Ele disse, ela disse: Quero ver você olhar para trás…

Desfavor 2010: A mesma merda.
Neste ano o desfavor começa efetivamente com suas semanas temáticas. O que são semanas temáticas? Semanas… com… temas… suas antas.

A primeira semana de cada mês vai ter um assunto geral sobre o qual todas as colunas vão tratar. Não poderíamos começar de outra forma: Semana Escatológica.

SAAALLLY! VEEEEM VEEEEERRRR!!!

Recomeçamos os textos diários com um assunto para o qual muitas pessoas torcem o nariz: Olhar ou não a própria obra(da) depois de completar sua arte barroca pintando a porcelana. Somir acha natural, Sally acha um nojo. E vocês, leitores, estão convidados a dividir suas opiniões sobre tão nobre assunto.

Tema de hoje: Olhar ou não a merda?

Não consigo entender o motivo pelo qual minha CARA fica tão dramática quando o assunto é esse. Ninguém está falando de tocar, cheirar ou lamber a merda. É uma inocente olhada. Se o tema de hoje fosse “Lamber ou não a merda?” eu estaria ao lado dela defendendo o mesmo horror pelo ato.

A visão, além de ser nosso sentido mais importante, é o que menos nos compromete. Você pode olhar praticamente para qualquer coisa sem entrar em contato ou sofrer as conseqüências pela absorção da informação. No caso em questão, isso faz muita diferença no quesito honestidade dos textos de hoje.

Eu digo que olho a minha merda depois de tudo terminado. Não digo que fico fascinado por horas ou que tiro fotos. (Só uma vez… Era a CARA do Eddy do Iron Maiden. Juro!) E isso eu poderia simplesmente negar em público. Quem poderia provar o contrário? Não sei quanto a vocês, mas eu tenho esse hábito de cagar sozinho que carrego desde a infância. Crime perfeito. É tão natural e tão fácil de negar depois… Mas, suponhamos, apenas pela argumentação, que minha CARA e várias outras pessoas (mulheres) não olham mesmo para seus produtos da multiplicação intestinal.

Isso é sinal de algo muito mais sério. O motivo pelo qual a sociedade humana é primordialmente patriarcal. Um homem se orgulha de qualquer merda que faz. Um homem olha seu império e sente-se realizado. Uma mulher olha seu império e procura alguém para elogiá-la por isso.

Aposto que se fosse natural que os banheiros fossem abertos e todos pudessem ver as merdas dos outros, as mulheres se matariam para fazer os cocôs mais bonitos e receber atenção por isso. Já que não podem alimentar seu vício incessante por aprovação com suas funções intestinais (Bom, tem a Veronica Moser… Mas deixemos isso para outra vez.), muitas mulheres inclusive dizem que não cagam.

O orgulho pelas realizações, mesmo aquelas que não serão elogiadas por outras pessoas, é o que faz dos homens os grandes líderes e inventores da história. Se não fosse o impulso masculino de contemplar e esfregar na cara dos outros coisas que nem sempre cheiravam bem para o público geral, estaríamos, na melhor das hipóteses, cagando atrás de moitas hoje em dia.

Coragem para lidar e se responsabilizar pelas merdas que faz. Olhar a própria merda não é apenas uma forma de catalogar os resultados de diferentes tipos de comida na composição bostal, é acima de tudo a força de vontade de encarar uma parte de você que você não mostra para outras pessoas. (Ok, eventualmente… Se for tipo rabo-de-macaco, é engraçado chamar sua namorada para ver. Faça com parcimônia. Se ela se acostumar, vai parar com a cara de horror e vai perder a graça.)

Eu pergunto isso para você, leitor ou leitora: Você aceita suas merdas ou fica tapando os olhos para se enganar? Você já fez alguma coisa que julgava interessante mas teve vergonha de mostrar para outras pessoas?

Olhar a própria merda é um traço primal de criatividade e auto-confiança. Novamente, não defendo uma análise aprofundada, beirando a coprofilia, e sim o fim dessa dramatização exacerbada. Somos humanos, cagamos. As mesmas pessoas que dão P.T. num banheiro podem pintar a Capela Cistina. As pessoas mais eruditas e finas do mundo cagam.

