Na última quarta-feira (11/03), Tim K., ex-aluno de uma escola da cidade de Winnenden na Alemanha invadiu as dependências do local armado causando a morte de dezessete pessoas durante um ataque violento que só foi terminar a vários quilômetros de distância, em outra cidade, com seu suicídio após ter sido encurralado pela polícia.

Categorizado como mais um caso de vingança de uma pessoa desajustada socialmente contra outros que supostamente causaram essa situação, soma-se aos tantos outros incidentes parecidos ocorridos nos últimos anos. O desfavor da semana é que tem gente que ainda debate se a “sociedade” tem culpa na alienação desses assassinos e se no final das contas, eles foram as vítimas.


FONTE: g1.globo.com

Posso dizer que tenho certo conhecimento de causa sobre o assunto. Sempre digo aqui que sou um nerd e sinceramente, me orgulho disso. (Para desespero da Sally…)

Na verdade, nerd não passa de um termo amplo, que pode ter vários significados de acordo com o seu pré-conceito sobre o assunto. Para uma pessoa como eu, nerd é aquela pessoa que gosta de computadores, videogames, tecnologia, quadrinhos, desenhos e coisas do gênero. Mas, acima de tudo, tem noção exata da diferença entre fantasia e realidade. E aqui eu posso estar sendo corporativista: Os nerds tem mais capacidade de separar as duas coisas do que as pessoas ditas normais. Quantos de vocês morreriam de vergonha de admitir que já jogaram RPG? Aposto que a maioria… Mas eu não. Já joguei e me diverti muito, é só um jogo e você não vira um elfo de verdade, não precisa ter medo, viu? Dá para sair de uma sessão de RPG e ir encontrar sua namorada numa boa sem tentar cortá-la em pedacinhos com uma espada+3.

Não estou falando disso para defender a classe. Estou falando disso para mostrar como eu não tenho a MENOR simpatia pelos SOCIOPATAS que cometem esse tipo de crime por não conseguirem viver no mundo real. Eles até podem ter gostos parecidos com nerds, mas não são. Eles são desajustados, problemáticos e quase sempre os maiores responsáveis por se afastarem do mundo que os cerca.

E olha que nesse aspecto eu tenho mais um ponto em comum: Eu FUI vítima do famoso “bullying” durante boa parte da minha adolescência. Não guardo mágoa ou rancor de nenhuma das pessoas que fizeram isso comigo. Eu perdoei até a pessoa que MAIS contribuiu para tornar esses anos da minha vida miseráveis: Eu mesmo.

Bastou eu aprender que tinha que fazer minha parte, não entrando no papel de vítima e permitindo que as pessoas se aproximassem de mim. E tudo acabou. Simples assim. Em questão de meses eu já tinha grandes amigos e uma namorada. Lá se foi a raiva do mundo. Não existe maior interessado no seu bem-estar do que você mesmo, caro nerd. Faz o seu que o mundo te aceita.

As interações humanas são uma selva mesmo. E imagine só como isso é pesado numa época da vida onde todo mundo está tentando se impor no mundo, custe o que custar? Não é à toa que a maioria desses tiroteios ocorre quando os “párias escolares” estão na adolescência, além deles terem uma capacidade menor de lidar com seus problemas, o resto do grupo está numa das fases mais cruéis de sua vida. Receita de problemas, sem dúvida.

Se você vive no mundo real, sabe que sair atirando em todo mundo e se matar depois é patético e não vai resolver nada. Se você vive fora da realidade, pode achar que estará passando uma mensagem e que quando der “respawn” vai ter uma vida melhor. Até por isso eu prefiro definir esses estúpidos responsáveis pelos tiroteios como sociopatas. Nerds não tem nada a ver com isso.

Mas aí eu entendo como as pessoas misturam as coisas, se tem uma coisa pela qual os nerds são conhecidos é pelo afastamento do grupo, escapismo. Os sociopatas também.

(Não estou me atendo a definições acadêmicas sobre o transtorno de personalidade dissocial, tenham em mente.)

Mas a diferença termina aí, os nerds sabem que estão inseridos numa sociedade com regras e principalmente com outras pessoas. O sociopata se sente completamente alheio a tudo isso. É exatamente esse tipo de mentalidade que faz um indivíduo sair atirando em tudo e em todos sem ter nenhum problema com as conseqüências de seus atos.

O desfavor da semana é que a cada tiroteio desses levanta-se a discussão sobre a crueldade dos adolescentes, o já citado “bullying”. Realmente, caros leitores populares na escola, é uma merda! Nos sentimos mal, sofremos e parece que não vai ter fim. Mas de forma alguma é o fim do mundo, é possível sim sobreviver a isso e aprender lições valiosíssimas sobre a vida.

A minha grande lição foi: “Caiu? Levanta!”

Se você se sente diferente do grupo, isso não quer dizer necessariamente que você ou o grupo estejam errados. Às vezes não é culpa de ninguém. Calha de personalidades conflitantes dividirem o mesmo espaço, e a lei da selva é a lei da selva não importa onde se esteja. O mais forte sobrevive. (Algum daqueles BOSTAS sobreviveu aos tiroteios? Pois bem…)

Seja quem você é e CONVIVA com o mundo ao seu redor. Eu não trocaria nenhuma das minhas sessões de RPG do passado por bebedeiras com outros amigos menos compatíveis comigo, mas mais populares. Mas também não trocaria nenhuma das minhas ex-namoradas (mesmo as piores) por um videogame de última geração. Existe um equilíbrio em tudo: Tenha seus interesses, não mude seus gostos para parecer mais agradável ao mundo; mas acima de tudo, não deixe de interagir com outros seres humanos. É a parte mais importante da vida, nos bons e nos maus momentos.

Essa lição um sociopata nunca vai aprender.
Um nerd talvez não aprenda e fique se vitimizando a vida toda, mas não vai sair atirando por aí.

Como vocês vão ver no texto logo abaixo do meu, Sally usa o termo nerd para tudo. Eu deveria ficar ofendido, mas não fico porque eu sei que ela faz a diferenciação exata entre alguém que sabe consertar um computador e alguém que mata dezenas de pessoas porque não consegue se adaptar a sociedade. Não se enganem, estamos concordando plenamente em nossos textos, como é de praxe no desfavor da semana. Eu tenho asco do mesmo tipo de pessoa que ela vai descrever, sem tirar nem por. (Estou avisando porque ela vai pegar um enfoque diferente do assunto.)

Um dia desses eu ainda vou convencê-la a não usar o termo nerd de forma tão pejorativa, mas vai ser de forma amistosa.

Para me chamar de nerd, para perguntar se eu era espinhento ou para perguntar como resolver aquele problema com o seu Windows: somir@desfavor.com


Crianças são criaturas cruéis. Sempre foram. Sempre ridicularizaram o diferente, sempre se uniram covardemente contra as minorias e sempre fizeram brincadeiras além do limite do aceitável que magoam. Isso sempre foi normal, escola sempre foi selva. Até que começaram a criar alarde em cima de uma coisa normal e classificá-la como Bullying. Pronto, virou um DRAMA. Todo nerd se sente uma pobre vítima de uma barbárie que justifica qualquer atrocidade.

