Me amarrava nesse jogo!Recentemente foi aprovada uma lei no Rio Grande do Sul que qualifica e cria políticas públicas para conter o famoso “bullying” nas escolas. Mesmo correndo o risco de ser permanentemente expulso da Associação dos Nerds, não poderia deixar de expressar a minha discordância da medida.

Mas vamos por partes: O termo “bullying” ficou mais conhecido nessa recente abertura dos portos virtuais brasileiros. Antigamente era a boa e velha crueldade infantil/adolescente contra os mais fracos do bando. Para quem não tem muita famialiridade com a língua inglesa, “bullying” vem de uma expressão idiomática que significa pressionar, empurrar ou passar por cima.

Num ambiente escolar, a vítima dessa prática acaba isolada e humilhada por colegas que a escolhem como alvo de brincadeiras de mau-gosto (algumas engraçadas, admitam…), ofensas e até mesmo violência física. Mas tudo isso SEM provocação prévia. Um moleque que leva uma surra depois de chamar o valentão da turma de viadinho não está sofrendo “bullying”, está aprendendo a pensar antes de falar.

E sim, essa é uma fase de aprendizado constante. A escola ensina conhecimento científico e histórico importantes para a vida, mas ensina principalmente como lidar com outras pessoas. E é em prol deste aprendizado que eu não sou fã dessa onda de preocupação (do nada) com uma prática tão antiga quanto essa.

Não começaram a pegar no pé e maltratar os desajustados da turma recentemente. Excluir o diferente é parte integrante da evolução humana. Não parece muito justo, mas definitivamente teve a sua função: O anti-social das cavernas era expulso do bando e não se reproduzia. O anti-social da antiguidade ficava isolado e não atrapalhava o desenvolvimento da civilidade. Fiquem felizes, sem isso não estaríamos aqui. A humanidade é o que é pela sociabilidade.

Atualmente, o anti-social ficou mais interessante. Seleção natural já não faz muita diferença para a humanidade, e pessoas solitárias e obsessivas tem grandes possibilidades de desenvolver conhecimento específico valioso. Mas não pode-se negar a tendência instintiva de punir quem não se adapta ao padrão esperado do grupo. Ninguém ligava de verdade para proteger essas vítimas até pouco tempo atrás.

Hoje em dia, considerando que os nerds estão mandando na economia mundial… o “bullying” virou um problema sério que está destruindo nossa juventude. Já ganhou até sub-categoria, o “cyber-bullying”, que nada mais é do que a mesma coisa de sempre com computadores e celulares.

Ok, não é nada agradável ser a vítima de um grupo de crianças ou adolescentes cruéis sem tê-los provocado previamente, mas eu posso dizer com a experiência de ter sido um anti-social escolar: Esse drama em cima do assunto não vai ajudar em nada, aliás, se tiver algum efeito, vai ser negativo.

A cruel realidade é que algumas dessas crianças e adolescentes PRECISAM sofrer essa pressão antes que não tenha mais volta. Poucas pessoas tem a criação de alto nível e/ou a dedicação necessária para se dar bem na vida sem depender muito de ajuda externa. Não tenhamos a ilusão de que todas essas pessoas que sofreram na escola vão se vingar do mundo se dando muito bem na vida adulta.

Digo isso por uma experiência pessoal. Mesmo que minha vertente anti-social não tenha sido “curada”, após sofrer por algum tempo algo bem parecido com o que se chama de “bullying” hoje em dia eu aprendi algo essencial para a continuidade da minha vida: Conversa não resolve tudo.

Venho de uma criação pacífica e equilibrada. Me desenvolvi num ambiente onde argumentação dava conta dos problemas. Atitudes violentas e desequilibradas eram muito mal vistas. Achei tão bacana que pretendo repetir com eventuais filhos, mas disso surgiu um problema que ficou evidente depois de alguns anos de convivência na escola. Eu simplesmente não considerava a possibilidade de brigar ou ser agressivo.

Foi necessária muita provocação até eu aceitar que o meu jeito de resolver problemas não resolvia porra nenhuma naquela situação. Eis que veio a iluminação: Uma porrada bem dada vale por mil palavras. Eu ainda acho absurdo que isso precise acontecer e odeio a humanidade mais ainda por esse motivo, mas… O mundo não é justo. Aceite ou se foda.

E quando aconteceu comigo, as escolas estavam cagando e andando para essa história. Era a lei da selva e pronto! Tenho medo do que eu teria me tornado se essa política de vitimização estivesse em vigor. Se me fizessem acreditar que toda a culpa era das pessoas que estavam me perseguindo e que eu não tinha que mudar, grandes chances que eu tivesse me tornado essa vítima.

Não me tornei um valentão, não mudei de personalidade. Apenas aprendi uma lição. E não é justamente disso que precisamos nessa fase da vida? Minha discordância vem da idéia de que essas crianças e adolescentes levadas a acreditar que não precisam se adaptar a vida real não vão funcionar direito na vida adulta e não vão desenvolver os supostos talentos dos anti-sociais.

Sejamos sinceros. Quem vai “chorar” para a direção da escola ou para os pais quando sacaneado na escola está mil vez mais fodido do que estava anteriormente. Pode-se até colocar uma política pública para fingir que o mundo pode ser justo, mas não se pode mudar as regras não-escritas da convivência nessa idade. A vítima do “bullying” vai ficar ainda mais isolada e odiada se começar a ter proteção institucional.

Não resolve o problema de “ressocializar” o anti-social. E ele é bem capaz de se colocar na posição de vítima profissional e ficar esperando o mundo pagar sua dívida com ele. Afinal, ele nunca aprendeu que o mundo é tudo, menos justo.

E nem me venham com essa de tiroteios em escolas, eu já falei sobre isso antes: Neguinho não sai matando porque foi sacaneado pela turma, faz isso porque é sociopata.

E como eu falei dos talentos dos anti-sociais, aqueles que moldaram a sociedade moderna, eu devo mencionar como eles se formam: Através de isolamento e uma idéia incessante de que vai ter que fazer muito mais do que simplesmente existir para ter valor nessa vida.

