SEMANA DO AVESSO:Nesta semana tenho a árdua tarefa de soltar o “Somir” que existe dentro de mim e alimentá-lo. Serei seu “Somir” nesta semana, o que significa que serei de arrogante, escrota, elitista, e, como conseqüência, não responderei a perguntas nos comentários, não atenderei a nenhuma sugestão, não usarei palavrões e escreverei menos páginas do que costumo escrever. Mas tenho uma boa notícia para vocês: Somir terá que soltar seu lado “Sally”, ou seja, terá que ser amável, solícito e sociável, OU SEJA, terá que responder A TODOS OS COMENTÁRIOS DIRIGIDOS A ELE em seus textos. Por favor, COMENTEM, comentem qualquer merda, mas comentem dirigido a ele. Quero ver ele tendo que atender aos leitores… hahaha
Hoje vou falar do nosso blog, o Desfavor. Desfavor contém tudo que você precisa: humor, informação, fofoca, política, atualidades, ciência e diversidade de opiniões. Onde mais se encontram todos estes ingredientes juntos? Desfavor é tudo que você precisa, não há mais necessidade de ler jornais, revistas e notícias no geral, está tudo aqui, condensado e mastigado para o leitor. Em um mundo moderno onde o que importa não é mais a informação em si, porque informação abunda na internet, e sim uma fonte confiável e um olhar crítico esmiuçando aquela informação, o Desfavor veio fazer a diferença. Se eu tivesse que recomendar uma única fonte de informação a uma pessoa sem tempo, seria o Desfavor.
O blog como meio de comunicação estava sendo utilizado de forma banal antes da chegada do Desfavor. Era praticamente uma reedição de quadrinhos, onde desenhos ou fotos de rápida e fácil compreensão levavam lazer a usuários ávidos por dez segundos de refresco mental. Na era do descartável, do imediato, pessoas usam blogs para os propósitos mais idiotas porque é essa a demanda: piadinha, pornografia, desabafo ou futilidades. Mas Desfavor não pensa na demanda e sim na qualidade. Curvar-se à demanda é igualar-se a ela. Aqui todo mundo estudou e tem diploma, ninguém precisa abaixar as calças para patrocinador, demanda ou modismos. Desfavor é aquilo que nós queremos que ele seja, não aquilo que a sociedade espera que ele seja.
Onde se encontra outro blog com postagens diárias de, no mínimo, quatro páginas, tratando dos mais variados assuntos? Lanço um desafio ao leitor: vá ao Google e procure um assunto razoável + desfavor e me diga se não há pelo menos uma postagem falando sobre isso ou citando o assunto. Somos ecléticos, somos versáteis. Não fazemos essa setorização de temas, não temos limitações de assuntos: “blog sobre política”? “blog sobre celebridades”?, “blog sobre beleza”? Não, nós somos um blog sobre TUDO. Não há como classificar o Desfavor. Desfavor é tudo, Desfavor é nada.
Além de não ter limitações de assuntos, também não temos limitações na forma de abordar os assuntos. Nada é sagrado no Desfavor. Criticamos tudo, inclusive nós mesmos. Não se trata de ser sempre a favor do contra, pois também temos postagens onde elogiamos e postagens neutras, onde apenas explicamos. O benefício maior é disponibilizar uma fonte crítica, mesmo que ela sirva para que se leia e se pense “Não concordo com o que esses panacas estão dizendo!”. Desfavor não quer convencer, Desfavor quer te mostrar um outro lado. Se você vai aderir, não faz diferença. O importante é conhecer outro ponto de vista, refletir, ponderar e formar a sua opinião com base em dois pontos de vista: o que você vê na sociedade, na TV, na revista e o que você vê aqui. Desfavor sai do básico e dá um passo além, onde poucos meios de comunicação chegam – e sobre qualquer assunto.
Então, em vez de procurar o melhor blog sobre política, o blog mais crítico sobre futebol, o blog mais imparcial sobre eleições, o blog com linguagem mais acessível sobre biologia, o blog mais engraçado sobre subcelebridades etc etc, o leitor tem a opção de encontrar tudo em um único lugar. É por isso que sempre dizemos que o Desfavor é um dos poucos, se não o único blog de texto que vale a pena ler de cabo a rabo. Se uma pessoa ler o Desfavor desde sua primeira postagem até hoje, não será perda de tempo. Ganhará conhecimento e se divertirá. Salvo raras exceções, nossas postagens são atemporais. As postagens de 2008 poderia ser publicadas em 2011 sem qualquer problema. Que blog consegue isso? E postagens atemporais sobre tudo quanto é assunto, quem consegue isso? Os blogs não conseguem nem mesmo postagens atuais sobre tudo quanto é assunto…
Passeie pelos blogs e contate a triste realidade: charges, desenhos, fotos, frases rápidas. Ou então coisa pior: blogs-desabafo (na linha “querido diário”), blogs sexistas, blogs políticos, blogs sobre beleza, blogs sobre entretenimentos… Informações fracionadas. Tudo ao mesmo tempo agora, só no Desafvor. E com imparcialidade, digo, sem pressões externas de patrocinadores ou de qualquer outro tipo. E sem pudores, sem dogmas religiosos, sem moralismo. E com a participação dos leitores, em debates nos comentários, com uma troca de idéias ou ofensas em tempo real.