Todos nós passamos por maus momentos no colégio e nem por isso viramos assassinos. Acho muito fácil culpar os colegas ou qualquer outro fator externo (como vídeo-game, drogas, etc) em vez de responsabilizar os imbeciloides que fizeram isso e seus pais. O caso ocorrido na Alemanha mostra bem a (i)responsabilidade paterna: Enquanto o filhão nerd, armado com uma submetralhadora, matava os colegas, mamãe estava no salão, se embonecando. Onde foi que o infeliz conseguiu a arma? Era de papai, que é colecionador.

Um jovem transtornado não acorda completamente diferente de um dia para o outro. Mesmo nos casos mais extremos de surtos psicóticos, há uma piora gradual e sintomática. Evidente que estes pais não prestavam a menor atenção a seus filhos, a ponto de deixar armas disponíveis (ou ao menos ao alcance) de meninos com sérios problemas.

Nesses casos, costuma-se jogar a culpa para os colegas. O infeliz se diz discriminado, volta e mata todo mundo. Bullying tá na moda! Se vitimizam, quando na verdade as vítimas reais estão deitadas no chão com o corpo perfurado por balas. Todo mundo tenta entender o lado do nerd. Engraçado que quando um assim dito “bandido” mata, a sociedade não tem a menor pena e pede uma condenação severa, mas quando o assassino é um menino classe média, branquinho, “gente como a gente”, as pessoas ponderam mais, afinal, poderia ser o seu filho a estar ali.

Não consigo não ter nojo dessa nerdalhada emo que ostenta uma mágoa de rejeição cultivada tortuosamente todos os dias. Desenvolvem traumas em cima disso: distúrbios alimentares, distúrbios de relacionamento, fobias sociais e etc. Dá um tempo! Levanta a cabeça e toca a vida, deixa de ser bebê chorão de ficar valorizando estresse! Foda-se se o nerd é rejeitado, leva cuecão, leva moca… Todos nós passamos por maus momentos na vida, e nem por isso pegamos armas e saímos matando os outros (não por falta de vontade, eu garanto).

Fazer desses panacas, desses bostinhas, as vítimas me chateia muito. Colégio é selva, todo mundo sabe disso. Só os fortes sobrevivem. Todo mundo sofre, só que o nerd, quando sofre, fica abalado de tal forma pela falta de estrutura, que isso o acompanha para o resto da vida e o faz surtar, a ponto de querer matar todo mundo. Ei! Nerd! Você não é melhor que ninguém, ok? Porque você acha que em você dói mais? Todos nós encaramos isso sem matar ninguém, se componha, vire homem e seja macho de decidir NA MÃO, sem covardia. Isso mesmo, cai na porrada. Não cai, né? Não tem coragem. De malucos eles não tem nada, são bem espertos.

Essa nerdalhada que eu sempre detestei (e eles sempre me detestaram também, porque eu sempre fui popular), desses que se vitimizam, acha que tudo é uma sacanagem pessoal com eles. Se por uma infelicidade um desses se apaixona por você e você não retribuir, periga o elemento chorar abraçado com seu bonequinho do Star Wars por seis meses enquanto planeja te matar e no fim das contas de dar 25 tiros no peito. Alou? Bando de nerds babacas! APRENDAM a lidar com frustrações, ok? Todo mundo dá seu jeito, vocês também tem que dar. A vida não é fácil para ninguém.

No fundo são uns mimadinhos, inseguros, protegidos da mamãe, medrosos e covardes. NÃO TENHO PENA. Não compro esse discurso de “coitadinho ele foi tão provocado” ou de “coitadinho, ele é doente”. É um MIMADO, UM BOSTINHA que tem que cumprir pena trancado que nem um animalzinho. Tenho pena de quem nasce sem condições de escolher o que quer ser da vida e tem como única solução entrar para o crime para comprar remédios para a mãe doente. Playboy que teve tudo de mão beijada achar que pode passar a mão em uma arma e matar quem o aborreceu tem mais é que se foder. Eu tenho pena das famílias que perderam brutalmente seus filhos queridos assassinados.

Nerds se acham injustiçados, preteridos e excluídos. Fazem um drama enorme em cima disso e canalizam tudo para a raiva. Em casa, não devem encontrar limites satisfatórios. Para gente que não tem limites, existe a lei. Vai beijar na boca de alguém, vai fazer sexo! Que seja, vai praticar alguma atividade nerd como jogar RPG, mas não mata. Cadê o Arcebispo de Olinda para excomungar esses dois?

Para quem tiver interesse no assunto, recomendo um livro muito bom chamado “Precisamos falar sobre Kevin”.

E para todas as mães e pais: ter filhos implica em RENÚNCIA. Dediquem tempo a seus filhos e tenham o trabalho de educar e ensinar limites. Eu sei que é mais fácil não colocar limites, mas custa caro no final. Ou vocês botam filho no mundo e se dão ao trabalho de criar, ou então façam como eu: não tenham filhos porque não querem essa encheção de saco, limitação e aborrecimento. Cá entre nós, hoje em dia só tem filho quem quer…

Para contar sua história triste de Bullying, para tentar me matar por debochar de nerds e de Star Wars e para sugerir temas: sally@desfavor.com

A frase que intitula esta coluna foi cunhada pelo desfavor-mór Paulo Maluf há 20 anos atrás, durante uma campanha presidencial. É considerada uma das maiores gafes políticas da história brasileira, e isso quer dizer muito.

A Igreja Católica, representada pelo Arcebispo de Olinda – dom José Cardoso -, acaba de repetir a mesma argumentação ao excomungar todos os envolvidos no aborto (absolutamente legal e necessário) dos fetos carregados por uma criança de 9 anos de idade que foi violentada pelo padrasto. Repete porque o único que vai sair “ileso” das punições religiosas é justamente o estuprador.

Não há ninguém mais errado nesse caso do que o padrasto da garota. Casos como esse, infelizmente, são muito freqüentes no Brasil. Muitas crianças estão sofrendo abusos parecidos com esse, mas poucas conseguem se livrar dessa situação antes de chegar à adolescência. (Algumas nem assim.)

O caso de qual falamos hoje só chegou a uma conclusão porque a garota engravidou, de gêmeos, aos 9 anos de idade. Sentindo dores, foi levada pela mãe até um hospital, onde para surpresa geral, foi constatada uma gestação de quase quatro meses. Nem preciso dizer QUÃO arriscada é uma gravidez dessas numa criança, não? A menina corria risco de morte.

Não demorou muito até acharem o culpado. O padrasto. Diante de evidências inegáveis, ele já está preso e vai responder pelos seus crimes. De uma certa forma, foi uma conclusão mais rápida do que o de costume nesses casos.

O que não quer dizer que os problemas da menina terminaram. Ela ainda tinha dois fetos em seu ventre, os quais poderiam causar danos seriíssimos à sua saúde. Além de tudo, eram fruto de um estupro. Estavam delimitados os dois motivos legais para se fazer um aborto no Brasil. Preocupados com a VIDA da criança, realizaram o aborto. Atualmente a garota já recebeu alta e passa bem.

Esses são os fatos. Um monstro estuprou sua enteada, a engravidou colocando sua vida em xeque e foi preso. A mãe autorizou e os médicos responsáveis fizeram a operação necessária para protegê-la.