Uma pessoa “normal” e social não se sente tão compelida a mudar o mundo. Ela é bem aceita e as coisas funcionam mais ou menos como ela espera. Uma pessoa mais desajustada sente a necessidade de fazer algo notório para ser aceita. (Sim, é uma forma bonita de dizer que é a buceta que move o mundo…)

Vítimas esperam que as coisas caiam no seu colo, desajustados aceitam que precisam fazer mais se quiserem atenção.

OU SEJA: Piora a vida da pessoa no momento, desenvolve problemas futuros e ainda por cima pode matar no berço alguns talentos nerds incríveis.

É essa mania de conformidade, nivelar todo mundo por baixo naquela asneira moderna de “todo mundo é especial” que faz assuntos como “bullying” tomarem essa proporção. Já existem punições e autoridades responsáveis para lidar com todos os casos de perseguição escolar. Se quer que o mundo seja mais justo, CORRIJA quem faz coisa errada.

Porque essa coisa de mobilização social contra o “bullying” parece aquelas mãe cretina que vê o filho botando fogo nas cortinas e diz: “Cauã Cauê, não faz isso que mamãe fica triste…” (comentário roubado da Sally)

Fode a vida da vítima, não pune quem maltrata. Grandes merdas. Se é pra ficar com essa frescura, deixa os nerds apanherem um pouco na escola, porque pelo menos assim eles tem uma chance de resolver seus problemas.

P.S.: E tem gente que merece ser sacaneada mesmo.

Para dizer que vai me denunciar por ter ferido seus sentimentos, para dizer que qualquer lei que evite que pessoas se desenvolvam como eu é válida, ou mesmo para dizer que cuecão é patrimônio histórico e não pode ser proibido: somir@desfavor.com

?tawSejam quais forem os motivos, muitas pessoas resolvem sair de casa num determinado dia e encherem a cara até não poder mais. Mas a posição argumentada hoje não é a do bêbado, e sim do parceiro. (Fique à vontade para fazer as devidas alterações de gênero para deixar a frase menos ou mais gay.)

A partir de seus pontos-de-vista, Sally e Somir discutem (ofendem) sobre a compatibilidade entre o comportamento de quem toma o porre e uma relação minimamente saudável. Ou, em termos não tão enrolados…

Tema de hoje: É aceitável que seu parceiro saia sem você e tome um porre?

SOMIR

Vejam bem… eu acho aceitável que um homem saia sem sua namorada e tome um porre. Mas acho MUITO menos aceitável que uma mulher inverta esse jogo. Se o seu “machistômetro” está apitando, não se preocupe… piora.

Em primeiro lugar, ao tema propriamente dito: A não ser que você tenha uns quinze anos de idade, não deve achar um porre motivo de orgulho. Eu não nego que sair e beber até seu fígado se rebelar seja uma babaquice, mas não é como se a vida não tivesse sua dose habitual de babaquices… Existem vários crimes bem piores do que dançar a Macarena de cueca em cima da mesa do bar. Dificilmente vai te tornar mais atraente ou interessante para as pessoas ao seu redor, mas na média, o mundo não acaba.

Porres passam. Os apelidos podem até durar, mas a bebedeira cede lugar a uma monumental ressaca no dia seguinte, e numa situação normal, não vai levar a pessoa a se tornar uma alcoólatra incorrigível. É a mesma coisa que ir numa churrascada e quase se matar de comer: Se a pessoa não tem tendências ou problemas relacionados, é uma situação passageira.

Eu diria que não é agradável a idéia de sua companhia estar perdida por algum bar da vida, mais alta que o Everest, passando vergonha e se preparando para passar o dia seguinte todo imitando um zumbi. Mas convenhamos que no caso (comum) de ser uma atitude isolada, passa por um exagero estúpido, daqueles tão comuns na vida. Imaginar que uma relação torne-se insustentável por causa de algo banal assim é forçar demais a barra.

Algumas pessoas (como a Sally) não bebem, e mais ou menos naquela idéia dos chatíssimos ativistas anti-tabaco, taxam qualquer atitude diferente da sua como um problema seriíssimo causado por problemas mentais incorrigíveis. Foi mal, mas de fanatismo eu não sou muito fã. (Essa foi péssima…) Boa parte da população mundial consome álcool, boa parte da população mundial não passa sua vida completamente bêbada. Sem exageros.

Mas, apesar dessa leniência com o EVENTUAL (raro) porre numa relação, devo confessar que quando trago o assunto para o meu “universo umbigo”, tenho algumas restrições, e sim, são machistas.

No meu caso, eu teria de lidar com uma mulher enchendo os cornos longe de mim. E isso não me agrada (muito embora eu já tenha argumentado que não precisa achar agradável para considerar compreensível) nem um pouco.

Puxando pela memória, eu já havia mencionado em textos anteriores uma diferença essencial entre os programas “masculinos” e “femininos”. E como apesar de raramente agradável, eu sou extremamente consistente, mantenho essa idéia aqui. Homens saem para fazer centenas de coisas diferentes, mulheres saem para ser vistas por homens.

E isso está tão arraigado na mente feminina que elas se colocam em situações extremamente desagradáveis para um eventual parceiro mesmo que acreditem que estão só se divertido com as amigas. Mulheres solteiras e comprometidas tem EXATAMENTE os mesmos hábitos quando estão “soltas” com as amigas. Continuam se preparando e mantendo uma pose de atratividade em qualquer programa público. Vão se vestir como se vestiam quando estavam solteira, vão flertar (mesmo que inconscientemente) como flertavam antigamente, vão dançar como sempre dançaram.

Mulher não dá aquelas “folgadas” que homem costuma dar.
Neguinho depois que começa a namorar começa a relaxar. É MENTIRA?

Vê se alguma mulher sai de casa para jogar truco com as amigas… De cada 10 grupos femininos na rua, 11 vão para uma boate dançar. E por dançar eu quero dizer compilar o seu “valor de mercado” com a atenção que chamam dos homens dali. É MENTIRA?

