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Ele disse, ela disse: Cedér… Quer dizer, ceder.

| Desfavor | | 24 comentários em Ele disse, ela disse: Cedér… Quer dizer, ceder.

O cara parece meio gay, mas foi o melhor que deu para encontrar...

Entre quatro paredes, o que dois adultos fazem em consentimento não diz respeito a ninguém. Ninguém além deles mesmos, é claro. E é nesse momento de intimidade que a questão levantada pela coluna de hoje pode surgir: Quando um dos dois pede alguma coisa cujo(a) parceiro(a) não quer fazer.

Tema de hoje: Até onde ceder sexualmente numa relação?

Começo o texto de hoje com o ponto que vou defender: Sim, deve-se ceder sexualmente aos desejos do(a) parceiro(a) o máximo possível.

Se você não é uma pessoa insegura, do tipo que realmente se sente diminuída por qualquer bobagem, deve achar a minha afirmação relativamente branda. Principalmente por causa da utilização da expressão “máximo possível”. Oras, cada um tem sua medida de até onde pode ir, certo? Até chegar nessa fronteira imaginária, não há nada o que reclamar.

Mas não se enganem, eu vou defender algo oposto ao que Sally fará alguns parágrafos abaixo. E a diferença essencial aqui é a definição do máximo possível.

Segundo minha concepção, o máximo possível da maioria das pessoas é permeado de uma quantidade incrível de preconceitos e necessidade de auto-afirmação. Como bom canalha argumentativo, vou começar a usar exemplos de fácil compreensão e aceitação.

Considerem sempre uma relação estável, onde ambos se conhecem relativamente bem para entender essas categorias. Exemplos femininos e masculinos.

MÁXIMOS POSSÍVEIS ÓBVIOS: Onde quase todo mundo concorda que é demais.

– Se seu parceiro te pede para defecar em seu peito, a situação fica muito complexa. Pouquíssimas pessoas nesse mundo teriam estômago para encarar uma situação dessas. (Ao contrário do que a pornografia japonesa insiste em nos dizer…) Começo pegando pesado para deixar bem clara a situação. Embora algumas pessoas tenham fetiches dessa natureza, o processo envolvido é totalmente alheio ao que se espera de uma relação sexual. Além de todos os pontos negativos óbvios, óbvio. O grau de especialização é tão alto para se realizar um fetiche desses que já foge do campo sexual.

– Se sua parceira te diz que quer que você corte os pulsos dela durante o sexo. Sim, estou viajando mesmo, às vezes o absurdo é o melhor exemplo. Vejam bem a situação aqui: Embora o ato pedido seja danoso apenas para a outra parte fisicamente, você ainda pode e vai sofrer conseqüências pesadas pelo ato caso algo dê errado. Você tem todo o direito de se auto-preservar tanto fisicamente quando socialmente. Satisfazer a vontade da parceira, nesse caso, é atentar contra o seguimento normal de sua própria vida.

(Nem vou entrar no mérito de fio-terra. É máximo possível óbvio para qualquer homem que preze sua masculinidade. Ser penetrado é algo que foge à idéia de sexo para um homem.)

MÁXIMOS POSSÍVEIS RIDÍCULOS: Onde quase todo mundo concorda que é frescura.

– Seu parceiro te pede para fazer sexo oral nele. Você se recusa. É um máximo possível absurdo (considerando que seja apenas falta de vontade de realizar sexo oral em geral) porque numa relação sexual com um homem envolvido, ele sempre vai esperar isso. Algumas leitoras podem argumentar que não gostam e pronto, mas os leitores sabem como é algo inegociável. Se a mulher não fizer, ele acha quem faça. Mulher que não aceita isso não entende bem como sexo funciona. (Ou se recusa a entender…)

– Sua parceira pede para levar uns tapinhas. Você se recusa. Não chega ao ponto de ser algo inegociável, afinal não são todas as mulheres que gostam. Mas nesse caso ela gosta. Não exige quase nenhum esforço extra da sua parte e é muito vergonhoso para um homem não se sentir compelido a realizar essa fantasia feminina. Se um homem coloca isso como seu máximo possível, que compre uma bolsa para combinar com a saia.