Mas esses não são os fatos para a secular e engessada Igreja Católica. Para eles, dois fetos inocentes foram brutalmente assassinados. Sem contexto, sem análise, sem coerência. Sejam bem-vindos à mente dos adultos que tem amigos imaginários.

Para quem não sabe, a Igreja Católica é montada em cima de vários dogmas. Dogmas nada mais são do que verdades absolutas e inquestionáveis. Com a santíssima Igreja não existe argumentação, as coisas são como eles querem que sejam e ponto final.

Vou tentar não entrar muito no aspecto teológico da coisa, cada um acredita no que bem entender, é direito pessoal, garantido pela constituição. Além disso, existe a liberdade de expressão, também protegida pela nossa Carta Magna.

O Arcebispo de Olinda tinha poderes para excomungar quem não seguisse um dos dogmas da religião que representa? Sim. Ele tem o direito de acreditar piamente nisso? Claro. Ele tem liberdade de fazer essa afirmação publicamente? Com certeza.

Mas a vida não é feita só de poderes e direitos. Essa liberdade traz consigo uma carga de deveres e responsabilidades. Sendo que muitos desses não estão escritos em nenhum documento legal. Qualquer pessoa com um mínimo de bom-senso consegue depreender a maioria dessas “regras” para uma convivência saudável com outros seres humanos.

Bom-senso que passou longe da Arquidiocese de Olinda. Ao fazer alarde sobre a excomungação da mãe da menina, dos médicos e de outros envolvidos no caso em represália ao aborto que se precisou fazer, dom José Cardoso não foi só de uma indelicadeza incrível com o sofrimento da família como fez parecer que queria se promover com o caso.

Nada cristão, hein? Punir alguém que já está sofrendo não me parece nada compatível com toda aquela história de amar o próximo. Mas o pior de tudo foi dar entrevistas para O MUNDO TODO cutucando a ferida e criticando a família e os médicos que salvaram a pobre garota.

Bom, imagino que seja padrão da Igreja Católica punir todo mundo e deixar Deus julgá-los depois. (Inquisição, Cruzadas…) Excomungue primeiro, pergunte depois. O homem que estuprou uma criança deve receber uma punição maior ainda, certo?

Errado. O problema dos dogmas é que eles não se adaptam a nada. Como a Igreja só consegue enxergar o assassinato de dois seres humanos, na escala de punições ele não merece ser excomungado. Nenhum dos dez mandamentos é muito específico sobre estupros. (Assim como todas as doutrinas religiosas existentes, a do catolicismo é cheia de buracos, incoerências e contradições.)

11º Mandamento: Estupra mas não mata.

Embora eu não consiga acreditar que o Arcebispo de Olinda ache que aquele ser humano desprezível que violentou a enteada seja inocente, eu ainda acho que ele poderia muito bem ter ficado quieto. Sujou (mais ainda) a imagem da instituição que representa, humilhou publicamente as vítimas e ajudou uma presunção de que diante dos olhos da divindade imaginária na qual ele e a maioria do mundo ocidental acreditam, abusar de uma criança não seja algo tão horrível assim.

Ah sim, seguindo a lógica religiosa: O estuprador poderá pedir perdão e ir para o Céu. A mãe da menina e os médicos já estão condenados a queimar no Inferno por toda a eternidade.

12º Mandamento: Estupra mas não ajuda.

A humanidade já é repulsiva naturalmente, custa não incentivar?

Para me excomungar, para inventar um novo mandamento ou para perguntar se o Maluf é um emissário dos céus: somir@desfavor.com


Por mim, este desfavor da semana nem precisaria de argumentação. Bastava colocar a manchete que estampou tudo quanto foi jornal e site e pronto, nada mais deve ser dito. Mas sou obrigada a escrever, então, me perdoem, não tem como não chover no molhado pelas próximas duas páginas.

Um estupro é uma coisa terrível. Um estupro em uma criança é uma coisa muito terrível. Um estupro em uma criança que começou quando ela tinha seis anos e se estendeu sistematicamente por três anos, até seus nove anos de idade, é uma coisa absolutamente terrível. Um estupro em uma criança que se estende por anos e praticado pro seu pai, é uma coisa escrotamente terrível. Um estupro em uma criança que se estende por anos, praticado por seu pai e que acarreta em uma gravidez aos nove anos é uma coisa absurdamente terrível. Um estupro em uma criança que se estende por anos, praticado por seu pai e que acarreta em uma gravidez de gêmeos ultrapassa qualquer limite de definição de palavras que eu possa expressar.

O que pode ser pior do que isso? A Igreja Católica dizendo que o aborto praticado foi PIOR do que tudo isso, e excomungando todo mundo que participou dele.

Os argumentos não se sustentam, e não entendo como é que até agora ninguém abriu a boca para levantar o que eu vou dizer: a Igreja condenou o aborto com base no direito à vida (“não matarás”). Ocorre que, se uma menina de nove anos levar uma gravidez de gêmeos até o final, provavelmente morrerá em decorrência de complicações, porque seu organismo não está preparado para isso. Cadê o direito à vida dessa menina? É argumento de advogado, eu sei, mas vocês tem que concordar comigo que faz sentido.

Como pode a Igreja vir falar que o aborto feito é mais grave do que todas as barbaridades narradas? Com base em que a Igreja pode fazer essa afirmativa, estilo “dona da verdade”? Talvez com base nos mandamentos DELES o aborto seja considerado mais grave (o que só mostra como é incoerente, Deus me livre de seguir esse tipo de ensinamento e valores), mas não podem sair afirmando isso como verdade absoluta.

O Arcebispo deve estar muito arrependido de ter dito isso. Foi no calcanhar de Aquiles, expôs em cores vivas toda a hipocrisia da Igreja Católica. Excomungaram até os médicos que participaram do procedimento. Curioso, o Judiciário não condena, mas o Arcebispo sim. Tudo que essa menina e as pessoas que a querem bem e zelam por ela não precisam é levar uma esculachada pública do Sr. Arcebispo de Olinda. Será que o Sr. Arcebispo de Olinda nunca infringiu nenhum dos mandamentos? Nunca realizou uma ponderação em relação a eles?

Criminalizar a vítima é uma conduta recorrente na Igreja Católica, desde os tempos da Santa Inquisição. Estou vendo a hora que Deus vai se cansar e voltar aqui para colocar ordem no galinheiro, como no filme “Stigmata”. Ele deve estar bastante revoltado vendo uma coisa dessas. Este tipo de pessoa representando-o deve embrulhar o estômago.

O que mais me dói é como o caso virou público. Ninguém respeita a dor e o momento difícil que essa família deve estar passando? Normalmente a Igreja não dá publicidade quando excomunga alguém. Mas o Sr. Arcebispo fez questão de colocar seu focinho (enrugado) nas câmeras de TV e dizer que todos os que participaram do aborto, com exceção da criança, estão excomungados. Se eu fosse católica, teria deixado de ser depois disso.

Qual é a mensagem que o Sr. Arcebispo está passando? Que Deus perdoa estupro, mas que aborto nem pensar, é cartão vermelho na hora?

