Alerta de Tsunami: 2022

Estavam com saudades? Nem a gente. Mas o ano começa com a mesma necessidade que o ano passado: o de avisar que a pandemia não acabou e quem te disser o contrário não é seu amigo.


Reforçar uma mensagem que já deveria estar decorada a essa altura do campeonato é o Desfavor da Semana.

SALLY

Lembram do nosso combinado, de sempre passar aqui para avisar quando estamos entrando em um período ruim da pandemia? Pois é, hoje estamos aqui para dizer que estamos entrando em um período ruim da pandemia. Este é o Desfavor da Semana.

Em outras ocasiões a gente chamou esse período de “tsunami se formando”, mas quando falamos da Ômicron, vagalhão é um termo mais adequado: cresce rápido, atinge um pico enorme e depois se dissipa.

Hoje, a Ômicron representa 92% dos casos de covid-19 do Brasil, é seguro dizer que ela é a variante mais dominante. Ela foi descoberta em novembro do ano passado e em pouco mais de um mês se espalhou e dominou praticamente o mundo todo. Só não está preocupado quem não entende como uma pandemia funciona, quem tem como única meta seu umbigo: EU não quero ficar doente, EU não quero morrer.

Não, ela não é menos perigosa que outras variantes, como gostam de dizer. Nós é que estamos vacinados. Em países sem vacina, a letalidade dela não é inferior a outros coronavírus. Não me obriguem a dar o exemplo do carro blindado novamente. Então, se você tem três doses, dificilmente vai adoecer seriamente ou morrer. Mas poucas pessoas têm três doses. E nenhuma criança tem vacina.

Felizmente, veremos menos mortes nesta onda. É para isso que estas vacinas são desenhadas: para que, mesmo que você pegue, não tenha uma infecção séria. Mas o fato de existirem menos mortes não quer dizer que dê para relaxar e fingir que não tem uma onda de contágios massiva chegando. O fato de ter vacina não quer dizer que os cuidados com a pandemia podem ser deixados de lado.

Infelizmente, a maioria das pessoas ainda não entendeu que vacina não resolve a pandemia. É ótimo saber que se você pegar tem pouquíssimas chances de morrer, é simplesmente maravilhoso, mas é preciso aprender a olhar mais para frente, a menos que vocês queiram passar o resto da vida nesse vai e vem de ondas.

O Brasil está passando por uma explosão de casos, em boa parte por causa das reuniões de Natal, que nós pedimos encarecidamente que não sejam feitas em um texto no ano passado. O Rio de Janeiro, por exemplo, teve um aumento de 6.778% (sim, seis mil e cacetada) nos casos. Não vai ter tantos mortos como em 2021, mas, não vamos ser limitados, vamos pensar um pouco mais além?

O que estamos fazendo é pegar uma variante muito contagiosa e fazendo ela circular muito. Eu garanto que todos vocês conhecem ao menos uma pessoa que teve covid ou “gripe” nas últimas semanas. O vírus está circulando absurdamente e, quanto mais um vírus circula, mais possibilidade e probabilidade dele sofrer mutações. E como ele está circulando entre pessoas vacinadas, estamos dando a ele todo o treino que ele precisa para aprender a fazer um belo escape vacinal.

Não falo só do Brasil. EUA já ultrapassaram um milhão de contágios diários. Europa está com um surto sem precedentes. Índia, olha, eu nem quero falar da Índia pois não acho que traga nada de bom para quem está lendo. O vírus está circulando muito, e isso é preocupante, mesmo que você não vá morrer pela contaminação agora, pode te causar sérios problemas no futuro.

Além disso, tem muita gente escorada no “mas tem vacina” contando com uma proteção que ainda não está no seu braço. Tem três doses da vacina? Pode ficar confiante. Tem menos de três? Fica na moral. Convive com crianças? Seja excessivamente cauteloso. É impressionante que pessoas que não tem filho e que não são apaixonadas por crianças precisem vir aqui dizer isso para pessoas que tem filhos e se dizem apaixonadas por crianças.

Um parágrafo só para isso, pois eu ainda estou em choque com o que estou vendo. Chegamos a um ponto onde Somir e eu estamos mais preocupados com as crianças do que todas as mamães e papais que sempre discursaram sobre o quanto amam seus filhos. Um mundo onde Somir e eu somos os mais preocupados com as crianças é um mundo de merda, ok? Todo mundo que tem filho e está bundeando na rua é um belíssimo de um filho da puta e uma belíssima bosta de pai/mãe, não tem outra forma de dizer isso. Pronto, o momento desabafo acabou. Voltemos à nossa programação normal.