Embora eu não ache esse comportamento tão horrível assim (mulheres serão mulheres) nos mais comuns casos de diversão inocente, tenho uma desconfiança muito grande do que acontece quando grandes quantidades de álcool entram nessa equação. Beber demais mexe com a capacidade de julgamento de uma pessoa. Mulheres ficam bem mais fáceis depois que bebem… É MENTIRA?

Opa! Aparentemente eu estou minando minha própria argumentação. Mas não sejamos tão apressados: A diferença entre estar “facinhO” e “facinhA” é que cria essa minha restrição por gênero no porre.

Homem terrivelmente bêbado (e já meio relaxado por estar namorando) vai atrair QUEM? Mulher passa a vida toda sabendo que basta um sorriso para que um marmanjo venha pra cima, não vai ver vantagem nenhuma em atacar um bêbado “vulnerável”. Até as barangas conseguem coisa melhor.

Agora, vamos inverter o jogo. Uma mulher terrivelmente bêbada, toda produzida para a noite, naturalmente viciada em atenção… Homens com um mínimo de auto-respeito não vão se meter com uma trêbada, mas é aqui que eu digo que não estou sendo puramente machista: Homem é uma raça ruim, sem limites. VAI aparecer um desgraçado tentando traçar o pudim de pinga, e se as amigas dela não agirem rápido (e convenhamos que SEMPRE vai ter a amiga mal-comida que odeia o agora futuro corno) é capaz da mulher trair sem nem se tocar do que fez.

Homem podre de bêbado é nojento. Mulher podre de bêbada é alvo. Por isso a qualificação do problema percebido.

Mas eu estou sendo pessimista. Numa situação normal, o porre não é uma coisa bonita, mas se for o único “crime”, está bom demais…

Para dizer que ainda se impressiona com a minha babaquice, para me chamar de alcoólatra nojento assim como Sally fez quando eu comi um bombom de licor, ou mesmo para dizer que vai reler o texto quando eu estiver sóbrio: somir@desfavor.com

SALLY

É aceitável que seu parceiro saia sem você e tome um porre? Quase todo mundo vai pensar que sim, mas eu acho que NÃO. E minha opinião vai muito além do moralismo de não beber.

Vamos começar lembrando que não estamos falando de beber e ficar alegre, estamos falando de UM PORRE. Um porre mesmo. Daqueles que você nem lembra como chegou em casa, daqueles que você passa vergonha e perde a dignidade. Porque todo mundo perde a dignidade quando toma um porre daqueles.

Para começo de conversa, eu acho que um porre é algo condenável e indigno que não deve ser feito nem com nem sem o parceiro. É uma muleta social que me passa uma sensação de fraqueza e covardia que me faz perder a atração pela pessoa na hora. Um porre já é ruim, pior ainda se for sem o parceiro por perto. Qual é o grau de confiança que alguém que não sabe nem como chegou em casa te passa? Rola todo um nojinho de pensar no que pode ter acontecido nesse período de blackout. E não falo apenas em traição.

Pense em uma mulher toda arrumada, saindo para uma festa e terminando a festa, sem estar com o namorado ao lado, completamente bêbada, incapaz de ter discernimento, incapaz de oferecer resistência e incapaz de lembrar do que aconteceu no dia seguinte. É atraente? Não, né? Pois bem, para nós, mulheres, também não é atraente ver o nosso homem, nosso macho alfa, nosso herói, caindo pelas tabelas e protagonizando um vexame desses, sendo motivo de riso e pena. Perde-se o respeito, a admiração e até mesmo a confiança.

Eu sei que a Madame aqui de cima acha que homem pode e mulher não pode. Não vou me dar ao trabalho de mostrar como isso é ridículo, porque seria menosprezar a inteligência de vocês. Meio 1920 esse papo de que homem pode alguma coisa mas mulher não.

Quando digo que é inaceitável não me limito apenas ao argumento pequeno de que uma pessoa bêbada pode te trair com mais facilidade ou está com senso de repressão bem menor, permitindo que a porta para nojeiras e putaria se abra com mais facilidade. Meu argumento é mais abrangente. Eu acho inaceitável ESTAR com alguém que tem esse grau de comprometimento emocional, uma pessoa autodestrutiva, sem noção e aleijada emocional que usa bebida como fuga.

Uma pessoa que não tem vergonha profunda de tomar um mega-porre e fazer trocentas merdas na rua não me desperta a menor atração nem admiração. E a que existia, morre. Uma pessoa que opta por se portar desta maneira tendo firmado um compromisso de fidelidade e respeito comigo, está me traindo, ainda que não encoste em outras mulheres. Existem varias formas de traição. Não somos adolescentes, uma pessoa que toma um porre a ponto de nem saber como chegou em casa na minha idade tem problemas sérios de cabeça e eu acho que não vale a pena investir em uma pessoa assim.

Daí muitas pessoas dirão que o porre é problema de quem o toma, que as merdas que a pessoa faz só a prejudicam e que eu não tenho nada com isso. Eu não acho que seja assim. Seu parceiro não deixa de ser seu cartão de apresentação. As coisas que ele faz podem sim refletir em você, não porque você seja culpada pelas escolhas dele, e sim porque leva as pessoas a questionarem a SUA escolha em estar com uma pessoa assim.

Que tipo de pessoa que é irresponsável suficiente para se expor (e te expor) bebendo até perder a dignidade? É uma pessoa que você acha que dá para contar, que dá para pensar em um relacionamento saudável? Credo, meu ideal de relacionamento saudável passa longe disso!

O problema é que em alguns lugares e em alguns grupos não só não é vergonha beber até dar vexame, com ainda por cima é motivo para contar vantagem e achar bonito. Por mais de uma vez vi colegas bravateando cheios de orgulho “Pooooaaarrra Cara! Bebi moooito ontem, nem lembro como cheguei em casa!”. Sinceramente, eu teria vergonha de ostentar uma porra dessas. Mas, com a sociedade não condena, neguinho faz. Neguinho faz e acha que porque seus amigos imbecilóides aplaudem, todo mundo vai aplaudir. Tia Sally não aplaude, Tia Sally dá pé na bunda.