Nem vou perder meu tempo falando desse pai que fez isso e da eventual responsabilidade dessa mãe. O tema é outro. A Igreja voltou sua ira e punição para as únicas pessoas que realmente fizeram algo para AJUDAR essa menina. Em contrapartida, reforçaram a tese de que o que esse pai fez é perdoável. Foi um desfavor duplo, um senhor desfavor.

Desculpem, tudo que eu disse foi muito óbvio, mas infelizmente, ao que parece, ainda não entrou na cabeça de muita gente. Seus superiores (desde Brasil até Vaticano) apoiaram o Arcebispo, ou seja, não foi uma opinião isolada dele, e sim a opinião da Igreja Católica (isso se não voltarem atrás quando a merda feder). Deus deve estar muito revoltado, até mais do que eu.

É desse tipo de instituição que vocês querem participar? Pensem com cuidado. Ser católico é ser tão canalha e babaca com esse Arcebispo. É assinar embaixo da afirmativa que esse aborto foi pior do que o estupro.

Para falar sobre o tempo, sobre batom e perfume e sobre sugestão de temas (porque sobre esse, não há mais nada a ser dito): sally@desfavor.com

Número de acidentes durante Carnaval cresce 20% em rodovias federais do país

No primeiro feriado de carnaval após a lei-seca, o número de acidentes AUMENTOU em relação ao ano passado. Não bastasse o desfavor óbvio pelo número de vítimas desses acidentes, Sally e Somir vão ainda mais fundo e apontam os outros tantos desfavores envolvidos na situação.

Os números não mentem. Mas são ótimas plataformas para se basear um argumento falacioso. A notícia sobre o aumento do número de acidentes nas estradas após a instauração da lei-seca pode e será usada contra você. Considerando que você não tenha um cromossomo a mais, você deve saber muito bem que quanto mais álcool se consome, menor a sua coordenação motora e principalmente o seu bom-senso.

Existem coisas óbvias, e a relação entre dosagem alcoólica no sangue e acidentes de trânsito é uma delas. Tão óbvia que há muito tempo a lei não permite que uma pessoa embriagada conduza um veículo. Inicialmente se punia apenas quem obviamente não tinha condições. Com o tempo a tolerância ficou cada vez menor, até chegarmos no estágio da famigerada “lei-seca”. Em termos práticos, você não pode beber NADA alcoólico antes de guiar um carro ou moto.

Muita gente achou exagerado. Afinal, já dirigiram várias vezes depois de tomar uma cervejinha e nada de ruim aconteceu. Aposto que muitos de vocês que estão lendo acham isso. Que mal faz UM MÍSERO COPO DE CERVEJA? A legislação parece uma frescura quando se pensa nesses termos.

Mas… vem cá… por um acaso você sai do trabalho e encontra com seus amigos num bar para beber um copo de cerveja? UM MÍSERO COPO DE CERVEJA? Grandes merdas, hein? Não dá para refrescar, não dá para matar a sede, cacete, não dá nem pra ficar bêbado. Quantas pessoas que você conhece que ativamente fazem isso? Não faz o menor sentido sair para beber com os amigos e não beber.

Tentaram fazer pouco da lei-seca com esse argumento. Que ela punia até quem tinha bebido tão pouco a ponto de passar em qualquer teste de sobriedade que não medisse dosagem alcoólica no sangue. Uma pessoa que bebe um copinho de cerveja ainda anda em linha reta, ainda tem reflexos bons e não tende a não fazer bobagem no trânsito.

Faz sentido. Mas esse argumento foge do ponto CENTRAL da lei-seca.

O HÁBITO DE BEBER É TOTALMENTE INCOMPATÍVEL COM DIRIGIR UM VEÍCULO QUE NORMALMENTE PESA MAIS QUE UMA TONELADA E ACELERA A MAIS DE 100KM/H!!!

Não a cervejinha… a lei pune o HÁBITO! Quer beber? Tudo bem, bebidas alcoólicas são permitidas no Brasil. Quer beber e estar no comando de uma máquina que pode te matar e matar outras pessoas? VAI PRA PUTA-QUE-TE-PARIU, SEU DESPERDÍCIO DE OXIGÊNIO! Você daria uma arma de fogo na mão de um retardado? EU, outro ser-humano, tenho todo o direito do mundo de NÃO CONFIAR no seu julgamento do que é certo ou errado, principalmente se você consumiu uma substância cujo OBJETIVO é mexer com o seu senso de auto-preservação.

Sigam essa lógica: Quem não consome álcool não fica alcoolizado. Foda-se se VOCÊ acha que pode dirigir um carro depois de beber um pouco. O SEU direito acaba onde começa o de outra pessoa. Não, leis não existem para te agradar, leis existem para fazer essa MERDA de humanidade funcionar de forma minimamente civilizada. E adivinha só… uma pessoa civilizada não arriscaria a vida de outra pessoa apenas por seu orgulho idiota.

Você acha que pode beber e dirigir? Você não é um ser humano civilizado e racional. O seu lugar é longe da sociedade. E se você começar a pensar de forma um pouco mais complexa que uma ameba, talvez em alguns anos você mereça voltar ao convívio com outras pessoas.

Isso é uma crítica pessoal. Não estou falando “deles”, estou falando de você que já arriscou uma vez ou outra, estou falando de você que acha que só uma vez não vai dar problema, estou falando de mim, que já brinquei com a sorte algumas vezes. A água precisa bater na bunda para a gente perceber como isso é sério.

E é sério.

O desfavor da semana é a minha previsão de que essa notícia vai servir para tirar a seriedade do assunto. Aposto que alguém já deve ter feito essa piadinha, dizendo que por causa da lei seca os acidentes aumentaram ou mesmo dizendo que não fazia a menor diferença.

É difícil defender a argumentação que beber e dirigir são coisas compatíveis. Como eu já disse, a maioria das pessoas sabe disso. Mas existem várias formas de se enganar e deixar de fazer a coisa certa. Deboche é só mais uma delas.

– “Estou meio alto para dirigir…”

– “Não esquenta, viu que os acidentes subiram com a lei-seca?”

– “Hahahahah…”

– “Vai mais devagar e fica tudo em paz…”

Essas pessoas não acreditam de verdade que não faz diferença. Elas apenas conseguem deixar de levar a sério o assunto o tempo suficiente para enganar o bom-senso e fazer a besteira.

Porque na verdade é tudo uma questão de probabilidades. Já ouvi muitas histórias de amigos, colegas e conhecidos que dirigiram COMPLETAMENTE alterados e acabaram saindo ilesos da viagem. E essas mesmas pessoas dizem que por causa disso acreditam que seja exagero dizer que todo mundo que bebe bate o carro e mata dez pessoas…

Óbvio que é exagero. Se todo mundo que dirigisse bêbado batesse o carro, já teríamos mais carros nos ferro-velhos do que nas ruas. Mas novamente, não é esse o argumento contra dirigir sob influência de álcool. É o aumento da probabilidade de que o condutor embrigado faça alguma coisa estúpida e coloque vidas em risco.

O argumento de quem defende o rigor da lei-seca é justamente esse. Simples, claro e abrangente.

O argumento de quem faz pouco dela é falacioso: “A lei acha que quem bebe uma gota de cerveja vai começar um novo Holocausto nas ruas. E além disso, tá na cara que não funciona nada, já que ainda tem acidente nas estradas.”

Só um bêbado não perceberia a BOBAGEM que esses argumentos são.


