Desde ontem de manhã estamos sem comentários anônimos. Aparentemente o problema é generalizado e ainda não tenho informações se é um bug ou se é nova política do Blogger.

SE for permanente, o desfavor vai trocar de casa. Os comentários anônimos são importantes para nossa “linha editorial” (faltaram várias aspas em linha editorial, eu sei…) e ninguém merece aturar só namefag comentando.

Mas eu vou esperar para ver como a coisa se desenrola. Nem fodendo que eu perco as posições de prestígio que o desfavor alcançou em várias páginas de resultado de pesquisas (sem prestígio) no Google fácil assim.

Enquanto isso, crie uma conta fake no Google para comentar anônimo. Ou apenas leia e concorde com tudo, do jeito que eu prefiro.

Onde fica o banheiro?O desconforto da casa alheia é uma síndrome que surge quando nos alojamos em outra casa que não a nossa por um período de tempo significativo. Dependendo do grau de intimidade que temos com os donos da casa seus efeitos podem ser muito atenuados, porem existe uma exceção. Uma exceção cruel onde o desconforto costuma ser inversamente proporcional à intimidade: quando a casa alheia é a do seu namorado.

Mulheres, vocês sabem que é verdade: não dá para ser você mesma na casa do seu namorado. Por mais intimidade que se tenha, é sempre um DESGASTE passar um tempo na casa do namorado. É sempre um alívio quando se volta para a sua casinha, com as suas coisas, do seu jeito. Não que a gente não aprecie o namorado ou a casa do namorado, mas geralmente é um estresse uma estadia mais demorada por lá! Dificilmente você consegue ficar confortável.

E falado em conforto, vamos falar em pijamas. Alguém sabe me explicar a que se deve a incapacidade da indústria da moda de criar um pijama que seja QUENTE E QUE NÃO SEJA BROXANTE? Custa ser agasalhado porém sexy? Juro, um dia vou abrir uma loja chamada “Pijama de inverno sexy” e vou ficar rica, porque não existe! O que nos leva ao seguinte problema: se estiver frio, qual a melhor vestimenta para dormir? Porque mesmo no verão, pode ser que esteja frio. Homens são descompensados e ligam o ar condicionado em temperaturas não toleráveis pelo corpo humano, e ainda ficam sem camisa reclamando que está calor! Daí você fica na dúvida se dorme com aquele pijama de inverno que te faz parecer um mendigo mulambendo ou se passa um frio da porra e acorda com dor de garganta mas com um pijaminha sexy.

Minha gente, o que é isso? Homens são descompensados térmicos. Homens não sentem frio. Desconfio que homens seja pecilotérmicos, tipo as rãs, que se mantenham na temperatura ambiente. Daí você tá lá, toda fudida de frio, sem poder se agasalhar muito porque aquele pijama de flanela é broxante e o Zé Ruela ali, sem camisa, no maior firo da porra! Tudo que cobre seu corpo é uma leve renda da Victoria´s Secret e você treme e sonha com a sua cama quentinha e seu pijama mendigão.

Bem, não dá para dormir vestida feito um mendigo mulambento na casa do namorado, porque não é sexy. E não tem roupa mais gostosa e confortável no mundo do que roupa de mendigo mulambento, uma lástima. Tudo bem, ninguém precisa estar toda noite com uma renda da Victoria´s Secret encravada no fiofó, mas porra, aquela calça de moletom de quando você tinha 15 anos com um furo nos fundilhos, cheia de bolinha e com uma mancha rósea oriunda daquela meia vermelha que uma vez você sem querer jogou na máquina de lavar é foda. Aquele blusão de algodão que vai até o joelho com um furo no socavo e um Pernalonga todo descascado também não são um convite ao sexo. Você não vai dormir tão confortável como gostaria. E mesmo um pijama ajeitadinho, novinho, de inverno é broxante. Porque essas estampas de ursos segurando corações? Porque são tão largos? Porque nos fazem parecer uma criança gigante? PORQUE? Vou mandar a conta da azitromicina para a indústria de pijamas de inverno.

E seus rituais de beleza também vão ficar comprometidos. Porque homem é uma raça DESGRAÇADA de inconveniente, mesmo sem querer. Pode contar que no dia em que você criar coragem para passar aquele ácido bacana que ameniza as suas rugas vai ser o dia que o Zé Ruela vai deitar do seu lado da cama e esfregar o rosto em você. Azar o dele, vai ficar com a cara do Exterminador do Futuro ou vai ter que usar uma máscara numa vibe Fantasma da Opera. Precisa esfregar o rosto na pessoa antes de dormir? O que é isso? Complexo de cachorro? Ou então no dia em que a depilação da sua perna está no limite do prazo de validade (não tem como se depilar na casa do namorado, né?) ele vai decidir que quer ver aquele DVD alisando vagarooosamente a sua perna, para cima e para baixo. Tem coisa mais irritante? Parece que a cada ida e vinda da mão na perna estão nos dizendo que somos desleixadas e deixamos a depilação vencer. Não sei como eles fazem isso, mas eles fazem. Parece que eles sabem. Se ao menos nos desses um pingo de privacidade, quem sabe dava para fazer uma depilação no sapatinho no banheiro, mas não! Nããããão! Nos seguem como um filhotinho de cachorro, é simplesmente sufocante!

Daí também tem o momento mais trevas de toda a estadia: a hora de cagar. Já tratamos do assunto aqui mas não custa frisar: cagar na casa do namorado é uma situação tensa que deve ser evitada sempre que possível. Amiga, não importa o que o Somir diga, feche seu cu se puder. O grande problema é que chega uma hora em que não tem mais como segurar. Não é a toa que quando uma pessoa está puta dizem que ela está “enfezada”. Reter merda dá um mau humor e um mal estar do caralho. Tá, faz mal, mas o que pesa na decisão é que além de fazer mal ainda dá barriga. Ninguém quer ficar barriguda na casa do namorado, certo? Porque entre saúde e estética, vocês sabem com qual eu fico.

O problema é como cagar sem que a pessoa não saiba que você está cagando. Porque é broxante e constrangedor. Daí você tenta, você TENTA manter sua dignidade, porque você é uma pessoa fina. Daí você tenta escapar por um segundo dizendo que vai tomar um banho rápido, quando o Zé Ruela diz “Vou com você!”. Resultado: Estragou sua cagada. Você se vê obrigada a tomar uma porra de um banho sem a menor vontade ou necessidade de tomar, que serve apenas para desbotar a tintura do seu cabelo e mais nada e continua com vontade de cagar. DEIXEM AS MULHERES TOMAREM BANHO SOZINHAS, MAS QUE CARALHO!

A merda já está quase subindo para seu cérebro, é preciso agir rápido. Você dá um chilique planejado com segundas intenções porque não tem Coca Cola DIET, como é possível que ele não te conheça? Ele deveria saber que você só bebe Coca DIET! Vai ver é porque ele não presta atenção no que você fala, vai ver é porque você não é importante para ele e… BINGO! Ele pressente um início de DR e corre para o mercado para comprar a tão importante Coca Diet. Corre pro abraço, Minha Amiga, que a privada é toda sua pelos próximos dez minutos! Mas corre MESMO, porque do jeito que eles são pau no cu, periga dele voltar em tempo recorde. Porque homem é assim, se tivesse que comprar uma Coca para levar para uma festa para a qual vocês estão atrasados, ia demorar uns quarenta minutos, mas na sagrada hora do troninho é de uma agilidade… SACO.