Uma pessoa que faz esse tipo de coisa tem problemas emocionais. Uma pessoa que precisa ou quer se desligar da realidade se entorpecendo, para mim, não passa muito longe do Rafael Pilha – só muda o nome da droga. Não é porque bebida seja legalizada que deixa de ser droga, pois ela altera a consciência e mexe com o comportamento das pessoas.

“Mas Sally, não tem nada que a pessoa não faça bêbada que não tivesse vontade de fazer sóbria, bebida não muda personalidade”. Ahãn. E ainda bem que as pessoas tem um freio mínimo para não sair fazendo tudo que tem vontade, né? Se não o mundo ia virar uma barbárie. Imagina soltar esse freio de todo mundo com bebida? Os freios existem e são uma necessidade para a convivência em sociedade, um esforço que todos nós fazemos. Se um ou outro imbecilóide se acha acima disso e acha que pode soltar seus freios, que o faça bem longe de mim.

Eu, como todos nós, tenho meus momentos difíceis na vida. Já passei por coisas complicadas. Porém nunca foi uma alternativa me entorpecer voluntariamente para me anestesiar e esquecer ou lidar com a dor. Eu fiz as coisas do jeito mais difícil, talvez por isso não tenha tolerância com quem quer pegar um atalho. A impressão que me passa é que essa pessoa não segura o rojão, que mais para frente, quando se apresentarem outras adversidades, em vez de encarar a pessoa vai optar por uma fuga, seja ela a bebida ou não.

“Mas Sally, a pessoa pode estar bebendo sem ser uma fuga, sem ter problema algum”. Vai desculpar, mas quem toma porres homéricos de nem saber como chegou em casa tem problemas sim e está fugindo sim.

Para dizer que vai ser forçado a concordar com a minha opinião radical só para não ter que concordar com a opinião escrota do Somir, para dizer que você toma porre todos os dias e não tem nenhum problema na vida e para dizer que gente que não bebe é um porre: sally@desfavor.com

Até 2014!Brasil eliminado, Argentina eliminada.

SOMIR

A moral na seleção holandesa estava baixa. Afinal, enfrentar o temível Brasil nas fases finais da Copa do Mundo era reviver uma situação que todos já haviam enfrentado, na condição de torcedores, há alguns anos atrás. Algumas horas antes do jogo, a renovada esquadra laranja revivia em suas mentes as traumáticas memórias, algumas oriundas da mais tenra infância, de eliminações sofridas em 94 e 98. Em ambas, Dunga, o técnico da seleção brasileira atual, estava presente.

Parecia um sinal de fracasso iminente. O técnico, mais por obrigação do que por convicção, tentava incentivar seu elenco a pelo menos a vender caro a virtualmente inevitável derrota. Alguns jogadores mencionavam a expressão “Brasitália”, o maldito time que defendia feito os tetracampeões e atacava como os penta. Surgiu uma idéia, uma daquelas que são absurdas até que alguém tenha a coragem de versá-la: Não entrar em campo. Afinal, assim poupar-se-ia o sofrimento de acreditar mais uma vez no sucesso apenas para vê-lo escapando no último momento.

O técnico já se preparava para avisar formalmente aos responsáveis pela organização quando um dos membros da comissão técnica adentrou a concentração holandesa, berrando que havia encontrado uma solução!

Para o espanto geral, o homem dizia ter um plano infalível para vencer o Brasil. Esbaforido, precisou retomar o fôlego antes de contar que recebera uma carta anônima em português, deixada aos cuidados da seleção holandesa durante a madrugada. Depois de conseguir um tradutor, tomou conhecimento do conteúdo do texto e veio correndo diretamente até ali. Sem delongas, começou a lê-la em voz alta:

“Bom dia,

Vocês não me conhecem, mas eu conheço vocês. Aposto que estão com medo de enfrentar a seleção brasileira no dia de hoje. Já adianto que não poderiam estar mais enganados: Ganhar dos anões de Dunga é bem simples. Vou delinear o plano perfeito para vencer essa equipe de cordeiros disfarçados de lobos. Posso garantir que sei do que estou falando, já que conheço muito bem aquele grupo de jogadores.

A primeira providência, que admito ser no mínimo curiosa, é deixar que a seleção brasileira marque o primeiro gol. De preferência logo nos primeiros minutos. Vocês podem até pensar que isso não é inteligente considerando que esse time é conhecido pelo seu poder de defesa e contra-ataque, mas é a partir da confiança dos jogadores tupiniquins que vocês vão orquestrar a sua vitória final.

E para tanto, mais uma condição inegociável: Robinho e Felipe Melo devem estar diretamente envolvidos. É bem mais simples deixar que o meia faça o passe e fingir que não percebem a movimentação do atacante.

O importante é que ambos tenham um momento de empolgação logo nos primeiros minutos. A baixa inteligência desses jogadores não permitirá que eles voltem a se concentrar no decorrer da partida. Qualquer provocação subseqüente será motivo para que eles fiquem furiosos.

Preparem-se para sofrer um pouco nos minutos seguintes, já que é PREPONDERANTE que vocês sequer ataquem durante o primeiro tempo. Sugiro que Robben finja que está sendo anulado completamente pelo fraco lateral esquerdo brasileiro, e que se possível, tente conquistar um cartão amarelo para o mesmo.

Pois bem: Vocês devem partir para o intervalo em desvantagem no placar e dando a entender que a poderosa seleção brasileira está diante de um jogo fácil. ATENÇÃO, já que qualquer demonstração de força do seu time pode desmontar todo o planejamento.

E na volta para o segundo tempo, começa a verdadeira parte onde vocês derrotam os brasileiros. A estratégia é simples: Explorem os jogadores mais confiantes até conseguirem o gol de empate. Depois disso, é questão de minutos até o jogo estar completamente em suas mãos. Ataquem impiedosamente o lado onde o fraco lateral esquerdo Michel Bastos e o agora confiante Felipe Melo atuam. Ambos vão quebrar, e rápido.