Qualquer estudante de direito sabe que a quantidade de lei no Brasil é indecente. Matamos um leão por dia para estar atualizados. Praticamente todo dia sai uma lei nova. E o país continua uma zona! Como pode?

Qualquer estudante de direito vai te responder: já está comprovado que o determinante para o cumprimento de uma lei não é uma previsão de pena severa, e sim o temor real de ser pego. Todo mundo sabe que a quantidade de etilômetros disponíveis para fiscalização é insignificante. Com o tempo, os motoristas viram que nada acontece e voltaram a dirigir bêbados sem o menor problema.

Em reportagens como donos de estabelecimentos comerciais, disseram que a procura por transporte do próprio bar para voltar para casa diminuiu tanto, que resolveram cancelar o serviço. A lei perdeu a credibilidade.

O brasileiro tem uma mania de achar que tudo se resolve com lei. Não, não se resolve. A lei é o PRIMEIRO passo. Sem fiscalização e punição a lei vira letra morta.

O grande desfavor não é o aumento de mortos em acidentes de trânsito, e sim a repetição de um velho mecanismo que atrasa o país: querer dar um passo maior que a perna. Primeiro deveria ter sido liberada verba para compra de etilômetros, depois, feito um treinamento especializado daqueles que fiscalizarão. Depois de toda a infra-estrutura montada é que teria que ser editada uma lei proibindo dirigir após ingestão de álcool.

Mas, o legislador, como sempre, despreparado, joga uma lei na sociedade, mesmo ciente que ela não será exigível nem fiscalizável e ainda lava as mãos “Nós criamos a lei, fizemos nossa parte”. Os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, empurram culpa uns para os outros.

Claro que o cidadão tem sua parcela de imbecilidade. O brasileiro se sente no direito de “escolher” a lei que vai cumprir. Se não concorda com a lei, simplesmente não cumpre e cospe meia dúzia de resmungos dizendo que a lei “é ridícula” ou “não faz o menor sentido” e simplesmente a ignora. O mesmo que suborna o guarda e depois reclama que não há punição no Brasil e que o direito penal “dá muito mole para bandido”. Bandido são os outros, ele é o espertão acima do bem e do mal que pode decidir que lei quer cumprir.

A lei é radical? É idiota? É desfavor? Ok, mas é lei. E lei foi feita para ser cumprida. Se bem que no Brasil, lei foi feita para ser comprida… ô falta de poder de síntese! Não gostou da lei? Se sente afrontado? Ingresse com uma ação pedindo para que ela seja declarada inconstitucional, quem sabe algum juiz não te exime de cumprir a lei? Conheço gente que não paga o valor fixo de telefone graças a decisão judicial. O que não pode é por vontade própria sair quebrando as regras que devem valer para todos… Já pensou se cada um escolher a lei que vai cumprir? Bom gosto e bom senso todo mundo tem, né?

Em vez de fazer estádio para Copa do Mundo, em vez de gastar rios de dinheiro com ONGs, em vez de torrar grana no cartão de crédito presidencial, podiam investir em uma campanha série de punição contra motoristas bêbados. Não é fazer comercial dizendo que acidente de trânsito mata. O povo já sabe disso. É colocar efetivo nas ruas para fiscalizar e filmar neguinho saindo preso, algemado do carro. Quando colocada em prática, a lei se mostrou eficiente.

Mas aí entra o que a gente não vê. A quantidade de pessoas que saíram no prejuízo com essa lei. A máfia da bebida alcoólica (nos primeiro meses a venda de cerveja caiu 30%), os bares, restaurantes e boates, os postos de gasolina, etc etc. Pasmem, até centros de doação de órgãos reclamaram dessa lei. Sabem porque? Porque com ela começou a morrer menos gente, e em conseqüência tinha menos doador. Pô, que falta de consideração, né galera? Vê se morre mais gente aí para doar órgãos!

Se você acha um absurdo um motorista se sentir no direito de dirgir bêbado e acabar matando uma família que voltava de férias, ponha mão na consciência e pense quantas leis VOCÊ desrespeita. É menos grave? Quem disse? É incorreto quem rouba R$1 ou quem rouba R$100.000,00. Você pode e os outros não?

O que é preciso para colocar na cabeça das pessoas que lei é para ser cumprida, independente da concordância ou não do cidadão? Não gosta dessa sociedade? Se mude para a Suíça ou tente invalidar a lei judicialmente. Até segunda ordem, lei é para ser cumprida.

Não é um discurso moralista, longe de mim. Não me canso de dizer que sou admiradora da lei. É um discurso contra a arrogância daqueles que conhecem mal e porcamente nosso sistema jurídico e a realidade do país e se sentem no direito de abrir a boquinha para falar mal de uma coisa que só conhecem pelo Jornal Nacional e pela revista Veja. Estude a fundo direito, estude a fundo a legislação. Eu não saio construindo prédios ou receitando remédios por aí porque não sou médica nem engenheira.

Infelizmente, não tenho esperanças que as pessoas façam um exame de consciência e passem a cumprir a lei. Vai ter que ser na porrada, que é como esse povo bunda entende. Na base da punição, que nem cachorro que mija fora do lugar. Espero de coração que depois desse aumento dos acidentes de trânsito a sociedade perceba o que o letrado legislador não teve a capacidade de perceber: fazer lei não adianta de porra nenhuma, é preciso criar mecanismos de fiscalização para fazer com que essa lei seja cumprida, porque aqui é República das Bananas e neguinho se acha malandro toda a vida. Abri minha monografia com uma frase que até hoje costumo repetir: “quando o direito ignora a realidade, a realidade se vinga, ignorando o direito”.

11/02/2009
A advogada brasileira Paula Oliveira, 26, foi agredida por um grupo de neonazistas ao sair de uma estação de trem nos arredores de Zurique, na Suíça, nesta segunda-feira (9), de acordo com o Itamaraty. Grávida de três meses, Oliveira foi espancada, teve o corpo cortado por estiletes, e acabou perdendo os bebês(…)

19/02/2009
A mulher que alegou ter sido agredida, reconheceu diante da polícia ter feito declarações falsas. O decorrer exato e os motivos de tais declarações falsas constituem objeto de uma investigação penal. Por via de um procedimento separado, será investigada a maneira como alguns elementos do interrogatório desta mulher chegaram ao conhecimento público.(…)

Uma mulher mentiu para chamar atenção. Em notícia relacionada: A água é molhada.

Eu já queria falar disso semana passada, mas agressões reais têm prioridade aqui no desfavor. A partir do momento em que os legistas que cuidavam do caso disseram que Paula(da) não estava grávida porra nenhuma(ha), eu já duvidei de TODA a história. Disseram-me que ela teria feito isso (alegar que estava grávida e que foi obrigada a abortar) só para ferrar mais ainda com os neonazistas, que era até compreensível.

Eu não achei. Só uma mulher MUITO burra ou MALUCA teria feito uma alegação dessas sem alguma base. Como não parecia ser o caso de uma mulher MUITO burra, eu fiquei com a hipótese do MALUCA mesmo. E acertei. A nossa representante canarinho já cantou outra história para a polícia e admitiu que a agressão foi perpetrada por um grupo de neonazistas imaginários. Tão imaginários quanto os gêmeos que ela carregava no ventre.

