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Ele disse, ela disse: Guerra Santa,

| Desfavor | | 20 comentários em Ele disse, ela disse: Guerra Santa,

Mwahahahaha!O desfavor vai comemorar 666 postagens nesta semana. E um blog tão espiritualizado como o nosso não poderia perder a oportunidade de preenchê-la com postagens especiais baixando o sarrafo na fé alheia. Nós vamos para o inferno de qualquer jeito, não custa nada fazer uma média com o chefe!

E para começar a série, Sally e Somir vão tirar a limpo uma discussão antiga sobre qual das religiões cristãs mais difundidas no Brasil (e no mundo) tem os piores seguidores. Os leitores estão convidados à danação eterna com suas opiniões.

Tema de hoje: Quem é pior, católico ou evangélico?

SOMIR

O católico, com certeza. Não me engano com o estado embrionário e caricatural da reforma protestante aqui na República das Bananas. Não vou me concentrar em quem é mais chato, porque a crentalhada ganharia de goleada, o cerne da questão é qual fiel cristão faz mais mal para o mundo no qual vive.

O fato de que os países mais desenvolvidos do ponto de vista social são protestantes ou não-religiosos diz muito sobre o papel do catolicismo no desenvolvimento de uma nação. Não é uma coincidência, é um padrão. Religiões centralizadoras, ritualistas e intrusivas como a católica funcionam como uma âncora na evolução intelectual e econômica dos países onde tem poder.

O Brasil deve muito do seu atraso social à blindagem intelectual que a poderosa ICAR conseguiu manter aqui. A “ética protestante” passou longe dessas bandas.

O católico responde à uma instituição cuja mecânica de funcionamento existe apenas para aumentar seu próprio poder e riqueza. Não é à toa que a ideologia católica enxerga individualidade como algo horrível: Existe uma grande estrutura centralizada para acumular a riqueza dos fiéis coagidos a ceder o fruto do seu trabalho pessoal.

Isso deixa uma população ignorante e empobrecida. A estratégia católica é tão poderosa que já conseguiu reverter a evolução social humana por séculos na Idade Média (não é chamada de Idade das Trevas também por causa da falta de iluminação pública…).

Ou seja: A Igreja Católica acumula riquezas de forma centralizadora piorando a qualidade de vida do mundo ao seu redor. Como se fosse um enorme tumor maligno enfraquecendo o seu hospedeiro.

Isso começou a ficar tão na cara que nem mesmo o medo de ser mandado para o inferno (ou uma fogueira) impediu uma grande revolução religiosa: A reforma protestante. Independentemente das intenções (nobres ou não) das pessoas que a realizaram, o resultado foi excelente. Ao invés de uma estrutura de poder único, a separação em núcleos menores, com relativa liberdade de dissidência.

E essa é a jogada que muda tudo. Não dá mais para os cristãos focarem em ignorância e pobreza de seus fiéis, o lucro da exploração não vai mais para a mesma fonte. Começa então uma “saudável” disputa mercadológica! O núcleo protestante que conseguir enriquecer seus participantes lucra mais.

A ignorância ainda é incentivada, mas a pobreza é um péssimo negócio. (Weber não se arriscou explicando essa parte…)

Surge aí uma diferença de mentalidade valiosa: Enquanto os católicos ainda enxergam acúmulo de riqueza como algo errado, os protestantes percebem que há muitas vantagens em não viver em função do enriquecimento alheio.

O melhor disso é que a longo prazo essa mentalidade é um verdadeiro tiro no pé da religião. Mais dinheiro permite que os fiéis estudem mais, permite que seus descendentes venham a esse mundo com maior propensão a pensar de forma crítica, e NADA é mais erosivo para a religião do que desenvolvimento intelectual.

Já temos vários países europeus que realizaram esse processo até o fim. Sabem os países com os maiores índices de desenvolvimento humano do planeta? Pois é.

Quando olhamos para o nosso país e vemos o papel RIDÍCULO das igrejas evangélicas, estamos vendo um processo de transição. A ignorância monstruosa incentivada pela Igreja Católica ainda faz os evangélicos parecerem um bando de retardados. Mas a “sementinha do bem” já está plantada. Uma igreja evangélica lucra mais se SEUS clientes/fiéis lucrarem mais. É um negócio como qualquer outro.

Os católicos parecem mais moderados em relação aos evangélicos, mas a verdade é que a estrutura católica permite movimentos coordenados, a evangélica não. A CNBB pode pressionar o governo para cumprir seu objetivo de piorar a vida das pessoas (aquilo sim é a liga do mal!). As igrejas evangélicas estão muito mais ocupadas defendendo interesses financeiros que por definição são conflitantes com os de outras igrejas evangélicas.