Ah sim, deixar que Robinho marque o gol tem uma função essencial: Criar a ilusão na seleção brasileira que esse jogador pode decidir o jogo. Todas as bolas (e acreditem, serão várias) que vierem em sua direção serão desperdiçadas. Tranquilidade defensiva.

Não duvido nada que algum deles faça um gol contra, de tão nervosos que vão ficar ao ver sua grande atuação ruindo. Se joguem em todas as faltas, reclamem e provoquem sempre que possível. O resto do time vai se descontrolar rapidamente. E eles não tem como se recuperar.

No banco de reservas Dunga não tem opções. A convocação foi um erro gigantesco e isso vai ser evidenciado assim que as coisas realmente se complicarem.

Façam isso e vão ganhar o jogo. Garanto.

Mas eu confesso que é difícil de aceitar minhas sugestões sem nenhuma base. E por esse motivo, devo revelar um segredo importante: O técnico brasileiro sofre de sérias limitações intelectuais, sendo uma espécie de “retardado funcional” que tem seus problemas óbvios escondidos por detrás de uma cortina de boa-vontade da imprensa e algum conhecimento específico do jogo de futebol.

E agora vocês devem estar se perguntando como é possível que um time seja dirigido por um homem “excepcional”… Pois bem, deveria ser tão óbvio quanto a limitação do treinador, mas por motivos “politicamente corretos” não é algo trazido à tona. Os jogadores brasileiros obedecem a um homem com severas limitações intelectuais por serem fervorosos seguidores da religião cristã. Eu sei que em países evoluídos pessoas religiosas são ridicularizadas, mas em terras brasileiras essa insanidade é vista como algo positivo. Uma espécie de orgulho cultural da ignorância.

Não que seja apenas uma questão religiosa, longe de mim ser tão preconceituoso. Se o ranking da FIFA fosse definido pelo Q.I. médio dos jogadores, o Brasil seria azarão em qualquer competição. Culpa da desigualdade social, das políticas falidas para educação… Questões de terceiro mundo que não espero que vocês entendam em sua plenitude.

Mas é essa vocação espiritual da seleção brasileira que faz com que jogadores obedeçam cegamente aos mandamentos de uma pessoa claramente incapaz. Pensamento crítico é visto como defeito pela maioria do elenco canarinho.

Já que os jogadores são incapazes de tomar decisões e não tem nenhum apoio do bando de reservas, é apenas uma questão de vitória psicológica.

Descontrolando um grupo de seguidores cegos capitaneado por um homem limitadíssimo, que vocês vão conquistar essa vitória. Eu vou continuar me ressentindo dos inúmeros brasileiros que insistem em achar que uma pessoa como Dunga tenha algum mérito além de não limpar a bunda com as cortinas, mas pelo menos ele não vai mais ser técnico da minha seleção.

Ah sim, um último pedido: Assim que vencerem o jogo, espero que algum de vocês passe perto do técnico brasileiro e pergunte, em bom português…

“Algum problema?”

Agora é com vocês. Boa sorte.”

O elenco holandês se entreolhou, o técnico vacilou por alguns momentos, claramente pensando no que acabara de escutar. Enfim, sob o olhar atento do grupo, perguntou: “Vamos tentar?”.

Para dizer que está esperando mesmo pelo texto da Sally, para dizer que o Brasil perdeu de propósito para ganhar 2014, ou mesmo para dizer que só não vai me xingar porque o Brasil foi eliminado e você não é mais patriota: somir@desfavor.com

SALLY

Quando o Alemão abriu a boca para dizer que os latinos são temperamentais e não tem preparo emocional, confesso que fiquei aborrecida. A partir desse momento, queria que todos os latinos vencessem, até mesmo os 11 anões de Dunga. Mas o Desfavor da Semana é que o Alemão tinha razão. Vexame latino na Copa do Mundo. Pior: vexame anunciado.

Sim, Seleção Brasileira e Argentina protagonizaram vexames nesta semana que se passou, cada um a seu modo. A Seleção Brasileira espelhada em seu técnico, se portando de forma violenta e destemperada, enquanto que a Seleção Argentina espelhada em seu técnico, se portou de forma desorganizada e ineficiente.

Para todos aqueles que diziam que Dunga se portava desta forma agressiva e mal educada para chamar os holofotes para si e proteger seus 11 anões, acho que ficou bem claro que ele é um mal educado legítimo, descontrolado, arrogante e babaca. E foi assim que sua Seleção de comportou. Felipe Melo tendo uma atitude infantil e agressiva não foi novidade para ninguém. Também não foi novidade para ninguém quando o médico da Seleção finalmente assumiu, após a eliminação, que Kaká não está 100% como vinham jurando e está com uma lesão grave. O castelo de areia ruiu.

Em contrapartida a Argentina, que vinha apresentando um bom futebol, tomou de 4. Sinceramente, tirando a zaga vergonhosa, eu nem acho que tenha jogado mal. Mas porra, tomou de 4, isso é um vexame. Tomou de 4 para uma seleção que perdeu para a Sérvia. Faltou eficiência. Talvez tenha faltado até um pouco de frieza. Faltou o futebol-resultado da Alemanha. Olhando os números do jogo, podemos ver que a Argentina não jogou mal: teve mais posse de bola, mais chutes a gol, mais passes corretos, menos passes errados e mais escanteios. Lindo, mas gol que é bom, porra nenhuma.

Olhando assim, parece (e a imprensa reforça) que quem saiu por baixo foi a Argentina, afinal, tomou de 4 com todos os trocadilhos que o assunto permite. Mas pensemos bem: quem foi que deu uma prova de descontrole, agressividade e falta de fair play em campo quando começou a perder? Quem foi que mostrou arrogância, onipotência e falta de educação nas entrevistas? Em princípio, parece algo que Maradona e cia fariam, mas desta vez este papel sobrou para o Brasil. Em tempo: mesmo tomando de 4 a Argentina terminou a Copa em uma posição melhor do que a do Brasil: quinta colocada. Grandesmerda, eu sei, mas lutaram de pé, com futebol arte, enquanto o Brasil esperneava com seu futebol arte-marcial. Não importa, a imprensa vai exaltar esse 4 x 0 para sempre como se a humilhação de perder por um placar maior fosse pior do que perder feio, batendo e desrespeitando. Foda-se.