Esse é o problema de gente maluca. Gente assim pode até começar algo direito, mas acaba fazendo merda atrás de merda até acabar nas páginas do desfavor.

Confesso que fiquei furioso quando o caso veio à tona. Sally e eu fizemos tanto esforço para estreitar as relações entre Brasil e Suíça e um bando de skinheads estraga tudo? A história contada por Paula era poderosa, parecia começo de filme. Eu já estava torcendo para ela aprender artes marciais, comprar algumas armas e sair se vingando dos nazistas! (Mas de preferência com uma dublê de corpo nas cenas de chuveiro obrigatórias, aquela barriguinha não venderia bem…)

O caso gerou comoção nacional, tanto aqui como lá. Passeatas na Suíça, comentários duros por parte dos diplomatas brasileiros, a notícia correu o mundo. Uma pobre mulher grávida sofrendo um crime de ódio apenas por ter nascido num país diferente de seus agressores.

Todo mundo feito de otário. Mas ao contrário de outros casos onde eu me divirto quando enganam a população, esse não teve tanta graça. Paula Oliveira não é uma troll, Paula é só uma pessoa maluca e carente que blefou muito mais alto do que seria razoável. Eu não considero um feito contar uma mentira desse tamanho e não ter capacidade de manter. A graça é justamente manter os otários bem otários.

E como todo aspirante a troll sem talento para tal, Paula vai sair pior do que entrou e ainda vai espalhar sua merda para cima de muita gente que nada tem a ver com o caso.

E eu nem estou falando da nossa imagem internacional, caros compatriotas. O Brasil é reconhecido mundialmente como uma república das bananas recheada de mulatas, jogadores de futebol e doenças tropicais. Não é como se tivéssemos alguma reputação a zelar.

E muito menos da imagem de mulheres ou de advogados. Mulheres são desesperadas por atenção e advogados são todos mentirosos. Pissing in an ocean of piss, etc.

Mas a imbecil do aborto imaginário representa uma outra classe, essa sim com uma imagem que deveria ser protegida. Os imigrantes na Europa. Cada um dos países que formam o bloco europeu tem um ou mais partidos de extrema direita, que culpam a imigração por todos os problemas possíveis e imaginários de seus países.

(Não que seja exclusividade deles, tem muito babaca por aqui que acha que os nordestinos estragaram o sudeste.)

Alinhamentos políticos à parte, esses partidos são reconhecidamente nacionalistas. Para quem não sabe, nazismo é uma derivação da palavra alemã para Nacionalismo Socialista (ou algo assim…). Então, percebam a merda: Grande parte dos países europeus flerta com políticas assustadoramente parecidas com as que Hitler empregava em seu regime desfavorável aos judeus.

Os tempos são outros. Ao invés de escolher um povo específico para culpar pelos problemas causados pela sua própria incompetência, esses nacionalistas culpam qualquer pessoa que cruze suas fronteiras. Os estrangeiros roubam empregos E são vagabundos criminosos. (Ei, ninguém disse que esses partidos eram muito bons com lógica simples…)

Hitler fez uma coisa boa, contanto: Queimou o filme de todos esses idiotas por tabela. Realmente é muito difícil para qualquer outro país do mundo tentar algo parecido sem tomar pressões enormes da sociedade internacional instantaneamente. Mas dá para “maquiar” um pouco as coisas e usar a liberdade de expressão comum nos países evoluídos para continuar com o “sonho”.

O SVP, Partido do Povo Suíço, é mais um desses partidos. E vai DEITAR E ROLAR em cima dessa história. Finalmente eles vão poder dizer que foram vítimas de um estrangeiro e não ter que ouvir aquelas argumentações lógicas chatas que acabam com eles. Nossa compatriota, idiota, resolveu que daria mais veracidade à história talhar a sigla deles em seu corpo. O partido em primeiro momento ficou sem graça, deu apoio e agiu de forma bem correta. Foram recompensados com uma das melhores publicidades que poderiam imaginar.

O desfavor da semana nem é a maluca da Paula ou a família dela, que insiste que sua queridinha é a vítima. O desfavor da semana é o empurrãozinho que essa brasileira deu na causa do grupo mais perigoso da Europa: Os nazistas do armário.

Obrigado por nada. Da próxima vez escreve um X no pescoço.

Para contratar minha gangue de neonazistas imaginários, para saber como fazer abortos de fetos inexistentes: somir@desfavor.com


Quando tudo estourou eu acreditava nela. Na minha cabeça, ninguém seria tão burro de forjar uma coisa facilmente constatável como uma agressão. Talvez a gravidez sim, em um momento de raiva, para aumentar a pena de seus agressores, mas não a agressão em si. Lembro das minhas aulas de medicina legal na faculdade, o tempo todo eu me pegava pensando “Pqp, os legistas podem descobrir TUDO mesmo!”. Nunca, eu disse nunca, tente enganar um legista!

Pois bem, a moça em questão é muito burra. Mentiu de forma absurda e achou que poderia enrolar toda a imprensa e o judiciário. Em entrevistas com colegas do antigo trabalho dela, todos foram unânimes em dizer que ela mente que nem sente. Mente o tempo todo, mas como ninguém a confronta, acha que os outros acreditam e continua mentindo. Sabem como é, mentiroso costuma perder a noção da mentira gradualmente, vai subindo degrau por degrau, piorando suas mentiras, até que chegam em um patamar inverossímil a ponto de nem uma criança de cinco anos acreditar.

Li na imprensa que o advogado de defesa quer alegar algum tipo de insanidade. Não vai colar. Paula não é maluca. “Mas Sally, para inventar uma mentira assim, a pessoa tem que estar maluca!”. Discordo. Tem muita gente carente, armadora e intriguenta que vive de contar mentiras, algumas que até desabonam sua conduta. Mentem que nem sentem, por uma série de motivos que não doença. Gente malandra que quer se dar bem (ou vocês acham que a suposta doentinha mental não ia pedir uma gorda indenização do governo suíço?), gente que mente para receber atenção porque não segura o rojão de não ter brilho próprio, gente que mente para se vitimizar, enfim, por milhões de motivos babacas que não doença.

Paula comunicou aos colegas de trabalho do Brasil que estava grávida via e-mail e mandou uma foto de uma ultra de gêmeos que podia ser encontrada no Google. Todos riram quando receberam. Mas não desmascararam a mentira. Apenas ficaram comentando em off quando será que ela perderia o bebê que eles sabiam não existir. E como essa, muitas outras mentiras na vida de Paula vieram à tona: um casamento anterior ao atual que nunca existiu, um noivo que ninguém nunca viu, namoros falsos e várias outras mentiras.

Porque Paula mente? Porque nunca foi confrontada com a verdade. Se os colegas tivessem dito “Porra, Paula, que ridículo, ta na cara que isso é uma mentira e das grandes, para de fazer isso, é muito vexatório!” talvez ela não tivesse chegado a esse ponto. Não porque cairia em si e perceberia como é feio mentir, pois mitômanos não tem vergonha na cara, mas porque não teria platéia. E sem platéia não tem show.

