Eleição americana.

O resultado das eleições americanas costuma ser apertado naturalmente por causa do sistema de colégio eleitoral. Mas isso não impede que muita gente tente prever. Sally e Somir entram nesse jogo enquanto o palpite ainda tem algum valor. Os impopulares votam, mesmo que não conte.

Tema de hoje: quem vai vencer a eleição americana, Trump ou Biden?

SOMIR

Biden. Repito a opinião de boa parte dos especialistas locais e reflito a previsão feita pelas pesquisas de voto, mas não estou me baseando só nessas informações. Afinal, em 2016 tudo isso deu muito errado e Trump pegou praticamente todo mundo de surpresa com a vitória. É de se esperar que tenham aprendido alguma coisa com o olé que levaram do público americano quatro anos atrás, mas também não é questão de botar a mão no fogo pela precisão da narrativa empurrada pela grande mídia de lá.

A eleição americana é sempre muito complicada de prever apenas por pesquisas de intenção de voto, afinal, o voto não é obrigatório e nem todo voto direto tem o mesmo peso. Tudo vai depender de quem votar e onde essa pessoa está. Se os EUA fossem como o Brasil no sistema de votação, por maioria simples, a vitória de Biden seria certeira. E considerando as mudanças demográficas pelas quais o país passa (vulgo latinização) é bem provável que o Partido Republicano nunca mais conseguisse eleger um presidente.

Mas por enquanto, a disputa ainda é emocionante. Como já disse várias vezes, nos EUA, a mídia é muito mais explícita sobre suas preferências políticas. Especialmente nessa última década. Por isso, é complicado ler as notícias de lá e achar que está coletando informações imparciais. A grande maioria da indústria cultural americana se alinhou com o Partido Democrata, mas ainda existem muitos meios de comunicação e produção de conteúdo alinhado ao Partido Republicano. É muito complicado encontrar meios apartidários, inclusive em comunidades da internet. Por isso, toda análise é complicada por informações contraditórias de gente ativamente tentando influenciar a opinião popular.

É por isso que você deve ter em mente as informações da imprensa americana, mas não as levar muito a sério como um retrato fiel da realidade local. A mídia liberal garante que Biden vai ganhar de lavada, a mídia conservadora o exato oposto. Então, talvez faça sentido procurar um meio termo: com 2016 em mente, é provável que muita gente que vai votar no Trump esteja quietinha até agora, esperando para falar somente diante de uma urna.

Mas, se você estava acompanhando o mandato de Trump até aqui, sabe muito bem o quanto ele apanhou da imprensa. E, justiça seja feita, quase tudo por culpa dele. Até mesmo seus defensores mais ferrenhos tiveram que rebolar para justificar as declarações bizarras, a confusão institucional e a animosidade que criou com a comunidade internacional nos seus poucos anos como “líder do mundo livre”. A questão é que, talvez por pura sorte de principiante, talvez por um plano mais inteligente do que deram crédito a ele, os EUA iam bem o suficiente na economia para manter a fúria de seus detratores sob controle. E normalmente basta manter as pessoas empregadas para conseguir ser reeleito.

Só que havia um 2020 no meio do caminho. Se me perguntassem em janeiro se Trump ganharia, eu diria que sim com até alguma confiança. Mas isso não foi um ano, foi uma década. Em outubro, faltando poucos dias para a eleição (dia 3 de novembro), estamos diante de uma realidade tão diferente que Biden começa a parecer mesmo o candidato com maiores chances. Trump, assim como Bolsonaro, se viu diante de um problema complexo demais para sua cabecinha com a pandemia.

E a cada mês, as coisas se complicavam mais e mais. Covid, protestos gigantescos pelo país todo… Trump perdeu sua arma mais poderosa: a certeza do que estava fazendo. Povão, aqui ou nos EUA, gosta de líderes que parecem ter confiança absoluta no que estão fazendo, e em 2020 nenhum presidente conseguiu manter essa fachada. Normalmente tem outras coisas para demonstrar nessas horas, como humanidade, mas Trump não tem muita coisa por trás da fachada bravateira. Ele é projeção de poder 100% do tempo. Tire isso dele e é um velho laranja com cabelo bizarro.

Ele tentou recuperar essa imagem de poder no debate, mas o desespero ficou mais evidente do que planejava. Ter pegado Covid foi um golpe pesado na imagem. Até mesmo o Bolsonaro sabe se mostrar mais humano quando doente do que o Trump. O presidente americano só pareceu fraco, não gerou simpatia, especialmente depois de todo o teatrinho de voltar à Casa Branca disfarçando estar esbaforido depois de subir uma escada. Não é algo que o americano médio saiba racionalizar, mas é algo que sente.