E a dedicação dos autores? Porque neguinho tem blog para desabafar quando quer, quando se sente sozinho. Ou então neguinho faz postagem diária visando um objetivo egoístico, como dinheiro, número de acessos ou fama. A gente não quer nada. A gente só quer escrever do Desfavor, dizer o que pensa. A gente não almeja dar entrevista, bater recorde de acessos ou vender canequinha com a nossa cara. Aliás, a gente não mostra nossa cara. Nesta era de evasão de privacidade que faria Andy Warhol se levantar do túmulo apontar e gritar “Eu disse!”, Desfavor vai na contramão (com muito orgulho) e prioriza o conteúdo do blog, deixando os autores de forma secundária. Ninguém aqui quer sentar no sofá do Jô Soares, ninguém aqui quer posar para a Playboy, ninguém aqui quer ter programa de televisão. O que a gente quer é escrever o Desfavor.
E a quem interessar possa, somos bonitos. Somos muito bonitos. Somos lindos. Quão mais fácil seria posar de casal de comercial de margarina e encher isso aqui de fotos nossas? Mesmo sendo lindos, ambos estudamos, nos formamos, porque queríamos ser mais do que um rosto bonito. Porque gente feia quando se forma não faz mais do que obrigação, mas gente bonita quando se forma é porque gosta de trabalhar mesmo, já que o que não falta são atalhos para os belos. Sim, gente bonita que se forma tem mais mérito. Apesar da beleza, fazemos questão de que o foco aqui seja apenas o conteúdo do nosso blog, mesmo sabendo que beleza vende e compra. Desfavor não é imagem, é conteúdo. Evasão de privacidade é coisa de gentinha desesperada por atenção, com baixa auto-estima e carente. Não evadimos a nossa privacidade nem a privacidade daqueles que nos cercam. Não apelamos, escrevemos opiniões embasadas por fatos e dados.
Todo ignorante “acha”. Pessoas esclarecidas sabem. O que mais tem por aí são blogs onde ignorantes manifestam a sua opinião e “acham” alguma coisa. Arrogantes são eles de pensar que suas opiniões são tão interessantes a ponto de valer um blog. Sim, aqui temos opiniões mas também temos subsídios, informações, que permitem ao leitor ler a informação, a nossa opinião e discordar. Desfavor dá informações + opiniões. Nós pesquisamos antes de escrever algo, nós consultamos especialistas na área, nós mastigamos a informação para o leitor. É isso que nos diferencia da maioria dos autores de blog que estão por aí: nós temos amor ao conhecimento, uma constante busca por mais conhecimento.
Quem dá camisetinha com logotipo do blog leva a fama de que se importa com seus leitores. Nós não damos brindes, não tratamos leitor como cachorrinho que recebe petiscos de recompensa, não queremos comprar ou subornar um leitor para ter audiência. Mas nos importamos com nossos leitores, cada um a seu modo. Eu atendo sugestão de temas, respondo comentários sempre que posso e pesquiso muito para escrever sobre determinados assuntos. Somir está sempre trabalhando em um novo layout, formatando postagens, pesquisando as postagens mais populares, perfil dos leitores etc. Tudo isso sem ganhar um centavo, e sem querer ganhar um centavo com o blog.
Neste ponto alguém deve estar pensando que se fossemos assim tão bons seriamos o blog mais acessado e estaríamos sendo citados na mídia. Pois bem, em um país onde a maioria vota em Tiririca, assiste Faustão e lê Paulo Coelho, não é mais do que uma prova de qualidade que o Desfavor agrade apenas a uma minoria. Desfavor é como uma música do Rogério Skylab: é incômodo, é desagradável, é inconveniente e por vezes é até mesmo escatológico, mas é verdadeiro. É aquela verdade que a gente não gosta de pensar nem de lembrar que existe. No Brasil não se aprecia muito a verdade se ela não for socialmente agradável e conveniente.