Outra coisa: mesmo que a mulher fique 14h dentro do banheiro, NÃO OUSEM bater na porta. FODA-SE se ela está morta lá dentro. Bater na porta e perguntar se está tudo bem é uma forma implícita de perguntar porque está demorando tanto. PESSOAS NO BANHEIRO DEVEM SER DEIXADAS EM PAZ. Se ela morreu, em algumas horas você vai começar a sentir o cheiro, relaxe. Provavelmente ela está em alguma situação constrangedora causada pela sua desídia, como descarga quebrada ou falta de papel higiênico. Vai pro cantinho da vergonha, seu incompetente, e tenha a delicadeza de fingir que nada aconteceu, mesmo que ela saia do banheiro toda coberta de merda.

E quando na casa dele não tem o conforto que tem na sua? Pode ser qualquer coisa, desde um ar condicionado até uma TV a Cabo. O que quer que seja, você vai sentir uma falta mortal e não vai poder abrir o bico para dizer nada, porque homens são hiper-ultra-sensíveis com essa questão de bens materiais. A maior parte acredita que ter é ser e se sentem incompetentes se deixarem a desejar no quesito bens. No meu caso o luxo que eu sempre sinto falta se chama FUCKIN´ TELA NAS JANELAS, que apesar de custar qualquer derreau, me livre de mosquitos e lagartixas. Não entendo, apesar de ser ridiculamente barato, as pessoas insistem em não aderir à tela, mesmo em tempos de dengue. Vai entender! Ficam jogando aquelas merdas de inseticida e pegando dengue quando poderiam resolver a questão com uma telinha em cada janela!

Fato é que você não pode dizer que sente falta do luxo que tem na sua casa mas não tem na dele porque ofende. Mesmo que ele seja mais rico que você. Porque homem não liga para conforto. Ele tem canal pago de futebol, tem canal pago de UFC, tem uma TV de 990 polegadas mas não tem um microondas! PORQUE, SENHOR? PORQUE? E ai de você se resolver levar o luxo que pretende até a casa dele. Ofende do mesmo jeito. Uma amiga minha cansada de dormir sem travesseiro um dia levou um travesseiro dela para a casa do namorado e ele deu um siricotico dizendo que ela estava apressando as coisas. A infeliz tinha torcicolo toda semana!

E o computador? O que fazer? Nem todo mundo pode se dar ao luxo de passar dias e dias sem acessar e-mail ou entrar na internet, até mesmo por questões de trabalho. Mas mexer no computador dele é envenenar a relação! A menos que ele seja muito cuidadoso e paranóico, você deve encontrar sites desagradáveis no histórico de navegação, como redtube e coisas piores. Até mesmo sites de prostituição. Vai entubar calada? Pior é que essas merdas pipocam na nossa frente sem que a gente tenha a intenção de bisbilhotar! Você começa a digitar o site que quer e o maldito Google completa com o nome de outro que estava ali no histórico. Só mexa no computador dele se puder entubar calada sites de pornografia e prostituição. Sim, seu namorado se masturba olhando outras mulheres nuas, aceite. Caso contrário não mexa. E cá entre nós, acessar a senha do seu e-mail de qualquer computador que não seja o seu é burrice.

Daí tem também os fatores locais que não te deixam dormir direito. Pode ser o ronco dele, o cachorro, o barulho da geladeira, a festa na casa do vizinho, o calor ou aquele mosquito filho da puta zumbindo no seu ouvido (se tivesse tela isso não acontecia). Você fica sem graça de acordá-lo e acaba que dorme mal para caralho, quando dorme. O bacana é que graças á noite de merda, você já começa o dia moída por causa da privação de sono. Ele tá lindo, tá óóóótemo, acorda super bem disposto para um sexo matinal. Lógico, não é ele que passou a noite em claro, está com dez quilos de merda acumulada dentro dele e dormiu com uma calcinha de renda enfiada no roscofó pinicando mais do que catapora e passando frio. Queria ver se fosse ao contrário.

E para pessoas frescas como eu, tem o fato comida. Eu sou uma pessoa chata para comer. Casa de homem não costuma ter muita variedade de comida (fique feliz se tiver comida, às vezes só tem cerveja na geladeira). Quando tem uma comida que a gente não gosta temos dois caminhos a seguir: comer mesmo assim para não criar problemas ou não comer e deixar nascer a aura de encrenqueira. Pior ainda se houver o fator mãe no meio. Porque se existir uma mãe do namorado nessa casa (toc!toc!toc!) e você torcer o nariz para a comida dela, Minha Amiga, você tá muito fodida. Ou apela para o clássico “que chato, queria tanto comer, mas sou alérgica” ou engole.

Sem contar as vezes em que nós gostamos da comida mas ela é inapropriada para um casal. Comida inapropriada para um casal = ovos, repolho, grão de bico e etc. Olha só, grão de bico não é de Deus não! Grão de bico pode ter um efeito devastador. Se comer grão de bico no jantar, melhor amarrar os lençóis na cama. Serião, grão de bico mata o amor. Não sirvam grão de bico para as suas namoradas. Derivados do leite também podem criar situações trágicas. Conheça seu organismo e aprenda as reações dele aos diversos tipos de alimentos, porque ter que dormir no frio, com renda enfiada no roscofó, com vontade de cagar e prendendo peido é demais para qualquer ser humano.

O que homem precisa entender é que mulher é que nem carro, precisa de manutenção de tempos em tempos se não praticamente desmonta. Só que a manutenção da mulher costuma ser semanal. É esmalte que descasca, é raiz de cabelo que aparece, é sobrancelha que precisa ser feita, é depilação que vence… uma infinidade de cuidados que vocês nem sonham. Fica difícil fazer esta manutenção na casa dele. “Mas Sally, eu não me importo se ela estiver com unha descascada ou coisa do tipo”. CALE-SE, SEU VERME. VOCÊ NÃO ENTENDE NADA. VOCÊ NÃO APRENDEU NADA LENDO POR ANOS O SALLY SURTADA? É a gente que se sente igual lixo, constrangida, desconfortável. Não adianta vocês dizerem que não se importam.

Outro desconforto absurdo que se experimenta na casa alheia é a incompatibilidade de horários. Sempre tem um que dorme mais cedo e acorda mais cedo. Sempre tem um que precisa de mais horas de sono. Mas você tenta se ajustar, porque você está na casa dele. E por “tenta se ajustar” entenda-se passar por uma privação de sono do caralho porque o Bonitão acorda às oito da manhã super disposto ou então ficar olhando pro teto até as duas da tarde, quando o Bonitão começa a pensar em acordar. Tem coisa mais chata do que ficar esperando a outra pessoa acordar? Tem, acordar a outra pessoa. Não faça isso. Acordar os outros faz mal pros dentes.

E a incompatibilidade televisiva? Um quer ver jogo de futebol, qualquer jogo, mesmo que não seja do seu time e o outro quer ver documentário. Um quer ver programa ignóbil da Globo estilo Caldeirão do Huck ou Faustão e o outro quer ver um filme. Um inferno. Tem sempre alguém emburrado olhando com cara desinteressada para a TV e achando o outro um idiota por gostar daquilo. Ir à locadora não resolve, uma vez que surgirão novos impasses como um filme Tiro/Porrada/Bomba x Moulin Rouge. Se não houver impasse é pior ainda, nunca confie em um homem que aceita de bom grado alugar Moulin Rouge.