Sem a imagem de poder, Trump está nu. Claro, estamos falando de 2020 e o número de fanáticos políticos cresceu exponencialmente, eu não acho que Trump vá ser esmagado na eleição, tem um público cativo que jamais votaria num candidato do Partido Democrata, especialmente com o acirramento da divisão política entre os partidos americanos nas últimas décadas, mas quando Trump perde muito da força que projeta na mente das pessoas, pode desanimar vários de seus eleitores junto.

A verdade é que Trump concorria contra ele mesmo. Biden é um poste sem personalidade em comparação. O povo americano estava divido em três partes: quem votaria contra Trump mesmo se o adversário fosse o Hitler, quem votaria no Trump mesmo se ele cagasse na bandeira americana, e um terceiro grupo que vota em quem passar mais segurança. Por incrível que pareça, um candidato quase gagá como Biden parece mais inteiro no momento. Eleições para presidência não são sobre propostas, são sobre a imagem que cada candidato projeta. Nesse momento, Biden faz muito bem em não chamar muita atenção, até porque o que está vazando sobre o filho dele é de arrepiar. Mas como Facebook e Twitter CENSURARAM na cara dura (mais sobre isso durante a semana) o material, ainda há um controle de danos democrata em ação.

É muito provável que não dê tempo de 2020 fazer mais uma mágica e alongar essas próximas semanas o suficiente para virar a imagem pública dos dois candidatos. Nesse momento, Trump e Biden devem ficar bem próximos na disputa, mas Biden provavelmente vai ganhar, mesmo que não seja no dia da eleição (os votos pelo correio que vão demorar para ser contados tendem a ser majoritariamente para ele).

Trump só tinha um trabalho: parecer forte e seguro. Não foi o ano dele…

Para dizer que dia 3 vem me cobrar, para dizer que ainda está esperando por uma vitória do Kanye West (eu também), ou mesmo para dizer que quem quer que ganhe nós perdemos: somir@desfavor.com

SALLY

Quem vai vencer as eleições presidenciais dos EUA, Trump ou Biden? O especialista em EUA é o Somir, portanto, minha opinião aqui é só isso, uma opinião. Provavelmente quem vai acertar é ele. Eu acho que no final das contas a vitória fica com Trump, apesar de, neste caso, minha torcida ir para o Biden.

Em tese, se a gente pensar em números, Biden tem mais votos do que Trump. Mas, o sistema eleitoral americano não funciona desse jeito. Por sinal, o sistema eleitoral americano é uma bagunça: entre outras regras duvidosas, permite que cada estado tenha regras próprias, o que, nesse caso, vai ser crucial para a confusão que vai se instaurar. Voto pelo correio? Voto presencial? Voto duplicado pelo correio e presencial? Vai dar merda.

Além disso temos uma peculiaridade que deve ser olhada com muita atenção: lá o voto não é obrigatório. Então, não adianta que 60% da população simpatize com Biden se apenas 30% se dá ao trabalho de sair de casa para votar. Por não ser obrigatório, quem costuma sair em peso para votar são os fanáticos, e calhou fanáticos serem eleitores do Trump. Então, muito cuidado com isso de que Biden está vencendo nas pesquisas.

Sim, a maioria está a favor do Biden, mas talvez não o bastante para levantar a bunda do sofá e ir votar, principalmente em meio a uma pandemia. Os casos de coronavírus não estão controlados, muita gente tem medo. Já os eleitores do Trump… talvez nem acreditem na pandemia, terão zero receio de sair para votar. São tão um clubinho que vão votar mesmo que chova canivete. Nas últimas eleições vimos registros de eleitores indo votar no Trump em meio a um tornado.

Trump desperta e alimenta esse fanatismo e fanáticos costumam ser mais engajados. Além disso, tem o fator reprovação social: em certos meios, é recriminado dizer que vota no Trump, por isso muita gente declara apoio a Biden mas, quando chega na urna, vota no Trump. Vimos isso nas últimas eleições também: Hillary com 98% de chances de vitória na boca de urna e Trump efetivamente vencendo.

Eu não sei quem vai ganhar, mas eu tenho uma certeza: essas eleições serão uma das mais tumultuadas da história do país. E, na hora de fazer tumulto, adivinha quem se sai melhor? Se Trump perder, e há uma enorme possibilidade de que isso aconteça, ele vai tumultuar as coisas até conseguir virar o jogo. Na hora da pancadaria, da manipulação, do cabo de guerra, o Laranja se sai melhor.

Ele vai atacar o voto pelos correios, não vai reconhecer a vitória de Biden, vai fazer do país um verdadeiro inferno. O final dessa história é na Suprema Corte, que é quem vai dar a última palavra, uma Suprema Corte que terá maioria a favor de Trump se a indicação dele para ocupar o lugar da juíza Ruth Ginsburg (que era anti-Trump), falecida no mês passado for aceita. Bem, ele tem a máquina na mão, não duvido que ele dê um jeito da indicação ser aceita. E aí não tem choro nem vela. Se a Suprema Corte bater o martelo e disser que Trump é o vencedor, um abraço.

