos entender como uma merda de uma tempestade é capaz de deixar no breu boa parte do país.

Eu tenho quase certeza que são as fotos certas...

Itaipu produz cerca de 20% de toda a energia consumida no país. E num país do tamanho deste, não é pouca coisa. Energia hidrelétrica é produzida de forma bem simples: Água + Gravidade. E como água é o que não falta nesse país, as chances da energia elétrica simplesmente acabar da noite para o dia são minúsculas. Seria necessária uma catástrofe de grandes proporções para o problema ser REALMENTE da usina em si.

No caso do apagão de ontem, a usina parou porque seus sistemas são programados para desligar quando alguma coisa acontece com suas linhas de transmissão. (Ei, faz sentido. É a mesma coisa que desligar o disjuntor quando vai mexer no chuveiro.)

E são as linhas de transmissão que são mais suscetíveis a problemas. Energia elétrica tem que passar por algum fio, não tem outro jeito. A quantidade colossal de energia de Itaipu sai de lá diretamente para uma central de redistribuição (de câncer de cérebro) em Furnas.

Tem uma boa parte de explicação técnica aqui, mas como eu não tenho saco de escrevê-la agora, entendam que tipos de energia diferentes são enviados para o resto do país a partir da usina. Uma no padrão de utilização normal, outra num padrão diferente. (que é convertido depois no padrão de utilização normal… certeza que contrataram engenheiros paraguaios…)

E aí começa uma malha de transmissão e transformação de energia que só deve fazer sentido para quem realmente entende dessa merda toda. O que nos interessa agora é uma informação importante: A energia acaba concentrada em poucas linhas e estações de transformação, mais precisamente duas no estado de São Paulo no caso da energia oriunda de Furnas/Itaipu.

Quando um problema atmosférico (leia-se raio/vendaval) faz algum desses gargalos da rede de transmissão perder sua utilidade, acontece um “efeito dominó” de desligamento das redes posteriores para evitar que alguma cagada maior ainda aconteça. O problema é que quem trabalha com um funil óbvio na sua rede tem que ter todo tipo de mecanismo para evitar que cidades inteiras sofram caso ele “entupa”.

E foi a zona que vimos. A verdade é que energia elétrica não é uma coisa domável, vacilou meia vez e já não se sabe muito bem o que diabos está acontecendo. (A energia não é “empurrada” de um lugar para outro, ela é “guiada” pelos fios, e isso é um procedimento bem complexo.) Claro que os responsáveis pelas redes vão dizer que tem total controle e que o sistema é inteligente, mas não é bem assim que a banda toca. Embora tenhamos um dos sistemas de produção de energia mais limpos do mundo, ele tem seus problemas. E situações como essas não são surpreendentes para quem trabalha com isso.

Construir usina hidrelétrica na puta-que-pariu é obra de respeito para o povão. Construir uma porra de uma linha extra de transmissão para redundância é gastança, né? Se vocês desligarem meu computador mais uma vez, eu mato vocês! *nerd rage*

O que mais me incomoda é imaginar que o Lula logo logo vai fazer um discurso minimizando o acontecido. “Foi só uma faisquinha!”.

Enquanto várias grandes cidades sofriam com a escuridão, lugares como a Amazônia continuavam gozando de abastecimento normal de energia elétrica. Se o sistema nacional de energia realmente fosse inteligente, tiraria a energia de lugares como o Acre (que talvez nem exista) e a redirecionaria para locais onde ela realmente poderia ser aproveitada.


Desfavor Fone!

SOMIR: Fica tranqüila!
SALLY: Lá vem…
SOMIR: A energia volta antes de você acordar para ir trabalhar.
SALLY: Droga! Nem pra isso esse país serve.
SOMIR: É por isso que eu digo, mais energia nunca é energia demais. Deveríamos construir mais umas quinhentas Angras!
SALLY: Você só está falando isso porque quer que aconteça algo parecido com Chernobyl aqui no Rio, né?
SOMIR: Também. Mas energia nuclear é muito mais bacana. Seríamos um país mais moderno.
SALLY: Tá maluco, Somir? Imagina só o bando de incompetentes que iam trabalhar nesses lugares. Imagina uma Evelyn cuidando de uma usina nuclear! Quer matar todo mundo, é?
SOMIR: Eu tenho um plano para isso! Vamos construir todas na Amazônia.
SALLY: Boa desculpa para asfaltar aquela merda.
SOMIR: E construir um estacionamento no lugar.
SALLY: Eu já estou começando a concordar com você, sinal que eu preciso dormir…
SOMIR: Ei!
SALLY: A bateria do celular está acabando também. Se eu não conseguir mais falar mais com você, não esquece de postar o meu texto na quinta.
SOMIR: Se eu não conseguir mais falar com você, foi um prazer ter te conhecido. Eu vou sempre me lembrar dos nossos belos momentos…
SALLY: Eu não quis dizer… *cai a ligação*


Sally, onde quer que você esteja agora, não vou deixar que sua memória se apague. Venha para a civilização, nós temos luz aqui!

Para dizer que o texto de hoje está uma bagunça, para contar suas histórias do apagão ou mesmo para dizer que também sente falta de ar e calafrios quando fica sem seus aparelhos eletrônicos: somir@desfavor.com