Não adianta só evangelizar, tem que evangelizar para a SUA igreja. Senão o lucro vai para o concorrente! E isso é ótimo! Não basta apenas dizer que vai salvar do inferno, tem que agradar o consumidor. Se uma igreja diz que tem que usar saia comprida e não depilar a perna, logo aparece outra que permite. Vai ser impossível para apenas um grupo de safados controlar toda a população. Crente não assume o poder de verdade. É a auto-regulamentação do mercado mostrando seu poder.

Crente muito exagerado encontra um limite de popularidade que simplesmente impede que ele consiga impor sua visão ridícula das coisas sobre a população em geral. Não é à toa que a igreja evangélica mais poderosa do Brasil é gerida por um safado que abre as pernas para qualquer coisa que renda dividendos. E o povo em geral não quer viver numa versão cristã do Talibã.

A hipocrisia evangélica é mais útil para um povo que a hipocrisia católica. Sem contar que a transição de catolicismo para protestantismo é um caminho para a diminuição da religiosidade geral de um povo.

É aquele velho caso de “piora antes de melhorar”. Os católicos estão um passo atrás na evolução humana, mesmo que o próximo passo não seja lá muito agradável. Mas pelo menos é um caminho…

Para dizer que nem o inferno vai me aceitar agora, para reclamar que sacanear só o cristianismo é preconceituoso, ou mesmo para dizer que concorda comigo só porque os evangélicos pelo menos não apóiam a pedofilia: somir@desfavor.com

SALLY

Em primeiro lugar gostaria de dizer que acho tremendamente PAU NO CU aquela pessoa que vem polemizar e dizer que não se deve generalizar. Não se deve “absolutizar”, porque tem de tudo um pouco em qualquer grupo, mas generalizar é possível SIM, existem tendências claras que, por mais que não sejam absolutas, são tendências. Então, generalizar não é injusto, não é ignorância e não desmerece o argumento. Dito isto, apesar de ser redundante, esclareço expressamente que eu sei que existem pessoas maravilhosas católicas e evangélicas, que lidam com a religião de uma forma saudável e que a intenção não é desmerecer todos os católicos e evangélicos, e sim aqueles burros, radicais, que lidam com religião de forma doentia. Vamos pro pau…

Crente é bem pior do que católico. Começa que os católicos são mais silenciosos e crente é uma raça esporrenta. Os filhos da puta ficam berrando em microfones e fazendo o maior escândalo, o culto mais parece uma Micareta de Cristo. Não raro vejo pixado em muro de igrejas evangélicas frases como “Orem baixo, Deus não é surdo”. Além disso organizam mega-eventos congestionando o trânsito e atormentando a vizinhança com aqueles cantores bregas que só sabem cantar gritando e gemendo.

O católico lida de uma forma mais chique com dinheiro e doações. Pelo menos tem um “me engana daqui que eu dôo dali”. O clássico imortalizado pelo filme Tropa de Elite 2: Quer me foder? Pelo menos me beija antes! Isso não acontece com o evangélico. Se você é um evangélico padrão, regra geral, se comporta muitíssimo bem mas não paga o dízimo, vai pro quinto dos inferno do mesmo jeito que a gente, que também não paga o dízimo e se diverte pra caralho nesta vida. O católico ao menos tem uma liberdade relativa de escolher quando e o quanto quer dar sem ter uma punição matemática vinculada a isso. O evangélico tem que carimbar 10% do salário todo dia 05, se não vai dançar no colo do capiroto (*fazendo a dança do capiroto).

Além disso o católico não fica tentado te catequizar por aí. Talvez até tente converter um ou outro membro da família, mas esse abuso de abordar pessoas estranhas no meio da rua para convencê-las que Gezuiz vai foder com a vida delas se não entrar para a sua igreja é exclusividade dos evangélicos. Distribuir jornalzinho, dar seu testemunho, te puxar pelo braço para entrar na igreja, te acusar de ser um perdido na vida se você não for evangélico e até mesmo bater na sua casa para pregar as palavras do Senhor são atitudes típicas de evangélicos e não de católicos.

Também são mais intolerantes com diferenças religiosas. Eu já vi católicos respeitando outras crenças e até mesmo praticando outras em harmonia com o catolicismo, como por exemplo o espiritismo ou o budismo. Vai tentar fazer isso com um evangélico! Porque tem católicos que conseguem aceitar que Deus é um só, não importa o nome que você dê a ele, e atende às mais diferentes formas de prece. Os evangélicos são xiitas radicais e acham que só o Deus dele é o único e verdadeiro e todo o resto é obra do Demo (porque Desfavor é imparcial, se Deus tem que estar em maiúscula, o Demo também, não teremos favorecimentos aqui!).

