Muda o nome, muda o local, mas continua o desfavor. Sejam bem-vindos ao Somir Entrevista, o primeiro segundo write-show do mundo!
Mas agora eu não entrevisto mais brasileiros… Cansei de ser ignorado e maltratado pelas nossas celebridades. Eu encontrei um lugar onde os famosos são mais prestimosos com aqueles que querem apenas mostrar a verdade para o público.
Esse lugar é a Suíça! Vocês vão perceber como as celebridades de lá são MUITO mais interessantes que as nossas.
E eu já começo com um dos mais bem sucedidos músicos que ninguém conhece, Carcello Mamelo, ex-vocalista da banda Il Fratelli. Oriundo do cantão italiano da nossa querida Suíça, Mamelo experimentou relativo sucesso com sua banda e jogou tudo fora para ser cabeçudo em paz nos seus trabalhos solo.

Nota-se pelas suíças.
Mas chega de apresentações, vamos logo à entrevista:
SOMIR: Antes de qualquer coisa, Carcello, é um prazer ter você aqui.
MAMELO: O que é prazer senão a doce brisa da manhã acariciando o rosto dos apaixonados incorrigíveis? Muito embora eu não me importe.
SOMIR: É… Ok. Pois então… Ao invés de falar do passado, vamos começar pelo presente. Você acaba de lançar um trabalho solo, não?
MAMELO: Sim.
*grilos*
SOMIR: Anh… E você poderia falar mais sobre esse… trabalho?
MAMELO: Se você julga necessário… Eu me sentia muito limitado com a minha ex-banda, eu não podia desenvolver meus talentos como compositor, não podia buscar a essência do que é a música envolvida num contexto policultural que engloba o que se sente e o que se é dentro da sociedade.
E também tinha que respeitar a idade legal de consentimento…
SOMIR: Tentando traduzir para quem se importa com o significado e coerência das frases… Você não podia fazer merda enquanto participava do Il Fratelli?
MAMELO: Você ouviu nosso maior sucesso? Anna Giulia?
SOMIR: Bom ponto. Mas depois vocês se rebelaram contra o modelo fonográfico tradicional e arriscaram fazer um CD diferente, com uma sonoridade inovadora ilustrada por clipes horríveis, não?
MAMELO: Eu sempre fui fã da música popular suíça. Queria trazer um pouco dela para o nosso som, a gravadora não gostou e barrou o disco. Tivemos que procurar outra, que só pediu para nós não dirigirmos ao menos um clipe. Pareceu justo.
SOMIR: …
*ouvindo o ponto*
Ok, Carcello, estamos perdendo audiência, tem gente indo até ler o kibeloco de tão chato que está. Vou ter que mudar o rumo desta conversa.
MAMELO: Sinta-se à vontade, não estou aqui para esconder nada.
*bebendo um gole de sua caneca*
SOMIR: Ótimo… Foi amplamente divulgado na mídia suíça há um bom tempo atrás que você teria apanhado do Choronne, vocalista da banda Charles Marroni Jr. É verdade que a briga teria começado pela inveja de Choronne pelo seu enorme nariz?
MAMELO: Aquilo foi uma barbárie. Ele começou a berrar que eu desperdiçava o meu potencial sendo um nerd careta e disse que eu não merecia esse presente dos deuses. Partiu para cima e quebrou meu nariz. Claro que a gente soltou uma versão diferente para a mídia, o que me impressiona é que engoliram que ele LIA alguma coisa!
Ei, eu não queria dizer isso. O que vocês colocaram na minha água?
SOMIR: Não tenho a menor idéia sobre o que você está falando.
MAMELO: Estou ficando com calor…
SOMIR: Calma, calma. Vamos continuar a entrevista. Falando em calor… Essa barba enorme não te incomoda? Eu já vi a Greta Pil ao vivo, então sei como suíças podem ser enormes, mas as suas são monumentais. Você tem algum ritual para cuidar da sua barba?
MAMELO: Essa barba só serve para não me chamarem de Emo. Na verdade é uma barba falsa. Eu posso tirá-la agora para vocês verem.
*tirando a barba*
SOMIR: Gezuiz! Parece que você tem 13 anos de idade com o rosto limpo!
MAMELO: Pois é, isso é uma mão na roda quando eu tenho que entrar na escola da minha namorada para vê-la um pouco. Ninguém sabe, mas todo dia eu fico com ela no recreio. E como ela tem que estar em casa às 21:00 todo dia, sobra pouco tempo para aproveitar.
SOMIR: Já que você mesmo entrou no assunto… Esse foi um dos assuntos preferidos dos programas de fofocas suíços nos últimos tempos. Fotos suas com a prodigiosa cantora teen de músicas para velhos Mallu Magarantz pipocaram em tudo quanto é lugar. Vem cá, Mamelo… Você escolheu a Mallu por que motivo?
MAMELO: Porque a Maísa não me deu bola.
SOMIR: Hmmm…
MAMELO: Além disso, Mallu é muito madura para sua idade, eu acho um absurdo esse preconceito contra nossas diferenças. Mulher para mim é como um bom vinho: Depois que tira a rolha perde metade do valor. E quem disse que o amor tem barreiras?
SOMIR: O estatuto da criança e do adolescente?
MAMELO: NÃO É CRIME, PORRA!
SOMIR: Relaxa, Carcello, se tem grama no campo, tem jogo.
MAMELO: Esse é o meu lema. Inclusive compus uma música baseada nisso. Quer ouvir?
SOMIR: Música só sua? Usando as suas inspirações e a sua visão sobre o que é música?
MAMELO: Sim!
SOMIR: Então não. Sabe como é, eu tenho uma audiência para manter…
MAMELO: …
SOMIR: Mas não vamos deixar a peteca cair, queria finalizar a entrevista com um pingue-pongue. Eu faço uma pergunta rápida e você responde a primeira coisa que vier à cabeça, ok?
MAMELO: Ok.
SOMIR: Um livro?
MAMELO: Lolita.
SOMIR: Um filme?
MAMELO: Lagoa Azul.
SOMIR: Um ídolo?
MAMELO: Woody Allen.
SOMIR: Ok, chega. Você é um cara estranho, Mamelo. Não vou ser sentimental, como todo carnaval tem seu fim, chegamos ao fim deste programa. Mas você pode voltar outra vez… Quem sabe?
MAMELO: Adeus você.