Eu sei que todo relacionamento tem estes impasses, mas quando a casa é sua também fica mais justo de resolver. Você tem mais direitos de fazer valer a sua vontade e tem mais recursos para se sentir confortável no local. Na sua casa, ainda que você divida o teto com outra pessoa, pode equacionar sua vida de forma mais confortável. Na casa dos outros a gente sofre. Meus amigos, a verdade é que casa alheia a longo prazo estressa. Por isso se sua namorada mostrar muita satisfação ou desejo imediato de voltar para sua casa, respeite. Não é nada pessoal.

Para dizer que eu só sinto essas coisas porque sou histérica: sally@desfavor.com

Such is the life...O acidente nuclear da usina de Chernobyl fez aniversário, como vocês já devem ter percebido pela atenção que a mídia está dispensando ao assunto. Sim, eu sei, é um assunto nerd, mas está na moda. Todo mundo fala das vítimas, do sofrimento e da dor mas ninguém explica que porra que aconteceu dentro daquela usina. E é para isso que existe o Desfavor Explica: mastigar a informação para nossos leitores. Desfavor explica de hoje fala sobre o acidente nuclear na usina de Chernobyl.

Desde já me desculpo com aqueles que trabalham na área, porque eu sou uma leiga curiosa que escreve como uma leiga curiosa e por mais de uma vez vou me valer de simplificações toscas. E desde já mando a merda quem vier reclamar que o texto está informal, cheio de palavrões e tratando do assunto de forma leviana. Os desafio a explicar radioatividade e o funcionamento de uma usina nuclear de maneira informal e simples.

O acidente aconteceu em 26 de abril de 1986. Mas para começar a tentar entender o que aconteceu, vamos voltar um pouco mais no tempo. Quando a usina foi construída, a União Soviética estava em guerra fria com os EUA, competindo para ver quem tinha a tecnologia mais fuderosa e ameaçadora. Graças a essa picuinha, neguinho fazia tudo nas coxas com pressa para poder dizer que foi o primeiro a fazer. Assim foi construída a usina: pulando uma série de estudos, testes e precauções em nome do status de poder bater no peito e dizer que tinha uma usina nuclear.

Um desses testes que deveria ter sido feito antes da inauguração e não o foi acabou desencadeando, junto com outros fatores, o grande acidente nuclear. É como se você comprasse um carro e na pressa para desfilar com ele na porta da casa do seu vizinho e fazer inveja, saísse da concessionária sem testar o freio do veículo. Deu no que deu, porraram o carro e deram perda total. Se o teste tivesse sido realizado antes do funcionamento da usina o desastre não teria ocorrido.

Para explicar o tamanho da cagada que fizeram, vamos entender como funcionava a usina: um compartimento com material nuclear promovia fissão nuclear, que libera energia deste compartimento para outro ao lado. Esta energia aquece água líquida que se encontrava no compartimento ao lado. Aquecida, a água líquida se transforma em vapor. Este vapor sobe e gira uma turbina que tem capacidade de gerar eletricidade. Sabe o vento que empurra aquele catavento que gera energia? Pois é, só que o vento era fabricado através de fissão nuclear.

A fissão nuclear que dá início ao processo de aquecimento da água surge a partir da pancadaria entre átomos. Neguinho pega átomos cheios de partículas coladas e promove sua “dispersão”, gerando energia. Pense em um baile funk. Pense em 500 funkeiros pulando e dançando colados, abraçados em harmonia todos juntinhos. Se ninguém mexer eles continuarão ali, pulando no meio da pista. Agora pense no BOPE chegando e dando tiros. Vai ser um tal de funkeiros dispersando e correndo cada um para um lado… Isso é fissão nuclear. Isso libera energia e energia gera calor que aquece a água, que evapora e roda a turbina.

Se você quiser estudar a sério o assunto, procure pelo nome técnico: Força de Repulsão de Coulomb, que eu não sou o Somir para ficar aprofundando esses assuntos nerd.

O chato da fissão é que uma vez que você assusta os funkeiros dando tiros eles não param mais de correr e com a correria, surgem outros funkeiros das redondezas que estavam calmos e começam a correr também. Se não controlar, você acaba tendo uma multidão correndo sem parar, o que seria bastante catastrófico e destrutivo (conhecido como “bomba nuclear”, que nada mais é do que a fissão sem controle). Então, nas usinas, é preciso controlar o corre-corre das partículas. Isso é feito instalando as chamadas “barras de controle” no local onde fica o material radioativo. Lembram dos funkeiros que corriam sem parar? As barras de controle são um cercadinho que limitam o espaço por onde estes funkeiros podem correr. Eles só correrão até onde o cercadinho permitir. Elas ficam entre o material radioativo controlando a fissão, para mais ou para menos, conforme o comando que se dê. Se você coloca muitas barras, a fissão diminuí (e consequentemente a geração de energia também), mas se você retira algumas barras ela aumenta. Parece simples. Mas o ser humano sempre dá um jeito de fazer merda.

Estas barras de controle ficam junto do material radioativo e costumam ser feitas de substâncias como boro ou cádmio, elementos que não favorecem a fissão. Imagine que você tem uma panela com água fervendo debaixo de uma chama do fogão. Você não quer que a água ferva, apenas que ela se mantenha aquecida. Mas se deixar ela ali, debaixo do fogo, ela vai ferver. Então, de tempos em tempos você mergulha pedrinhas de gelo nela para estabilizar a temperatura. É mais ou menos isso.

Pois bem, lembram que eu disse que deveriam ter sido realizados testes antes do funcionamento da usina? Pois é. O teste era para ver como os reatores se comportavam em caso de perda de suprimento de energia, situação onde precisariam utilizar os geradores de emergência. Se não houvesse energia, a água que estava no interior do reator não seria suficiente para dar conta do calor gerado e poderia ocorrer um acidente. Era preciso verificar se os geradores de emergência davam conta do recado e também era preciso testar se as turbinas da própria usina poderiam produzir energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração funcionando, no caso de uma perda de potência, até que o gerador de emergência fosse acionado e funcionasse.

Porque decidiram fazer o tal teste de forma repentina? Porque temiam um ataque iminente dos EUA e queriam saber como a usina reagiria às possíveis avarias desse ataque. Aproveitaram que um dos reatores teria que ser desligado para uma manutenção de rotina e decidiram verificar se as turbinas da usina e o gerador dava conta e em quanto tempo. Daí para frente foi uma sequência de erros.

Para começo de conversa, a potência na qual o reator estava trabalhando deveria ser gradualmente reduzida, mas como demoraram muito a começar o teste, decidiram reduzi-la de forma mais drástica, para acelerar o processo. Por causa dessa barbeiragem a potência do reator foi reduzida praticamente a zero, cagando toda a experiência.