O fato é que nenhuma das duas Seleções teve o preparo emocional ou técnico para encarar o inesperado: no caso do Brasil, uma virada espetacular com direito a gol contra e expulsão, e, no caso da Argentina, um gol nos primeiros minutos. O Alemão tinha razão. O Alemão avisou.

O lado bacana foi ver a Argentina desolada, aos prantos, com Maradona dando uma entrevista se limitando a falar da dor que estava sentindo. Geral chorando, geral triste. Fiquei orgulhosa da humildade. Já os Hermanitos Brasileiros… bem, o que eu vi foi Kaká, o Atleta de Cristo, extremamente agressivo e descontrolado em campo (faltou Gezuiz no coração?), Robinho, o suposto gente-boa, xingando palavras ofensivas e até racistas e Felipe Melo Pisadinha sapateando em cima de um holandês. Eu fico com meus onze bebês (porque sim, eles se comportam como bebês) argentinos, ainda que sinta uma certa mágoa do Maradona não ter mexido naquele time quando viu que estava começando a perder o controle (Veron no banco?).

O que foi Felipe Pisa-Pisa Melo dando uma entrevista dizendo que pelo menos essa era a seleção mais unida de toda a história do Brasil? Ele tem o conhecimento do grau de união de todas as seleções? O que foi o médico da Seleção assumindo na maior cara de pau que a lesão tão negada em Kaká era verdadeira? O que foi Dunga putinho da vida na coletiva após a eliminação? Bom, pelo menos é o fim da era Dunga. Desfavor da Semana Plus: Lá se vai nosso descanso na próxima terça-feira. Custava deixar para perder na terça?

A Seleção Alemã, cheia de meninos novos, se deu bem e provavelmente vai ganhar a Copa. Sim, eles levaram o Ganso e o Neymar deles, e deu certo. Cadê o Fabuloso? Não vi nem sinais do Fabuloso! Evidente que Dunga errou na escalação. Alguém duvida que Ronaldinho Gaucho teria feito muita diferença, principalmente quando se SABIA que Kaká estava indo bichado? Custava não ser tão teimoso e arrogante? Já não tinha visto que isso não funcionava quando tomou um pau nas Olimpíadas?

A mesma crítica sobre escolhas na escalação vale para Maradona: por pressão do Veron, que tem poder demais nessa Seleção, deixou de levar Zanetti e Cambiasso, dois excelentes jogadores que fariam muita falta mas que estão brigados com ele. Por uma briga pessoal, deixou de levar Riquelme, outro jogador que faria bastante falta. Por uma briga familiar, deixou Aguero, um ótimo atacante, na geladeira, no banco de reservas (ele é casado com a filha de Maradona e poucos dias antes do embarque para a Copa foi flagrado pela imprensa chifrando a mocinha). Custa deixar de ser tão passional e fundar suas escolhas na técnica de cada jogador?

É isso. O Desfavor da Semana é que o Alemão tinha razão. Somos um bando de subdesenvolvidos passionais e não estamos preparados para lidar de forma fria e calma com eventuais adversidades. O emocional atrapalhou Brasil e Argentina, que não tiveram preparo para dar a volta por cima. O Alemão tinha razão. Não temos mesmo esse preparo. Mas pelo menos temos sentimentos, não somos mortos por dentro (exceto o Somir). E pior: gostamos disso. Desculpe, Alemão, eu tenho coração.

Para o Alemão, que exaltou tanto nosso ponto fraco, eu deixo este vídeo:

Para dizer que está super feliz porque Dunga saiu do comando da Seleção, para fazer algum trocadilho bizarro com o placar de 4 x 0 para a Argentina e fazer o Somir mudar o nível para DESFSALLY 0 e para dizer que é melhor chupar laranja do que chupar salsichão: sally@desfavor.com

Karol? Hahahaha!Nada é sagrado no Desfavor. Nos sentimos no direito de criticar tudo e todos, desde que de forma embasada. Como faz tempo que não somos xingados com vontade nos comentários, pensamos que talvez esteja na hora de voltar a marretar pesado. Por isso, é com o maior prazer que o Processa Eu de hoje detona o arauto da pedofilia e de milhões de homicídios (ainda que de forma indireta), no comando de uma das instituições mais hipócritas que já tivemos notícia. Processa Eu de hoje faz uma singela homenagem ao Papa Poão Jaulo II, porque no Desfavor, chutar cachorro morto é um plus.

Este talvez tenha sido um dos papas mais filhos da puta de todos os tempos, e olha que nenhum foi flor que se cheire. Ruim até dizer chega, o feladaputa foi ruim até na hora de morrer, sendo o terceio Papa que mais tempo ficou no poder: 26 anos. Vaso ruuuuim! Corrupto, hipócrita e conivente com os crimes mais repulsivos, é quase um símbolo para a Igreja Católica. Claro que não estamos falando da Igreja Católica brasileira, um exemplo de dignidade e bom senso, que excomunga uma menina estuprada que engravidou do pai porque fez um aborto e perdoa o pai estuprador, estamos falando da Igreja Católica da Suíça, esta sim um antro de injustiças.

Para começo de conversa, quero falar sobre o nome real de Poão Jaulo II, porque rolei de rir quando soube: Karol. Isso mesmo, nome de menina miguxa. Karol nasceu em 18 de maio de 1920, em uma cidadezinha localizada ao sul da Suíça. Quando jovem era adepto de atividades mundanas como por exemplo teatro e futebol, chegando até a atuar como jogador de futebol em um time amador. Acabou seguindo a vida religiosa, sendo ordenado sacerdote em 1946. Daí em diante sua carreira religiosa deslanchou: virou bispo auxiliar (eu também não sabia que isso existia), bispo, arcebispo e continuou subindo. Não vou perder meu tempo narrando a “carreira” dele, vamos guardas as poucas linhas que temos para seus feitos.