Outro fator que as pessoas estão ignorando: quando ocorrem muitos casos ao mesmo tempo, o sistema de saúde pode colapsar. Por mais que as vacinas protejam contra casos graves, nem 15% dos brasileiros tem três doses e crianças têm nenhuma dose. Quando contamina todo mundo ao mesmo tempo, por mais reduzidos que sejam os números, são suficientes para lotar hospital. Hospital este que já está com os profissionais de saúde exaustos e putíssimos, com toda a razão, por ver gente bundeando enquanto eles têm que se matar dobrando plantão e colocando a vida em risco.

2022 não vai ter hospital de campanha como nos outros anos não, viu? Desmontaram tudo achando que o vírus estava “indo embora”. Pode acontecer de faltar leito, pode acontecer de faltar respirador, pode acontecer de faltar oxigênio, pode acontecer de faltar tudo, até profissionais de saúde. Hora de botar um freio nessa expectativa mágica que se tem com vacina. Vacina é maravilhosa e funciona, mas as pessoas também têm que fazer a sua parte. É como comprar uma Ferrari e acha que, por ter uma Ferrari você vai rodar o mundo todo: tem que botar gasolina, filho da puta!

E, a quem interessar possa, já tem lugar lotado, sem leitos, perto do colapso. Não em Mossoró do Cu do Mundo, mas em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em outros lugares muito bem estruturados. Como pode ser, se todos os dias divulgam números baixos de casos e mortes? Simples: o Brasil está no escuro, o sistema que registra o número de casos e mortes foi invadido por “hacker” e está deixando de computar uma infinidade de dados. Amigão do turismo esse hacker, hein? Na alta temporada fez o Brasil parecer um país que está com o coronavírus controlado.

Então, saibam que a situação do país não é essa maravilha que os (poucos) números disponíveis registram. Se você tiver a infelicidade de precisar de um hospital, vai perceber isso com seus próprios olhos. É momento de se cuidar, mesmo sabendo que você não vai morrer. Morrer não é o único risco desta pandemia, existem outros, como matar os outros ou criar uma nova cepa que nos obriga a não sair de casa por não ser barrada pela vacina.

E o fato dessa nova cepa não ter surgido ainda não quer dizer que nunca vá surgir. Vejo muita gente no discurso “ah, se não surgiu até agora não acontece mais!”. É esperado que ela ainda não tenha surgido. Está dento do cronograma normal que ela não tenha surgido. O tempo de uma pandemia não é o tempo que um Zé Cu imbecil acha razoável.

O “normal” seria ela surgir no segundo semestre de 2022 ou apenas em 2023. Ela nem ao menos está na minha aposta do bolão. Surpresa será se ela surgir no mês que vem. Se não tiver surgido até o final de 2023 aí sim podemos dizer “que bom, tivemos sorte, talvez este vírus nunca consiga escape vacinal completo”. Agora não. Agora, até segunda ordem, ela ainda pode estar a caminho.

Chegamos em um ponto escroto da pandemia. Um ponto onde lockdown não se justifica mais. É uma medida extrema para salvar vidas que eu continuo achando extremamente válida quando não há vacina… mas agora? Agora seria aquele momento de consciência onde não se tranca ninguém em casa, mas as pessoas tentam sair apenas quando for indispensável, para o vírus circular menos e tentar acabar de uma vez com essa pandemia.

Na prática, as pessoas estão viajando, estão se reunindo, estão indo a eventos sociais, estão saindo quando não há uma necessidade real disso. E isso tem um preço, mas como a conta demora a chegar, as pessoas continuam fazendo achando que ficará de graça. E quando a conta chega é tarde demais.

Eu não tenho qualquer esperança de ver o brasileiro melhorando sua conduta, então, quero apenas advertir vocês do panorama geral: os efeitos do réveillon ainda não bateram, estamos vendo apenas Natal. E réveillon não será o único agravante: também virão os efeitos do lazer das férias, das viagens feitas nas férias, do carnaval (cancelado ou não, sabemos que o povo vai para rua de qualquer forma) e depois, para coroar tudo isso, volta às aulas nas escolas. Parece uma boa perspectiva para você?