Daí neguinho ficou impaciente e decidiu religar o reator e colocá-lo para funcionar “mais rápido” retirando algumas das BARRAS DE CONTROLE (lembra das grades que controlavam os funkeiros?) para ver se retomava funcionamento em menos tempo. O famoso “Que se foda, liga logo essa porra que eu quero ir para casa”. Deram tiros e retiraram algumas das cercas para ver se os funkeiros corriam mais. Ligaram o fogo máximo do fogão e pararam de jogar pedras de gelo na panela. O problema é que retiraram cercas demais e os funkeiros fugiram e saíram do controle.

Neste processo não respeitaram muitas normas de segurança. Por exemplo, o “manual de instruções” pregava que o reator jamais poderia funcionar sem pelo menos 15 barras de controle e eles o fizeram funcionar com cinco ou seis. Também não reportaram as merdas que estavam fazendo ao escritório de segurança, como deveria ter sido feito, pois teriam sido alertados da merda que daria ao recolocar as 204 barras de controle de volta no reator de uma vez só. Mas não importa, o ser humano erra o tempo todo. É por isso que estas máquinas tem que ser a prova de erro humano e esta usina não era. Quando alguém caga no pau a máquina tem que ser inteligente o suficiente para se desligar sozinha ou para não se religar.

O pior é que os próprios seres humanos perceberam o erro humano. Funcionários alertaram que essa retirada dessa quantidade de barras de controle poderia ser meio que perigoso pra caralho, mas neguinho não ouviu. Disseram que qualquer coisa era só colocar as barras de volta que elas imediatamente controlariam a fissão. Esqueceram de calcular que para que as barras entrem por completo são necessário pelo menos 20 segundos. Mandaram ver sem as barras de controle. Como é de se imaginar, sem as barras de controle a potência aumentou muito rápido, muito mais rápido do que era previsto. Sabe aquelas pessoas que em vez de tomar um comprimido de remédio tomam logo cinco achando que assim vai ter efeito mais rápido e acabam se envenenando? Pois é. E como se esta cagada humana não tivesse sido bastante grave, ainda aconteceu uma cagada estrutural.

O reator de Chernobyl era de um tipo chamado RBMK (que significa “Reator de Alta Potência do Canal” em russo, mas não parece nome de Boy´s Band?). Neste modelo a água usada para resfriar o reator é a mesma água usada para formar o vapor que movimenta as turbinas, ou seja, se der pau em um setor, o outro também se fode por reação em cadeia. Quanto menos água entrava e quanto mais rápido a água evaporava, menos a usina era resfriada. O ideal é que o sistema de resfriamento seja independente. A União Soviética adotou este modelo porque era mais barato, mais rápido de construir e o funcionamento do reator gerava grande quantidade de Plutônio, que se pretendia usar na fabricação de armas nucleares. O fato é que com a queda drástica de entrada de água, o resfriamento diminuiu e os geradores demoraram mais do que o esperado para normalizar a situação. Considerando que o reator estava com a potência aumentada porque tinham removido as barras de controle, a coisa começou a ficar esquisita.

Recapitulando: ao desligar as turbinas, menos água entrava no reator. Quanto menos água havia, mais rápido a água que estava lá evaporava. Quanto mais vapor, mais pressão. Tudo potencializado pelo reator bombando sem as barras de controle. Com este aumento de vapor, também houve o aumento cavalar da potência do reator. Lembra que neguinho fez o teste sem as barras de controle (cerca dos funkeiros)? Pois é, ao ver a potência aumentando de forma absurda, decidiram colocar novamente a cerca para conter os funkeiros. Um fato inesperado surgiu. Aquelas barras de controle eram feitas de boro mas possuíam uma camadinha de grafite em suas pontas. No instante em que entraram no reator, essa pontinha de grafite causou um aumento ainda maior na potência devido a uma reação química, que em condições normais seria desprezível, mas em condições limítrofes como aquela fizeram toda a diferença. As barras não deveriam ter sido retiradas, ninguém pensou nos efeitos do grafite quando elas fossem colocadas de volta. Na verdade, acredita-se que nem sequer soubessem dos efeitos do grafite. Sem contar que elas demoram cerca de vinte segundos para entrar por completo no reator e já não havia mais tanto tempo disponível.

A água aquecida a temperaturas altas (estava em torno de mil graus) em contato com o grafite forma uma mistura explosiva chamada “gás d´água”. A situação atípica da recolocação das barras de controle provocou um aumento da velocidade de reação graças a essa reação do grafite com a água e gerou um calor tão intenso que acabou entortando estas barras e elas travaram logo na entrada, quando haviam penetrado cerca de um terço do reator. Com isso a fissão ficou descontrolada. Com a fissão comendo solta, a potência do reator aumentou absurdamente, cerca de dez vezes da potência normal (quanto mais fissão, mais energia, quanto mais energia, mais calor, quanto mais calor, mais água evaporando, quando mais água evaporando mais turbina girando e quanto mais turbina girando mais energia). O calor bombou a tal ponto que o próprio material nuclear começou a derreter, aumentando ainda mais a pressão.

Esta mistura somada à pressão que já existia foi responsável pela explosão que destruiu a tampa do reator (um brinquedinho que pesava 1.200 toneladas). Por causa da pressa na inauguração e para contenção de custos, a usina possuía apenas uma contenção parcial. Se tivesse uma contenção melhor, a contenção recomendada talvez o acidente não fosse tão grave.

Como desgraça pouca é bobagem, o grafite do reator quando aquecido e em contado com o oxigênio graças à explosão que destruiu a tampa do reator (seu teto), pegou fogo gerando um grande incêndio. O incêndio foi um enorme desfavor pois contribuiu ainda mais para espalhar a radiação. Como se já não bastassem as 50 toneladas de material radioativo derretido que foram jogadas na superfície, as cinzas e fumaça do incêndio se encarregavam de levar a contaminação ainda mais longe. Não foi uma explosão nuclear, foi uma explosão de vapor que fez com que material nuclear seja exposto.

Existem muitas informações conflitantes sobre o acidente. O que se sabe com certeza é que o botão que ordenava a parada total de funcionamento da usina foi apertado por um ser humano várias vezes. Sabe aquela pessoa desesperada que aperta botão do elevador várias vezes como se com isso ele chegasse mais rápido? Este botão recolocaria as barras de controle de volta e o que seria a solução do problema acabou sendo o estopim para a explosão graças ao grafite.

O resto vocês já sabem. O dia seguinte é sempre mais dramático e é nele que a imprensa foca. Os moradores só começaram a ser removidos 36 horas após o acidente e se demorou cerca de uma semana para remover todo mundo. O governo não foi muito bacana com a população. Também foi incorreto os trabalhadores da usina. Inicialmente tentou limpar o teto do reator com bio-robôs chamados “Liquidatários”, mas os bichinhos deram pau por causa da radiação. Então eles decidiram que seres humanos teriam que limpar aquela bagunça. Cada trabalhador não poderia ficar mais do que 40 segundos no teto, tamanha a radiação. Muitos morreram. As fotos são impressionantes, é possível ver a nuvem de radiação. A curiosidade mórbida inerente ao ser humano é tamanha que hoje Chernobyl virou um ponto turístico. Pessoas visitam a área e tiram fotos da usina, mesmo cientes que a área ainda está contaminada. E ainda existem pessoas que se recusaram a abandonar a área e vivem no meio da radiação.