Querem rir? Foi docente de uma matéria chamada ÉTICA em uma universidade. Segurem esta informação, vou citá-la mais para frente, para mostrar como ele aplicava a ética em sua vida pessoal e profissional.

Consta em biografias a seu respeito que ele era chegado a uma auto-flagelação, cujo nome técnico na Igreja Católica seria “mortificação” ou “ascetismo”. Ele se punia, só para citar alguns exemplos, usando uma cinta que sempre levava consigo e também dormindo no chão. Porque a Igreja Católica da Suíça acha que a única forma de ser virtuoso é através de um sofrimento filho da puta. Se você sente prazer, se você está confortável, se você está sem culpa, alguma merda você fez e vai para o quinto dos infernos. Só que a julgar pelos seus atos, nenhuma punição do mundo, nem mesmo horas de clausura ouvindo axé teriam bastado para limpar as merdas que ele fez. Não pense você que era um bom homem porque se punia.

Como ele chegou ao posto de Papa? Historinha estranha. Foi eleito Papa após a morte suspeita de seu antecessor, Poão Jaulo I, um dos Papas menos piores da Igreja Católica Suíça. O coitadinho ficou apenas um mês no posto, depois morreu de morte matada. Até hoje existem muitos mistérios e contradições a respeito de sua morte. Poão Jaulo I era um Papa com uma cabecinha mais aberta, menos corrupto, menos hipócrita e isso começou a incomodar. Não durou muito, coitado.

Porque eu acho que foi morte matada? Bem, o comportamento padrão quando da morte de um Papa é atestar todo o ocorrido em relatórios médicos detalhados, coisa que não ocorreu com Poão Jaulo I. Morreu e dez segundos depois estava sendo embalsamado. Mais: as verdadeiras causas do óbito nunca foram divulgadas. Dizem que a grande causa do morte dele foi sua filosofia mais liberal, que iria de encontro com os interesses da Opus Dei, mas nunca foi possível provar nada.

A versão oficial diz que Poão Jaulo I foi encontrado morto por seu secretário, Padre Liego Dolernzi, e que acreditam que tenha morrido do coração por não suportar a pressão que o cargo exigia. A versão não-oficial diz que quem o encontrou morto foi uma freira que trabalhava para ele por mais de 18 anos, que, curiosamente após sua morte, decidiu fazer voto de silêncio. A freira teria relatado, antes do voto de silêncio (dã!) que o encontrou com uma expressão agonizante e que havia restos de vômito, sinal de envenenamento, no local. Depois de perceber as conseqüências de suas declarações fez voto de silêncio e nunca mais falou nada. Quem estuda o caso acredita que ele tenha sido morto por um veneno chamado “digitalina”.

Acontece que assim que assumiu, Poão Jaulo I começou uma investigação séria sobre esquemas de corrupção no Banco do Vaticano e no Banco Ambrosiano, envolvendo as mais importantes autoridades da Igreja Católica Suiça e até mesmo mafiosos. O que ele fez? Decidiu não acobertar e excomungar os envolvidos, tirando-lhes a proteção da Igreja, o que permitiria que respondessem a processos criminais. Mas infelizmente ele nunca chegou a efetivamente excomungar nenhum deles, porque morreu antes disso.

Em qualquer relato confiável sobre a morte de Poão Jaulo I existem indícios fortes de que Poão Jaulo II estava envolvido até a raiz dos cabelos com a sua morte e que já estava acertado que ele ficaria no lugar do “colega” quando este fosse assassinado. Porque ele foi escolhido para ficar no lugar do colega? Porque sabia e era totalmente conivente com esses esquemas todos de corrupção que não posso destrinchar aqui porque o limite de quatro páginas me impede.

Já começou bem. Ajudou a matar o antecessor e assumiu por ser o mais conivente com corrupção dentre todos eles. Professor de ÉTICA, lembra? Quem será que foram seus alunos? Paulo Maluf? É isso aí, aquele senhorzinho de cabelinho branco é assassino e corrupto. Bem vindo ao mundo real.

Quais foram as principais causas de Karol (HAHAHAHAHAHA) quando assumiu o posto? Bom, em um exemplo de tolerância e compaixão, se dedicou a perseguir comunistas, vinculando sua atuação em nome de Deus a questões políticas. Mais: financiou com dinheiro do Vaticano um sindicato não-comunista Suíço, dando força ao movimento. Tava tudo acertado no esquemão que montaram quando mataram seu antecessor e o colocaram no poder. Usando a máquina em causa própria e para fins políticos e de quebra desviando dinheiro! Ética? Oi?

A cabecinha hipócrita deste Papa lhe permitia ser conivente com estupros, assédio, abuso sexual, pedofilia e corrupção, entretanto ele achava bacana proibir o uso de camisinha, mesmo sabendo que boa parte da população poderia acabar sendo contaminada pelo vírus HIV e morrendo. Também condenou a homossexualidade, em uma amostra de tolerância e compaixão. Mesmo em um mundo que sofre com a superpopulação, condenou o uso de métodos contraceptivos e para fechar sua teia de incoerência, condenou aborto em TODOS os casos. Eu disse todos, inclusive quando a mãe sabe que vai morrer se levar a gestação adiante ou aborto oriundo de estupro. E neguinho ainda idolatra esta criatura e o acha um homem bom e santo. Quando foi que as pessoas pararam de pensar?

Mesmo eventualmente fazendo um discurso genérico contra pedofilia, há provas cabais de que ele promoveu sucessivos acobertamentos. O que você pensaria de mim se eu te contasse que um funcionário meu é pedófilo, currou um monte de menininhos e na hora de responder o processo eu o acobertei, escondendo-o na minha casa, para que ele saia impune? Porque você não pensa o mesmo dele? Essa obrigação social de achar o sujeito um santo só porque tem cabelos brancos e é um Papa me dá nojo, cabeça é feita para pensar, não para fazer chapinha ou usar boné da Nike.

