Desfavor Convidado: Tim Minchin
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O Somir se reserva ao direito de implicar com os textos e não publicá-los. Sally promete interceder por vocês.
Um desconhecido para nós, que deveria ganhar um Nobel.
No dia 25 do ano passado, estava conferindo minha página no Facebook, e apesar de todas as coisas inúteis que vejo todos os dias por lá, consegui descobrir uma coisa incrível. Um vídeo aparentemente inocente, que se dizia uma mensagem de natal para as pessoas. No momento fiquei com o pé atrás, pois acreditei ser apenas mais uma música natalina tosca, mas notei que em sua descrição, havia a seguinte frase: “Essa música provocou a ira de cristãos na Austrália, ao ser incluída em um CD natalino beneficente. Segundo os cristãos revoltados, ela é considerada anti-cristã, ofensiva e de mau gosto.”.
Minha curiosidade foi despertada e resolvi dar uma chance. Após ouvir a música, fiquei por mais de cinco minutos em frente ao computador refletindo sobre ela, e percebi que não havia gostado. Havia amado. Aquela para mim, era a melhor, e mais sincera música sobre o natal que eu já vi.
Irei parar de falar por aqui da música, pois o meu intuito, não é falar sobre essa música em especifico, mas sim sobre a pessoa cantando e tocando o piano. Seu nome é Tim Minchin. E logo após pesquisar algumas músicas dele, eu digo agora que gostaria que ele fosse nomeado junto a Rogério Skylab, como representante cultural de nossa nação.
Tim Minchin nasceu em Northampto, no Reino Unido e foi criado em Perth, Austrália. Foi educado em uma escola cristã, e começou a tocar piano aos oito anos de idade, mas desistiu durante um tempo por não gostar. Após 3 anos parado, voltou a tocar, e acabou se formando em artes e se especializando em música contemporânea. Um início bem simplório para alguém com suas qualidades, mas as coisas ficam interessantes quando se vê suas músicas. Alguns títulos interessantes são:
“Ten Foot Cock And A Few Hundred Virgins” (Pinto de três metros e algumas centenas de virgens) onde ele ataca diretamente o Islã, e vou deixar a descrição como ele mesmo colocou em um de seus shows, “Esta é uma música que fala sobre sexo anal e Deus”.
“Fuck the Poor” (foda-se os pobres) uma música sincera e irônica sobre toda a hipocrisia da nossa sociedade, falando sobre o egoísmo incontrolável de todas as pessoas, que mesmo quando tentam fazer algo bom, no fundo, estão apenas sendo egoístas.
“I love Jesus” (Eu amo Jesus) é apenas uma pequena crítica sobre pessoas religiosas e homossexuais.
“Lullaby” (Canção de Ninar) mostra toda sua sinceridade de como é ter um filho.
“White Wine in the Sun” (Vinho branco ao sol) é sua música natalina, falando sobre o verdadeiro sentido do natal.
“Some People Have it Worse Than Me” (Algumas pessoas estão piores que eu) fala como supostamente todos deveriam estar felizes, afinal, existe gente em situações piores…
Entre vários outros títulos, destaquei estes, mas existem vários outros igualmente bons. Suas músicas são ácidas, com muito humor negro, críticas e ataques ao politicamente correto, felicidade medíocre, sociedade e religião. Algumas de suas músicas são exclusivamente de humor, mas praticamente todas, tem uma mensagem onde mentes desenvolvidas, conseguem perceber toda ironia e inteligência por trás de suas letras.
Podemos falar também de sua aparência em shows. Cabelo todo desarrumado, lápis no olho, as vezes lentes no olhos, blazer e descalço. Sua aparência excêntrica, junto com sua habilidade de passar o sentimento das músicas, ou de seus discursos, com suas expressões “psicopatas” e irônicas lhe concedem uma aura que não deixa abertura a não simpatia.
Mais um destaque de seus vários trabalhos, é a animação “Storm” (tempestade). Essa é uma obrigação, que todas as pessoas com mais de dezesseis anos, deveriam assistir. Deveria ser exibido em grandes cinemas antes de cada filme, para lembrar as pessoas sobre a realidade, e o racionalismo.