O grande desfavor desse evento todo são as pessoas que a cercam que, por pena, por medo de briga, por preguiça ou por sadismo, nunca desmentiram Paula, nunca a confrontaram diante de suas mentiras escabrosas. Ela começou a achar que podia enganar todo mundo. E é nessas horas que entra a lei. A lei é o limite forçado para pessoas que não sabem se portar em sociedade. Ahhh a lei… como eu amo a lei!

Falar é fácil. Eu já estive em uma situação parecida, convivendo, ainda que indiretamente com uma pessoa extremamente mentirosa. Como achava ela legal, apesar disso, nunca a confrontei. Quando vinham me falar dela, eu dizia “Mente pra caralho, tadinha, mas é uma boa amiga”. De tanto passar a mão na cabeça dela e bater palma para maluco dançar, um belo dia ela alucinou tanto na mentira, mas tanto, MAS TANTO, que eu peguei um nojinho fenomenal e não consegui mais manter a amizade. Deixei ela brigar comigo e fiquei assistindo aliviada. Bastou não perdoar uma série de bate-bocas que eu perdoaria do Somir ou de amigos normais em um piscar de olhos, para selar o fim. Gente, é um alívio… as pessoas contam cada mentira cinematográfica que puta merda, me embrulha o estômago.

É difícil confrontar um mentiroso. Ele sabe que está todo errado e por isso é fato que vai partir para o ataque: vai dar piti dizendo “pensava que você era meu amigo!” e tentando te fazer parecer culpado por duvidar, vai se ofender, vai criar um DRAMA sem proporções. Quem precisa disso nos dias de hoje? Todos nós temos nossos problemas, né? E não são poucos… Haja saco para aturar essas criaturas e seus teatrinhos baratos.

Mas, acredito que seja um dever social confrontar um mentiroso que perdeu a noção da mentira. Quando o mentiroso começa a contar uma mentira por cima da outra e se contradizer nas mentiras, tem que apontar e mostrar “Olha, ta pegando mal, Fulana, veja bem, só estou te alertando porque quero o seu bem, ta ridículo, todo mundo ta vendo…”. Claro que a Fulana vai quicar no calcanhar e te dar alguma dor de cabeça, mas acreditem, deixar a pessoa mentirosa livre leve e solta é pior. Não seja platéia para uma pessoa mentirosa, no começo é até engraçado ver como ela é fodida mentalmente, dá até pena, mas depois, dá um trabalho do cão… haja saco!

Paula achou que podia tudo. Paula achou que seu papo seguro superaria tudo. A polícia local disse que ela parecia muito segura e convincente. Natural, afinal, quem pratica a mentira o tempo todo acaba ficando bom nisso. Mentirosos podem ser muito firmes e convincentes. Mas em algum momento perdem a linha, como diria Rogério Skylab, “perdem a mediatriz” e começam a abusar de forma fantasiosa.

Acredito que Paula tenha que ser punida severamente. Tá pensando o quê? Que é festa da nuvem? Além de sujar o nome do Brasil (mais) no exterior, ainda tentou tirar o mundo todo de otário (o mundo todo literalmente, porque a notícia correu o mundo). Você pode enganar as pessoas por um tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, a máscara cai. E quando cai, não tem volta, quem percebe se afasta sem dó. É por essas e outras que tem gente que está o tempo todo brigando, o tempo todo fazendo novos amigos que não duram nada. Deve ser uma merda viver assim.

Fica meu pedido: confrontem os mentirosos, por mais trabalho aparente que isso dê. Não deixem neguinho mentir, mentir e mentir sem demonstrar para a pessoa mentirosa que a mentira está muito aparente. Assim você sai do lugar de platéia e o mentiroso fica sem ter para quem representar. Basta de fazer vista grossa para mentiras escabrosas. É praticamente um dever social apontar uma pessoa mentirosa e segregá-la do convívio do seu grupo. Faça isso, antes que o grupo rache aos poucos, pelo seu bem e pelo bem do grupo.

Para me mandar um e-mail desesperado dizendo que está grávida ou qualquer outra história mentirosa triste que no fundo é só um pedido de atenção, para me mandar uma lista com nome de mentirosos e para sugerir temas: sally@desfavor.com

Nota: O desfavor não vai se intimidar com o recente caso de agressão à brasileiros na Suíça e continuará a denunciar o comportamento deplorável de suas celebridades. Nós não temos medo.

Deu na mídia mais um caso de pancadaria entre um casal famoso. Os cantores Chris Brown e Rihanna deram um novo significado para a expressão “black and blue” ao protagonizarem um escândalo com acusações de agressão doméstica e até mesmo ameaças de morte.

O pau cantou.

“Is your girl on the floor? If she ain’t, let me throw!”

Seguindo uma tradição que se estende por décadas, mais um Brown enfiou a porrada na sua namorada/mulher/vadia. James Brown não era conhecido por fazer suas mulheres se sentirem bem, Bobby Brown enganou o guarda-costas e enfiou a porrada na mulher…

E agora foi Chris Brown que enfiou a mão na sua namorada. E não estou falando de fisting ou de uma fraude financeira, as acusações de sua famosa namorada, a cantora Rihanna, incluem a boa e velha violência doméstica. OK, talvez não boa, mas velha é.

Mulher apanhando de homem na constância de uma relação doentia não chega a ser novidade para mais ninguém. Não está escrito o número de casos que acontecem a cada dia, aliás, literalmente, já que presume-se que a maioria dessas ocorrências não sejam denunciadas para as autoridades competentes. (Talvez por falta de autoridades e competência.)

Algumas mulheres não denunciam por medo, algumas não denunciam por vergonha… Algumas até não denunciam porque gostam.

Mas não foi o caso de Rihanna, ela colocou a boca no trombone! Quer dizer, ela ameaçou colocar a boca no trombone e só depois que apanhou mais que realmente fez alguma coisa. Vai ver foi um ensaio antes do show, preciosismo de artista.

Eu até entendo porque ela deu essa vacilada. Não pega muito bem para uma mulher tão famosa e bem-sucedida ter feito uma cagada dessas e admitir publicamente que é mulher de malandro (e pirralho) sem um ótimo motivo. Um tapinha não era motivo o suficiente, até mesmo porque eu desconfio que não tenha sido o primeiro… Mas aí, os ânimos esquentam, ele começa a testar a resistência contra impactos do seu crânio… É melhor ser mulher de malandro pública do que estragar aquele rostinho lindo, não?

Ainda não se sabe exatamente o que vai acontecer com ambos. Mas, podemos conjecturar.

Podem me xingar, mas na minha opinião o natural numa situação dessas é a monga da mulher perdoar o cretino do homem e continuar brincando de casinha de tortura com ele até não aguentar mais. Claro que existem casos onde a mulher tem MEDO de se afastar, mas não se enganem, muita mulher apanha do seu homem e PERDOA.

Para mim é a mesma coisa que traição: Quem perdoa pede mais.

Mas eu duvido que vá ter o prazer de ver a seleção natural cuidar de mais um caso de relação entre pessoas desequilibradas. Neste caso, Chris Brown e Rihanna são famosos. A briga ficou pública, vendeu jornais, divertiu sádicos, deu assunto para blogs que são um desfavor…

Não dá mais para dizer que caiu da escada. (Muito embora seja comum para celebridades usar óculos escuros durante o dia. Lembram que eu disse que a maioria dos casos não é denunciada?)