Vocês já sabem que essa porcaria vem em ondas. Vocês já sabem como funciona. Quando a tsunami tá varrendo tudo é sábio ficar em casa, depois que ela passa e vem um período de calmaria, dá para reduzir as restrições. Será possível tamanha dificuldade em saber a hora de avançar e a hora de recuar? A porra do tsunami está passando, custa ficar com o cu em casa por um tempo até tudo acalmar?

Você não pode mudar a conduta dos outros, mas pode mudar a sua. Tente se resguardar. Tente sair apenas em casos de real necessidade. Use a máscara certa (PFF2) da forma correta. Esteja atento à higienização das mãos. Faça todas as coisas que você já está cansado de saber que tem que fazer, com ainda mais empenho e cuidado. E não caia mais nessa babaquice de se permitir ir a lugares escorado no “com todos os protocolos de segurança”. Estamos diante do vírus mais contagioso que a humanidade já viu, os protocolos de segurança não bastam. O único protocolo de segurança com o qual você pode contar é não sair.

Lide com esta pandemia desde o lugar certo. Não é por medo (“vamos todos morrer!”) nem é pela negação (“não pega nada!”) que se passa por uma pandemia. O lugar de onde seu comportamento tem que vir não é da raiva, do medo, da afronta ou da revolta. Faça por consciência. Faça sabendo que tem um bem maior em jogo. Faça a sua parte. Não brinque com a sua saúde ou com a saúde dos outros.

E, novamente, reforçamos tudo aquilo que falamos desde o começo da pandemia, em março de 2020: isso não vai acabar tão cedo, esta pandemia é feita de ondas então virão outros períodos em que tudo vai melhorar e todo mundo vai acreditar que acabou mas logo depois virá outro período de piora para mostrar que não acabou e, por fim, nós não estamos ganhando essa batalha. Nós apenas paramos de perder milhões de soldados por dia, mas, no saldo geral, o vírus está com bastante vantagem e nossa estratégia de guerra é um verdadeiro desastre.

Então, pela milésima vez: prepare-se. Mexa-se para trabalhar de casa, com o que você faz ou com qualquer outra coisa. Reinvente-se. Comece a traçar planos B, C até o Z, pois o futuro é incerto. Tenha diversas fontes de renda, mesmo que a que você tem hoje te atenda muito bem. 2022 vai ser um ano de incertezas e, independente de quem ganhe as eleições, o período dourado de 2002 não volta, nem para o Brasil, nem para o mundo.

Pode ser sim que em algum momento todos tenhamos que ficar meses de lockdown. Pode ser que mesmo que você não queria ficar em lockdown sua empresa ou seu trabalho pare, ou até acabe falindo. Pode ser que nada aconteça, mas pode ser que tudo aconteça. Planeje-se agora, com tempo.

O inteligente a se fazer é estar preparado e ter várias possibilidades às quais recorrer. Prepare-se, para depois não ficar choramingando pateticamente “o governo não me deixa trabalhar”. Tá todo mundo vendo as ondas irem e virem por dois anos, quem ainda não aprendeu, vai desculpar, mas é muito, mas muito burro.

O antigo normal não volta, e quem insistir nele vai se frustrar. Pode ser que hoje você esteja levando uma vida “normal, como se não houvesse pandemia”, mas isso é você e sua bolha, o mundo não está normal e uma hora você vai ter que se adaptar ao resto do mundo (e não o contrário), pois é assim que as coisas funcionam.

Foda-se se todo mundo tá saindo, tá fazendo isso, tá fazendo aquilo. Se o que todo mundo faz te afeta, você é um sugestionável, influenciável e cabeça fraca, saia das redes sociais que elas estão de fazendo mal. Faça o que você acha que tem que fazer, sem tomar essa decisão olhando para “todo mundo”. Todo mundo, no Brasil, significa recorde de casos de câncer de pênis por não lavar o pinto com água e sabão. Você não é todo mundo.

Eu sei que é repetitivo, mas é que as pessoas continuam se comportando das mesmas formas e cometendo os mesmos erros, então, a cada onda de contágios a gente tem que vir aqui dizer as mesmas coisas. Vacinas são ótimas, mas não vamos acabar com uma pandemia só com vacinas – e isso não faz delas falhas, pois não foram desenhadas para acabar com pandemia e sim para morrer menos gente. Por favor, que isso entre na cabeça de todos.