Hoje a imprensa explora muito “as crianças de Chernobyl”, ou seja, as deformidades geradas pela radiação. Coloca a situação como uma fatalidade inevitável ou uma crueldade do governo. Só uma perguntinha. As pessoas contaminadas SABIAM os efeitos da radioatividade e SABIAM o que isso faria com seus descendentes. Porque, ainda assim, optaram por ter filhos? O egoísmo humano não tem limite não? É comum ver entidades ecológicas postando fotos de crianças com dez olhos e sete pernas dizendo coisas como “O que Chernobyl fez com os inocentes”. Vai desculpar, mas isso foram OS PAIS que fizeram com os filhos. NÃO ERA PARA TER FILHOS, PORRA! EGOÍSTAS DO CARALHO! Vou além: acho que as pessoas expostas a altos índices de radiação deveriam ligar ser esterilizadas ainda que contra sua vontade. Ninguém tem o direito de colocar uma criança no mundo para sofrer.

O governo soviético se portou de forma muito incorreta com seu povo e com o mundo. Tentou esconder a catástrofe e minimizar seus efeitos o quanto pode. Só distribuiu iodo à população em 23 de maio e só concluiu a vedação à usina em novembro de 1986. Acreditem, a usina só foi completamente desativada em 12 de dezembro de 2000. Sem contar que essa vedação que construíram é uma vedação provisória. Apelidada de “O Sarcófago”, foi uma medida provisória programada para durar entre 20 e 30 anos enquanto se pensava em uma solução para esta lambança. Façam as contas. O prazo de validade do Sarcófago está vencendo. Consta que já entra água da chuva no reator, tamanha a deterioração do Sarcófago. A pior notícia? Parece que a construção da nova contenção vai ser feita por uma empresa portuguesa. Oremos.

Para me avisar que eu esqueci de escrever o texto de assinatura: sally@desfavor.com

Corinthians? Gezuiz!Tatuagem. Já foi tão polêmica e marginalizada… ela mal sabia que esta época seria sua época de ouro, o pior ainda estava por vir quando ela ganhasse popularidade e aceitação social. Garanto que a tatuagem preferia ter ficado restrita a marinheiros e presidiários do que virar a decadência que virou nos dias de hoje. A tatuagem caminha de mãos dadas com o brega e com a falta de noção e parece que esta parceria só vai se consolidar com o passar do tempo. Já repararam como as pessoas vem fazendo mau uso da tatuagem hoje em dia? As pessoas se tatuam com a mesma seriedade e planejamento com que peidam. Um horror.

Antes de fazer a minha tatuagem eu pensei “é algo que vai me acompanhar para o resto da vida, por isso tenho que escolher uma coisa significativa, imutável e única. Tem que ser em um local que não desabe com o tempo e de preferência não muito visível para não me atrapalhar na minha profissão e algo que não seja ofensivo para a pessoa que vai estar comigo”. Fiz estas e outras ponderações. Refleti, perguntei, pesquisei. Será que alguém pensa hoje em dia antes de se tatuar? Talvez poucos. Essa nova geração, que eu apelidei carinhosamente de “Geração Ejaculação Precoce” não quer saber. Sentiu vontade vai lá e se tatua, foda-se o depois. E suas vontades costumam ser cafonas e simplórias.

Sou do tempo em que uma tatuagem era algo pessoal, cuja intenção era transmitir uma mensagem, tornar seu corpo único, transmitir uma informação relevante. Um ícone, um emblema, um símbolo com toda uma história por trás. Hoje em dia, a impressão que tenho é que as pessoas não se tatuam, elas são “legendadas”. Sim, esse é o grau de sutileza, as pessoas são LEGENDADAS. E o pior é que as legendas estão ficando padronizadas. Tatuagens obvias, padronizadas, que escancaram a intimidade e a privacidade do usuário. E feias, estão feias de doer. Faz tempo que não vejo uma tatuagem bonita.

Qual é a graça de ter uma tatuagem que todo mundo tem? Estrelinha no pulso? Atrás da orelha? E aquela maldita tatuagem ícone do mau gosto brega onde se escreve com FUCKIN´ LETRA DE CONVITE DE CASAMENTO o nome da pessoa amada no antebraço? Ou a pessoa amada, ou uma mensagem para Gezuiz. Em parte é bom, ajuda nos tempos de solteira porque se eu vejo um elemento com um “Obrigada Jesus” ou coisa do tipo no antebraço (como é horrenda essa letra de convite de casamento, puta merda) eu corro como se não houvesse amanhã e nem chego perto.

E as pessoas que decidem tatuar a fêice (vai lá nos comentários dizer que eu não sei escrever em inglês) de um bebê em alguma parte do corpo? Gente, fica HORRENDO, ok? Por mais lindo que seja o seu bebê e por melhor que seja o tatuador, FICA HORRENDO. E por mais que você não ache horrendo, pense no constrangimento de quem faz sexo com você. Já pensou ter que foder com alguém com um bebê desenhado olhando pra sua cara? Não há condições. E quando você ficar velho e pelancudo, grandes chances da cara do bebê parecer o Vampeta, devido às deformidades causadas pela pelanca.

Porque sim, tem gente que tatua lugares que deformam com o tempo. As pessoas pensam que nunca vão envelhecer. Sua tatoo na barriga tá uma gracinha hoje, mas dentro de vinte anos vai ser uma obra de arte abstrata. O mesmo vale para tatuagem no peito ou na bunda. As pessoas não pensam que é uma coisa PARA SEMPRE e não conseguem antever o que pode acontecer a longo prazo não? Pensar está se tornando um luxo para poucos. “Viver o momento” tem limite. Se vocês soubessem a dor que é tirar uma tatuagem com laser pensavam bem antes de sair se rabiscando.

Mas o pior para mim é mesmo o conteúdo. Acabou a sutileza, o senso de humor, o easter egg. Hoje neguinho tatua curto e grosso o que quer passar. Geração legendada. “Fulano amor eterno” ou “Tudo posso naquele que me fortalece”. Gente, que tal um pouco de senso de humor ou sutileza? Precisa deixar estampado na pele quão rasa é a mente de vocês? Aliás, precisa escrever o quanto gosta de alguém no seu corpo? O simples sentir, o simples gostar não basta? Precisa evadir seus sentimentos para que o porteiro, o pedreiro que foi remendar seu vaso e o atendente do Mc Donald´s saibam quem você ama ou quem você deixa de amar? Eu hein…

Minha tatuagem foi uma brincadeira pensada para me comparar a um produto que pode ser comprado. Muitos acharam de gosto duvidoso. Tudo bem que muita gente não entende, mas é uma tatuagem que desperta curiosidades e perguntas. Uma tatuagem “Fulano amor eterno” é escrachada demais. Precisa evadir a privacidade até na própria pele? Pouco interessa aos outros quem você ama e não é o tipo de informação que transeuntes, colegas de trabalho, clientes ou vizinhos tenham que saber. Banalização do amor. Depois dizem que sou EU a que não sabe amar. Eu preservo. Um dos principais segredos da longevidade do relacionamento é esse, preservar. Precisa estampar para todo mundo ver? Tem algo errado quando a pessoa sente prazer ou necessidade em tanta ostentação.