Tem outro fator: Biden não se ajuda. Ele está com vantagem, tudo que ele tem que fazer é não cavar rejeição, mas, ainda assim, o tiozinho continua pintando um alvo na sua testa. Ele deve ter uns 500 anos, está visivelmente senil. Esquece nomes, esquece onde está, frequentemente aparece desorientado. E os responsáveis pela campanha dele continuam expondo o tiozinho e suas fragilidades.

Por mais gente boa que ele seja, está concorrendo ao cargo máximo de um país que é a vidraça do mundo, odiado e atacado por muita gente e que se firmou no cenário mundial por ser bélico, predador e opressor. Para esse país, ele não tem o perfil de liderança necessário. Seria bacana se o país mudasse seu perfil, mas não sei se é possível fazê-lo em tão pouco tempo.

E é aí que entra o voto não declarado. O americano sabe que no dia em que o país abaixar a guarda vem alguém tentar tomar seu lugar, sua hegemonia. Por mais que as pessoas detestem o Trump, eu suponho que detestam mais ainda a ideia do país deixar de ser o Xerife do Mundo. Vão votar no Trump morrendo de vergonha, mortificados, arrasados, mas vão.

Biden é visto como fraco, como mole, como gagá. Não sei se um povo bélico e patriota coloca seu país nas mãos dele. Acho que preferem um filho da puta repulsivo, mas que mantenha os EUA no topo. É uma escolha trágica que muitos terão vergonha de declarar.

Boa parte do que é dito é sim bullying do Trump, mas existe um fundo de verdade. Biden está caducando. Isso gera rejeição. Isso passa uma impressão de fraqueza. Ser presidente dos EUA não é uma tarefa fácil, não é uma tarefa para uma pessoa debilitada ou que não esteja com a mente afiada, com 100% de sua capacidade. Biden é a escolha certa, eticamente falando, mas para quem quer manter sua hegemonia, a melhor opção é o Trump.

Quem vota em Biden tem o microfone nas mãos: atores, jornalistas, pessoas famosas. Só que o mundo não é a sua bolha. Tem um monte de caipira, um monte de morador de trailer, um monte de gente sem voz, cujo voto vale exatamente a mesma coisa de uma celebridade de Hollywood. Se celebridade escolhesse presidente, Hillary estaria no cargo. Então, essa “febre” Biden provavelmente não corresponde à realidade.

Fazendo uma simplificação grosseira do atual cenário: quem vota no Trump é lunática e fanático, não vai mudar de ideia nem que o Trump cague em praça pública e esfregue merda na própria cara. Quem vota em Biden o faz por simpatizar com Biden ou por antipatizar com Trump. Se a coisa ficar como está, ele pode vencer. Mas insistem em expor o velho gagá e a rejeição dele pode subir muito se, em algum evento, ele fizer algo que o queime de forma mais contundente. Trump está lá, só esperando acontecer, para fazer um estardalhaço.

Exemplo: semana passada, em um ato em Ohio, Biden estava tão desorientado que Trump publicou um Meme no seu Twitter: uma foto (montagem) de Biden em uma cadeira de rodas, em uma casa de repouso para idosos, com os dizeres “Biden for President”, mas com a letra P riscada, o que deixa a frase “Biden for Resident”, insinuando que ele deveria estar em uma casa de repouso para pessoas senis. Isso é o tipo de coisa que assusta o eleitor americano, exceto uma bolha lacradora, o resto deve estar preocupado.

Repito o que disse no começo: eu gostaria que Biden ganhe, para ver o circo pegando fogo, principalmente no que diz respeito ao Brasil. Mas, não podemos permitir que nossas preferências turvem nosso discernimento. Essa eleição vai ser disputada a unha, com muita briga e baixaria e, nesse cenário, a tendência é que Trump se saia melhor.

Para dizer que não liga para quem ganhar, só quer ver a briga que vai ser, para dizer que a melhor chance de Biden é morrer e deixar a Kamala Harris concorrer com Trump ou ainda para dizer que o covid de Trump matou qualquer chance de reeleição: sally@desfavor.com

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Comments (22)

  • Tipo, é meio óbvio que a intenção dos democratas era eleger a Kamala… então por quê eles indicaram como cabeça de chapa o velhinho com Alzheimer que não fala coisa com coisa?

  • Estava apostando no Trump até descobrirem as urnas ilegais do partido dele na Califórnia tiro no pé para quem pretende contestar os votos via correios.

  • Que decadência a dos EUA, hein? É vergonhoso para o – ainda – país mais poderoso do mundo chegar ao ponto de ter como opções em uma eleição presidencial um velho caduco que parece nem saber mais onde está e um obtuso bravateiro que faz asneiras em escala industrial.

