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Desfavor Convidado: Tim Minchin

| Desfavor | | 29 comentários em Desfavor Convidado: Tim Minchin

Desfavor Convidado é a coluna onde os impopulares ganham voz aqui na República Impopular. Se você quiser também ter seu texto publicado por aqui, basta enviar para desfavor@desfavor.com.
O Somir se reserva ao direito de implicar com os textos e não publicá-los. Sally promete interceder por vocês.

Um desconhecido para nós, que deveria ganhar um Nobel.

No dia 25 do ano passado, estava conferindo minha página no Facebook, e apesar de todas as coisas inúteis que vejo todos os dias por lá, consegui descobrir uma coisa incrível. Um vídeo aparentemente inocente, que se dizia uma mensagem de natal para as pessoas. No momento fiquei com o pé atrás, pois acreditei ser apenas mais uma música natalina tosca, mas notei que em sua descrição, havia a seguinte frase: “Essa música provocou a ira de cristãos na Austrália, ao ser incluída em um CD natalino beneficente. Segundo os cristãos revoltados, ela é considerada anti-cristã, ofensiva e de mau gosto.”.

Minha curiosidade foi despertada e resolvi dar uma chance. Após ouvir a música, fiquei por mais de cinco minutos em frente ao computador refletindo sobre ela, e percebi que não havia gostado. Havia amado. Aquela para mim, era a melhor, e mais sincera música sobre o natal que eu já vi.

Irei parar de falar por aqui da música, pois o meu intuito, não é falar sobre essa música em especifico, mas sim sobre a pessoa cantando e tocando o piano. Seu nome é Tim Minchin. E logo após pesquisar algumas músicas dele, eu digo agora que gostaria que ele fosse nomeado junto a Rogério Skylab, como representante cultural de nossa nação.

Tim Minchin nasceu em Northampto, no Reino Unido e foi criado em Perth, Austrália. Foi educado em uma escola cristã, e começou a tocar piano aos oito anos de idade, mas desistiu durante um tempo por não gostar. Após 3 anos parado, voltou a tocar, e acabou se formando em artes e se especializando em música contemporânea. Um início bem simplório para alguém com suas qualidades, mas as coisas ficam interessantes quando se vê suas músicas. Alguns títulos interessantes são:

“Ten Foot Cock And A Few Hundred Virgins” (Pinto de três metros e algumas centenas de virgens) onde ele ataca diretamente o Islã, e vou deixar a descrição como ele mesmo colocou em um de seus shows, “Esta é uma música que fala sobre sexo anal e Deus”.

“Fuck the Poor” (foda-se os pobres) uma música sincera e irônica sobre toda a hipocrisia da nossa sociedade, falando sobre o egoísmo incontrolável de todas as pessoas, que mesmo quando tentam fazer algo bom, no fundo, estão apenas sendo egoístas.

“I love Jesus” (Eu amo Jesus) é apenas uma pequena crítica sobre pessoas religiosas e homossexuais.

“Lullaby” (Canção de Ninar) mostra toda sua sinceridade de como é ter um filho.

“White Wine in the Sun” (Vinho branco ao sol) é sua música natalina, falando sobre o verdadeiro sentido do natal.

“Some People Have it Worse Than Me” (Algumas pessoas estão piores que eu) fala como supostamente todos deveriam estar felizes, afinal, existe gente em situações piores…

Entre vários outros títulos, destaquei estes, mas existem vários outros igualmente bons. Suas músicas são ácidas, com muito humor negro, críticas e ataques ao politicamente correto, felicidade medíocre, sociedade e religião. Algumas de suas músicas são exclusivamente de humor, mas praticamente todas, tem uma mensagem onde mentes desenvolvidas, conseguem perceber toda ironia e inteligência por trás de suas letras.

Podemos falar também de sua aparência em shows. Cabelo todo desarrumado, lápis no olho, as vezes lentes no olhos, blazer e descalço. Sua aparência excêntrica, junto com sua habilidade de passar o sentimento das músicas, ou de seus discursos, com suas expressões “psicopatas” e irônicas lhe concedem uma aura que não deixa abertura a não simpatia.

Mais um destaque de seus vários trabalhos, é a animação “Storm” (tempestade). Essa é uma obrigação, que todas as pessoas com mais de dezesseis anos, deveriam assistir. Deveria ser exibido em grandes cinemas antes de cada filme, para lembrar as pessoas sobre a realidade, e o racionalismo.

Vale ressaltar também sua habilidade como cantor e pianista. Depois de ouvir várias de suas músicas, ele se tornou para mim, uma das vozes mais bonitas de todas, combinada com suas excelentes habilidades no piano, lhe fazem um músico de ponta. Em um mundo onde desgraças sonoras como Justin Bieber, Restart, Michel Teló entre outros imperam, nada mais justo do que aparecer um gênio, que eu espero que componha muitas músicas, e que tenha muito sucesso. Infelizmente, Tim Minchin é uma jóia desconhecida, principalmente na Suíça. Com um povo ignorante igual ao suíço, não é à toa. Fico pensando se um tipo de artista como ele nascesse na Suíça. Provavelmente iria fugir para o mais longe possível desse povo símio que ainda vive em uma política da idade média.

Para sorte de todos nós, da República do Desfavor, uma alma caridosa postou vários vídeos do Tim Minchin no Youtube, com legendas em português, para que todos consigam entender o que ele está falando. Inclusive, ainda ajudou os analfabetos funcionais, explicando várias ironias, como por exemplo na música “Prejudice”(preconceito), onde Tim Minchin usa uma palavra para descrever uma situação, quando na verdade, ele está falando sobre outra.

Mas de qualquer forma, estou deixando aqui essa dica para todos do Desfavor, pois é algo que se você não gostar, você tem péssimo gosto, e eu só posso sentir pena. Digite no Youtube “Tim Minchin legendado” e seja feliz. Junto com isso, gostaria de pedir a nossos queridos lideres que dêem cidadania ao Tim, lhe deixando um link para sua pagina oficial, pois acho que todos deveriam ser obrigados a ouvir suas músicas, antes de poderem ser considerados cidadãos.

Um abraço a todos,
Pedro Campolina – BH – MG

Comentários (29)

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