Isso sem contar com as conseqüências do término do relacionamento. Perguntem para Debora Secco, Viviane Araujo, Daniele Winits e tantas outras que fizeram a burrice da dar nome aos bois em suas tatuagens. Perguntem para a maior expoente da evasão de privacidade via tatuagem, Kelly Key, que tatuou nada mais nada menos do que a fêice do Latino na sua perna! ECAAAA! E não aprendeu. Tatuou o nome do seu atual marido na nuca. Mas tudo bem, ele merece, ele merece. Já pensou ter que comer a Kelly Key olhando para a fêice do Latino? Esse cara passou maus momentos.

As pessoas estão parecendo BLOCOS DE NOTAS COM PERNAS. Sério, a impressão que me dá é que não precisa ter a menor relevância para que algo vire uma tatuagem. Neguinho se tatua como quem cola um chiclete debaixo da mesa. Entrei pro BBB? Vou fazer uma tatuagem para isso! Entrei em um novo trabalho? Vou tatuar. Caguei um tolete maior do que o normal? Vou escrever nas costas “Homenagem ao meu toletão”. Gente, vocês estão ficando RABISCADOS e não tatuados. Vai pensando que é fácil de tirar… não é não! É demorado, dolorido e caro. Parem de tatuar coisas transitórias em seus corpos! Corpo não é bloquinho que a gente rabisca enquanto fala no telefone, ok?

Tatuar coisas obvias mostra ao mundo que você é uma pessoa obvia. Não seria mais legal mostrar ao mundo que você é uma pessoa criativa, inovadora, ousada, à frente do seu tempo, diferente e especial? Não, né? Tem que ser simplório. Tem que ser evidente. Cuidado, sua tatuagem diz muito sobre você e quem você menos espera pode estar reparando e te julgando por ela. Eu não contrataria alguém com tatuagem contendo o nome da pessoa amada de letra de convite de casamento no antebraço por melhor que fosse seu curriculum (já comentei que odeio tatuagem com letra de convite de casamento no antebraço?). Me parece uma pessoa inconseqüente, irresponsável, volúvel e sobretudo burra pacarai. PRÉconceito? Não, PÓSconceito.

Essa geração imbecilóide que acredita que tudo tem que ser rápido, tudo é descartável, tudo é digital, ainda não percebeu que tatuagem não é descartável e tem conseqüências na vida de uma pessoa. Mas não importa, né? O que importa é saciar de imediato uma vontade, um ímpeto que teve no momento. Porque essa geração não sabe esperar, não sabe ponderar, não sabe refletir. Geração Ejaculação Precoce. Não sabe se privar de nada que queira em nome de um bem maior no futuro, é incapaz de olhar três degraus acima. É tudo imediato, custe o que custar. Tatuagem não é e não deve ser tratada como coisa de momento. Pessoas assim, que acham que o que sentem HOJE é tão intenso que só pode ser uma verdade absoluta que não vai mudar, são retardados emocionais. O mundo está cheio deles. Oremos para que um dia eles amadureçam. Você VAI MUDAR, seus sentimentos VÃO MUDAR, e QUE BOM que vai mudar, porque graças a esta mudança nos tornamos pessoas melhores, mais maduras, mais competentes.

Fico me perguntando se da mesma forma que um cirurgião plástico deve dizer “não” a um procedimento que considere nocivo à pessoa, um tatuador também deveria fazê-lo. É complicado. Se eu fosse tatuadora e entrasse no meu estúdio uma menina de 18 aninhos mastigando um chiclete aos beijos com o namoradinho, dizendo que tem três meses de namoro e quer tatuar o nome dele em letra arial 47 no decote, eu me recusaria. Não sei o que fazem os tatuadores, mas eu me recusaria a ser a autora de algo que considero que vai atrapalhar a vida da pessoa, por mais que ela discorde e queira me pagar bem para fazê-lo. Eu não faria. É por essas e outras que eu nunca vou ser rica. Certo está quem faz, assim ensina uma lição a esses retardadinhos que acham que tem todas as certezas do mundo. Certezas mudam.

Até aqui, você pode discordar de mim dizendo que eu não tenho o direito de me meter na opção alheia. Bem, com certeza as pessoas tem o sagrado direito de tatuar o que querem em seus corpos, mas eu também tenho o sagrado direito de achar ridículo e externar isso no meu blog. Porém, existem casos onde nem mesmo a própria pessoa pretendia aquele resultado, mas, por tratar a tatuagem de forma leviana, ele acaba acontecendo. Nesse caso você não pode discordar de mim, pois o próprio tatuado se fode de imediato. Por exemplo, as tatuagens com erros gritantes de português. Gente, se você vai escrever uma coisa no seu corpo que vai ficar ali PARA SEMPRE, você tem que ler e reler várias vezes para se certificar que aquilo está correto.

Mas as pessoas estão cagando. As pessoas querem resultados para ontem, tem pressa, não ligam para a perfeição. Daí surgem tatuagens vexatórias como um “PISICOPATA” tatuado no antebraço (convenhamos, mesmo com a grafia correta, se apresentar à sociedade como psicopata seria bem ruim), ou um “TOMARROW NEVER KNOWS”. Tá tudo no Google, não estou inventando. Tem muita coisa grotesca: “senpre”, “desepção” e até mesmo “Corinthias”. Fala sério que a pessoa escreve uma coisa para sempre no seu corpo e não lê cuidadosamente antes do tatuador cobrir com a tinta? Neguinho não tá nem aí MESMO!

E as tatuagens em outros idiomas? Neguinho não confere. Sai do tatuador com um ideograma que acha que significa “amor” e na verdade significa “libero meu brioco por um trident mastigado”. As pessoas simplesmente não procuram saber. Elas querem é se tatuar. Elas querem se tatuar para ontem, não querem refletir, pesquisar, confirmar. Geração imediatista, vazia e descartável. Não sabem esperar. Preferem fazer uma cagada imensa e irreversível do que se aprofundar e adiar uma tatuagem para pesquisar. Medo desses animaizinhos exercendo suas profissões. “Devemos operar, Doutor?”. “Sei lá, opera, opera!”.

E gente que tatua o animal de estimação no próprio corpo? Não posso com gente que tatua animal de estimação (ou o nome do animal) no corpo. Tipo, essa era a coisa mais importante que você tinha para nos mostrar? Seu cachorrinho? Seu gatinho? Era isso a coisa mais importante que você escolheu gravar para a (sua) eternidade? Um animal de quatro patas que lambe o cu? Tua vida deve ser mesmo muito merda, vai desculpar. Ou tuas prioridades muito cagadas. Teu bicho vai morrer e em dez anos você mal vai lembrar qual era a cor dele, tenha dó! É essa a coisa marcante da sua vida que você quis estampar no seu corpo para sempre? Wat. (vai lá nos comentários dizer que eu não sei escrever em inglês).

O primeiro passo é ter consciência do que é imutável na sua vida. Tatuar qualquer coisa mutável pode te trazer problemas e pode ser necessário remover a tatuagem por uma infinidade de motivos. Não, amor não é imutável. E mesmo quando a gente escolhe algo imutável, como um filho, por exemplo, está sujeito a riscos. Conheço uma pessoa que tatuou a cara do filho de três anos no braço e a criança morreu pouco depois. A pessoa teve que remover a tatuagem pois não agüentava o sofrimento de lembrar da sua perda cada vez que olhava no espelho. Se no imutável já pode dar merda, imagina no mutável. As chances são muito maiores.