E, vejam só… Não é que no final das contas vai ser um bom negócio para os dois?

Rihanna é mulher, eterna vítima num assunto desses. Ser vítima é bom para a imagem. E, se der um pé-na-bunda do seu querido namorado, ainda vai passar a imagem de mulher forte que não leva desaforo para casa. (No máximo um olho roxo…)

Chris Brown é homem, eterno filho-de-uma-puta-covarde-de-merda num caso de violência doméstica. Ser um filho-de-uma-puta-covarde-de-merda é bom para a imagem. Eu sei, parece confuso, mas vocês não estão considerando o contexto em que ele está inserido.

Ele canta sobre amor(?) e executa coreografias afrescalhadas para viver. Mas ainda sim faz parte da cena do hip hop americano. Para quem não sabe, além de ser o gênero musical mais famoso e rentável em terras yankees, é o reduto dos homens mais inseguros do mundo!

Ou vocês acham que ficar ostentando riqueza, poder e sucesso com as mulheres em todas (TODAS!) as músicas que escrevem é sinal de falta de imaginação? Também, mas normalmente são artistas medianos, com pouca ou nenhuma cultura e por incrível que pareça, quase sempre passam longe de ser os bandidos durões que insistem em demonstrar. Mecanismo de defesa + bons produtores + autotune + público idiota = Quase todo mercado musical americano.

Para pessoas que acham que um colar de brilhantes com seu apelido é sinônimo de sucesso na vida, nada mais normal do que achar que bater numa mulher é ser macho.

O rapper americano (na mídia) é em média tão retardado quanto quem consome avidamente suas músicas. E não se pode negar que é uma tradição dar uns sopapos em mulheres. Para manter a mão do cafetão forte (Tem coisa que não dá para traduzir…) e não se lembrar que caso não tivessem dinheiro, seriam tão desprezados quanto qualquer outro Zé Ruela por aí.

Eu vou fazer minhas apostas:

– O casal se separa;

– Rihanna lança “Strong Woman”, um single onde reforça que as mulheres tem que se respeitar;

– Chris Brown lança “Bitchslap” em parceria com algum rapper, onde faz pose de homem que não deixa mulher fazer ele de otário;

– Ambos vendem milhões de cópias. Yo!

O desfavor? O desfavor é quem compra essa história.

Para me propor uma sessão de violência doméstica sem compromisso: somir@desfavor.com


Rihanna: linda, rica, famosa. O tipo de mulher que aparentemente não tem problemas, certo? Pois é. Nem todo o dinheiro do mundo salva nossa dignidade. Rihanna apanhou, mais uma vez, do namoradinho de 19 anos, Chris Brown, como todos devem estar cansados de saber, visto que a imprensa não fala em outra coisa.

Ela seguiu o padrão de mulher agredida: primeiro negou a agressão, depois apenas confirmou, depois confirmou e subiu nas tamancas, falando mal dele e dizendo que vai processá-lo. Admitiu também que as agressões não vem de hoje e que estão piorando com o tempo.

Aparentemente, pelas fofocas duvidosas que foram publicadas e que a babaca aqui se deu ao trabalho de ler para escrever este Desfavor da Semana, a briga teria começado por uma crise de ciúmes de Chris, que teria acusado a moça de estar dando para seu empresário ou algo do tipo, que salvo engando, é Jay-Z. Vejamos, se um macho me acusa de dormir com outro, minha primeira providência e dar um pé na bunda dele (e a segunda é de fato dormir com esse outro).

Mas não, Rihanna não deu um fora no cidadão. Deixou a briga se estender.

No carro, voltando para casa, Chris recebeu um torpedo de uma vadia qualquer marcando um encontro com ele. Rihanna viu. Vejamos, se um macho recebe um torpedo de outra marcando um encontro, eu me retiro discretamente e ele nunca mais me vê ou põe as patas em mim. Mas não, Rihanna começou a quebrar um barraco no carro em movimento. Chris deu-lhe uma tapona na cara, só para ela ficar esperta. Vejamos, se um macho me dá um tapa na cara, ou eu bato de volta, ou fico quieta e quando chego em casa mando matar. Mas não, Rihanna pegou seu celular e FEZ DE CONTA que estava telefonando e disse a seguinte frase: “Ele está me levando em casa, certifique-se de que a polícia esteja aí quando ele chegar”.

Ou faz, ou fica quieta. Blefar que faz é furada. Evidente que Chris ficou meio chateado e se sentiu no direito de sentar a porrada na mocinha. Bateu até deixar ela inconsciente e sangrando, fugiu e deixou Rihanna no carro. Deu socão de mão fechada mesmo.

Quando Jay-Z soube, disse a seguinte frase: “Chris é um homem morto, mexeu com as pessoas erradas”. Jay-Z, se você é homem, você vai ter que matar ou mandar matar Chris Brown. Não respeito quem blefa. Se Chris Brown não aparecer morto, vou chamar Jay-Z de viadinho fanfarrão até cansar.

Chris Brown teria terminado o namoro com a moça em sua página no FaceBook, com a seguinte frase: “Vocês vão começar a vê-la em cores verdadeiras, acreditem!”. Uma seqüência de desfavores, não?

Vejam o depoimento da família de Chris: “Chris não foi criado para bater em mulher. Ele deve ter sido provocado. Ele não faria isso para se divertir. O que aconteceu entre quatro paredes ninguém sabe”. Vejamos, algum homem bate em mulher “para se divertir”? Acredito que não. Evidente que quando uma mulher apanha, ela provocou. A questão é: NADA QUE UMA MULHER FAÇA JUSTIFICA QUE UM HOMEM BATA NELA. Eu acho que tem gente que merece apanhar sim, inclusive mulheres, mas sei que não é correto.

Milhões de homens são provocados todos os dias por mulheres chatas e neuróticas e nem por isso batem nelas. Chris errou. Mas não podemos nos esquecer que Rihanna também errou.

Rihanna vem aceitando abusos faz tempo. Vem permitindo que se faça isso com ela, vem acobertando seu agressor. Agora posa de vítima repentina? Estar ao lado de um homem que bate nela foi uma OPÇÃO dela. Quem planta merda colhe bosta. Evidente que fazendo esta opção de estar ao lado de um homem violento mais cedo ou mais tarde ela seria espancada. Não quer apanhar? Se afaste.

O desfavor maior é a sociedade com pena. Eu guardo minha pena para acontecimentos que independem da vontade da pessoa. Esses sim são a verdadeira sacaneada do destino. Uma pessoa saudável que se cuida e tem um tumor, uma pessoa que dirige com cuidado e sóbria mas vem um bêbado e bate no seu carro deixando-a em cadeira de rodas e etc. Acontecimentos previsíveis que poderiam ter sido evitados são responsabilidade da própria vitima, não tenho pena.

Se eu escutar mais um “Ai, tadinha, ela é tão bonita, rica e foi se meter com um canalha desses, que azar” eu vou matar um. Azar? Não, escolha. Nenhuma de nós está livre de se meter com um canalha violendo, mas TODAS podemos nos livrar de um ao primeiro sinal de violência.

Para chamar Jay-Z de amarelão, para perguntar se o Somir já me bateu e para defender a pobre Rihanna indefesa: sally@desfavor.com