Vale ressaltar também sua habilidade como cantor e pianista. Depois de ouvir várias de suas músicas, ele se tornou para mim, uma das vozes mais bonitas de todas, combinada com suas excelentes habilidades no piano, lhe fazem um músico de ponta. Em um mundo onde desgraças sonoras como Justin Bieber, Restart, Michel Teló entre outros imperam, nada mais justo do que aparecer um gênio, que eu espero que componha muitas músicas, e que tenha muito sucesso. Infelizmente, Tim Minchin é uma jóia desconhecida, principalmente na Suíça. Com um povo ignorante igual ao suíço, não é à toa. Fico pensando se um tipo de artista como ele nascesse na Suíça. Provavelmente iria fugir para o mais longe possível desse povo símio que ainda vive em uma política da idade média.
Para sorte de todos nós, da República do Desfavor, uma alma caridosa postou vários vídeos do Tim Minchin no Youtube, com legendas em português, para que todos consigam entender o que ele está falando. Inclusive, ainda ajudou os analfabetos funcionais, explicando várias ironias, como por exemplo na música “Prejudice”(preconceito), onde Tim Minchin usa uma palavra para descrever uma situação, quando na verdade, ele está falando sobre outra.
Mas de qualquer forma, estou deixando aqui essa dica para todos do Desfavor, pois é algo que se você não gostar, você tem péssimo gosto, e eu só posso sentir pena. Digite no Youtube “Tim Minchin legendado” e seja feliz. Junto com isso, gostaria de pedir a nossos queridos lideres que dêem cidadania ao Tim, lhe deixando um link para sua pagina oficial, pois acho que todos deveriam ser obrigados a ouvir suas músicas, antes de poderem ser considerados cidadãos.
Um abraço a todos,
Pedro Campolina – BH – MG
Pedro, gostei muito do seu post. Não conhecia esse comediante/cantor/compositor e adorei – tanto a mensagem, quanto a performance dele (acho que o olhar psicopático me conquistou em definitivo…). Vou assistir a outros vídeos e obter mais informações. Obrigada pela dica, abriu meus olhos!
P.S.: Seria ótimo se ele viesse ao Brasil ! OREMOS ! (há)
Eu nunca poderia morrer sem conhecer esse cara!!! Valeu Sally!!
OBS: De uma maneira estranha fiquei perdidamente apaixonada por ele! Céus ! Como eu queria dar uns amassos nesse cara!
Nossa…. que cara estranho…
Parece uma mistura de Francisco Cuoco e o Bento Carneiro, o vampiro brasileiro!!
Nessas horas, que percebemos o quanto a Internet é valiosa. Excelente indicação, Pedro!
Obrigado :)
Se eu achar mais alguma interessante por ai que valha a pena, mando para o desfavor :)
Enjoy!
Só conhecia a música de Natal, agora verei as outras.
Eu sempre digo que religião é um mal necessário, memso porque é uma forma mais fácil de informação e certa moral, pra chegar nas pessoas.
A ciencia, certos aspectos culturais, livros e filosofias, não chegam tão fácil a tanta gente como a religião, que por isso acaba sendo necessária como falei.
Em contrapartida, as músicas deste cara fazem o ‘ateismo’ (sic) chegar muito fácil e diluido para as pessoas. Necessário.
Caray, vou falar uma coisa. Se tem algo que é bacana na Internet é topar com pensamentos que você nunca teria e que te assombram. Concordo totalmente com o Hugo sobre a religião ser um mal necessário. Mesmo porque, algo que tanta gente gosta e segue tem que ter algo de bom…
E aqui no Desfavor vem em dobro, estava aqui pensando quem o Minchin me lembrava quando a Bruna me salvou “BeetleJuice!!!!” Espetacular!!! Cultura (in)útil é aqui !!!
Vou assistir com calma depois…valeu!
Sei lá, as minhas opiniões sobre o Tim Minchin já foram esgotadas nas conversas com o Pedro. Eu só reitero aqui que é uma gratificação (o que, numa sociedade normalmente funcionando, não seria) poder ouvi-lo sem censura, sem resguardo, numa época em que deus sabe o crescimento do moralismo: Rafinha Bastos é herege.
Então isso é uma coisa que me faz respeitar o Tim e o país dele em si. Que por mais que a Austrália tenha boicotado o cd natalino com a música “White Wine In The Sun”, já está em um patamar mais elevado que o Brasil da Dilma.
Em relação a ele, juntando as expressões faciais impagáveis, as letras mais que afiadas, a alfinetada em assuntos os mais polêmicos impossíveis, críticas ácidas, as roupas excêntricas, performances ‘on stage’, habilidade nata com o piano e o carisma e empreendimento em ser o mais sincero possível nas composições, o Tim consegue ser um artista memorável pra mim.
fantástico!! Tim Minchin representa bem o Desfavor, assim como o Skylab.
The Good Book é uma das minhas favoritas, assistam lá, gente!