  • Eu acho que, apesar de todas as cagadas que já fez e das muitas que ainda deve fazer, o Trump leva essa. Biden não inspira confiança – talvez nem entre a meia-dúzia de democratas mais ponderados e menos lacradores – e há também a questão do “voto não declarado” no Laranjão que a Sally mencionou. Só que, seja como for, essa é uma daquelas situações em que, no fim, todo mundo sai perdendo. Mais do que qualquer outra, esta eleição americana está parecendo aquele episódio do South Park em que os meninos tinham que escolher entre um “Giant Douche” e um “Turd Sandwich”. Difícil é distinguir qual e qual….

  • Queria que o Trump perdesse, só para o Bolsonaro levar no Nabo.
    A Kamala vai assumir. Biden só candidatou para que tirassem o Trump. Ele mesmo disse que não tem mais idade, mas está fazendo isso pelo País, Pois qualquer coisa é melhor que o Trump. Ele entra como fantoche para a Kamala assumir depois.

    • Também torço pelo Biden, pelos mesmos motivos que torci pelo Trump na eleição anterior: Team Treta. Tem que entrar quem provoque as maiores mudanças e tire todos da zona de conforto.

  • Penso igual a Sally, para o posto máximo de um país odiado e com uma hegemonia a zelar, imagino que Trump dê (por enquanto) uma sensação de segurança, ainda mais agora que a China representa uma ameaça.

    • Eu acho que o americano vai votar no Trump cheio de vergonha, mas vota. Eles ainda não estão maduros para abrir mão dessa babaquice egóica de serem os chefes do mundo…

      • Nunca estarão. Mas a história já provou várias vezes que todo império, não importa quão grande ou poderoso seja, um dia chega ao fim. E, para os EUA, esse “um dia” pode estar mais perto do que se imagina…

  • Creio que o Trump leve essa. Já vimos esse filme quatro anos atrás. É muito tentador acreditar que a contenção absurdamente falha da pandemia e o fato do próprio Trump ter pego covid minariam qualquer chance de reeleição republicana. Mas o partido democrata também tem seus filhos feios: o apoio, mesmo que não totalmente verbalizado aos protestos violentos do BLM e Antifa, que incendiaram carros, casas, comércios e deixaram um rastro de prejuízos milionários por onde passaram, sem resolver em nada os problemas raciais que assolam – e sempre assolaram – os EUA. E tem essa coisa mencionada pela Sally do “voto não-admitido”: democratas criam um ambiente onde é culturalmente mal-visto ser “de direita”, ou ter ideologia não-progressista, o que meio que ajuda a levar as pessoas a não responder essas pesquisas com total sinceridade. Resultado: essas invertidas espetaculares que jogam as pesquisas de intenção de voto no lixo.

  • Apesar de achar o Trump um velho intragável, eu tenho que concordar com a Sally. Depois de assistir aquele “debate” bizarro, se eu fosse um cidadão americano eu votaria no Trump em silêncio, pois apesar dele mostrar (mais uma vez) que não consegue dialogar com quem não compra suas maluquices o Biden foi muito pior, parecia um vovôzinho prestes a urinar nas calças, não conseguia concatenar duas ideias e gaguejava a cada dois segundos. Se ele for eleito, a Kamala provavelmente vai precisar assumir a presidência e isso é uma coisa que os americanos já estão considerando.

    • Biden esquece onde está, o que esta falando, o nome da pessoa com a qual está falando… É a figura do vovozinho senil que todos conhecemos. As pessoas relutam em dar poder a um vovozinho senil.

  • Tudo depende dos zoomers, que estão se engajando mais na política. Alguns vão votar nos democratas por pautas progressistas, outros vão votar nos republicanos por “contra cultura”, mas não consigo imaginar qual desses subgrupos é maior.

  • O Tomir deveria pagar um free hugs, porque vai perder a aposta. Trumpão vai afundar o lacrador. Eu teria um desgosto profundo, se faltasse o laranja no mundo!

    • Não sabemos. Quando se trata de EUA, eu não apostaria contra o Somir, ele sabe muito mais do que eu sobre o assunto.

  • Biden leva. Apertado, mas leva.
    “E considerando as mudanças demográficas pelas quais o país passa (vulgo latinização) é bem provável que o Partido Republicano nunca mais conseguisse eleger um presidente.”
    Se isso reverberar pro resto do mundo, como é de costume, acho que a direita nem vai existir mais. A Europa ainda consegue segurar por algum tempo porque a direita e o centro andam colecionando algumas vitórias ultimamente (fonte: https://europeelects.eu/ ) e as leis de imigração e cidadania não são tão frouxas quanto as americanas, mas, assim como a “guerra cultural”, é só adiar o inevitável. Os progressistas já venceram.

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