Se você for tatuar uma coisa mutável, ao menos seja sutil e faça de uma forma que seja possível minimizar os danos em um futuro. Conheço uma pessoa que tatuou o amor pela dança nas costas e depois foi parar em competição de Vale Tudo. A sorte é que ele tatuou em chinês, e hoje fala para todo mundo que significa o nome da luta que ele pratica. Parem com essa necessidade de se expor ao máximo. Isso desvaloriza. Tudo que é muito fácil, muito direto, perde o valor. O ser humano gosta de uma aura de mistério, de conquista. Parem de se legendar e deixem que paire algum mistério!

Seu namorado pode mudar, sua religião pode mudar, até mesmo SEU SIGNO pode mudar, sabia? Pense, reflita. Adianta pedir isso? Não adianta. Filhos são outra coisa irreversível, muito mais séria que uma tatuagem e neguinho decide ter na base do “foda-se”. Eu tentei.

Para não dizer que eu sou uma azeda que só fala mas dos outros, quero elogiar uma tatuagem que vi em um desconhecido que freqüenta a minha academia: ele tatuou FODA-SE em letras garrafais no antebraço. É uma tatuagem estúpida que pode ofender e limitar a pessoa profissionalmente (ainda que no futuro), mas EU RESPEITO de montão essa tatuagem, porque pelo menos não é brega, clichê e é ousada, diferente. Estranho do FODA-SE no antebraço: mandou bem.

Para dizer que minha tatuagem é a mais escrota ever e que eu não tenho o direito de falar da tatuagem de ninguém, para dizer que você quer fazer o combo estrelinha no pulso + estrelinha atrás da orelha + lacinho no Rêgo + Hello Kitty nas costas e se acha o máximo por isso ou ainda para simplesmente me mandar à merda: sally@desfavor.com

Noça Lingua PortuguezaMUITA gente fala errado. Reflexo de um país com um sistema de educação público pra lá de deficitário e a ruim e velha exaltação da mediocridade cultural que tanto nos define como nação. Mas não pretendemos discutir as causas do fenômeno, hoje Sally e Somir discordam sobre como uma pessoa deve reagir ao lidar com os sintomas. Ou, de forma resumida…

Tema de hoje: É pertinente corrigir uma pessoa próxima que fala errado?

SOMIR

Sim. E enfiem qualquer manualzinho de boas maneiras no rabo. O desenvolvimento da comunicação humana é infinitamente mais importante que noções de elegância no trato social.

Se você está imaginando que eu saio corrigindo qualquer pessoa que fala errado perto de mim, não é bem assim que a banda toca. Uma coisa é considerar pertinente, outra completamente diferente é fazer disso uma cruzada incansável. Sou chato, mas não dessa forma intrusiva.

Meu domínio da língua pátria está bem acima da média, mas mesmo o meu ego doentio não consegue fazer disso uma grande qualidade; a média é baixa demais. Vivo tendo oportunidades de fazer essas correções, mas assim como trato uma conversa normal, há de haver alguma relevância na abordagem.

Acho babaquice interpelar um estranho na frente de outras pessoas para corrigir um erro, soa como projeção de insegurança. Não precisa ser um cretino inconveniente para corrigir o português alheio.

Digamos que você está conversando com um amigo e ele diz que vai comprar um disco da Preta Gil. Você não tenta ao menos dizer que aquilo é um erro? Informar outra pessoa sobre algo que você percebe como errado denota ao menos alguma preocupação. No caso, com os ouvidos do pobre coitado.

Porra, uma das partes mais importantes da sociedade humana é a transmissão de conhecimento. Uma pessoa acumula uma informação útil e divide com outras. Explicar, ensinar e corrigir são partes integrantes desse processo. Impressionante que o anti-social do blog tenha que explicitar que frescura na hora de corrigir outra pessoa é contraproducente para seres sociais como nós.

Quando você ensina outra pessoa a não falar errado, está ajudando-a a se comunicar melhor. Uma das maiores pragas recentes na comunicação é o encolhimento do vocabulário médio. As pessoas aprendem e utilizam cada vez menos palavras nas suas conversas (na escrita então, é de cortar o coração que eu não tenho). De tanto deixarmos passar erros e mais erros (oi, internet!), não há mais preocupação com o aprofundamento das idéias expressas. A outra pessoa “entende”, e isso já está de bom tamanho para as antas que passam a vida toda se comunicando com vocabulários de poucas centenas de palavras.

Se as pessoas perderem completamente sua “vaidade vocabulária”, tendemos a virar uma espécie que se comunica por grunhidos e emoticons. Corrigir pessoas próximas é manter a chama de preocupação com a relevância do que é dito acesa.

Como eu acho ótimo quando sou corrigido, enxergo o ato de corrigir como uma gentileza, até porque eu vivo discutindo com os outros e erro de português vira munição para o adversário. Sim, eu compreendo que existem pessoas que se sentem constrangidas quando alguém aponta um erro, mas isso não é importante, sabem por quê?

Porque ficar chateado com uma correção de português e ter direito de ter sua opinião levada em consideração NÃO SÃO COMPATÍVEIS. Que gentinha mais BUNDA essa. Não compartilho desse mimimi de respeitar a opinião alheia apenas por ser alheia. Se não tem estrutura emocional para lidar com outro ser humano dizendo que você também erra, que vire autista e fique enfiado num canto escuro o resto da vida.

E mesmo quando é uma pessoa mais simples, que não teve acesso ao estudo, não é arrogância oferecer uma dica sobre como se falar de forma mais correta. Oras, se ela não teve chance de aprender, eu tive. Escroto mesmo é ter “peninha” e tratar pobre como retardado. A capacidade de aprender é a mesma, e se o sistema não é justo, nós podemos ser. E se a pessoa ficar ofendida… Bom, foda-se ela. Babacas existem em todos os níveis sociais.

Ao chegarmos em relações mais próximas, como amigos, namoradas e família, eu tenho ainda menos problemas se acontecer uma situação dessas. E a palavra-chave é consistência. Se esse ambiente de troca de conhecimento fica bem definido, não há lugar para insegurança irracional. E como gente babaca que se ofende por bobagem se entrega rápido, não tem muito risco de manter um relacionamento duradouro com alguém como… eu.

Não respeito quem se ofende com uma correção pertinente, não me seguro por gente que não respeito. Meritocracia linguística. Correção CERTA é sempre pertinente, azar de quem não concorda.

Correção CERTA, é bom repetir. Dói a minha inexistente alma quando alguém cisma de corrigir errado outra pessoa. No meio escrito é até compreensível, mas no falado é atestado de limitação.

Mesmo que você seja daquelas pessoas que só sabe corrigir uma palavrinha ou expressão comum, faça isso. Os frescos que se ofendem por isso só tem algum poder de defender sua ignorância porque pouca gente corrige. É só não fazer da situação algo maior do que realmente é, tem sim um bando de babacas que tenta diminuir os outros com correções, mas eles são… babacas. Eles seriam pedantes fazendo qualquer outra coisa.

Sério, é bem fácil fazer isso de forma educada: Assim que a pessoa disser a palavra errada, diga a CERTA na sequência. Só isso. Não contextualize, não repita a palavra errada, simplesmente diga a palavra certa sendo simpático. Eu sempre fiz desse jeito e ninguém (que valha a pena) se sentiu ofendido.