Eu conheci essa “White Wine in the Sun” cantada pela Kate Miller-Heidke, que acho que foi a versão que causou tanta controvérsia no cd natalino, mas não conhecia essa outras. Estou realmente impressionado, o cara é brilhante.
Coincidência total, nas últimas semanas eu não tenho parado de ouvir Tim Minchin!
Muito boa a descrição do artista.
Torço para que todos que passem por aqui ouçam as músicas, e o “poema” (sei lá qual é a claissificação correta) STORM que é, como você mesmo citou, uma das obras primas dele..
“Science adjusts its views based on observation, faith is the denial of observation so belief
can be preserved”.
“Storm”, pra mim, aos moldes que foi feito, deveria servir como desenho educativo nas escolas. Porque a incitação à busca pelo conhecimento científico, conhecimento observável, é explorada pelo Minchin nessa obra. E é uma alternativa justa pras crianças (não só elas, claro) que têm que crescer nesse meio que aliena dizendo sobre o horóscopo do mês.
O que vcs acharam o primeiro estupro televsionado ao vivo no BBB Brasil ?
Não falamos sobre BBB aqui.
Chegamos à conclusão que existem muitos lugares fazendo a cobertura e muitos lugares falando mal, mas quase nenhum lugar que seja BBB Free. Aqui promovemos ausência total de BBB, porque achamos que é a maior prova de amor que podemos dar ao leitor.
Como envolve assunto jurídico, sinto-me no dever de dizer que não houve estupro algum, cuidado com as suas palavras.
Eu instalei a extensão pra bloquear BB no facebook. Sorte não precisar aqui…rs
Quanto ao ‘estupro’, Estava conversnado com minha muié sobre isso. Não cheguei a conclusão alguma, mesmo porque nem quis ver o video. Mas eu disse pra ela que se ela beber e deitar na minha cama com pouca roupa eu não vou perdoar não.
Vontando a programaçaõ normal.
Observe eu não me importar com o que acontece no BBB…
COMUNICADO: Me reservo o direito de banir por longos períodos de tempo quem ficar pentelhando com esse assunto de pobre.
Nuss, mas esse cara escreve tão no estilo Desfavor que eu nem tinha reparado que não era de vcs até ler no final a autoria.
Legal, gostei do texto. Os brazukas tem que começar também a compor musiquinhas fudendo o Natal, tá mais que na hora.
Sally e Somir, acredito que vocês tenham pesquisado um pouco sobre ele. Gostaria de saber a opinião de vocês :)
E obrigado por postar, acredito estar contribuindo para uma melhor educação cultural em nossa republica ;0
Sou fã do cara desde que vi Storm pela primeira vez. Eu esperava que ele parecesse menos hippie fedido, mas as aparências estão aí para nos enganar…
E, porra, Prejudice é muito engraçada.
Ele é foda demais. Peguei alguns shows dele, achei muito legal.
Vou deixar mais uma dica dele: http://www.youtube.com/watch?v=z-B-pzP3E9I&feature=related
Muito bom também ;)
Li, assisti o video (e assistirei outros) e concordo que o cara seja muito bom mas não gostei do seu ultimo paragrafo. Universo umbigo? “Se você não gostar você tem péssimo gosto”? Hum, ta parecendo um religioso.
Ah, e do vídeo do Storm.
Well. Isso é um sopro gelado de verdade nua e bela. Gostei particularmente da música de natal.
Phill, o Pedro (autor do artigo) é particularmente apaixonado com essa música, por ela ser um verdadeiro depoimento sobre o que é o natal de fato (na verdade, o que o espírito natalino deveria ser) e o que nós devemos passar a cultivar que não tenha nada a ver com ceia natalina, presentes, hipocrisia inerente à época. Música natalina na mesma leva e na mesma qualidade não há.
Tim Minchin é incrível! Eu conheci quando um amigo me mandou o vídeo de “So Rock” e eu adorei a introdução. Depois, ele ganhou a minha atenção com as músicas anti-religião (principalmente The Pope Song) e quando eu vi Storm, eu tive de admitir que tinha virado fã.
Ainda vou em um show dele!
Eu aqui, num domingo que tinha tudo pra ser chato, rindo muito de cada uma das músicas dele.
obs: mandando o link das músicas para “certas pessoas”…
Beetlejuice! Ele existe mesmo!
Tentando ver o vídeo pelo celular mas tem cara de que vou adorar este cara… posto depois minhas impressões sobre o Beetlejuice. xD
25 do ano passado, não seria dia 25 do mês passado?