Você quer não morrer? Toma três doses da vacina e faz o que quiser. Você quer que a pandemia acabe? Toma vacina e evita fazer esta porra deste vírus circular, para que ele pare de mutar e ficar cada vez melhor em contaminar pessoas. E isso não se evita com “protocolos de segurança” ou “muito cuidado”, isso se consegue saindo o mínimo possível de casa.

“Mas Sally, você já disse tudo isso”. E vou continuar dizendo. Eu estou fazendo a minha parte. Em um, cinco, dez, vinte anos eu vou olhar para trás e dormir com a consciência tranquila de que eu fiz a minha parte. Você está fazendo a sua?

Para dizer que este texto está longo demais para um Desfavor da Semana, para dizer que o Lula vai acabar com a pandemia ou para dizer que o Rio de Janeiro vai matar a todos nós: sally@desfavor.com

SOMIR

Sally escreveu bem mais para não deixar a coluna muito vazia caso eu não pudesse postar novamente. Tive um problema de saúde durante a semana, por isso a Sally teve que cobrir as postagens. Se você, como diversos outros leitores do Desfavor, acabou se acostumando e até mesmo… gostando… da minha pessoa, sorria: já estou em plena recuperação e fora de perigo.

Mas poderia não estar.

Na verdade, eu poderia estar numa péssima situação nesse momento, e essa história tem muito a ver com o tema de hoje, chegaremos lá. No final de semana eu comecei a me sentir mal, achei até que depois de dois anos de muito cuidado, eu finalmente tinha sido vencido pelo coronavírus. Já estava puto da vida reclamando que a sorte que eu não tive na Mega Sena da Virada eu tive em ser contaminado mesmo fazendo de tudo para não me aglomerar e estar há mais de um ano só saindo de casa com máscara PFF2.

Fui fazer o teste: não foi dessa vez. Por um lado, foi um alívio, deu mais segurança que seguir as regras funciona, mas por outro começou a me deixar com dúvidas do que era aquilo. Talvez fosse a nova gripe. Piorei mais e mais. Até o ponto onde tive que procurar um pronto socorro. Passei na frente do mais próximo da minha casa (particular), e a fila estava assustadora. Eu já não gosto de gente em situações normais, imagina só fila de gente doente no meio da pandemia… resolvi voltar pra casa e esperar mais.

Nesse meio tempo, conversei com um amigo que me disse que sua mãe teve que esperar seis horas para ser atendida um dia antes, e que estava tudo lotado mesmo. Me achando esperto, resolvi esperar até o meio da noite para tentar pegar uma fila menor. Esperteza não é uma das minhas qualidades: a fila estava praticamente igual, e de noite tem menos médicos atendendo.

Já estava mal demais para ficar percorrendo os hospitais da cidade. Peguei minha senha, fui para a rua e tentei ficar o máximo de tempo possível longe de outras pessoas enquanto esperava meu número chegar. Foram quase cinco horas de espera. Espera incômoda, dolorida e nervosa, porque é claro que o brasileiro médio fica com a máscara no queixo tossindo e espirrando na direção que estiver apontado.

Todo mundo gripado ou coronado. Como eu descobrir mais tarde, algumas pessoas até com as duas coisas ao mesmo tempo. Depois de uma longa espera, eu finalmente tive minha chance com um médico. Ele, no melhor padrão pronto-socorro lotado de madrugada, não olhou para a minha cara antes de dar um diagnóstico.

Diagnóstico e medicação. Ele parecia tão seguro, e eu estava tão de saco cheio daqueles sintomas que saí e comprei os remédios numa farmácia 24h mesmo. Pelos próximos dois dias, eu tomei os remédios e percebi algo muito importante: não estava melhorando porra nenhuma. Depois de alguma deliberação, na qual a Sally me ajudou com frases carinhosas como “se não está melhorando vai em outro médico, seu animal!”, eu resolvi buscar um especialista.

Resultado: o primeiro diagnóstico foi absurdo, o especialista passou meia hora drenando uma infecção extremamente dolorida que o primeiro médico simplesmente ignorou e me deu antibióticos suficientes para tratar um pequeno batalhão. Faz pouco tempo que ouvi dele que escapei de ser internado por pouco. E vejam só, com o tratamento certo, estou de volta aqui escrevendo meus textos.

Se eu não tivesse gente confiável para conversar e um plano de saúde que me permitisse ir num dos locais de referência da minha cidade para esse tipo de problema de saúde, eu provavelmente estaria num leito de hospital agora. Uma dor de garganta besta que não foi tratada da forma certa quase vira uma infecção generalizada.

