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Des Contos: 8 mãos.

| Somir | | 9 comentários em Des Contos: 8 mãos.

Des Contos

Redação especial: Um grupo de quatro alunos escolhidos de forma aleatória deve desenvolver um texto narrativo sobre o tema “Solidão”. Cada aluno deverá escrever apenas um parágrafo de no máximo quatro linhas e passar o texto para seu colega de grupo mais próximo, no sentido anti-horario. É vedado ao aluno se comunicar com seus parceiros durante o exercício. A redação deverá ter exatamente 20 parágrafos.
SOLIDÃO

1. O vento frio do final da tarde tornava as rosadas maçãs do rosto de Janice ainda mais distintas de sua alva pele. O conforto do calor gerado pelo chá, que sorvia delicadamente de uma xícara mais velha do que ela mesma, a mantinha atenta ao horizonte. Ela esperava pacientemente pelo retorno daquele homem que encantara seu coração.

2. Mas não havia tempo para holoprojeções no dia da Capitã Janis Ce, encarregada de preparar sua tripulação para a guerra que se aproximava numa velocidade cada vez maior. Com apenas um sinal de seus dedos, a bucólica paisagem de seus adorados livros de ficção de milênios passados voltava à realidade: A Estação Espacial Titannium IX.

3. Janis Ce se sentia muito sozinha. Tão sozinha que ligou seu celular espacial e ligou para sua melhor amiga, a Fernanda. Ela ainda estava super chateada com o que o Matheus fez com ela. Ele prometeu que ela era a única e daí largou dela.

4. Lembrando dos braços de seu ex-amado a segurando de forma firme, Janis Ce esqueceu de tudo mais e começou a se despir. Primeiro tirou a parte de cima de seu traje, expondo seus enormes seios. Começou a brincar com seus mamilos de forma lenta e sensual. Não pode evitar um pequeno gemido, ouvido por um colega que passava por perto.

1. “Não, não posso me entregar a esses desejos impuros.” – pensou enquanto recompunha sua dignidade a tempo de evitar os olhos curiosos dos que a cercavam. Janice, confusa por uma torrente de emoções e desejos, tentava em vão sufocar a paixão que lhe arrebatara a sanidade anos atrás. A vida naquele manicômio havia lhe pregado peças antes.

2. Os efeitos ainda não estudados da órbita do planeta Pirillio na mente dos tripulantes da Estação Espacial eram responsáveis pelo codinome “manicômio”. Mas a posição estratégica, nas bordas do Sistema Binário Calix V, tornava a missão de Janis Ce e sua tropa indispensável para a Federação Interplanetária.

3. Janis Ce ainda estava sozinha… O telefone espacial estava fora de área e ela teve que ir até a sala de jogos da nave para ver se achava algum militar bonitão para jogar seu charme. Ela fez isso por estar solitária.

4.“Sim, eu posso me entregar a esses desejos impuros, eu não sou uma recalcada com medo de expressar qualquer coisa sexual por ser gorda e ter vergonha do que eu sou…” – Janis Ce, enquanto pegava sugestivamente num taco de bilhar, ia se livrando das suas inibições e fixando seus olhos num dos cadetes. Ajeitando o generoso decote, pediu ajuda com as bolas.

1. “Gorda é a sua mãe!” – Gritou um cadete para outro, enquanto riam e se divertiam na sala de jogos. Janice percebeu que aquele lugar estava repleto de homens imaturos e retirou-se para seus aposentos. Se eles quisessem agir como crianças, que o fizessem longe dela.

2. No caminho para seu quarto, Janis Ce percebe um flash de luz. Olhando ao redor, percebe-se sozinha num dos corredores da espaçonave. Imaginando ser apenas mais uma das muitas peças criadas pelo campo magnético errático do planeta que orbitavam, não percebe que um espião rahiano acabara de se teletransportar para sua cabine.

3. Janis Ce, sozinha, entra no se quarto, fecha a porta e deita na sua cama. Ela pega o seu Ipod do espaço e começa a escutar algumas músicas. O triste é que as músicas ficam lembrando ela do Matheus. O espaço é muito solitário.

4. Tão solitário que ela tem tempo de tirar toda sua roupa e começar a se masturbar compulsivamente. Um dedo, dois dedos, três dedos… O punho todo da capitã espacial adentra sua vagina dilatada. Observando a cena, o espião rahiano fica feliz por Janis Ce ser uma GOSTOSA e não uma balofa que deve feder ranço pelas dobras de sua barriga gelatinosa.

1. “Você é ridículo, um homem nojento que deve passar todos os seus dias se masturbando e pensando em mulheres com as quais nunca vai ter uma chance, como eu. Vai embora daqui e deixa esse trabalho para pessoas que não são virgens retardados.” – Disse a capitã para o espião, tão burro a ponto de não seguir um plano simples como o que deveria executar.

2. Enfurecido, o espião rahiano saca sua pistola laser e tenta dar cabo de seu plano para desestabilizar a tripulação da Titannium IX. Em guerra com os humanos há mais de seis séculos, os rahianos são uma espécie guerreira e orgulhosa que não aceitou a libertação do planeta Sapticon VII pela Federação Interplanetária.

3. Sozinha contra o bandido, a capitã começa a gritar “Socorro! Socorro!” até que os soldados da nave entram com tudo na cabine e matam o espião rainhano. Ela fica muito feliz quando vê que Matheus é o soldado que matou o bandido, mas ele vai embora e ela fica sozinha de novo.

4. Percebendo o corpo do espião estendido no chão, a capitã Janis Ce resolve satisfazer o seu maior fetiche: Necrofilia. O rigor mortis no vilão vem a calhar enquanto ela cavalga sobre o pênis azulado. Percebendo a devassidão de seu ato, ela começa a vomitar. Nada que possa pará-la, contanto. Transando com um morto numa poça de vômito, ela é feliz.

1. Eu me recuso a continuar escrevendo este texto, professor. Você vai perceber que eu fui a única que levou o exercício a sério. Que história é essa de estação espacial? E a outra falando sobre um tal de Matheus? E com esse nojento no grupo, não é possível escrever uma história minimamente decente.

2. Subitamente, vários estrondos ecoam pela Estação Espacial. O ataque dos raihianos começara mais cedo que o previsto. O espião era apenas uma distração. Um gigantesco rombo na estrutura da nave começa a sugar toda a tripulação para o espaço sideral. Mas os humanos tinham uma arma secreta, que mudaria o rumo da batalha.

3. Sozinha de novo, Janis Ce pensava em Matheus antes de morrer “Será que ele me ama? Porque eu só consigo pensar nele, até agora na hora da minha morte? Porque ele me traiu?” Ela ligou uma música e esperou para ver o que ia acontecer. Sozinha.

4. A arma secreta dos humanos era uma mulher muito gorda, da qual ninguém gostava. Sua bunda gigante ficou presa no rombo e salvou todos da morte certa. Menos a gorda, que morreu como viveu: Reclamando de tudo e de todos. O universo é um lugar melhor agora: A guerra acabou, a capitã casou com o tal de Matheus e todos foram felizes para sempre. Fim.

NOTA?

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