MÁXIMOS POSSÍVEIS DISCUTÍVEIS: Onde as armadilhas realmente estão.

– Seu parceiro pede para fazer sexo anal com você. Você nega. O desfavor já estreou falando disso, não vou repetir a argumentação, vou apenas posicionar alguns elementos importantes. Em primeiro lugar, é um pedido que não exige um grau de fetiche alto para ser realizado. Além disso, se tomadas as devidas precauções, não é danoso para nenhuma das partes envolvidas em longo prazo. E definitivamente seu parceiro vai gostar muito se você aceitar.

Por qual motivo então é tão absurdo assim realizar a vontade dele? Para se sentir poderosa? Dona da situação? Será que a mesma mulher que pede uns tapinhas não aceita sexo anal de jeito algum? Sexo é só o SEU prazer?

Imagino as respostas para todas essas perguntas, mas imagino também que nenhuma das detratoras da idéia vai perceber que o exemplo em questão é irrelevante para a idéia central.

O exemplo do sexo anal poderia ser o exemplo de engolir depois do sexo oral. (Ou usar aquela fantasia da Princesa Leia que economizamos meses para comprar.)

Claro que realizar uma fantasia alheia que é desagradável para você parece errado. Mas eu estou argumentando sobre a motivação real dessa discordância. Se esse “ser desagradável” é realmente motivado pelo o que foi pedido ou se é reflexo de teimosia e necessidade de se sentir uma pessoa forte.

Os exemplos que usei até aqui nas categorias “ÓBVIOS” e “RIDÍCULOS” são exagerados para demonstrar que na média a maioria dos pedidos feitos por um dos dois do casal não são assim tão exagerados como se pinta. (E vai se pintar no texto da Sally…)

São coisas que parecem muito maiores porque são vistas pela lente de aumento da insegurança. Todos somos inseguros de uma forma ou outra. É normal. O que não deveria ser normal é mascarar esse medo de explorar os seus limites de “opinião forte”.

Sim, deve-se ceder até o máximo possível numa relação onde a outra pessoa valha o esforço. E esse máximo possível deve ser algo relacionado à relação sexual entre essas pessoas. Se tudo vai bem e um pedido ocasional que não te agrada muito vem à baila, é pura frescura não aceitar. Se TODAS as vezes que vocês fazem sexo algo assim ocorre, ou você é uma pessoa muito fresca ou a outra parte que é realmente demais para você. E nesse caso, a relação como um todo não vai funcionar…

Na média, TODOS os pedidos sexuais de um casal onde um dos dois não tem fetiches completamente fora do padrão podem ser realizados sem nenhum problema. Ou seja: Na média é sempre frescura de quem nega.

(E adivinha quem faz mais frescura? Mulheres. As mesmas que vivem com medo do espelho e preocupadas se o Zé Ruela vai ligar ou não. Padrão claro de insegurança.)

Uma pessoa forte sabe dizer sim e não quando precisa. Negar por negar é pura pose.

Para dizer que já que eu defendi esse ponto deveria experimentar fio-terra, para dizer que concordou comigo mas vai dizer que concorda com a Sally nos comentários para “não pegar fama” ou mesmo para dizer que me odeia: somir@desfavor.com


A que ponto chegamos… Venho aqui para defender o básico do básico, aquilo que nem um adolescente de 16 anos teria coragem de questionar. Eu acredito que em matéria de sexo, cada pessoa deva fazer apenas aquilo que tem vontade. Alguém ousa discordar disso? Sim, a Madame aqui de cima.

Não se trata de intransigência. Acho até que se forem pedidos que não desagradem, podem ser atendidos. Aquelas coisas que a gente não vê muita graça em fazer, que se dependesse só da gente não haveria necessidade em fazer, mas como é importante para o outro e não nos representa um sacrifício, pode ser feito.

Mas daí a dizer que mulher tem que ceder sexualmente como regra geral… puta que pariu! TEM QUE? Posso saber porque?