É fácil, útil para a humanidade e ainda pode servir para afastar gente que você não gostaria mesmo de ter por perto. Quer mais pertinente do que isso?

Para apontar todos os meus erros de português no texto (agradecido!), para dizer que aceitar dica de trato social minha configura o fundo do poço para você, ou mesmo para dizer que as árvres somo nozes: somir@desfavor.com

SALLY

É pertinente corrigir uma pessoa próxima que fala errado?

Eu acho meio escroto, meio constrangedor. A menos que a conseqüência da não correção seja ainda mais escrota e constrangedora, como por exemplo deixar a pessoa soltar um erro grosseiro em uma reunião de trabalho e se queimar com o chefe e com toda a equipe, eu faço de conta que nem escutei o erro se for uma pessoa bacana pela qual eu tenha carinho.

Claro que se for uma pessoa escrotinha que está tirando onda faço questão de corrigir e se tiver oportunidade, corrigir debochando. Ser escroto não é para quem quer, é para quem pode. Um nobody que fala errado não merece ficar tirando onda impunemente. Se vier tirar onda com português errado vai tomar correção sim. Mas, sendo uma pessoa pela qual tenho algum carinho, me sinto meio que humilhando a pessoa se corrigir seu português.

Curioso que eu mesma não me importo quando as pessoas me corrigem, e eu erro bastante porque o português não é minha língua materna. Mas acho muito chato corrigir os outros. Principalmente se for na frente de terceiros. Parece que você está querendo bancar a inteligentona e ressaltar o erro alheio. É duro, viu? Tem horas que dá vontade de guardar as orelhas dentro da bolsa, porque é duro ouvir o mesmo maldito erro por meses e meses. Mas vale o sacrifico. Nada me irrita mais do que gente magoada, acho um saco. Gente magoada é um pau no cu, me dá vontade de cobrir gente magoada de cacete.

Um exemplo que mostra até onde chega meu constrangimento: uma pessoa que trabalhava comigo, uma ótima pessoa por sinal, não era uma mente brilhante. Mas era um amor de pessoa. Nunca tive coragem de corrigir seus erros – muitos por sinal. Sua única função que demandava escrita era dar início aos processos. Para isso, bastava escrever “Autue-se” e assinar. Pois bem, comecei a ver que estão chegando vários processos com “Altue-se” assinados por esta pessoa. Isso começou a me envergonhar profundamente. Fiz correções manuais em um por um e semana após semana continuam vindo processos iniciados por “Altue-se”. Dei todas as dicas e indiretas, mostrei a palavra sutilmente para a pessoa na esperança que lendo ela compreenda e assimile a grafia correta. Nada.

Fui intimada a falar com a pessoa. Sabem o que eu fiz? Mandei fazer um carimbo escrito AUTUE-SE e dei para a pessoa, dizendo que era para evitar tanto trabalho de escrever em cada processo, assim dali pra frente ela só precisava carimbar e assinar. Frouxa? Otária? Sei lá, fico constrangida de corrigir uma pessoa que teve menos oportunidade de estudar do que eu se ela for realmente uma boa pessoa. Além disso me conheço e sei que se a pessoa se magoar não vou me agüentar e vou mandar tomar na tarraqueta. Melhor evitar esse tipo de situação!

Acho que a auto-estima destas pessoas que falam errado já é bombardeada demais da conta e não tem como falar sem magoar. Eu sei que, em tese, é para o bem da pessoa, que ela vai aprender e vai melhorar, mas acho que não tenho a delicadeza e o cuidado com as palavras que a ocasião exige, então, melhor não falar nada.

Sem contar que muitas vezes as pessoas sabem o correto mas erram por pressa, distração ou até mesmo porque herrar é umano (vai lá dizer que eu não sei escrever). Daí se você corrige, dá uma importância grande a esse erro que poderia ter passado em branco. Chama a atenção para algo ruim de forma desnecessária porque a pessoa sabe a forma correta, apenas errou porque se distraiu. Nesses casos, não há ganho em fazer a correção. Pensem comigo: se não dá para corrigir os burrinhos porque você vai danificar a auto-estima deles e ele se magoam, mas também não há benefícios em corrigir quem realmente sabe e errou por distração, quem sobra? Corrigir subordinado é humilhar, corrigir chefe é insolência. Corrigir uma minoria é bullying + racismo. Tá difícil.

Tudo piora quando estamos falando de relacionamentos amorosos. No caso da mulher corrigindo o homem, nem acho tão ruim, mas o homem corrigindo a mulher é meio deselegante. Parece uma tentativa de mostrar que é mais inteligente ou algo assim. Não é assim que se ajuda alguém a crescer ou a melhorar, existem recursos de maior sutileza para fazer com que a pessoa se toque de que aquela palavrinha FUCKIN´ NÃO EXISTE, PORRA! (tá vendo porque eu não posso corrigir ninguém? Controle emocional zero).

Não posso negar que quando você corrige a pessoa ela aprende (até porque o constrangimento é tamanho que ela nunca mais vai esquecer da correção), só que acho que o preço que se paga, o mal estar que isso causa e o risco da pessoa se magoar não compensam. Sobretudo quando você corrige várias vezes a mesma pessoa. Parece sim que está pegando no pé, tripudiando, que está jogando na cara o quanto você é melhor do que ela, mesmo que não seja essa sua intenção. Isso pode despertar sentimentos ruins e acabar por estremecer uma amizade, um sentimento de coleguismo e até mesmo um namoro. A gente nunca sabe o quanto as pessoas são sensíveis. Ou melhor, sabe sim: para fazer com os outros, a sensibilidade é zero, para quando fazem com eles, é sensibilidade máxima. Ahhh… a sensibilidade seletiva! Ainda escrevo um texto sobre isso!

Eu sei que não é regra que a pessoa se ofenda com uma correção, mas sei que EXISTE O RISCO. E dependendo do quanto a pessoa é importante para mim ou do quanto essa mágoa vai paunocuzar minha vida (ofenda sua secretária como eu fiz uma vez e veja o inferno se materializando na sua frente), prefiro ficar calada. Existem pessoas que tem o dom de dizer as piores barbaridades de forma leve, como se fossem flores.

Acredito que estes possam corrigir sem tanta preocupação. Infelizmente eu tenho o dom bizarro de dizer flores de forma pesada, como se fossem as piores barbaridades. Logo, melhor só falar o estritamente necessário quando se trata de questões polêmicas que possam ofender pessoas próximas.

De boas intenções o inferno está cheio. Não vou me arriscar à pessoa ficar super magoada comigo por achar que estou fazendo um bem a ela. É algo que não raro causa problemas e ofende, é algo delicado. Melhor não arriscar. Não quando você é uma pessoa grossa que não sabe mensurar o que fala.

Mas podem me corrigir, viu? Vira e mexe eu solto um “mais grande”. Eu gosto do “mais grande”, o “mais grande” é plenamente permitido no espanhol. Porque temos “Mais gordo”, “mais magro”, “mais alto”, “mais baixo”, “mais escuro”, “mais claro” mas não podemos usar o “mais grande”? Injustiça.

Para corrigir meus erros, para dizer que você erra porque foi alfabetizado em inglês quem nem a Sacha ou ainda para dizer que errar é humano, mas repetir o erro é lusitano: sally@desfavor.com