Lembro quando o Desfavor começou e muitas pessoas apostaram que não conseguiríamos manter o ritmo de postagens por muito tempo. Os mais otimistas nos deram seis meses de vida. Bem, estamos a poucos meses do nosso terceiro ano mantendo a mesma dinâmica. É relevante? Pode apostar que no mesmo dia ou no máximo no dia seguinte, vai estar no Desfavor. Vai estar explicado e também comentado. Algo que virou natural aos olhos de quem lê mas que demanda muito esforço nos bastidores e que permite concluir que somo o melhor blog de textos do Brasil. Fazemos algo muito difícil parecer fácil aos olhos de quem lê, sem ficar tirando onda com isso.
A conseqüência natural de não almejar fama nem dinheiro seria se acomodar naquele feijão com arroz básico, naquelas quatro ou cinco colunas semanais que deram certo e ficar na zona de conforto. Mas não fazemos isso. Estamos constantemente atualizando nossas colunas (semana que vem teremos o lançamento de diversas colunas novas, por exemplo). Sim, nós somos melhores do que muita gente que é paga para escrever em um blog e não consegue mantê-lo sempre atualizado e renovado. Aqui o leitor sabe que de tempos em tempos terá uma novidade: semana temática, semana comemorativa, colunas novas ou plantões em tempo real sobre assuntos que merecem maior destaque.
E tem ainda o aspecto pessoal, que a maior parte de vocês desconhece. Somir e eu somos ex-namorados e escrevemos juntos um blog de postagens diárias há quase três anos e fazemos isto funcionar. Tem gente que não consegue nem jantar no mesmo restaurante do ex. Independente do fato de ser ex, tem gente que não tolera um décimo das críticas que fazemos um ao outro aqui e começa a se vitimizar em um misto de vaidade e infantilidade. Somir e eu estamos aqui, mais unidos do que nunca. A gente segura o rojão e divide as ofensas, os elogios, os sucessos, os fracassos. Nestes três anos enfrentamos de tudo um pouco em nossas vidas pessoais: doença, cirurgia, viagens, novos empregos etc. E nada afetou o Desfavor. Todo santo dia a postagem estava lá. Não nascemos para ser vítimas, nascemos para fazer bem feita qualquer coisa que a gente faça. Mesmo que seja de graça.
Muitos de vocês não sabem, mas um período do Desfavor eu escrevi hospitalizada, em um notebook. Outro período o Somir escreveu e editou com o braço quebrado. Quem faz isso? Mesmo quando estão sendo remuneradas as pessoas adoram ter a possibilidade de parar por um tempo e colocam uma notinha dizendo que não vão poder escrever por problemas de saúde. Nós não. Quem faz isso? Pessoas que amam fazer o Desfavor. É isso que nos diferencia desse bando de blogs de texto que existem por aí: o comprometimento, a seriedade, a dedicação. O leitor sente isto, ainda que de forma indireta.
Não é arrogância dizer que os blogs de texto que estão disponíveis hoje não chegam nem aos pés do Desfavor, é mera constatação. Pesquisem e me avisem se eu estiver errada. Encontre um blog que fale sobre tudo, com o mesmo nível de informação e ousadia do Desfavor e que mantenha postagens consistentes diariamente, que esteja sempre atualizado e que seja feito por apenas DUAS pessoas em total sintonia e harmonia. Hoje em dia as pessoas se vangloriam de postagens diárias do Twitter: “escrevi duas linhas, meu cérebro dói, estou exausto.”
Impossível encontrar outro blog similar. Para que o Desfavor exista ocorreu uma confluência de fatores improvável de se repetir: duas pessoas extremamente perfeccionistas se encontraram, criaram laços, compartilharam pensamentos semelhantes e criaram um blog. Duas pessoas que postam quaisquer que sejam suas condições pessoais e quando recebem xingamentos, ofensas ou indiferença como resposta à postagem, não se importam e continuam postando. Aqui ninguém escreve pelo holofote e sim pelo prazer em fazer o blog.
Somos um blog à frente do seu tempo. Hoje somos incompreendidos (ou seria incompreensíveis?) mas tenho certeza que seremos publicados e lidos como referência depois de nossa morte. Não acho humanamente possível que alguém consiga fazer um blog como Desfavor. Aproveitem, esta é uma experiência única que ficará melhor dia após dia. A tendência é que com a falta de tempo e a rotina estressante, as pessoas busquem seu conhecimento em uma única fonte. Desfavor vai virar modelo de blog e este modelo será o principal provedor de conhecimento nas próximas décadas. Contem aos seus netos: “Foram o Somir e Sally que inventaram esta nova forma de transmitir informação, condensando tudo em um único lugar”.