Se tem alguém que está em desvantagem sexual é o homem. Vejamos… Nós mulheres sabemos que sempre vai ter uma fila de homens para querer fazer sexo conosco. Será que todo homem tem uma fila de mulheres querendo fazer sexo com eles? Como pode um homem se achar no direito de exigir que uma mulher faça algo que para ela vai representar uma sensação desagradável? Lei da oferta e procura. Quem tem buceta tem o poder. Vai exigir coisa da puta que pariu!

Posso estar sendo muito romântica, mas no meu conceito, se vai representar um desgosto para a mulher, o homem não deveria nem mesmo achar graça na coisa em si. Até onde eu sei, homens que se prezam e honram as calças que vestem, tem como maior prazer saber que estão dando prazer a suas mulheres. Se tem uma meia dúzia de egoístas que acham que mulher deve ceder mesmo que lhe seja desagradável, me desculpem, mas vão tomar no cu.

Mulher não é brinquedo sexual de homem. Sexo não é um ato com objetivo unilateral. Sexo é troca, é comum acordo. Se está ruim para uma das partes, não vejo como possa ser bom para a outra. A menos que a outra parte seja egoísta, escrota e mimada. Nesse caso, recomendo pagar uma puta, já que não faz questão que sua parceira goste do que está fazendo.

Sinceramente, dá até um desânimo de continuar argumentando… Parece que estou chamando o leitor de burro, porque todos são argumentos tão óbvios que chegam a ser ofensivos. Mas a Madame sugeriu o tema, fazer o que?

Existe um nome para pessoas que querem submeter outras a uma coisa que lhes trás sofrimento: SÁDICOS. Não vejo outra definição a não ser sadismo. Não importa do que estejamos falando, se a parceira não quer fazer e isto lhe é imposto (seja por força física, seja por chantagem), estamos diante de um sádico. Alguém aqui quer estar ao lado de um homem sádico?

Não tem dessa de um dos dois ter que ceder mais ou menos que o outro. Não faz sentido ter que se sujeitar a fazer coisas das quais você não gosta. Você não ganha nada com isso, apenas perde (sua dignidade e respeito). Se um homem tenta te forçar, por qualquer meio que seja, desde manipulação até ameaça, a fazer algo que você não quer, é um sinal muito claro que você deve se afastar desse homem, porque boa merda ele não é.

Conseguir fazer sexo de forma satisfatória com alguém que você sabe estar fazendo algo que não quer é de um egoísmo, de uma falta de carinho e respeito com a parceira, de um descaso tão grandes que eu ficaria com asco da pessoa que me sujeita a isso na mesma hora. Como pode uma mulher desejar um homem que não se preocupa com seu prazer e seu bem estar, que coloca o prazer dele acima do seu? Um casal joga no mesmo time, até onde eu entendo a idéia de casal.

Ter que ceder é o caralho. O máximo que eu vou ceder é ceder um soco na cara do imbecilóide que um dia me venha com um argumento desses ao vivo e a cores. Respeito e consideração a gente tem que ter por todo mundo.

E para os mais retardados, que pensam que tem uma pica de ouro e que se a gente fizer o que ele quer – COM ELE – vai ser bom, eu digo o seguinte: Meu Camarada, pau é tudo mais ou menos a mesma merda, bem como as habilidades dos donos. Vocês estão muito enganados se pensam que são especiais. É tudo mais ou menos a mesma merda MESMO, o que nós gostamos ou não gostamos, independe do homem. Tem coisas que por mais bem feitas que sejam, nos são desagradáveis. E mais: provavelmente nós já fizemos sexo com pelo menos uns três homens melhores que você (aceite, SEMPRE tem um melhor que você no nosso histórico) e se não gostamos nem com eles, não vamos gostar com você.

Somir, quando você namorava comigo você era diferente. O que foi? Tem alguma mulher se recusando a fazer o básico em você e agora você está revoltado? Eu hein…

Para me dizer que o tema de hoje foi ridículo, para me dizer que nem o Deja concordaria com uma afirmação dessas e para sugerir o próximo tema, já que se deixar Madame escolher dá nisso: sally@desfavor.com

FALTAM 6 POSTAGENS PARA A 200ª

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