Até os sacerdotes católicos eu acho mais decentes. Tudo bem, alguns são chegados numa criancinha, mas porra, pelo menos tem que fazer alguns sacrifícios para se dedicar a pregar esta religião, tem que abdicar de algumas coisas e de alguns confortos (nem que seja do abrir mão do direito de fazer sexo sem ter que se preocupar em esconder isto!). Os pastores evangélicos podem tudo, ostentam riqueza e não tem que fazer qualquer sacrifício. Sem contar que não tem que estudar nem passar por grandes preparações para virar Pastor. Podem ser fotografados em iates cheios de dinheiro e mulheres que isso não revolta seus seguidores. Podem ter até processo criminal que Kaká e todos os demais fiéis continuam apoiando. Fácil, né? Tem menos mérito que os católicos!

Também acho os evangélicos no geral mais emburrecidos que os católicos. Porque o catolicismo, bem ou mal, prega o estudo, tem um incentivo à leitura. Grandes igrejas católicas tem bibliotecas, são templos do saber (em que pese um livrinho ou outro censurado…). Se um católico quiser, ele terá livros à disposição. Evangélico tem mais é que trabalhar que nem uma mula e depois pagar o dízimo. Para virar evangélico e se converter o principal é pagar. Católicos fazem trocentos “cursos” desde criança onde estudam a fundo as mentiras que irão repetir. Evangélicos apenas tem que ter fé cega.

Católicos também lidam melhor com essa coisa estressante de pecado e suas conseqüências. São mais generosos. Cagaste no pau a vida toda? Tá bacana, se arrependa de coração e tudo vai acabar bem. Comeste a esposa do teu vizinho? Relaxa, confessa, se arrepende, reza lá a quantidade de orações que te mandarem rezar e tá tudo zerado. Já evangélico é mais implacável. Dominam os seguidores não por amor a Deus e sim por medo a Ele. Se fizer isto vai para o inferno, se fizer aquilo, vai para o inferno, tudo sempre é grave, você tem que viver pisando em ovos porque se fizer merda não é tão fácil assim ter uma segunda chance! Falam mais no Diabo do que em Deus!

Catolicismo tem uma tradição, uma história (fogueira? Oi? Se tivessem queimado judeus, a religião estaria banida e mal falada até hoje…), tem um mínimo de cultura e investimento. A religião evangélica é praticamente uma empresa! Uma máquina de fazer dinheiro com suas promessas de milagre Express. Respostas fáceis, pouca liberdade de questionamento. Não que a igreja católica seja muito democrática, mas se você sentar com um padre e começar a questionar ele vai te responder, ainda que seja te enrolando com mil mentiras (ela era virgem mesmo sendo casada e engravidou virgem? Wat). Faça o mesmo com um Pastor e veja ele começar a te ameaçar de ir para o inferno!

Até mesmo os templos em si são mais elaborados na igreja católica. Pinturas de grandes artistas (pagos com impostos arrancados do povo que passava fome, ok), ambientes personalizados e trabalhados (com o ouro e madeira que roubaram da América, mas ok). Igrejas evangélicas são frias, parecem supermercados, são impessoais, são praticamente currais de gente.

E por fim, acho que os católicos são mais tolerantes com tudo. Toleram melhor as diferenças, os erros dos outros e suas escolhas de vida. Eles costumam pensar que os outros são errados, são burros e estão vivendo errado, mas também costumam pensar que Deus vai perdoá-los se eles forem pessoas boas no final das contas. Evangélico não. Evangélico tem tesão em pensar que qualquer pessoa que discorde dele vai arder no quinto dos infernos (pois só pelo fato de discordar dele, já é garantido que não é uma boa pessoa!) e só ele vai se dar benzão no seu pedacinho do céu. Evangélicos são um câncer deste país. Já já vão eleger até Presidente da República. Vai ser uma nova forma de ditadura, a ditadura evangélica!

Pense nas pessoas famosas que são católicas e nas que são evangélicas. Quem é mais baixo nível? Pense nas pessoas que você conhece que são católicas e evangélicas… quem é menos pior?

Para dizer que hoje concorda com ambos, para dizer que a melhor igreja é o Santo Desfavor dos Últimos Dias ou ainda para dizer que carimbamos mais uma passagem só de ida para o inferno: sally@desfavor.com

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