Higiene se faz com atos e não com bloqueios psicológicos “em público”. O próprio ato de cagar é infinitas vezes mais repugnante do que o ato de olhar para a obra pronta antes de dar a descarga. Vejam bem: Não olhar para a privada ou para o papel (sim, tem quem não olhe o PAPEL!!!) cria o ambiente ideal para freadas. Tanto na porcelana como no tecido. É importante saber a hora que a ordem e a limpeza foi restabelecida.

Eu sei que basta comer bem para não deixar freadas em lugar algum. Mas que atire a primeira pedra quem nunca soltou um “grudento” depois de uma churrascada! Se você for mulher, sugiro que olhe com ainda MAIS cuidado para os conteúdos da privada, já que vocês ficam mais encabuladas quando confrontadas com suas inevitáveis cagadas pela vida. (E não podem usar a arma de limpeza de freadas em privada que os homens usam…)

Aceitar sua humanidade (e inevitável “nojeira” que vem junto no pacote) não vai te tornar uma pessoa porca. As pessoas mais suscetíveis a um problema são justamente as que o ignoram.

Fechar os olhos não vai fazer o cheiro sumir.

Para me chamar de porco só para fingir que leu meu texto, para me parabenizar por conseguir achar uma linha machista para o texto, ou mesmo para me mandar à merda: somir@desfavor.com


Feliz Ano Novo! Sorriam, o Desafvor de 2010 está UMA MERDA! Bem vindos à nossa semana escatológica!

No clima de merda, começamos a semana com um Ele Disse, Ela Disse polêmico: olhar a merda antes de dar a descarga? Um tema fascinante e de uma profundidade enorme. O que seria da vida de vocês sem o Desfavor?

Devo começar dizendo que este texto deve ser lido com bom humor. Aliás, todos os textos do nosso blog devem ser lidos com bom humor. Mas, como sempre tem um ou outro que nos levam a sério, não custa começar o ano avisando. Disto isto, vamos ao tema em si.

Acho simplesmente ASQUEROSO se virar depois de cagar e ficar ali, paquerando o cocô. Não importa o que saiu, o importante é que saiu! Olhar a merda é inaceitável.

E não me venham com a desculpa de que é importante checar se está tudo bem com suas fezes. Pelo amor de Deus, ninguém aqui é médico (merdólogo?). Ficar conferindo excrementos e fluidos corporais é desnecessário e desagradável. Ou por acaso vocês dão um confere no lenço depois que assoam o nariz? Ou pior, tiram meleca com o dedo e ficam olhando? Não existe nenhuma doença que dê apenas sintomas na aparência das fezes. Você não precisa ficar secando o cocô para estar atento à sua saúde.

Sabe gente que saca dinheiro do caixa 24h e depois tira o extrato para ver se o dinheiro foi efetivamente debitado? Olhar o cocô é o mesmo tipo de imbecilidade. Você SABE que saiu, porque merda (sem trocadilhos) tem que confirmar?

Algumas pessoas (bizarras) como o Somir tem orgulho de qualquer coisa que venha de si, inclusive merda. Daí fica paquerando o cocô depois de cagar, e eventualmente até tenta mostrar sua obra barroca para terceiros. Isso quando não apelida: “Caguei um rabo de macaco”. Sério, o objetivo só pode ser chocar, tirar onda de exótico ou de excêntrico. Não há utilidade prática em olhar a merda. É bizarrice pura.

Sem contar que muitas vezes quando as pessoas se limpam e jogam o papel no vaso (se você joga o papel na lixeirinha é um porco, deixar papel sujo de merda acumulando é o fim do mundo) ele acaba por cobrir a bosta e não tem como dar aquele manjadão no cocô. A menos que a pessoa seja doente o suficiente para mover o papel em busca de sua obra. E acreditem, eu conheço quem o faça.

Qual é o benefício de olhar a própria merda? E olhar tão de perto! Só de falar no assunto já estou tendo um colapso estético! Não é frescura, é questão de bom senso. Merda não é uma coisa agradável, ao menos não para pessoas normais. Porque se sujeitar a ficar manjando merda várias vezes ao dia? Ou ainda várias vezes na semana, para quem tem prisão de ventre? Quem faz isso tem medo de que? De cagar o cérebro? E se cagar o cérebro, vai fazer o que? Pegar e colocar pra dentro novamente?

E quando a pessoa é tão descompensada da cabeça que, não contente em manjar a bosta, ainda dá uma manjadinha no papel que se limpou também? SOCORRO! Só falta cagar e esfregar a bunda em um jornal no chão, que nem cachorro quando quer se limpar! PORQUE, SENHOR, PORQUE?

