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Adeus.

| Desfavor | | Nenhum comentário em Adeus.

Temos más notícias.

SALLY

Meus queridos, estamos com o coração apertado. Chegou o dia de dizer adeus. Não, não é mais um experimento entre os muitos que fazemos com o leitor, é sério. Desfavor se encerra hoje.

Ao que tudo indica, um texto do Desfavor foi oficialmente considerado “neonazista” e “perigoso para a sociedade” pelo Poder Público brasileiro e agora nós teremos que arcar com as consequências criminais disso.

Como já avisamos aqui dezenas de vezes, se um dia se considerasse que o blog viola a lei, fecharíamos o Desfavor, pois se o que falamos, no entendimento atual, viola a lei do Brasil, não temos o menor interesse em continuar falando. Durante 17 anos não violou. Hoje, ao que tudo indica, viola.

Nesses quase 20 anos ensinamos primeiros socorros, cobrimos a pandemia estimulando a vacinação, fizemos muitas piadas, falamos de saúde mental, fizemos incontáveis piadas com nós mesmos e demos até de receita de bolo.

Falamos sobre gatos, cães e sobre energia nuclear. Falamos sobre eleições, candidatos e vaso entupido. Te contamos o lado pouco falado de uma gestação, te ensinamos a sobreviver a desastres e falamos sobre física quântica.

Essa era a magia do Desfavor: o leitor sabia que podia encontrar um texto sobre qualquer tema cada manhã. Um blog sobre tudo, sem nichos, com a intenção de sempre induzir o leitor a pensar por conta própria, a formar suas convicções, a trazer novos pontos de vista, a exercitar sua cabeça.

Eu entendo que nem todo mundo compreenda nossos experimentos, mas dizer que o Desfavor é neonazista… É realmente muito complicado. Até porque fizemos diversos textos criticando esse tipo de grupo e o nazismo no geral e por esses textos críticos já fomos até ameaçados por eles. Quem é leitor sabe que se tem um pessoal que não gosta da gente, são os neonazistas.

Infelizmente não dá para continuar quando a proposta dos nossos textos não é compreendida e quando a resposta para isso é um processo criminal. É nesse ponto que chegamos. Reflitam.

E para aqueles que estão comemorando (todo mundo tem seus haters, né?), pensem melhor. Um dia o que aconteceu com a gente, de ser tirado do contexto e punido, pode acontecer com você.

Quem quiser manter contato com a gente, por favor deixe qualquer e-mail nos comentários. Esclarecemos que nenhum leitor está sob risco, nós jamais aprovamos nenhum comentário que consideramos criminoso.

Mesmo assim nenhum comentário será aprovado neste texto, para preservar quem não quer ter seu e-mail exposto público por zelar pela sua privacidade, então, seus e-mails não serão vistos. Obrigada a todos por esses 17 anos maravilhosos, todos vocês nos acrescentaram muito.

Em contrapartida, espero que o Desfavor tenha acrescentado coisas boas à vida de todos. Impossível que, com a variedade de temas que temos, não tenha ao menos um texto que beneficie a pessoa aqui.

Foi bom estar com vocês, amigos. Queria dar um “até breve”, mas é “adeus” mesmo.

SOMIR

A gente tentou se comunicar da melhor forma que poderíamos, tentou explicar nossas ideias sobre como podemos ser melhores e viver num mundo mais justo sem extremismo e radicalismo, mas esse não é o momento para se expressar assim no Brasil.

17 anos falando sobre tudo, de temas banais, ciência, tecnologia, política, história, cultura e religiões do Brasil e do mundo, além de um grande foco em relações humanas… para a gente já deu. Vamos parar com o Desfavor porque a forma como queremos contribuir, tentando escrever de formas diferentes e surpreendentes… virou crime.

E se virou crime, não queremos mais. A gente queria discutir, trocar ideias, até mesmo brigar um pouco com quem pensa diferente. Mas a lei do Brasil não quer mais isso, e como sempre pregamos na nossa história: quando não te querem mais, pega suas coisas e vá embora com a sua dignidade.

E se você não acredita, daqui a alguns dias, semanas ou meses vai. Mataram nosso amor pelo projeto (mas não por vocês, vamos dar um jeito de ficar em contato). Para quem esteve junto com a gente nesse tempo todo, nosso agradecimento, vocês fizeram isso aqui ter graça enquanto teve graça.

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