Os menos humanitários entre vocês podem estar pensando “caguei para o seu diário”, mas mesmo vocês têm algo para extrair dessa história: o médico original foi um açougueiro? Foi. Mas será que ele teria sido tão incompetente numa noite menos movimentada? Eu ouvi de uma enfermeira que estavam todos desesperados porque quase toda a equipe estava afastada por covid.

Quem for mais antigo vai se lembrar de um relato parecido ano passado, onde eu também precisei de médicos no começo de uma onda de coronavírus e vi o desespero deles diante do amontoado de gente que apareceu do nada para eles tratarem. Ano passado estavam atolados, mas não erraram meu diagnóstico. Esse ano erraram. Pode ser coincidência? É claro que pode. Mas eu começo a somar o surto de gente doente com um grupo de médicos esticados até os limites, e depois de alguns meses de ilusão de fim de pandemia.

Não só estão sendo atropelados de novo, como muitos pegaram a Covid dessa vez e duvido que a maioria tenha tirado férias decentes desde 2020. O alerta de tsunami que a gente dá aqui não é só sobre você evitar ficar doente com o coronavírus, é sobre você evitar precisar de médico ou hospital em geral. É um momento em que a rede de segurança fica mais fina, mesmo que você tenha dinheiro para um plano de saúde.

Mais e mais pessoas vão aparecer nos prontos-socorros do país com sintomas de covid ou de gripe, mais e mais médicos e profissionais de saúde em geral vão ficar sufocados com a demanda. As coisas podem começar a faltar. Remédios podem ficar difíceis de achar. Se muita gente ficar doente na mesma casa, quem vai cuidar delas? Porque não tem mão-de-obra sobrando por aí. Depois de mais um final de ano onde o brasileiro decidiu que não tinha mais pandemia, os números tendem a subir, e muito.

E vão subir contra uma infraestrutura que ficou pior de 2020 pra cá. Muitos profissionais simplesmente pularam fora, outros estão no limite das suas capacidades. Não é hora de pular nessa rede de segurança. Ela pode furar, como quase furou comigo.

Eu dei sorte e vou voltar a postar a partir de hoje.

Você vai depender da sorte?

Para dizer que eu só fico doente para escrever esses textos, para dizer que a minha chatice não foi curada, ou mesmo para dizer que a gente desembestou a escrever hoje: somir@desfavor.com

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Comments (12)

  • E agora tá rolando o incrível desfavor de dizer que a omicron pode significar o fim da pandemia e a covid se tornar enfim uma endemia.

  • Coronavírus não é brincadeira! O que mais preocupa é que nós já vimos tudo isso acontecer antes e sabemos que as conseqüências são trágicas, mas parece que mesmo assim muita gente por aí continua não dado a mínima. Quantas vezes mais vai ser preciso repetir? Enquanto esse comprotamento não mudar, a pandemia também não vai acabar.

  • Fui recentemente na farmácia comprar um remédio e não pude deixar de escutar a conversa da atendente com uma mulher que aplica testes de covid. Senti um frio na espinha quando ela disse que todos os testes feitos, atenção, TODOS davam positivo pra covid. Essa é a situação.

  • Tá ficando cada vez mais difícil manter o pensamento coletivo em função do vírus porque ou ele enfraqueceu ou as pessoas se imunizaram. Na minha cidade faz tempo pararam a neurose de medir temperatura, máscara então só pra passar na portaria do prédio ou entrar em mercado ou consultório, nem motorista de ônibus usa mais. Por motivos econômicos e de estar de saco cheio mesmo, grande parte já caiu a ficha que vai ter que dividir o planeta com viroses.

  • Acorda que o COVID não tá de brincadeira

    Tem uma amiga minha que conheço desde garota e que tem relativa fama no Instagram que foi diagnosticada com COVID e está em quarentena lá em Paris. Ela tomou duas doses da PFIZER e se não tomou a terceira, é porque com certeza ainda não chegou no prazo que era pra tomar a terceira dose.
    Ela tem 25 anos e não tinha comorbidades, logo, ficou quase que no fim da fila, a frente apenas do pessoal que é mais jovem que ela.

  • Mesmo que você tenha uma saúde excelente, ainda pode sofrer um acidente em casa e precisar de um hospital.

    Não é uma boa hora para subestimar riscos, mesmo que se tenha dinheiro ou apoio familiar/amigos para “facilitar” as coisas. Às vezes a realidade só dá na sua cara mesmo.

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