Daí vem um povo hippie e diz que merda é natural, que vem da gente, que não devemos ter nojo. E vem as mães histéricas dizer que é bom que eu me acostume com a merda porque vou limpar merda do meu filho dez vezes por dia. E vem os homens e dizem que eu sou fresca, que merda não tem nada de mais. Eu respondo: lógico que se fosse uma coisa que eu TIVESSE que fazer, eu faria. A questão não é essa. Eu não estou dizendo que as pessoas devem ser incapazes de olhar suas merdas. Estou dizendo que o que me causa estranhamento é o olhar POR OPÇÃO!

Se você, como a Madame acima, conta quantos grãos de milho tem na sua bosta, desculpe, mas tem tempo sobrando na vida. Vai fazer caridade. Vai ler para criancinhas com câncer. Use seu tempo de uma forma mais produtiva e mais saudável! Você não ganha nada olhando e analisando a sua bosta. Mas perde tempo de sua vida e perde dignidade. Principalmente se gritar “Saaaally! Vem ver o tamanho desse tolete! Parece um braço!”. Aff

Nunca escondi isso de ninguém: eu odeio cagar. Sempre odiei. Eu acho que pessoas bonitas não deveriam cagar. Eu acho indigno cagar. Quando cago eu me lembro que sou bicho. Rezo pelo dia em que o ser humano aproveitará tudo que ingere e evoluiremos até o ponto do buraco do cu fechar por falta de uso (o que aliás, me pouparia de outros problemas, mas deixa pra lá). Como infelizmente isso ainda não aconteceu e acredito que não vá acontecer, tenho que passar por essa experiência indigna e antiestética que é cagar. E quero passar da forma mais rápida possível, sem muito contato com a merda.

Sinto muito por quem confunde as coisas e acha que porque elas são naturais não podem ser chocantes ou desagradáveis. Peidar é natural e nem por isso a gente cheira o peido com prazer nem sai peidando por aí. Vomitar é uma coisa natural e nem por isso a gente fica olhando o vômito. Como estes, posso dar diversos outros exemplos: cera de ouvido, meleca e qualquer secreção corporal desagradável não devem ser objeto de análise. Ou por acaso você escarra no chão (porco imundo!) e depois vai dar um confere para ver se ta amarelinho ou esverdeado?

Podem chamar de fresca, podem chamar de mal resolvida e podem chamar de maluca. Acho coisa de gente dodói da cabeça ficar divagando debruçado no cocô depois que acabou de obrar. E ainda dizem que eu sou egocêntrica! Ao menos eu não tenho a pretensão de achar que minha merda é interessante e possível objeto de análise!

Para dizer que em 2010 este blog continua a mesma merda, para dizer que em 2010 este blog está uma merda maior ainda ou ainda para dizer que está amando a Semana Escatológica mas não assume com medo da sua namorada (o) te achar infantil: sally@desfavor.com

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Comments (11)

  • Mostrar para terceiros e mover o papel para olhar é exageiro. Mas uma olhadinha rápida para conferir se está tudo certo não tem nada demais, não é pra ficar paquerando o cocô. Claro que tem que dar uma manjadinha no papel, para ver se já está limpo. E no vaso é menos nojento, imagina quando tem que colher para exame…

  • Lembro do meu irmão fazendo trabalho voluntário em um laboratório montado pela ONG em que participava em uma escola pública de uma cidade do interior.

    Como era novato, deram o maior pote de merda para ele analisar. Como o paciente era pobre, o coitado a mandou em um gigantesco pacote de DORIANA.

    Hoje em dia, ele só come manteiga…

    Suellen

  • Ué, Sally, mas não temos que conferir se a descarga faz seu trabalho direitinho e que a bosta não volte do nada feito Michael Myers? A encarada é necessária pra que não sejam deixados rastros.

  • comecei a ler o texto do Somir e me deu um "colapso estético", como diz a Sally. mas que nooooojo olhar a própria merda.

    lica

  • Depois de limpar o rabo, a pessoa tem que jogar o papel no vaso e dar a descarga. Isso de lixeirinha é chamariz de bicho e criadouro de doenças. Quem faz isso não tem noção, as pessoas são animais e muito nojentos por sinal. Será que não estudaram que fazer coleção de papel sujo de bunda ou buceta faz mal pra saúde? Tem que mandar é pro esgosto, povo sujo!

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