Mas calma que ele tem mais predicados. Sempre manifestou seu apoio incondicional à Opus Dei, uma das instituições mais vergonhosas da história. Não contente, ainda canonizou seu fundador, Josemaría Escrivá. Também se manifestou contra o prolongamento artificial da vida humana, claro, só tem tese, porque quando ELE tava todo ferrado de saúde usou de todos os recursos para tentar ficar mais dez minutinhos por aqui.

E como bom BANDIDO que era, protegeu os seus. Acobertou e impediu a punição de diversos membros corruptos do Vaticano, da máfia e até mesmo de outros países, impedindo que sejam julgados não apenas por crimes de corrupção como também por crimes de guerra e genocídio praticados na II Guerra Mundial. E ainda era tirano, o filha da puta. Ou dava sumiço ou expulsava quem ousava discordar. Por exemplo, suspendeu dois teólogos alemães que ousaram duvidar da infalibilidade papal. Modesto, humilde e coerente. Aula de ÉTICA, DE FUCKIN´ ÉTICA, lembra? Quem será que foi aluno dele? Hitler?

Nem vou falar sobre as críticas mais leves, como por exemplo ele viver viajando com a clara intenção de catequizar fiéis mundo afora, porque diante do que já foi dito, isso vira um nada.

Adianta fazer um lindo discurso contra a pobreza e desigualdade social quando você obriga seus fiéis a não usarem métodos contraceptivos? Essa sempre foi a linha da Igreja Católica, um discurso onde na forma se prega o bem e no mérito se fode o povo, para que o poder e riqueza continue seguro nas mãos de poucos. Vamos contar quantos homicídios Karol cometeu impedindo o uso de preservativos? Isso ninguém se atreve a estimar, né?

Desfavor faz. COM PRAZER. Convidei um amigo meu que trabalha com estatística para mensurar quantas mortes tem nas costas de Karol. Não vou saber detalhar as contas porque eu sou uma negação em matemática, mas parece que é algo mais ou menos assim: desde o surgimento expressivo do HIV, na década de 80, morreram aproximadamente 25 milhões de pessoas. Desse povo todo, acredita-se que a maior parte por contágio sexual, o que exclui uma pequena porcentagem de gente. Também se estima que a maior parte seja pobre e, se cruzar esses dados com a porcentagem de católicos, parece que em tono de 5 milhões de pessoas teriam falecido sob a cruz do catolicismo por bimbar sem camisinha. Vamos somar a isso a estimativa dos livros de história que falam em 9 milhões de mortos na inquisição e ainda vamos pegar uma pequena parcela das crianças que morrem de fome e falta de infraestrutura porque papai e mamãe não puderam usar contraceptivo e superlotaram o mundo. Dá um mais ou menos de 50 milhões de mortos nas costas da Igreja Católica sendo que desses óbitos aproximadamente 15 milhões ocorreram durante o reinado de Karol.

15 milhões. Mais gente que o Holocausto. Mais gente que o desabamento das Torres Gêmeas. Mais gente que o pior terremoto da história somado a segundo pior. Só que destes mortos ninguém de compadece, ninguém faz escândalo e ninguém clama por justiça. Cadê a histeria punitiva? Cadê aquela sede por buscar um responsável? Muito pelo contrário, os Carneiros de Cristo (por ação ou omissão) batem palmas para os algozes, porque eles fazem discursos bonitinhos. Joguem o cordão umbilical, porque eu quero subir de volta. Professor de ÉTICA, FUCKIN´ÉTICA! Quem será que foi aluno dele? O Somir?

Gostaria de deixar aqui os agradecimentos do Desfavor ao turco Ali Agca, que baleou Poão Jaulo em 13 de maio de 1981. Infelizmente ele foi um pouco incompetente e os disparos não foram letais, mas já foi um belo ato de contestação e sanidade. Na época, o Papa alegou que não morreu porque a Virgem Maria teria desviado as balas, numa vibe meio Matrix. Acredito que os médicos que passaram mais de cinco horas operando-o devem ter ficado meio ofendidos com esta afirmação.

Não morreu porque é vaso ruim mesmo. Em 1940 foi atropelado por um caminhão e teve fratura no crânio. Nada aconteceu. Teve um tumor no intestino. Nada aconteceu. Levou três tiros. Nada aconteceu. Caiu e fraturou a omoplata, já fraturou o fêmur, perdeu a cabeça do fêmur e colocou uma prótese de titânio no lugar, teve apendicite, artrose no joelho e oclusão intestinal e nada aconteceu. Ah sim, tinha Mal de Parkinson também, e continuava lá, amarradão, exercendo suas funções. Quem disse que precisa de lucidez mental para ser Papa? Alguém notou a diferença? No final das contas, morreu de uma gripe. Ridículo.

Depois que morreu, devido à gratidão pelos serviços encobre-corrupção prestados, trataram logo de flexibilizar o Código de Direito Canônico, abrindo mão do período de espera de cinco anos e dando início a seu processo de beatificação no mesmo ano em que morreu. No ano seguinte já foi declarado “Venerável”, título intermediário entre santo e pessoa Zé Ruela tipo você e eu. Vai virar santo, não tenham dúvidas.

Faltou falar tanta coisa que daria um Processa Eu II, mas infelizmente esgotei as minhas quatro páginas. Quero dizer aqui que não é minha intenção afrontar a religião de ninguém, apenas mostrar que os católicos deixam passivamente que um bando de filhos da puta como este imponham regras ridículas e hipócritas desvirtuando todo o objetivo inicial de bondade e tolerância e que esta omissão e conivência os torna tão culpados e filhos da puta quanto os que desvirtuam a religião. É. É isso aí, eu não estou ofendendo a sua religião, eu estou ofendendo VOCÊ. Não gostou? Não volta.

Quanto a Poão Jaulo, bem, uma coisa não se pode negar. Um troll de primeira. Fodeu geral, roubou e matou e ainda saiu de santo. Um dia a gente chega nesse nível.

Para dizer que quando eu morrer eu vou para o inferno, para dizer que concorda comigo mas não tem coragem de falar e para dizer que isso é coisa que o Somir coloca na minha cabeça: sally@desfavor.com